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Apneia do sono tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, apneia do sono tem cura.

O tratamento se baseia em mudanças de hábitos de vida, uso de aparelhos intraorais, fonoaudiologia e ou cirurgia.

Mudança de hábitos de vida

Com o objetivo maior de manter as vias aéreas abertas, promovendo boa oxigenação durante todo o sono, existem algumas medidas fundamentais e mudanças de hábitos de vida, que devem ser seguidas.

  1. Manter a cabeceira elevada, pelo menos 45 graus;

  2. Se deitar em decúbito lateral, reduzindo a compressão pulmonar, principalmente pessoas com sobrepeso ou obesas;
  3. Evitar consumo de bebidas alcoólicas;
  4. Evitar medicamentos sedativos, porque relaxam muito a musculatura pulmonar, prejudicando sua ação durante o sono;
  5. Reduzir o peso, se for o caso;
Uso de aparelhos intraorais

Associado a mudança de hábitos, na maioria dos casos está indicado o uso de aparelhos intraorais, que aumentam a passagem do ar pela garganta. A opção mais utilizada é a máscara de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), em português Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas ou BIPAP, (Bilevel Positive Airway Pressure), em português Pressão Positiva de Dois Níveis nas Vias Aéreas.

A máscara fica conectada a um compressor de ar que provoca pressão positiva para forçar a passagem do ar através das vias aéreas superiores. Portanto durante toda a noite, o aparelho mantém uma pressão elevada nas vias aéreas superiores, impedindo assim a apneia.

A vantagem desse tratamento é a eficácia em quase todos os casos, contudo, têm a desvantagem de poder incomodar e terem de ser usados permanentemente.

Tratamento com fonoaudiologia

Existem casos em que pode ser indicado tratamento de fonoaudiologia para fortalecimento da musculatura que mantém a garganta aberta, como na apneia leve e casos selecionados de apneia moderada.

Cirurgia para apneia do sono

A cirurgia só será indicada em casos específicos, como remover estruturas que estejam causando obstruções, ou corrigir distúrbios anatômicos que dificultem a passagem de ar.

A escolha do procedimento cirúrgico leva em conta as alterações encontradas na pessoa, como anomalias no nariz, na faringe, no céu da boca, no crânio e na face.

Nesses casos a cirurgia resolve definitivamente o problema sem a necessidade da pessoa ter que usar permanentemente o aparelho. O procedimento cirúrgico pode ser pouco invasivo, podendo ser realizado por radiofrequência ou laser.

Fatores de risco da apneia do sono

Existem fatores bem conhecidos como fatores de risco para desenvolver a apneia do sono, entre eles podemos citar como principais:

  • Sexo masculino, os homens apresentam discreto aumento do risco de apneia;
  • Obesidade ou sobrepeso;
  • Ingesta de bebidas alcoólicas;
  • Tabagismo;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Uso de medicamentos sedativos ou relaxantes musculares;
  • Aumento de estruturas da cavidade oral, como amígdalas e língua;
  • Deformidades craniofaciais.

Antes de dormir, deve-se evitar fumar, tomar bebidas alcoólicas ou bebidas com cafeína, fazer exercícios intensos e refeições pesadas. Também é recomendado dormir sempre no mesmo horário.

O que é a apneia do sono?

A apneia do sono é um distúrbio respiratório relacionado ao sono, no qual o fluxo respiratório é interrompido durante pelo menos 10 segundos, diversas vezes, durante a noite.

A apneia do sono provoca uma alteração do padrão do sono , com despertares frequentes durante toda noite, o que impede uma qualidade minimamente adequada de sono, assim, resultando em um sono não reparador.

Veja também: Quais são as fases do sono e o que acontece em cada uma delas?.

Quais são os sintomas da apneia do sono?

O ronco está presente em pelo menos 90% das pessoas que sofrem desse distúrbio; outras queixas comuns são cansaço, sonolência durante o dia, dor de cabeça, irritabilidade, mudanças de humor, redução da libido e uma maior ocorrência de doenças cardiovasculares. Nos casos mais graves, ocorre perda da capacidade intelectual, da atenção e da memória, além de dificuldade de raciocínio.

A apneia é um problema médico grave, que oferece sérios riscos na qualidade de vida das pessoas, entretanto é facilmente identificada e seu tratamento geralmente é eficaz.

Em caso de suspeita de apneia do sono, agende uma consulta preferencialmente com otorrinolaringologista, neurologista ou pneumologista, com especialização em medicina do sono. O profissional poderá avaliar detalhadamente seu caso, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, para definir o melhor tratamento.

Leia também: Sono excessivo: o que pode ser?

Pessoa com síndrome de Ménière pode fazer exercício físico?
Dr. Ivan Ferreira
Dr. Ivan Ferreira
Médico

A pessoa com síndrome de Ménière pode fazer exercício físico desde que haja uma orientação médica sobre a escolha dos exercícios mais adequados à essa situação, pois os movimentos bruscos da cabeça podem desencadear crises de tonturas.

Na Doença de Ménière, também chamada de hidropsia endolinfática, ocorre um aumento da pressão da endolinfa nos canais semicirculares do ouvido interno, pressionando as suas estruturas e causando crises repetidas de tontura acompanhadas de zumbido, sensação de desconforto ou ouvido tapado (plenitude) e perda auditiva flutuante. Essas crises duram de 20 minutos a várias horas e podem ser acompanhadas de náuseas e vômitos.

Algumas medidas como não fumar, reduzir o consumo da cafeína e de bebidas alcoólicas, são orientadas como auxiliares na prevenção das crises. Também um acompanhamento psicológico pode ser benéfico na procura de alternativas para reduzir o estresse e tentar evitar desencadeamento das crises. O tratamento é feito normalmente com o uso de medicamentos e redução do consumo de sal. O uso de equipamentos para melhorar a audição e procedimentos cirúrgicos também podem ser necessários.

O otorrinolaringologista é o profissional que deve orientar o tratamento e a atividade física da pessoa com síndrome de Ménière.

Sintomas do câncer de boca:saiba como identificar e o que fazer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O câncer de boca pode afetar qualquer região da boca incluindo os lábios, céu da boca, gengivas, bochechas, língua (especialmente as suas bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).

Os sintomas iniciais de câncer de boca incluem:

  • Feridas em qualquer região da boca e dos lábios de difícil cicatrização que duram 15 dias ou mais,
  • Feridas que não cicatrizam e ainda sangram facilmente, ou que estão em crescimento,
  • Manchas de cor avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, bochechas ou céu da boca,
  • Caroços, nódulos ou "espessamento" nas bochechas,
  • Ínguas nos pescoço e
  • Rouquidão persistente.

Ao perceber qualquer um destes sintomas, você deve consultar um médico de família ou dentista. Não utilize nenhum medicamento para tratar as feridas sem indicação de um destes profissionais.

Quanto mais cedo for detectado e tratado o câncer bucal, maiores são as chances de cura. Por este motivo, é importante que você consulte um dentista ou médico de família, caso perceba algum destes sintomas.

Quais os sintomas câncer de boca na fase avançada?

Na medida em que as lesões (feridas, manchas, placas ou caroços) permanecem na boca sem avaliação e tratamento adequados, a doença se agrava e os sintomas da fase avançada do câncer de boca se instalam.

Os sintomas mais frequentes da fase avançada da doença são:

  • Dificuldade de falar,
  • Dor na boca que não passa,
  • Dificuldade ou dor para mastigar e/ou engolir,
  • Dificuldade ou dor para movimentar a língua e/ou a mandíbula,
  • Sensação de que há algo preso na garganta ou de entalo,
  • Inchaço na mandíbula,
  • Dentes frouxos ou moles na gengiva,
  • Dor em volta dos dentes,
  • Mudança persistente na voz,
  • Respiração ruidosa (respiração com barulho ou ruído indicam que algo está atrapalhando a passagem do ar);
  • Perda de peso.
Tenho uma ferida na boca, que devo fazer?

O principal sinal de alerta é a presença de qualquer lesão – feridas, nódulos, manchas – que não cicatriza há mais de 15 dias.

É importante que você esteja atento a este sintoma, especialmente, se você é fumante ou consome álcool frequentemente.

Nestes casos, você deve buscar um médico de família ou o dentista para avaliação da lesão.

Além da avaliação visual da lesão, estes profissionais poderão solicitar a realização de uma biópsia (exame de um fragmento da lesão) para confirmar se a lesão é benigna ou se se trata de um câncer de boca.

Perceber qualquer alteração permite que a detecção precoce do câncer de boca, o que aumentam as chances de sucesso no tratamento.

Para saber mais sobre câncer de boca, leia

Quais são os sintomas de câncer de língua?

Referência:

SBOC. Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

Fases do sono e o que acontece em cada uma delas
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As fases do sono dividem-se em 4 estágios e em cada um deles ocorre uma atividade diferente do sono. Quando ocorre algum distúrbio numa dessas fases, a qualidade do sono fica prejudicada, podendo trazer prejuízos à qualidade de vida da pessoa a curto, médio ou longo prazo.

Fase 1

A fase 1 do sono ocorre quando começamos a adormecer e ocupa cerca de 10% das horas que passamos dormindo. É a passagem do estado de vigília para o sono, quando o corpo liberta um hormônio chamado melatonina, responsável pela sensação de sonolência.

Fase 2

Na fase 2, a respiração e os batimentos cardíacos ficam mais lentos, a temperatura do corpo fica mais baixa e a musculatura relaxa. Esse estágio do sono representa aproximadamente 45% da noite e é nele que a pessoa começa a sonhar.

Fase 3

A fase do sono 3 é o estágio em que o organismo fica com o metabolismo mais lento, a respiração e os batimentos cardíacos ficam com um ritmo ainda mais baixo. Essa fase ocupa cerca de 25% do sono.

Fase 4 - REM / Sono profundo

A fase 4 é conhecida como a fase REM, sigla em inglês para Rapid Eye Movement, que em português significa "movimento rápido dos olhos". Trata-se do estágio do sono profundo, no qual permanecemos durante 20% da noite.

Na fase REM do sono, os sonhos são mais "reais" e ocorre liberação de adrenalina, com aumentos súbitos da pressão arterial e da frequência cardíaca.

Nas 3 primeiras fases do sono, os tecidos são restaurados, o corpo gasta menos energia, a massa muscular aumenta e ocorre liberação do hormônio de crescimento. Já na fase 4 (REM), as memórias e aquilo que a pessoa aprende de novo são consolidados.

Por isso, a fase do sono REM é essencial para a recuperação da mente, manutenção da memória, vigília e atenção.

Contudo, sempre que alguém está dormindo e acorda, volta automaticamente à primeira fase do sono, o que prejudica todo esse ciclo e pode interferir na qualidade de vida e da saúde do indivíduo.

O tratamento dos distúrbios do sono pode incluir a atuação de médicos neurologista, psiquiatra, pneumologista e otorrinolaringologista.

Saiba mais em:

Lavagem nasal pode ir para o pulmão?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O soro ou a água usados na lavagem nasal não vão para o pulmão, desde que a técnica seja realizada corretamente. Normalmente, o soro colocado numa narina durante a lavagem nasal sai pela outra narina ou escorre para a garganta.

As lavagens nasais são seguras e simples, podendo ser indicadas pelo médico para diferentes problemas e para pessoas de todas as idades. Elas são usadas para a limpeza de muco, catarro e crostas, assim como para diminuir a inflamação nas vias aéreas superiores.

Quando é usado um soro hipertônico ou água, podem ocorrer efeitos como:

  • Ardor ou queimação dentro do nariz;

  • Coceira.

A pessoa também pode sentir dor de ouvido ou sensação de pressão no rosto. Isso não significa que o líquido possa ter ido para o pulmão.

Se tiver alguma dúvida sobre o modo correto de fazer a lavagem nasal ou sobre o produto certo a ser usado, consulte um médico de família, um otorrinolaringologista ou um farmacêutico.

Leia mais sobre a lavagem nasal em:

Referência:

Departamentos Científicos da Sociedade de Pediatria de São Paulo Gestão 2016-2019. Recomendações - Atualização de Condutas em Pediatria. Higienização nasal na prevenção de doenças respiratórias. Departamento de Otorrinolaringologia. 2017; 80.

Tomei amoxicilina e fiquei com incomodo na garganta
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Eventualmente isso pode ocorrer, além da garganta, o estômago também pode sofrer com o uso de medicamentos. O importante é notar se não existe nenhum sinal de alergia, se houver precisa suspender o remédio.

O que é adenoide?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Adenoide é uma glândula composta por tecido linfoide localizada no fundo da garganta (fim da cavidade nasal e início da faringe).

A adenoide é muito parecida com gânglios e faz parte do sistema imunológico, protegendo o organismo contra micro-organismos invasores. Está localizada entre o nariz e a garganta, portanto, na região por onde o ar passa durante a respiração. A região da adenoide também tem ligação com os ouvidos.

Adenoide aumentada

A adenoide e as amígdalas formam um conjunto linfático que atua na proteção da boca, do nariz e da garganta.

Todas as pessoas possuem adenoide e nascem com elas. Durante a infância há um crescimento da adenoide e, a partir dos 8 anos de idade, ela começa a regredir até o seu desaparecimento na fase adulta.

No entanto, em alguns casos específicos, essa glândula apresenta um crescimento exagerado (hipertrofia) e pode causar obstrução da passagem de ar pela cavidade nasal.

Os problemas causados pela adenoide ocorrem entre os 6 e os 7 anos de idade, quando a adenoide aumenta muito de tamanho e causa infecções, como as respiratórias.

Em crianças que apresentam infecções respiratórias de repetição é comum ocorrer a inflamação da adenoide.

Quais os sintomas da adenoide?

Os sinais e sintomas da adenoide aumentada podem incluir tosse, ronco, interrupção da respiração durante o sono, dificuldade de respirar pelo nariz, mudança da voz, como se o nariz estivesse entupido, faringite, otite, sinusite, alteração do crescimento dos ossos da face e do crânio, desalinhamento da arcada dentária e problemas auditivos.

A diminuição da oxigenação durante o sono pode ainda interferir no desenvolvimento da criança, podendo causar com o tempo outros problemas, como irritabilidade, sonolência, alterações no crescimento, dificuldade de concentração, hiperatividade, além de atrapalhar os estudos.

Qual é o tratamento para adenoide?

Quando a adenoide está infectada, o tratamento mais indicado consiste do uso de medicamentos antibióticos, anti-inflamatórios ou corticoides. A medicação é recomendada quando as infecções ocorrem esporadicamente, com longos intervalos de tempo entre uma e outra.

Nos casos em que a adenoide se infecciona de forma recorrente, levando a inflamações frequentes da mesma, o tratamento medicamentoso pode não ser suficiente. A cirurgia para retirar a adenoide é o tratamento indicado nessas situações, para melhorar a respiração e acabar com os sintomas.

Cirurgia de adenoide

A cirurgia para retirar a adenoide (adenoidectomia) é indicada quando o tratamento medicamento não produz efeitos ou quando há manifestação frequente de sintomas.

O procedimento cirúrgico é muito simples, realizado com anestesia geral, durante o qual a adenoide é retirada pela boca. Durante a cirurgia de adenoide, também podem ser retiradas as amígdalas.

O tempo total de todo o processo, desde o internamento à alta, não costuma ser superior a 1 dia. A cirurgia de adenoide é indicada quando os medicamentos não produzem o resultado esperado e a pessoa apresenta otites, sinusite, dificuldade de respirar pelo nariz (sendo a respiração feita exclusivamente pela boca) e apneia (interrupções da respiração).

Uma vez retirada, a adenoide raramente volta a se desenvolver e a causar problemas. Porém, há casos em que isso pode acontecer.

O médico otorrinolaringologista é o especialista indicado para avaliar e indicar o tratamento adequado para os problemas da adenoide.

Hidroxizina serve para tosse?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

No caso de tosse alérgica, o médico pode indicar um anti-histamínico, como a hidroxizina. No entanto, a hidroxizina não costuma ser a primeira opção de tratamento para tosse, já que pode causar muita sonolência e agravar problemas cardíacos existentes. Por esses motivos, só use hidroxizina quando indicado por um médico.

A hidroxizina é normalmente indicada para aliviar coceira causada por alergias da pele.

Como a tosse é um sintoma, é importante investigar a causa do problema. Algumas causas frequentes da tosse que podem ser evitadas são:

  • Alguns medicamentos;
  • Substâncias irritantes ou que causam alergias;
  • Tabaco - não fume ou permita que fumem perto da criança.

Evitar estes fatores pode ajudar a aliviar ou até a acabar com a tosse.

Leia também:

Referências:

Dicloridrato de hidroxizina. Bula do medicamento.

Ibiapina CC, Sarinho ESC, Camargos PAM, Andrade CR, Cruz Filho AAS. Rinite alérgica: aspectos epidemiológicos, diagnósticos e terapêuticos. J Bras Pneumol. 2008; 34(4): 230-40.

CIM. Centro de Informação do Medicamento. Ficha Técnica do CIM. A Tosse. ROF. 2013; 106: 133-34.