Quais são os principais sintomas do diabetes tipo 2?
O diabetes tipo 2 pode causar poucos ou mesmo nenhum sintoma, principalmente durante os primeiro meses ou anos da doença.
A doença pode ser pouco sintomática por anos, fazendo com que as suas manifestações só sejam visíveis no futuro devido a complicações.
Quando ocorrem, os sintomas mais frequentes dos diabetes tipo 2 são:
1. Aumento da frequência urinária e sede intensa constante
A poliúria, que é o aumento da frequência urinária, e a polidipsia, que é o aumento da sede, são dois sintomas muito característicos e típicos do diabetes. Acontece quando há uma grave descompensação dos níveis de açúcar no sangue.
No diabetes o organismo tenta liberar grande parte da glicose que está em excesso através da urina, sendo que para isso também elimina bastante água, por isso, o diabetes aumenta a frequência e volume urinários.
Em contrapartida, o organismo passa a precisar do volume de água que foi perdido pela urina. A pessoa com diabetes passa, então, a sentir mais sede e ingerir muito mais água.
2. Perda de peso apesar de ingesta normal de alimentos
O emagrecimento também é um sintoma frequente no diabetes avançado.
A dificuldade de reconhecimento e uso da glicose circulante no sangue, faz com que a pessoa não consiga aproveitar as calorias presentes na glicose, levando ao emagrecimento e perda de peso mesmo que a pessoa esteja se alimentando normalmente.
3. Fadiga e cansaço
O conjunto de desidratação, desnutrição e todo o desbalanço metabólico que ocorre no diabetes, pode desencadear um quadro de fadiga constante, aparentemente sem explicação.
A fadiga e sensação de cansaço pode inclusive ser um dos únicos sintomas relatados pelas pessoas com diabetes.
4. Aumento da fome
O aumento da fome também pode ocorrer em pessoas que apresentam diabetes descompensado, embora seja um sintoma menos comum.
No diabetes tipo 2 avançado, o organismo passa a apresentar uma dificuldade de identificar a glicose circulante no sangue, associado a isso há também uma grande perda de glicose pela urina.
Esses dois fatores fazem com que o corpo entenda que falta glicose, desencadeando o aumento do apetite e da fome, fazendo com que a pessoa com diabetes sinta mais fome e coma excessivamente.
5. Infecções recorrentes
A diabetes causa também alterações e deficiências no sistema imunológico. Com o sistema imune enfraquecido, ocorre um aumento da predisposição a infecções.
Nos diabéticos ocorrem um aumento do risco de infecção urinária, pulmonar e principalmente da pele.
6. Coceira vaginal
Os altos índices de glicose alteram o pH e microflora bacteriana da vagina, o que predispõe a proliferação de fungos e o aparecimento de sintomas da candidíase vaginal, como coceira e ardência vulvar.
A candidíase de repetição inclusive pode ser o único sintoma de mulheres com diabetes, portanto, é preciso estar atento quando este sintoma surge.
7. Dificuldade de cicatrização
A dificuldade de cicatrização é frequentemente associada com o diabetes. Ela ocorre devido principalmente a alterações na microcirculação dos tecidos.
Os vasos sanguíneos reduzem a sua capacidade de irrigar a região da ferida, dificultando a chegada de moléculas que são essenciais para a recuperação do tecido lesionado.
Essas alterações na vascularização associados a distúrbios no sistema imune e neurológico dificultam ainda mais o complexo sistema de recuperação de uma ferida. É por isso, que pessoas com diabetes descompensado apresentam um tempo de cicatrização maior.
8. Distúrbios visuais
Os distúrbios da visão, que podem se manifestar através de visão embaçada e dificuldade de enxergar, ocorrem em casos de diabetes avançado e descompensado em que os altos níveis de glicose afetam os pequenos vasos sanguíneos presentes na retina.
A retinopatia diabética é um distúrbio visual frequente na população diabética. Em casos severos pode levar a perda total da visão.
O adequado controle dos valores de glicose no sangue previne o aparecimento da retinopatia diabética, de outras alterações nos vasos sanguíneos e de muitos dos sintomas aqui descritos. Por isso, é essencial que as pessoas diabéticas mantenham um rigoroso controle dos níveis de açúcar no sangue.
Qual o tratamento do diabetes?
O tratamento do diabetes tipo 2 é feito através de medidas farmacológicas, que incluem medicamentos, e medidas não-farmacológicas, que se referem a mudanças nos hábitos e estilo de vida.
Tratamento farmacológico
O tratamento do diabetes do tipo 2 pode incluir no início remédios, como a metformina, glicazida, glibenclamida, entre outros.
Já quando se encontra em um estado mais avançado pode ser necessário também incluir a insulina como opção terapêutica.
Tratamento não-farmacológico
O tratamento não farmacológico inclui as seguintes medidas:
- Mudanças na alimentação: redução da ingesta de carboidratos, evitar alimentos com açúcar comum e refinado, como doces e bolos. Ingesta de alimentos com fibras, como frutas, legumes e verduras.
- Prática de atividade física: deve-se praticar atividade física regular pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana.
- Perda de peso: para todas as pessoas com diabetes que apresentam sobrepeso ou obesidade está recomendada a perda de peso, que pode reduzir significativamente os índices de açúcar no sangue.
Se você apresenta sintomas sugestivos de diabetes não deixe de consultar um médico para uma avaliação.
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Referências bibliográficas
1. SILVIO E I., BEATRICE L..Clinical presentation, diagnosis, and initial evaluation of diabetes mellitus in adults. Uptodate. 2020. Acesso em 19 set 2020.
2. Diretrizes sociedade brasileira de diabetes. 2019-2020.