O primeiro sintoma da menopausa precoce é a menstruação irregular antes dos 40 anos de idade, com ciclos menstruais mais curtos ou mais longos, ou ainda ausência de menstruação. Depois, os sinais e sintomas são os mesmos da menopausa natural, podendo incluir ondas de calor, transpiração noturna, insônia, irritabilidade, alterações de humor, falta de concentração, diminuição da libido, dor durante as relações e secura vaginal. Há casos em que a mulher perde o interesse pelas coisas e pode até entrar em depressão.
A menopausa precoce, também conhecida como falência ovariana prematura, além de impedir a gravidez, pode aumentar as chances de doenças cardiovasculares, como derrame (AVC) e infarto, bem como aumentar o risco de osteoporose e envelhecimento precoce.
Essas complicações da menopausa precoce são devidas à diminuição da produção dos hormônios femininos estrógeno e progesterona, que tem ação protetora sobre os ossos e o sistema cardiovascular.
O diagnóstico da menopausa precoce é confirmado por exames de dosagem hormonal que pode ser realizada semanalmente. O ultrassom também pode ser necessário para analisar o tamanho dos ovários, que ficam menores.
Quais as possíveis complicações da menopausa precoce?
Como a falência ovariana prematura diminui os níveis de alguns hormônios, a menopausa precoce pode causar:
Ansiedade e depressão: alterações hormonais causadas por falência ovariana prematura podem contribuir para a ansiedade ou causar depressão;
Síndrome do olho seco e doença da superfície ocular: Algumas mulheres com menopausa precoce têm algum desses problemas oculares. Ambos podem causar desconforto e visão turva. Se não forem tratadas, essas condições podem causar danos permanentes nos olhos.
Doença cardíaca: níveis mais baixos de estrógeno podem afetar os músculos ao redor das artérias e aumentar o acúmulo de colesterol na parede dos vasos. Esses fatores aumentam o risco de aterosclerose (endurecimento das artérias).
Infertilidade: ocorre devido ao mau funcionamento dos ovários, que não produzem óvulos adequadamente.
Hipotireoidismo: A tireoide é uma glândula que produz hormônios que controlam o metabolismo e o nível de energia do corpo. Baixos níveis de hormônios da tireoide podem afetar o metabolismo e causar falta de energia, lentidão mental, entre outros sintomas.
Osteoporose: O hormônio estrógeno ajuda a manter ossos fortes. Sem estrogênio suficiente, mulheres com menopausa precoce tem um risco maior de desenvolver osteoporose, uma doença óssea que deixa os ossos fracos e frágeis, aumentando o risco de fraturas.
O que é a menopausa precoce?
A menopausa precoce ocorre quando os ovários da mulher param de funcionar normalmente antes dos 40 anos de idade. Como resultado, a mulher deixa de menstruar e não pode mais engravidar. Nas mulheres com falência ovariana prematura, a infertilidade e os períodos irregulares têm início antes dos 40 anos. Às vezes, podem começar mesmo na adolescência.
Quais as causas da menopausa precoce?
Cirurgia de retirada dos ovários
A remoção de ambos os ovários faz com que a menopausa ocorra imediatamente. Se a mulher tiver 50 anos ou menos, pode-se tentar deixar um ovário ou parte dele, se possível, o que pode impedir a menopausa precoce.
Quimioterapia
Alguns tipos de quimioterapia podem danificar os ovários e causar menopausa precoce. A menopausa pode ocorrer imediatamente ou meses após o tratamento.
O risco de menopausa precoce devido à quimioterapia depende do tipo e da quantidade do medicamento quimioterápico utilizado. Além disso, quanto mais jovem for a mulher, menor é a probabilidade dela ter menopausa precoce por causa da quimioterapia.
Radioterapia
Receber radioterapia na região pélvica também pode danificar os ovários. Em alguns casos, os ovários podem curar-se e começar a funcionar novamente. Porém, se a mulher receber grandes doses de radiação, o dano pode ser permanente.
Terapia hormonal
A terapia hormonal usada para tratar câncer de mama e de útero pode causar menopausa precoce.
Outras causas de menopausa precoce
- Hipotireoidismo autoimune;
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Insuficiência renal;
- Endometriose;
- Tabagismo.
Porém, cerca de 90% dos casos de menopausa precoce não tem uma causa exata conhecida. Pesquisas demonstraram que a falência ovariana prematura está relacionada a problemas nos folículos. Os folículos são pequenos sacos nos ovários, onde os óvulos crescem e amadurecem. Os problemas nos folículos ovarianos surgem quando eles param de funcionar mais cedo do que o normal ou não funcionam adequadamente.
Na maioria dos casos, a causa do problema folicular é desconhecida. No entanto, às vezes pode ser causado por:
- Doenças genéticas como a síndrome do X frágil e a síndrome de Turner;
- Pequena quantidade de folículos;
- Doenças autoimunes, incluindo tireoidite e doença de Addison;
- Quimioterapia ou radioterapia;
- Distúrbios metabólicos;
- Toxinas, como fumaça de cigarro, produtos químicos e pesticidas.
Quais os fatores de risco da menopausa precoce?
Certos fatores podem aumentar o risco de uma mulher ter menopausa precoce, tais como:
História familiar: mulheres que têm mãe ou irmã com falência ovariana prematura têm maior probabilidade de ter menopausa precoce.
Genética: algumas mudanças nos genes observadas em doenças genéticas aumentam os riscos de falência ovariana primária, como síndrome do X frágil ou síndrome de Turner.
Doenças: doenças auto-imunes e infecções virais.
Idade: Mulheres com idades entre 35 e 40 anos têm mais chances de ter menopausa precoce.
Qual é o tratamento para menopausa precoce?
Não existe um tratamento ou medicamento capaz de restaurar o funcionamento normal dos ovários. Contudo, existem tratamentos para alguns dos sintomas da menopausa precoce. Também existem maneiras de reduzir os riscos à saúde e tratar as possíveis complicações.
Terapia de reposição hormonal
Para evitar os efeitos colaterais e sintomas da baixa produção de hormônios, é indicada a reposição hormonal, desde que a mulher não apresente nenhuma contraindicação ao tratamento.
A reposição hormonal é contraindicada para pacientes sedentárias, com câncer ou que já tiveram a doença, história na família de infartos precoces ou ainda que tenham níveis elevados de colesterol e triglicerídeos.
A terapia de reposição hormonal substitui o estrogênio e outros hormônios que os ovários não estejam produzindo. A terapia com hormônios melhora a vida sexual da mulher e reduz o risco de doenças cardíacas e osteoporose.
Estrogênio vaginal
Mesmo quando a terapia hormonal é contraindicada, podem ser usadas pequenas quantidades de estrogênio dentro e ao redor da vagina para aliviar a secura. Esses hormônios são vendidos sob a forma de creme, gel, comprimido e anel.
Exercícios e dieta adequada
Quando a terapia de reposição hormonal é contraindicada, o tratamento da menopausa precoce deve ser feito através da prática de atividade física (caminhar, pedalar, exercícios de fortalecimento muscular), alimentação balanceada e ingestão de alimentos ricos em cálcio para diminuir os riscos de osteoporose.
Antidepressivos
No caso da mulher não poder tomar hormônios, poderão ser prescritos outros tipos de medicamentos para aliviar as ondas de calor, como alguns antidepressivos. Devido aos seus efeitos químicos, eles são eficazes contra as ondas de calor, mesmo se a paciente não tiver depressão.
Lubrificantes ou umectantes
Esses produtos podem ajudar a tornar as relações mais confortáveis em caso de secura vaginal. Os lubrificantes indicados são aqueles à base de água.
Fertilização in vitro
Mulheres com falência ovariana prematura que desejam engravidar podem considerar a fertilização in vitro.
Atividade física regular e manutenção do peso corporal
Exercitar-se regularmente e controlar o peso pode reduzir o risco de osteoporose e doenças cardiovasculares como derrame cerebral e infarto. Além disso, os exercícios regulares podem ajudar com as mudanças de humor, as insônias e as ondas de calor suaves.
Tratamentos de doenças relacionadas
Se houver uma condição ou doenças relacionadas à falência ovariana prematura, é importante tratá-las adequadamente. O tratamento podem incluir medicamentos e hormônios.
É fundamental que a paciente realize o tratamento da menopausa precoce para prevenir todas as possíveis complicações, inclusive a secura vaginal, causada pela falta de estrogênio e progesterona.
Por isso, mulheres com idade inferior a 40 anos e que ficam mais de 4 meses ser ter período menstrual podem estar com os primeiros sintomas da menopausa precoce e devem procurar um médico ginecologista.
Saiba mais em: Posso estar entrando na menopausa?