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Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A menstruação marrom e escura como borra de café é bastante comum no início e, principalmente, no final do ciclo menstrual e nem sempre está associada a doenças.

A menstruação marrom escura em borra pode indicar:

  • Fluxo menstrual reduzido;
  • Escapes;
  • Alterações hormonais;
  • Menopausa;
  • Infecções sexualmente transmissíveis;
  • Endometriose;
  • Lesão no colo do útero.

Este tipo de sangramento dificilmente pode ser considerado um sinal de gravidez. No início da gravidez algumas mulheres podem apresentar um pequeno sangramento, que é geralmente cor rosada e dura de 2 a 3 dias. Rara são as vezes que este sangramento é de cor marrom.

Se você está apresentando um sangramento marrom com duração superior a 7 dias, se for volumoso e se ocorrer dor pélvica, é importante consultar um ginecologista.

Menstruação em borra marrom pode ser um sinal de:

1. Fluxo menstrual reduzido

A redução do fluxo menstrual normalmente ocorre no início e no fim da menstruação. Quando vem em menor quantidade, o sangue demora mais tempo a passar pelo canal vaginal, o que aumenta a sua exposição ao oxigênio e o torna mais escuro. Deste modo, apresenta uma tonalidade marrom semelhante à borra de café.

2. Escapes

Os escapes são pequenos sangramentos que ocorrem entre uma menstruação e outra. Geralmente estes sangramentos são de cor marrom e acontecem em mulheres que estão em uso de Dispositivo Intrauterino (DIU), anticoncepcionais injetáveis e implantes subcutâneos ou pílulas de progestágeno.

3. Alterações hormonais

Algumas alterações hormonais causadas por distúrbios de tireoide e, especialmente a queda dos níveis de progesterona, podem fazer com que a menstruação venha com uma cor marrom ou em borra. Junto com o estrógeno, a progesterona tem como uma de suas funções regular o ciclo menstrual.

É bastante comum que a progesterona fique diminuída quando a mulher troca de pílula anticoncepcional ou quando usa a pílula do dia seguinte. Nestes casos, a mulher pode vir a ter um sangramento amarronzado, escuro e em pouca quantidade.

4. Menopausa

O principal sintoma da menopausa é a irregularidade do ciclo menstrual. A menstruação pode ficar um ou dois meses sem vir ou mesmo descer duas vezes em um mesmo mês. Além disso, alterações no fluxo menstrual como redução da quantidade e cor marrom escura do sangramento também podem ser observadas. Isto se deve às quedas hormonais que as mulheres apresentam neste período da vida.

5. Infecções sexualmente transmissíveis

Infecções sexualmente transmissíveis, especialmente aquelas causadas por bactérias, como a gonorreia provocam alterações no sangue da menstruação, tornando-o marrom escuro.

Porém, esta alteração da cor da menstruação pode vir acompanhada de um odor fétido, dor na região inferior do abdome e febre. Neste caso, é preciso buscar um ginecologista para realizar o tratamento adequado.

6. Endometriose

A endometriose pode provocar sangramento de cor marrom escuro, semelhante à borra de café e de grande volume. O sangramento com estas características pode acontecer durante ou entre as menstruações e vem acompanhado de cólica abdominal, dor pélvica, dor durante o ato sexual, dificuldade de engravidar e dura mais de 7 dias.

Uma avaliação ginecológica é importante para efetuar o acompanhamento e tratamento da endometriose.

7. Lesão no colo do útero

As lesões no colo do útero podem provocar sangramento marrom. Estas lesões podem ser causadas por bactérias, vírus como o HPV ou por alguns tipos de câncer. Nestes casos, verifique se há presença de odor fétido e se o sangramento ocorre durante ou depois do ato sexual.

O exame ginecológico é importante para identificar a presença da lesão e investigar a sua causa.

Quando devo me preocupar?

Você deve ficar atenta e procurar um ginecologista quando:

  • O sangramento marrom durar mais de 7 dias;
  • Apresentar dor pélvica ou cólica intensa;
  • Tiver febre;
  • O sangramento acontecer em grandes volumes.

Nestes casos, busque atendimento ginecológico para investigação e tratamento adequado. Não utilize medicamentos sem prescrição.

Para saber mais sobre corrimento marrom você pode ler:

Referência:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

É normal menstruar usando a Contracep trimestral?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O sangramento que ocorre no uso do Contracep®, não é uma menstruação, mas um efeito colateral da medicação. O uso de anticoncepcionais impede a ovulação, por isso não é possível menstruar.

A injeção de 3 meses, como os anticoncepcionais Contracep® ou DepoProvera®, libera hormônios durante todo esse período, o que pode alterar o padrão da menstruação. As mudanças mais frequentes são a ausência da menstruação e/ou o sangramento fora do período esperado.

Esse sangramento, que por vezes se confunde com a menstruação, é chamado de spotting. Um sangramento discreto, que apenas suja a roupa íntima, mas pode durar dias e ser recorrente. Por isso é considerado a principal causa de desistência dessa medicação.

Outras causas de sangramento são restos da gravidez, como citado pela médica, e isso pode complicar com infecção uterina.

Retorne a sua médica, para reavaliação desse sangramento. Sendo apenas um efeito colateral, pode optar pela troca da medicação. Se for algo mais grave, é preciso iniciar o quanto antes, um tratamento específico.

Saiba mais sobre anticoncepcionais nos artigos:

Dúvidas sobre Anticoncepcional Injetável

Injeção trimestral engorda?

Tomei o Contracep pela primeira vez e me arrependi

Referências:

Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO.

Como saber que dia engravidei?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

É muito difícil calcular o dia em que engravidou, mas existem diferentes métodos para estimar essa data.

O mais simples é através da data da última menstruação. Outro método é pelo cálculo da idade gestacional, obtido através dos exames de ultrassonografia no pré-natal, pelo médico radiologista.

Como calcular:1. Através da data da última menstruação (DUM)

O método mais simples é calcular o período fértil do mês pela Data da Última Menstruação (DUM). O período fértil são os dias em que existe maior chance de engravidar.

A DUM é o primeiro dia da última menstruação. O dia mais fértil é o dia do meio do ciclo. Portanto, para ciclos de 28 dias, calculamos essa data somando 14 (metade do ciclo), ao dia da última menstruação. Para ciclos de 30 dias, somamos 15.

Sabendo o dia fértil, somamos mais 3 dias antes e 3 dias após, devido às variações que podem haver na ovulação e no tempo que os espermatozoides levam para alcançar os óvulos.

Exemplos:

  • Ciclo de 28 dias: Menstruou pela última vez no dia 06/07/19
    • 06 + 14 = 20 (20 é o dia mais fértil)
    • Período fértil: 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 23 de Julho.
  • Ciclo de 15 dias: Menstruou pela última vez no dia 25/09/19
    • 25 + 15 = +5 termina o mês, 30/9, e mais 10 = 10/10 (10 é o dia fértil)

    • Período fértil: 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13 de Outubro.

Para ciclos irregulares existe um outro tipo de cálculo, que pode compreender melhor no seguinte artigo: Ciclo menstrual desregulado: Como calcular o período fértil?

2. Através da idade gestacional determinada pela US

A idade gestacional calculada pelos exames de ultrassonografia, especialmente no primeiro trimestre, é o cálculo de maior confiabilidade. Através do exame, o médico radiologista pode determinar as medidas de comprimento do bebê, com isso, a idade gestacional.

Com a idade gestacional definida, fica simples calcular o dia provável da gravidez.

Por exemplo, o exame descreve a idade gestacional como 10 semanas no dia 07/07/2019, basta contar 10 semanas para trás e encontramos a data provável da gravidez, nesse caso, dia 28/04/2019.

Existem diversas calculadoras ‘online’ que podem fazer essa estimativa, só precisa inserir o primeiro dia do seu último período menstrual e a duração média do seu ciclo para obter essa resposta.

Finalmente, para determinar o dia que engravidou com mais precisão e rigor científico, faça um teste mais específico, como uma ultrassonografia.

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Corrimento amarelo, o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Corrimento amarelo com odor forte ou sintomas de coceira e dor ao urinar, pode ser sinal de infecção vaginal (vaginose), de origem bacteriana ou causada por protozoários (Tricomoníase).

Entretanto, corrimento amarelo-claro, sem cheiro, ou outros sintomas, pode sinalizar o início de uma gravidez, principalmente se estiver com atraso menstrual.

Para ter certeza é preciso uma avaliação pelo ginecologista. De toda forma, entenda um pouco mais sobre cada uma das situações.

Vaginose bacteriana

Na vaginose bacteriana, ocorre uma alteração da flora vaginal normal, com aumento de algumas bactérias, geralmente Gardnerella vaginalis, ocasionado a infecção. Nem sempre apresenta sintomas, mas quando ocorre, geralmente são: corrimento vaginal de cor amarela, branca ou acinzentada, com odor desagradável (peixe podre), ardência ao urinar e coceira na vagina.

O tratamento deve ser feito com antibióticos, em pomada e/ ou comprimidos, dependendo do grau da infecção e das condições de saúde da mulher.

A melhor maneira de evitar a vaginose bacteriana é:

  • evitar fazer duchas vaginais;
  • limitar o número de parceiros;
  • usar preservativo sempre, em todas as relações;
  • procurar fazer exames ginecológicos uma vez ao ano, no mínimo.
Tricomoníase

Na tricomoníase, o agente etiológico (causador da doença) é o protozoário Trichomonas vaginalis, cuja transmissão ocorre através do contato íntimo sem preservativo, ou seja, uma infecção sexualmente transmissível. Nesse caso, os sintomas são de: corrimento acinzentado, com mau cheiro, por vezes espumoso, dispareunia (dor nas relações sexuais) e disúria (dor ao urinar).

O tratamento da tricomoníase também é feito com antibióticos, e deve envolver ambos os parceiros. O tratamento é desaconselhado durante a gravidez.

Para evitar a doença, use sempre preservativos de barreira, como a camisinha, durante as relações sexuais.

Gravidez

No início da gestação, devido ao aumento de hormônios no sangue e aumento da vascularização do útero e órgãos sexuais femininos, não é raro a mulher apresentar algum tipo de corrimento.

O corrimento amarelado, ou amarelo-claro, sem cheiro ou coceira local, pode ser um dos sintomas iniciais da gravidez. O corrimento rosado ou amarronzado, em pequena quantidade, que dura de 2 a 3 dias, também pode ser um sinal, chamado de sangramento de nidação, que ocorre pela implantação do embrião na parede do útero.

Sendo assim, sempre que ocorrer sangramento ou corrimento, de qualquer cor ou tipo, procure imediatamente um ginecologista para avaliação. Ele poderá fazer o exame para averiguar se você está grávida ou não e lhe dar o tratamento e orientações ideais e serem seguidas.

Leia mais sobre esse assunto, nos artigos:

O que é bartolinite? Tem cura?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Bartolinite é a inflamação de uma ou ambas as glândulas de Bartholin, e tem cura, com um tratamento relativamente simples.

As glândulas de Bartholin são duas glândulas acessórias dos genitais externos femininos (localizadas uma de cada lado da vagina). Têm a função de lubrificar a região da vagina, principalmente durante o coito.

Às vezes, a abertura de uma ou ambas estas glândulas fica obstruída, fazendo com que o líquido produzido volte para dentro da glândula. O resultado é relativamente indolor, muitas vezes sem sintomas quaisquer, e é chamado de cisto de Bartholin.

Às vezes, o líquido dentro do cisto pode ser infectado (invasão bacteriana), com formação de pus rodeado por tecido infectado e inflamado (abscesso), o que é denominado de Bartolinite aguda. Quando isso ocorre, surgem os sintomas.

Sintomas da Bartolinite aguda

Os principais sintomas da bartolinite aguda são a eliminação de pus e sinais de inflamação (o local fica avermelhado, quente, muito dolorido e inchado), semelhante a um furúnculo. Em estágios mais avançados, é perceptível um nódulo próximo da abertura vaginal. Algumas pacientes podem referir sensação de "bola" ou "caroço" na vagina, com eventual desconforto ao caminhar ou sentar, dispareunia (dor durante a relação sexual) e febre.

A infecção pode ser causada por diversos tipos de bactérias, tais como Neisseria gonorrhoeae (gonococo, causador da gonorreia), Chlamydia trachomatis​ (clamídia), que são sexualmente transmissíveis, como também por bactérias do trato intestinal (geralmente Escherichia coli) ou da pele (geralmente Staphylococcus aureus, mas também estreptococos).

Tratamento da Bartolinite

O tratamento da bartolinite aguda passa pelos seguintes procedimentos:

  • Tratamento com antibióticos;
  • Banhos de assento;
  • Drenagem cirúrgica;
  • Marsupialização;
  • Bartolinectomia.

Em caso de suspeita de bartolinite, um médico clínico geral ou preferencialmente um ginecologista deverá ser consultado para avaliação e tratamento.

Gosto amargo na boca durante a gravidez. O que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Gosto amargo na boca durante a gravidez, geralmente decorre de alterações hormonais naturais da gestação. A disgeusia, como chamamos a mudança no paladar, é um sintoma comum na gravidez, onde as mulheres experimentam gostos diferentes, que podem ser desagradáveis, sensação de boca amarga, sensação de azedo, ácido ou metálico na boca.

A causa ainda não foi determinada, mas existem diferentes teorias que procuram explicar as razões para essa modificação do organismo na mulher gestante, como o aumento dos hormônios, que alteram os sentidos de olfato e paladar.

Acredita-se que o aumento da produção de estrogênio desempenhe um papel importante nesses sintomas.

O aumento das papilas gustativas na língua durante a gestação, também poderia justificar no paladar e percepção de novos sabores.

Além do uso de vitaminas pré-natais, pílulas hormonais, antibióticos, entre outros medicamentos, que quando usados durante a gravidez, têm diversos efeitos colaterais e dentre eles pode haver a mudança de paladar e gosto amargo ou metálico na boca.

Para minimizar este sintoma, recomenda-se escovar os dentes frequentemente com pasta de dente de hortelã, gargarejar com soluções diluídas de bicarbonato de sódio e água, preparados pela mistura de 1/4 colher de sopa de soda de cozimento com uma xícara de água (neutraliza o nível de pH no interior da boca), mastigar ou chupar balas ou gomas; frutas cítricas, sucos, limonadas (o citrino presente nesses alimentos neutraliza o sabor metálico e também aumenta a produção de saliva que podem tirar o gosto). Finalmente, beber bastante água, que não só irá mantê-la hidratada, mas também irá ajudar na eliminação das toxinas do corpo. O gosto ruim na boca durante a gravidez não é um problema de saúde grave e não causará a você ou seu bebê qualquer dano. No entanto, pode incomodar, e os meios acima descritos minimizam este sintoma. De qualquer forma, é importante consultar o seu médico ginecologista para que ele esteja sempre informado de seus sintomas, possa diagnosticar a causa subjacente (se houver alguma, não fisiológica) e prescrever-lhe um tratamento.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos abaixo:

Usei a pílula do dia seguinte e tomei bebida alcoólica, corta o efeito?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. O uso de álcool não altera a eficácia do anticoncepcional de emergência ou, como é conhecido, pílula do dia seguinte. Seja cerveja, vinho, ou outro tipo de bebida, não havendo exagero ou vômitos, a medicação funciona da mesma forma.

O medicamento é indicado para evitar uma gravidez, após o ato sexual sem proteção, ou no caso de falhas, como a ruptura da camisinha ou o esquecimento de um comprimido do anticoncepcional habitual.

A sua eficácia depende basicamente do tempo que leva (em horas) para tomar a medicação, quanto mais rápido for, menor é a chance de engravidar. A eficácia do remédio dentro das primeiras 24 horas é estimada em 98%, segundo os fabricantes.

Após as 24 horas, a possibilidade de gravidez aumenta. O tempo máximo para fazer uso, são de 72 horas (3 dias), ou 120 horas (5 dias) para as pílulas mais novas no mercado.

A medicação pode ser comprada sem receita e o(a) farmacêutico(a) é capacitada para orientar quanto ao uso correto dependendo da pílula escolhida. Na dúvida, entre em contato com o seu ginecologista ou médico de família.

Entretanto, é importante lembrar, que essa medicação não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV, HIV, clamídia e gonorreia.

O uso de preservativos está indicado em todas as relações.

Não existe um máximo de vezes que pode usar a pílula do dia seguinte, porém não é aconselhado o seu uso rotineiro, porque altera o ciclo menstrual normal, com doses elevadas de hormônios, podendo causar efeitos indesejáveis, como náuseas tontura e cólicas.

Sendo o mais adequado, procurar o médico de família ou ginecologista, para planejar um tratamento e método contraceptivo de rotina, seguro e eficaz ao seu caso.

Leia também:

Interação dos Anticoncepcionais com outros Remédios

Dúvidas sobre anticoncepcional

Dor abdominal: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Há diversas causas para dor abdominal. O abdome é a região que mais abriga órgãos do corpo, sendo, portanto, um desafio o diagnóstico quando surge dor nessa região.

Qualquer um dos órgãos localizados no abdômen ou na cavidade pélvica podem causar dor na barriga. Assim como órgãos próximos, também podem ser responsáveis pela dor abdominal.

Na grande maioria dos casos, a dor abdominal não indica nenhuma doença maligna. Muitas vezes é causada por gases ou prisão de ventre, as cólicas intestinais. Porém, existem casos de maior gravidade, como a dor originada de um tumor, uma hemorragia ou inflamação intestinal grave.

Quais as principais causas de dor abdominal? Colecistite e colelitíase (pedras na vesícula biliar)

A dor abdominal ocorre quando há uma obstrução do ducto de drenagem da vesícula biliar para o intestino, devido à presença de uma ou mais pedras. Se a obstrução for prolongada, as enzimas produzidas na vesícula, para auxílio na digestão, que não conseguem passar para o intestino, começam a causar lesão na própria parede, gerando uma inflamação, denominada colecistite.

Nesses casos, a dor é contínua, não responde aos medicamentos analgésicos comuns, e pode vir associada à febre, náuseas e vômitos.

A dor da obstrução da vesícula é chamada de cólica biliar e costuma ser localizada na porção superior direita do abdômen e no meio da barriga. É tipicamente uma cólica que se inicia logo após a ingestão de alimentos gordurosos.

Gastrite e úlcera péptica

Usualmente se apresentam com dor em queimação na região superior do abdômen, principalmente na porção mediana, conhecido popularmente como "boca do estômago".

A intensidade da dor abdominal nesses casos é muito variável e nem sempre é suficiente para diferenciar uma úlcera (ferida na parede do estômago), de uma simples gastrite.

A presença de sangue nas fezes ou nos episódios de vômitos, indica uma emergência médica. As principais causas são a úlcera sangrante ou perfuração da parede do estômago. O tratamento é cirúrgico de urgência, devido aos riscos de morte.

Hepatite aguda

As hepatites mais comuns são aquelas causadas pelos vírus A, B ou C, porém, podem surgir por várias outras causas, entre elas a intoxicação medicamentosa ou o uso abusivo de álcool.

Também pode lhe interessar: quais são os sintomas da hepatite C?

A hepatite aguda costuma causar uma dor mal definida na porção superior direita do abdômen e está geralmente associada à presença de icterícia (pele e olhos amarelados).

Nesses casos a pessoa deve permanecer internada para acompanhamento e monitoramento em setor de urgência e emergência, até que o diagnóstico e o melhor tratamento sejam definidos.

Pancreatite aguda

A pancreatite aguda se caracteriza pela inflamação aguda do pâncreas, que pode ser originada pela presença de cálculos biliares, excesso de consumo de bebidas alcoólicas, e mais raramente, por causas genéticas.

A dor abdominal é intensa, localizada em toda região superior do abdômen, podendo irradiar para as costas, descrita como uma dor em "cinturão apertado", ou dor difusa por todo o abdome. Pode durar vários dias e costuma vir acompanhada de náuseas, vômitos e piora da dor após a alimentação.

O tratamento deve ser realizado em ambiente hospitalar, com jejum prolongado e hidratação intensificada, para evitar as complicações. Raramente é indicado cirurgia nessa fase.

Pedras nos rins (cálculo renal)

Caracteriza-se por intensa dor na região lombar, em apenas um lado do corpo. Frequentemente a dor irradia para o abdômen, principalmente nos flancos ou para a virilha do lado obstruído pela pedra, mal-estar, suor frio e sangue na urina, mesmo sem dor.

Nos casos de obstrução com infecção, apresenta também febre alta. O tratamento é realizado de acordo com a causa e local da pedra. Por vezes é necessário cirurgia de urgência para drenagem e para evitar complicação nos rins.

O acompanhamento posterior com urologista, ajuda a evitar novos episódios de urgência.

Diverticulite

Na maioria dos casos, manifesta-se como uma dor no quadrante inferior esquerdo do abdômen e em pessoas acima de 60 anos. A dor dura vários dias e pode ou não vir acompanhada de febre e sangue nas fezes.

Apendicite

É a inflamação no apêndice, pequeno órgão em forma de saco, localizado no final do intestino delgado. Caracteriza-se por uma dor que piora progressivamente, inicialmente por toda a barriga, ou redor do umbigo, que depois se localiza no quadrante inferior direito do abdômen.

É comum haver febre e vômitos associados, além de falta de apetite e constipação intestinal. Necessita de tratamento cirúrgico de emergência.

Infecção intestinal

A manifestação mais comum é a cólica abdominal associada a diarreia e vômitos. Se causada por vírus (maior parte dos casos), não requer tratamento específico. Se associada à evacuação com sangue ou febre, requer tratamento com antibióticos.

No caso de dor abdominal, diarreia com sangue ou febre alta, procure um serviço de emergência para avaliação e prescrição do medicamento.

Obstrução, infarto e isquemia intestinal

A obstrução intestinal, infarto e isquemia intestinal, são situações muito graves, com elevado risco de morte.

Clinicamente causam dor abdominal de forte intensidade, que piora rápido e progressivamente e acomete todo o abdômen, constipação e distensão ou inchaço na barriga. O tratamento é cirúrgico de emergência.

Causas ginecológicas

Doenças dos ovários, endometriose, mioma uterino e gravidez ectópica são causas comuns de dor abdominal na mulher. Nesses casos, a dor abdominal varia conforme a localização do problema, mas em geral está localizada na região inferior do abdômen (pelve).

Pode vir associada a alterações menstruais, febre, mal-estar e perda de peso, nos casos de tumores.

Cólica menstrual

As cólicas menstruais ocorrem na porção inferior do abdômen e podem irradiar-se para as costas e para as coxas. Sintomas como náuseas, irritabilidade, suor frio, dor de cabeça, fezes amolecidas e tonturas, são frequentemente associados. Também pode lhe interessar: Infecção urinária

Na infecção urinária, a dor abdominal é localizada no baixo ventre, associada a ardência para urinar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e aumento no número de micções, sempre em pequena quantidade.

O tratamento deve ser feito com antibióticos, antissépticos urinários e boa hidratação, para evitar uma complicação nos rins.

Peritonite

A peritonite é uma infecção difusa dentro do abdômen, portanto costuma ser uma complicação de outras infecções, como a colecistite, apendicite ou pancreatite que não foram tratadas a tempo.

O quadro clínico é de uma dor abdominal difusa e de forte intensidade, que piora com a compressão do abdômen, febre e mal-estar. O tratamento é cirúrgico de urgência, devido ao alto risco de óbito.

Doença de Crohn e retocolite ulcerativa

A dor abdominal nessas doenças está normalmente associada a alterações nas fezes e perda de peso. Na retocolite pode haver comprometimento do ânus, com presença de fissuras e sangramento.

Cetoacidose diabética

Causa dor abdominal difusa, associada a vômitos e alteração na glicemia. Ocorre em pacientes diabéticos com controle alimentar e medicamentoso inadequado.

Sinais de emergência

Os sinais e sintomas de gravidade, que indicam a necessidade de procurar um serviço de urgência imediatamente são:

  • Dor abdominal intensa
  • Vômitos
  • Fezes com sangue
  • Febre
  • Icterícia (pele ou olhos amarelados)
  • Confusão mental
  • Desmaio

Em vista de tantas possibilidades para causar uma dor abdominal e devido ao alto risco em algumas situações, sugerimos que na presença de dor abdominal com sinais e sintomas de gravidade, procure um serviço de pronto atendimento imediatamente.

No caso das dores intermitentes (que vão e vem), de longa duração, procure um médico clínico geral, médico de família ou um gastroenterologista.

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