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Síndrome do intestino irritável: sintomas, tratamento e dieta
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A síndrome do intestino irritável é uma doença caracterizada por episódios frequentes de dor e distensão abdominal, prisão de ventre e diarreia.

A causa ainda não está bem estabelecida, mas acredita-se que tenha relação com uma sensibilidade intestinal aumentada e com situações de ansiedade e estresse.

Sintomas da síndrome do intestino irritável

Os sintomas principais da síndrome são:

  • Dor e distensão abdominal
  • Prisão de ventre e diarreia (os períodos se intercalam)
  • Excesso de gases (flatulência)
  • Urgência para evacuar
  • Melhora dos sintomas após a evacuação
  • Piora dos sintomas com períodos longos de jejum

A presença de sangue nas fezes, perda de peso ou febre, não são comuns na síndrome do intestino irritável. Neste caso é preciso procurar um gastroenterologista para avaliação. Assim como a história de câncer de cólon na família.

Tratamento da síndrome do intestino irritável

O tratamento se baseia nas mudanças de hábitos de vida, remédios e psicoterapia.

1. Mudanças de hábitos de vida
  • Dieta FODMAP - a dieta mais indicada atualmente, tem o objetivo de evitar alimentos que fermentam com mais facilidade ou que sejam de difícil digestão, reduzindo assim a formação dos gases intestinais;
  • Evitar jejum e comer mais vezes durante o dia, com quantidades menores, auxiliam na digestão;
  • Evitar cigarro e bebidas alcoólicas ou gaseificadas, substâncias que precipitam as crises de dor;
  • Aumentar o consumo de água, pois ajuda a diminuir a prisão de ventre e/ou repõe o volume de líquido perdido nos casos de diarreia.

A dieta deve ser planejada, de preferência, por um profissional da área, nutricionista ou nutrólogo, de acordo com as preferências e possibilidades de cada pessoa.

2. Remédios

Os remédios são indicados para aliviar os sintomas, mas devem ser sempre indicados por um médico.

  • Probióticos - promovem equilíbrio intestinal, reduzindo a formação de gases, com isso diminui a distensão e a dor;
  • Buscopan - diminui a cólica e desconforto na barriga;
  • Laxantes - indicado nos casos de prisão de ventre, especialmente os casos que não melhoram apenas com a alimentação;
  • Loperamida - indicado nos casos de diarreia volumosa, ou com sinais de desidratação (boca seca, muita sede e pouco xixi);
  • Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina) - indicados para casos de dor associado a situações de ansiedade e/ou estresse;
  • Antibióticos - situações sugestivas de infecção, com febre, mal-estar e muco nas fezes. Nesse caso é essencial uma avaliação médica.
3. Psicoterapia

O tratamento psicoterápico tem papel fundamental no tratamento da síndrome, principalmente quando a origem tem relação com crises de ansiedade ou estresse.

Dieta FODMAP

A dieta FODMAP, da abreviação "Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides And Polyols", não restringe nenhum alimento, mas busca o equilíbrio entre os nutrientes, resultando no alívio dos sintomas.

O que evitar na alimentação:
  • Lacticínios - Leite, iogurtes, sorvete e queijos.
  • Frutose - Frutas como maçã, damasco, pera, pêssego, manga, cereja, mirtilo e melancia. Mel. Açúcar e adoçante.
  • Legumes e Vegetais - Couve, couve-flor, repolho, brócolis, alcachofra, cebola e alho.
  • Grãos, frutas secas, amendoim, grão-de-bico, feijão, lentilha e produtos a base de soja.
  • Doces - chiclete, balas, e remédios doces (xarope para tosse, por exemplo).
O que comer mais:
  • Produtos sem lactose - Leite de arroz, leite de amêndoas, iogurte sem lactose, queijo light, queijo feta e brie.
  • Frutas - banana, uvas, kiwi, limão, laranja, morango.
  • Legumes - Brotos de bambu, broto de feijão, cenoura, batata cebolinha, pepino, berinjela, gengibre, alface, azeitonas e nabo.
  • Proteína - Carne, carne de porco, frango, peixe, ovos e tofu.
  • Sementes (com cautela - limite de 10 a 15 cada por dia): amêndoas, macadâmia, amendoins, pinhões e nozes.
  • Grãos- Aveia, farelo de aveia, farelo de arroz, massas sem glúten, como arroz, milho, quinoa, arroz branco, farinha de milho e quinoa.

Para maiores esclarecimentos e melhor avaliação, procure o médico de família ou o gastroenterologista.

Referências:

SBMDN - Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia.

Mousavi T. et cols.; An update on efficacy and safety considerations for the latest drugs used to treat irritable bowel syndrome. Expert Opin Drug Metab Toxicol. 2020 May 8.

Harvard Heatlh Publishing. Try a FODMAPs diet to manage irritable bowel syndrome. Updated: September 17, 2019.

Como funciona a Dieta Cetogênica? Quais seus benefícios e riscos?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A Dieta Cetogênica se caracteriza pelo consumo elevado de gorduras (75%), ingesta moderada de proteínas (15%) e uma concentração bem reduzida de carboidratos (5%).

Esta dieta é conhecida por promover rapidamente a perda de peso. No entanto, não é indicada como forma saudável de perder peso, pois apresenta riscos a saúde, já que apresenta um desbalanço importante de nutrientes, além disso, não contribui com a redução do peso a longo prazo.

Como funciona a Dieta Cetogênica?

A alimentação restrita em carboidratos, base da dieta cetogênica, provoca a metabolização pelo fígado da gordura estocada no corpo ou que ingerimos na alimentação. Deste modo, o fígado produz corpos cetônicos e o estado de cetose, que provoca a utilização da gordura como fonte de energia promovendo o emagrecimento.

O que posso comer na Dieta Cetogênica?

Os alimentos que compõem a dieta cetogênica fazem parte de dois grupos principais de macronutrientes: as gorduras e as proteínas. É possível incluir nesta dieta: carnes vermelhas, frango, carne suína, peixes, ovos, embutidos como presunto e peito de peru, queijos, requeijão, manteiga, azeite de oliva, oleaginosas como castanhas e nozes, verduras verdes escuras como couve, espinafre e brócolis.

O que não posso comer na Dieta Cetogênica?

São proibidos na dieta cetogênica os carboidratos simples, de fácil absorção. Pertencem a este grupo: açúcar, arroz branco, pães brancos e massas.

Benefícios da Dieta Cetogênica

O único benefício desta dieta é o emagrecimento rápido pela restrição severa de ingestão de carboidratos.

O ideal é buscar um/a nutricionista para uma orientação voltada à reeducação alimentar. Deste modo, é possível manter o peso alcançado com a dieta ou emagrecer mais de forma saudável.

Riscos da Dieta CetogênicaAumento dos níveis de colesterol

A dieta cetogênica favorece o aumento dos níveis de colesterol pelo estímulo à ingesta elevada de gorduras. O aumento do colesterol ruim também amplia os riscos de obstrução das artérias e de doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral.

Altera o humor

A dieta cetogênica, por ser muito restritiva em relação ao consumo de carboidratos, pode provocar mau humor. Isto ocorre porque o triptofano, essencial para a síntese de serotonina (hormônio da felicidade), precisa de carboidratos para chegar ao cérebro.

Aumenta o risco de câncer

O consumo livre de embutidos como peito de peru, salame e salsicha estimulados pela dieta cetogênica eleva o risco de câncer, especialmente no sistema digestivo.

A ingestão destes alimentos também pode alterar a pressão arterial uma vez que são ricos em sódio.

Provoca Hipoglicemia

A redução radical de carboidratos na alimentação pode levar à redução do nível de açúcar (glicose) no sangue. Este quadro pode desencadear desmaios e pode ser potencialmente maléfico para portadores de diabetes mellitus.

Além destas alterações o baixo consumo de carboidratos pode causar dores de cabeça, fadiga, perda de massa muscular e dificuldade de concentração para o desenvolvimento das atividades diárias.

Orientações sobre a dieta cetogênica

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a nossa alimentação seja composta de 55 a 75% de carboidratos, 10 a 15% de proteínas e 15 a 30% de gorduras.

A dieta cetogênica não vai de encontro a esta recomendação da OMS e pode acarretar problemas de saúde.

Predominam entre os nutricionistas e nutrólogos a ideia de não orientar que as pessoas sigam a dieta cetogênica. Uma alimentação balanceada e saudável, prescrita por um profissional, associada à prática de atividade física é ainda o método mais seguro para quem deseja perder peso.

A única indicação para a dieta cetogênica é para as crianças que apresentam crises convulsivas. Ainda assim a dieta deve ser feita com acompanhamento médico rigoroso.

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O que fazer para emagrecer?

Como deve ser a dieta para baixar o colesterol?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dieta para baixar o colesterol alto deve incluir alimentos ricos em gorduras “saudáveis” e fibras. Alimentos com alto teor de gordura animal devem ser evitados, bem como alimentos processados e fritos, pois são ricos em gorduras saturadas e trans.

Essas gorduras (animal, saturada e trans) são as principais responsáveis pelo aumento dos níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue, podendo ainda diminuir os valores do colesterol bom (HDL). Lembrando que a dieta para baixar o colesterol tem como objetivos aumentar o colesterol bom e baixar o colesterol ruim.

Como baixar o colesterol através da alimentação?Escolha gorduras saudáveis

A gordura saturada é uma gordura prejudicial porque aumenta o nível de colesterol ruim (LDL). Pode ser encontrada em algumas carnes, laticínios, chocolate, alimentos processados e fritos.

A gordura trans é outra gordura prejudicial. Pode aumentar o colesterol ruim e diminuir o colesterol bom. A gordura trans é encontrada principalmente em alimentos feitos com gorduras e óleos hidrogenados, como margarina, bolachas e salgadinhos.

Por isso, recomenda-se substituir essas gorduras nocivas por gorduras mais saudáveis, presentes em alimentos como carnes magras, nozes, azeite e óleos de canola e açafrão.

Dependendo das calorias consumidas por dia, as quantidades máximas de gorduras que devem estar presentes na dieta são:

Calorias diárias Gordura total Gordura saturada
1.500 42-58 g 10 g
2.000 56-78 g 13 g
2.500 69-97 g 17 g
Diminua o consumo de alimentos com colesterol

O colesterol é encontrado em alimentos de origem animal, como fígado, miúdos, gemas de ovos, camarão e laticínios. Para baixar o colesterol, recomenda-se consumir menos de 200 mg de colesterol por dia.

Aumente o consumo de fibras

Os alimentos ricos em fibras ajudam a diminuir a absorção de gorduras pelo intestino. Esses alimentos incluem:

  • Cereais integrais (aveia e farelo de aveia);
  • Frutas (maçã, banana, laranja, pera, ameixa);
  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha);
Coma muitas frutas e legumes

Uma dieta rica em frutas e legumes pode aumentar a quantidade de substâncias importantes para baixar o colesterol. Essas substâncias, chamadas estanóis ou esteróis vegetais, funcionam como fibras.

Coma peixes ricos em ômega-3

O ômega-3 é um tipo de gordura, porém, “saudável”. Embora não reduza o nível de colesterol ruim (LDL), podem ajudar a aumentar o nível de colesterol bom (HDL). Salmão, atum, sardinha e cavala são boas fontes de ômega-3. Para ajudar a baixar o colesterol, recomenda-se comer esses peixes duas vezes por semana.

Reduza o consumo de álcool

O álcool adiciona calorias à dieta, o que pode causar ganho de peso. Estar acima do peso pode aumentar o colesterol ruim e diminuir o colesterol bom.

Para maiores informações sobre como seguir uma dieta para baixar o colesterol, consulte um médico clínico geral, médico de família ou nutricionista.

Dieta Dukan: como funciona e quais são os seus riscos?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dieta Dukan consiste no aumento do consumo de proteínas e redução da ingestão de gorduras. Caracteriza-se por ser uma dieta hiperproteica que propõe um emagrecimento rápido, mas que não assegura uma boa condição de saúde e nem a manutenção do peso alcançado. Pode ainda causar importantes desequilíbrios nutricionais.

É também conhecida como Dieta Francesa ou Dieta Prototal e foi criada pelo nutricionista Pierre Dukan.

Dieta Dukan: caracterizada pelo consumo de grandes quantidades de proteínas. Como funciona a dieta Dukan?

A dieta Dukan é composta de 4 fases distintas e a duração de cada uma destas etapas depende da quantidade de peso que se deseja emagrecer.

Fase 1: Ataque

Esta é a fase de maior restrição da dieta e apenas são permitidos alimentos proteicos. Podem ser ingeridos: carnes vermelhas magras, peito de frango ou peru, fígado, rins, frutos do mar, ovos, leite, iogurtes e queijos. Esta etapa dura de 2 a 7 dias.

Fase 2: Cruzeiro

Na fase de cruzeiro são inseridos na dieta alguns legumes e verduras em dias alternados. Isto significa que é possível alternar os dias de consumo de proteínas, legumes e vegetais permitidos com dias de consumo restrito de proteínas. Nesta etapa deve-se beber 1,5 litros de água por dia, no mínimo. São permitidos: alface, acelga, espinafre, repolho, aipo, palmito, abobrinha, tomate, rabanete, pepino, berinjela, cogumelo escarola e alho-poró. Esta fase deve durar até que o peso alcançado seja atingido.

Fase 3: Consolidação

O objetivo desta fase é evitar o ganho de peso que ocorre quando se perde peso de forma muito acelerada. Este efeito é bastante comum.Esta etapa dura 10 dias para cada quilo de peso perdido na fase de ataque e de cruzeiro. São incluídos na alimentação: uma porção de pão integral, uma de frutas e uma de queijo. São também permitidas duas porções de cereais por semana.

Fase 4: Estabilização Permanente

Nesta fase recomenda-se seguir 3 regras: fazer a fase de ataque uma vez por semana, consumir 3 colheres de aveia por dia e manter a prática regular de atividade física. O objetivo é manter o peso alcançado, conforme o desejado, e deve durar por toda vida.

Quais são os riscos da dieta Dukan?
  • Por causa da ausência de carboidratos na dieta Dukan, o organismo busca energia por meio da quebra de gordura. Isto favorece a liberação de corpos cetônicos que, em grandes concentrações são prejudiciais ao organismo;
  • Na mesma medida em que a gordura é quebrada, provocando o emagrecimento rápido, o organismo também fica mais ácido. A acidez excessiva, especialmente em diabéticos e obesos, pode levar a sérias complicações, inclusive a morte;
  • Pode provocar o estado de acidose: náuseas, dor de cabeça, tontura e desidratação. Este quadro pode levar à morte e é uma tentativa de o organismo restabelecer o seu pH;
  • Por ser uma dieta muito restritiva, pode desencadear deficiência de vitaminas, minerais e desequilíbrio hormonal;
  • Por ser hiperproteica, a dieta Dukan pode provocar desconforto gástrico. Isto acontece porque as proteínas são de metabolização lenta e complexa, o que promove demora no esvaziamento gástrico e causa desconforto;
  • O consumo elevado de alimentos de origem animal (carnes e laticínios) provoca elevação do colesterol ruim (LDL) que favorece a obstrução dos vasos sanguíneos e aumenta o risco para as doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral;
  • Há risco de insuficiência renal, pelo excesso de proteínas na rotina alimentar quando o uso desta dieta é feito por longos períodos de tempo;
  • Estudos mostram que com a dieta Dukan as pessoas conseguem perder peso, mas não conseguem mantê-lo e voltam a engordar. Isto se deve ao fato de que esta dieta não promove uma reeducação alimentar;
  • Efeito sanfona: podem ocorrer grandes oscilações de peso que são maléficas para o corpo. Não é saudável nem perder e nem ganhar peso rapidamente, pois esta variação propicia a produção de radicais livres que causam lesão celular.

Para perder peso é importante se alimentar continuamente de forma saudável e manter a prática de atividade física. O nutricionista é o profissional mais indicado para orientar o seu plano alimentar.

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