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Posso engravidar na troca do anticoncepcional?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Se a troca de anticoncepcional for realizada de maneira adequada não há risco. Caso você comece a tomar o anticoncepcional novo no mesmo dia que iniciaria o anterior, não há chance de gravidez. Já está protegida logo na primeira cartela do novo anticoncepcional. Mesmo que comece a tomar o novo anticoncepcional um dia antes, não tem problemas.

Porém, se começar com atrasos para iniciar o novo anticoncepcional, as chances de engravidar aumentam Quanto maior o atraso, mais desprotegida você fica. Por isso, o mais indicado é usar preservativos durante a primeira cartela do novo anticoncepcional, e só confiar no anticoncepcional a partir da segunda cartela.

O ideal quando possível é consultar um profissional de saúde para esclarecer as dúvidas e orientar sobre a escolha do novo anticoncepcional e a realização da troca.

Lembrando que ao iniciar um anticoncepcional oral pela primeira vez a primeira pílula anticoncepcional deve ser tomada no 1º dia da menstruação. Se for uma cartela de 21 comprimidos, a mulher deve fazer uma pausa de 7 dias e retomar a seguir. Se a cartela for de 24 pílulas, a pausa é de 4 dias. 

Durante essa pausa entre uma cartela e outra não há risco de engravidar, mesmo que a mulher troque de anticoncepcional.

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Dúvidas sobre Anticoncepcional

Grávida pode tomar dipirona?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Grávida pode tomar dipirona entre o e o 6º mês de gravidez, sendo contraindicada no primeiro e último trimestre.

Os riscos e benefícios do uso da dipirona depende da dose, da idade gestacional e da duração do tratamento.

O uso da dipirona no primeiro trimestre de gestação pode causar malformação fetal. A partir da 30ª semana de gravidez (final do 7º mês), a dipirona pode provocar o fechamento prematuro do ducto arterial, além de prejudicar a coagulação do sangue na mãe e no feto.

Sabe-se que a dipirona atravessa a barreira placentária. Entretanto, faltam evidências suficientes de que o uso de dipirona seja seguro durante a gravidez. Por isso, o medicamento deve ser evitado no primeiro trimestre de gestação, uma fase muito importante no desenvolvimento embrionário.

Mesmo depois dos primeiros 3 meses de gravidez, o uso de dipirona no segundo trimestre de gestação só deve ser feito após uma avaliação médica cuidadosa dos riscos e benefícios em tomar a medicação.

No último trimestre de gravidez, a dipirona pode causar um fechamento precoce do ducto arterial e causar complicações no momento ou depois do parto devido a alterações na coagulação do sangue da mãe e do recém-nascido.

A dipirona é considerada um medicamento com categoria de risco na gravidez D. Isso significa que a dipirona pode causar danos ao feto, mas os benefícios do uso do medicamento para a grávida podem superar os possíveis riscos ao bebê. Alguns exemplos dessas situações são os casos de doenças graves ou que trazem risco de morte e para as quais não existem outros medicamentos seguros.

Além disso, a dipirona pode causar uma diminuição do número de glóbulos brancos (células de defesa) no sangue, o que aumenta a predisposição da gestante desenvolver infecções.

Durante a amamentação, a mulher não deve dar de mamar ao bebê nas 48 horas seguintes à toma de dipirona, já que os metabólitos da dipirona são eliminados no leite materno.

Antes de tomar qualquer medicamento durante a gravidez, a mulher deve consultar o médico de família ou ginecologista que irá indicar o momento exato para tomar a dipirona.

Posso transar com camisinha fazendo o uso do creme vaginal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Não. Enquanto estiver em tratamento para infecções vaginais deve-se evitar ter relações sexuais. Não está indicado ter relações sexuais enquanto estiver em uso de creme ou pomada vaginal, mesmo que use preservativo durante a relação, porque pode-se perder a eficácia do creme ou pomada vaginal.

Esta recomendação se deve a diferentes motivos. Uma das razões é de que o ato sexual pode fazer com o que o creme ou pomada saia da vagina e não consiga atuar adequadamente no ambiente vaginal, perdendo eficácia.

Da mesma forma, a mudança das secreções ou pequenas escoriações que podem ocorrer durante a relação também podem prejudicar a ação local desse medicamento.

Além disso, o motivo que leva as mulheres a fazerem uso de cremes ou pomadas vaginais é a presença de vulvovaginites como candidíase, vaginose ou tricomoníase. Essas infecções podem provocar um estado inflamatório da vulva e da vagina ocasionando intenso desconforto durante o sexo.

No caso da candidíase, por exemplo, o prurido e o ardor da própria infecção fúngica pode mesmo tornar a relação impraticável.

Pomadas e cremes que incluem essa indicação

Alguns exemplos de cremes ou pomadas vaginais comumente prescritos que devem obedecer essa recomendação são: Nistatina, Miconazol, Clotrimazol (Gino-Canestem) indicados para o tratamento da candidíase, e Metronidazol, indicado para vaginose bacteriana ou tricomoníase.

No caso do uso de óvulos vaginais, como o Clotrimazol óvulo ou aqueles a base de Policresuleno (Albocresil óvulo), também é recomendado evitar relações sexuais durante o período de tratamento.

Caso deseje ter relação sexual, como proceder?

Caso ainda assim a mulher deseje ter relação sexual é recomendado que ela aplique o creme, pomada ou óvulo vaginal após a relação, antes de dormir, assim se reduz a chance da saída do medicamento por conta do ato sexual.

Quantos dias dura o tratamento?

Geralmente o tratamento das vulvovaginites com cremes ou pomadas vaginais não é tão extenso e pode variar de 3 a 10 dias, por isso, não costuma haver muito dificuldade em abster-se de relações nesse período.

Quando é possível voltar a ter relações sexuais?

Logo após o término do tratamento já é possível voltar a relação sexual, ou seja, no dia a seguir após a última aplicação do medicamento já se pode ter relação. Converse com o seu médico para saber quantos dias irá durar o tratamento.

Para mulheres que não desejam fazer uso de cremes ou pomadas vaginais é possível tentar o tratamento através de medicação via oral.

Para mais esclarecimentos consulte o seu médico de família ou ginecologista.

Também pode lhe interessar:

FEBRASGO - Manual de Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia. 2010.

Fiquei um mês sem o anticoncepcional posso engravidar?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Sim. Se você ficou um mês sem tomar o seu anticoncepcional, tem chance de você engravidar sim. No seu caso, pode ser que o efeito das injeções, usadas por muito tempo, pode então demorar mais a voltar sua ovulação. O que dificulta engravidar nos primeiros meses.

Porém é sempre importante lembrar que assim que terminou o efeito da injeção (dia de tomar a próxima) e não tomou, corre sim o risco de engravidar já no primeiro mês.

É normal uma mulher ficar menstruada 10 dias?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não, não é normal uma mulher ficar menstruada 10 dias. O tempo de duração médio da menstruação varia entre 2 e 7 dias. Quando a menstruação dura mais de 8 dias, o sangramento menstrual é considerado prolongado e precisa ser investigado.

A menstruação prolongada recorrente pode ter como causas distúrbios de coagulação, alterações anatômicas ou hormonais.

O sangramento menstrual prolongado é comum em mulheres com mais de 40 anos devido à aproximação da menopausa. Elas podem apresentar também períodos de ciclos sem ovulação, sangramento exagerado ou ficar meses sem menstruar.

É importante que a mulher observe:

  • O tempo entre uma menstruação e outra
  • A duração
  • A quantidade do fluxo menstrual
  • A presença de coágulos

São informações importantes para o diagnóstico médico.

Além disso, ela deve verificar a cor do sangue, que, em geral, é vermelho vivo nos primeiros dias de menstruação e fica amarronzado nos últimos dias.

Quanto tempo dura o ciclo menstrual?

O ciclo menstrual normal tem um tempo de duração médio que varia entre 28 e 35 dias. Porém, há mulheres que apresentam ciclos menstruais mais curtos ou mais longos, com períodos de duração inferiores ou superiores.

Quando os ciclos menstruais são mais curtos, é normal que a mulher fique apenas 2 ou 3 dias menstruada. Já nos ciclos maiores, pode haver até 7 dias de menstruação.

Normalmente, as primeiras menstruações tendem a ser mais longas, com períodos de sangramento e ciclos maiores. Com o passar dos anos, os sangramentos tornam-se menos abundantes e os ciclos vão ficando mais curtos.

Quando começa o ciclo menstrual?

O ciclo menstrual começa no 1.º dia de menstruação e termina no dia que antecede a menstruação seguinte. Portanto, os dias em que a mulher está menstruada contam como dias do ciclo.

O tempo de intervalo entre as menstruações pode ser de 24 a 35 dias, dependendo do organismo da mulher, de quantos dias ficou menstruada e também da sua idade.

A ovulação ocorre cerca de 14 dias após o início da menstruação para quem tem ciclo regular (28 dias). Ela é induzida por determinados hormônios que fazem com que o ovário produza e libere o óvulo. Esse é o período fértil da mulher.

Quando o óvulo é liberado e não ocorre fecundação, o útero, que estava preparado para receber o embrião, descama. A menstruação é formada por essa descamação do útero, que dura, em média, 3 dias.

Assim uma menstruação prolongada, que dura mais de 8 dias, deve ser avaliada, preferencialmente pelo/a médico/a ginecologista ou pelo/a médico/a de família.

Saiba mais em:

Com a menstruação saíram pedaços que parecem o fígado. O que pode ser?

É normal a gente ficar menstruada mais de 8 dias?

Menstruação na gravidez é possível?

Como contar o ciclo menstrual?

Como saber qual meu período fértil?

É normal ter coágulos na menstruação?

Tem algum remédio para mau cheiro na vagina?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Deve procurar um ginecologista para verificar se existe uma infecção que cause esse mau cheiro e para fazer o tratamento. Não é esperado que a vagina apresente um mau cheiro, portanto não há um remédio ou pomada vaginal específicos para isso.

O odor vaginal normal pode incomodar algumas mulheres, no entanto, se a mulher não apresenta nenhuma doença vulvovaginal apenas alguns cuidados com a higiene local são necessários para manter um ambiente vaginal saudável e assim evitar o mau cheiro. Os principais cuidados são:

  • Não utilizar sabonetes e cremes vulvovaginais que não respeitem o pH vaginal;
  • Não utilizar sabonetes perfumados ou com substâncias irritativas;
  • Lavar a região de mucosas interna da vulva apenas com água;
  • Usar sabonete apenas na região externa da vulva, ou seja onde há pele;
  • Evitar a realização de duchas vaginais;
  • Evitar o uso de calcinhas e calças de tecidos sintéticos;
  • Minimizar o uso de cosméticos na zona íntima.
O que pode causar mau cheiro na vagina?

Algumas infecções vaginais como a vaginose bacteriana podem causar mau cheiro, nesse caso existe tratamento com medicação específica que serve para tratar essa doença e consequentemente acabar com o mau odor.

A vaginose bacteriana é uma vulvovaginite causada por uma mudança na composição da flora vaginal, em que passa a haver o predomínio de bactérias anaeróbias nocivas como a Gardnerella Vaginalis, nessa situação pode haver a presença de um corrimento esbranquiçado de odor fétido, em alguns casos semelhante a peixe podre.

O tratamento da vaginose é feito com antibiótico tomado por via oral, como o metronidazol, ou pomada vaginal a base de clindamicina.

O uso excessivo de produtos cosméticos na região da vulva e da vagina, como sabonetes, cremes e desodorantes também podem alterar a flora bacteriana local normal e provocar alteração do odor natural da zona intima, portanto, é importante seguir as recomendação descritas.

Caso tenha mais dúvidas ou apresente outros sintomas além do mau cheiro como corrimento ou sangramento anormal procure um médico de família ou ginecologista para uma avaliação.

Conheça mais sobre o assunto no artigo:

É normal ter corrimento amarelo com mau cheiro?

Sangramento acompanhado com mau cheiro terrível

Após a menstruação meus seios continuam muito doloridos...
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Seios doloridos e inchados é realmente comum antes da menstruação (o que incomoda as mulheres) e tende a passar assim que a menstruação desce. Quando não passa, pode significar um distúrbio hormonal.

Para saber se é decorrente da menopausa, é preciso passar por uma avaliação médica e coletar exames de sangue que identificam as taxas hormonais. Dependendo do exame físico, também pode ser indicado realizar uma ultrassonografia dos seios, ou mamografia.

Provavelmente o que tem é uma alteração hormonal, que na maioria das vezes tende a melhorar em poucos dias, espontaneamente. Importante lembrar de manter os exames de prevenção atualizados, especialmente o preventivo e a mamografia.

Causas de mamas doloridas após a menstruação
  • Flutuação hormonal - sem dúvida é a causa mais comum de mamas doloridas, mesmo fora do período menstrual

  • Idade - mulheres mais idosas têm maior predisposição a dores nas mamas

  • Mamas volumosas - pelo peso exercido no tórax e musculatura, mulheres com mamas grandes tem dor nos seios com frequência

  • Sedentarismo ou Exercícios exagerados - tanto a falta de atividade física, que enfraquece a musculatura, como atividade física exagerada, podem causar dor nos seios

  • Etnia - estudos mostram ainda relação com a etnia. Mulheres asiáticas tem muito menos queixa de dor nas mamas, em relação as demais etnias.

  • Fibroadenoma - tumor benigno comum entre as mulheres, que pode ou não causar dor na mama. Mas nesse caso, a dor é localizada na região onde palpa o nódulo e não tem mais sintomas.

  • Câncer de mama - o câncer raramente causa dor nas mamas. Os sintomas quando aparecem são de nódulo palpável, mudanças na cor da pele e mudanças no aspecto da pele, que fica mais áspero, parecido à casca de laranja.

Sempre que palpar um nódulo na mama, mesmo que sem mais sintomas, é preciso procurar um ginecologista para avaliação e tratamento.

De qualquer forma, se a dor nas mamas após a menstruação for intensa ou se tornar frequente, mais recomendado é que procure um ginecologista para avaliação.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Seios inchados cinco dias após a menstruação. O que pode ser?

Com quantos dias aparecem os primeiros sintomas de gravidez?

Referências:

Mehra Golshan and cols. Breast pain. UpToDate: May 26, 2020.

Bactérias na urina são sinal de infecção urinária?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a presença de bactérias na urina é o principal sinal de uma infecção urinária, principalmente se o resultado do exame indicar também presença de leucócitos e nitrito. Pessoas saudáveis e sem sintomas de doenças normalmente não apresentam bactérias na urina.

Em algumas situações pode aparecer bactérias na urina em pequena quantidade, sem outras alterações. Nesses casos, pode ser que a amostra de urina foi contaminada e o exame precisa ser repetido.

Também há casos em que a pessoa pode ter bactérias na urina e não apresentar sintomas de infecção urinária. É a chamada bacteriúria assintomática, mais comum em pessoas idosas, com diabetes ou que utilizam sonda vesical.

A infecção urinária geralmente é causada pela bactéria E. coli, proveniente do intestino. Quando há infecção, é comum encontrar também leucócitos e nitrito na urina.

Os leucócitos são glóbulos brancos, ou seja, são as células de defesa do organismo. A presença deles na urina, normalmente, indica alguma inflamação nas vias urinárias, geralmente infecção urinária.

A associação entre nitrito e infecção urinária deve-se ao fato das bactérias converterem o nitrato, um metabólito abundante na urina, em nitrito.

Além de bactérias na urina, uma pessoa com infecção urinária também poderá apresentar os seguintes sintomas:

  • Aumento da frequência urinária;
  • Dor ou ardência durante a micção;
  • Vontade urgente de urinar;
  • Dor lombar;
  • Febre;
  • Corrimento amarelado na uretra.

Saiba mais em: Quais são os sintomas e causas de uma infecção urinária?

O diagnóstico da infecção urinária na maioria das vezes é clínico, ou seja, é feito apenas através da avaliação do médico sobre o relato dos sintomas e a realização do exame físico.

No entanto, em alguns casos, pode ser necessário solicitar o exame de urina tipo 1 que mostra a presença de bactérias e de uma urocultura (exame de urina tipo 2), que irá identificar a bactéria causadora da infecção e qual o melhor antibiótico para tratá-la.

É importante lembrar que cabe ao médico que solicitou o exame de urina interpretá-lo, uma vez que os resultados devem ser analisados em conjunto com a história clínica, os sintomas e o exame físico do paciente.

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Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Urologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.