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Má digestão, dispepsia ou indigestão: quais os sintomas e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Má digestão, dispepsia ou indigestão é um desconforto na parte superior do abdômen, ou na barriga.

Tem como principal sintoma a sensação de “estômago cheio” imediatamente depois de comer. Outros sintomas que geralmente estão associados são o enjoo, azia e falta de apetite.

Para evitar a má digestão é importante comer devagar mastigando bem os alimentos, evitar alimentos gordurosos e frituras e ingerir pouco ou nenhum líquido durante as refeições.

Quais os sintomas da má digestão?

Os sintomas da má digestão, dispepsia ou indigestão incluem:

  • Sensação de estômago cheio imediatamente após as refeições, mesmo se você comeu pouco,
  • Arrotos (eructações) frequentes,
  • Azia (sensação de queimação no estômago),
  • Enjoos,
  • Vômitos,
  • Dores no estômago ou região abdominal,
  • Sonolência e cansaço após as refeições,
  • Gases e flatulência,
  • Prisão de ventre ou diarreia.
O que fazer em caso de má digestão?

Modificações nos hábitos alimentares e o uso de antiácidos ajudam a aliviar os sintomas de má digestão. Dentre as medidas indicadas estão:

1. Alimente-se de forma saudável

Prefira alimentos leves, ricos em fibras e de fácil digestão e que não irritem o estômago como: sucos de fruta, água de coco, gelatina, cereais integrais, pão sem recheio, bolachas do tipo água e sal e chás.

Evite beber líquidos durante as refeições, especialmente as bebidas com gás como os refrigerantes.

É importante também evitar os alimentos embutidos, alimentos industrializados e com alto teor de gordura como leite, manteiga e carnes vermelhas. São produtos que contém grande quantidade de gorduras, irritando a mucosa do estômago e do intestino.

2. Reserve tempo suficiente para as refeições

Procure fazer as suas refeições com calma e tempo suficiente para comer devagar. Mastigar bem os alimentos, pois a nossa digestão começa na boca, quando trituramos os alimentos.

Comer muito rápido e sem mastigar direito os alimentos faz com que eles cheguem ao estômago quase inteiros, o que dificulta a digestão e pode desencadear os sintomas de má indigestão.

Evite discussões durante as refeições. Elas podem alterar seu estado emocional comprometendo a mastigação e a digestão dos alimentos.

3. Evite exercita-se logo após as refeições

Deixe para realizar atividade física pelo menos de duas a três horas após as refeições. Nas primeiras horas após alimentar-se, o seu corpo todo se prepara para digerir os alimentos e absorver nutrientes. A atividade física neste momento desvia o fluxo de sangue e para outras regiões, como musculatura e órgãos em atividade, o que pode levar à má-digestão.

4. Remédios para indigestão

O uso de medicamentos antiácidos como ranitidina e omeprazol tem a função de aliviar os sintomas da dispepsia. O médico também pode prescrever esses medicamentos em doses mais altas ou por períodos mais longos, se for necessário

Evite usar medicamentos com ácido acetilsalicílico (aspirina) e anti-inflamatórios. Se precisar tomá-los, deve-se fazer com o estômago cheio e sob recomendação médica.

Se a causa da má digestão está relacionada com o estresse, busque relaxar, descansar mais, ou praticar meditação, para aliviar os sintomas da má digestão.

Quais as causas de má digestão?

As causas mais comuns de dispepsia incluem:

  • Consumo exagerado de bebidas com cafeína;
  • Consumo de álcool em excesso;
  • Comer alimentos condimentados ou gordurosos;
  • Comer muito, ou rápido demais;
  • Comer alimentos ricos em fibras;
  • Fumar ou mascar tabaco;
  • Estresse, nervosismo ou ansiedade.

Entretanto, alguns distúrbios gástricos e o uso de alguns medicamentos também podem causar a má-digestão. Estes distúrbios incluem:

  • Cálculos biliares;
  • Gastrite;
  • Inflamação do pâncreas (pancreatite);
  • Úlceras intestinais ou gástricas;
  • Uso de certos medicamentos como antibióticos, aspirina e anti-inflamatórios não esteroides (AINE's), como ibuprofeno ou naproxeno.

Na maioria dos casos, a indigestão não é sinal de algum problema de saúde grave, a menos que ocorra junto com outros sintomas, tais como sangramento, dificuldade para engolir e perda de peso.

Quando procurar um médico em caso de má digestão?

Se os sintomas de má digestão desaparecem quando você realiza mudanças na alimentação ou antiácidos, é sinal de que a sua saúde não corre riscos. Entretanto, procure ajuda médica se:

  • Os sintomas da indigestão permanecerem por mais de uma semana;
  • Ocorrer perda de peso inexplicável;
  • Sentir súbita e intensa dor abdominal;
  • Tiver dificuldade em engolir;
  • Estiver com a pele e os olhos amarelados (icterícia);
  • Vomitar sangue ou houver sangue nas fezes;
  • Os sintomas vierem acompanhados de fezes escuras;
  • Apresentar dor no peito que irradia para as costas, dor na mandíbula, transpiração abundante, ansiedade ou um sentimento de morte iminente: esses são sintomas de um possível ataque cardíaco. Neste caso, acione 192 (SAMU) ou 193 (Corpo de Bombeiros) ou procure imediatamente uma emergência hospitalar.

Se você perceber estes sinais, procure um médico de família, clínico geral ou gastroenterologista. Não utilize medicações sem orientação médica.

Referência:

Federação Brasileira de Gastroenterologia

Falta de ar pode indicar alguma doença grave?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, falta de ar pode indicar uma doença grave, como o infarto, uma arritmia cardíaca, doenças pulmonares, embolia, entre outras. Situações que precisam ser avaliadas e tratadas imediatamente.

Pode indicar também situações menos graves, mas que da mesma forma, precisam ser avaliadas e tratadas o quanto antes, para evitar que evoluam com piora, como é o caso da crise de asma, pneumonia, agravamento de enfisema pulmonar e hipertensão pulmonar.

Contudo, por ser um sintoma inespecífico, pode ser encontrado em situações que não oferecem riscos, podendo ser avaliadas pelo médico da família ou clínico geral, durante uma consulta médica ambulatorial, como a hérnia de hiato, anemia, ambiente muito poluído, queda de pressão, ou crise de ansiedade.

Doenças graves que causam faltam de ar

Podemos destacar como doenças graves, que causam falta de ar e precisam de avaliação e tratamento com urgência, o infarto agudo do miocárdio (IAM), arritmia cardíaca, edema agudo de pulmão (EAP), embolia pulmonar e síndrome coronariana (angina).

A obstrução da via aérea por um objeto ou alimento e doenças virais que causam edema na garganta, como crupe e epiglotite também são causas de dificuldade respiratória grave, que exige atendimento de urgência.

Geralmente a falta de ar começa subitamente, tem uma piora progressiva apesar de se sentar, tentar se acalmar ou respirar fundo. E pode ter história de engasgo ou febre, que ajudam no diagnóstico.

1. Infarto agudo do miocárdio (IAM)

O infarto agudo do miocárdio, se caracteriza pela falta de sangue e com isso, oxigênio, em alguma parte do músculo cardíaco, geralmente devido a um coágulo que impede essa passagem. A falta de oxigênio no músculo causa a dor intensa no peito, que não melhora com analgésico comuns, mudança de posição ou repouso.

Outros sintomas comuns são a falta de ar, suor frio, dor no peito, enjoo e vômitos.

Uma pessoa sabidamente hipertenso, cardiopata ou diabético, que apresente esses sintomas, deve ser levado a uma emergência, imediatamente para descartar essa possibilidade, devido ao alto risco de morte no caso de infarto.

2. Arritmia cardíaca

A arritmia é o descompasso do coração. Por algum motivo o ritmo do coração é alterado e passa a ficar irregular, prejudicando o bombeamento do sangue para o resto do corpo.

Os sintomas mais comuns são de falta de ar, batimentos cardíacos acelerados, sensação de "bolo na garganta", dificuldade em engolir, suor excessivo, náuseas, tontura, dor no peito (como algo apertando), ansiedade, vômitos e perda da consciência.

O tratamento dependendo da gravidade e do tempo de início da arritmia, mas sempre deverá ser rápido e em ambiente hospitalar. Pode ser indicado tratamento com medicamento para regular o batimento cardíaco, medicamento venoso ou choque elétrico de urgência, nos casos mais graves.

3. Edema agudo de pulmão (EAP)

O edema agudo é o acúmulo de líquido dentro dos pulmões, que ocorre pela insuficiência cardíaca grave. Quando o coração está tão fraco, que não consegue mais bombear o sangue, acumulando esse líquido nos pulmões.

No EAP é comum a presença de falta de ar associada a tosse com secreção rosa, saindo pela boca, devido a esse acúmulo de líquido. É uma emergência médica, que deve ser tratada imediatamente, e mesmo com o tratamento adequado, a taxa de mortalidade é bastante alta.

4. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar geralmente é causada por um coágulo sanguíneo que se desprende de um vaso da perna e chega ao pulmão. Doença grave, potencialmente fatal e portanto, requer atenção médica imediata.

Os sintomas são de falta de ar súbita, dor no peito, que não melhora com analgésicos, pode haver dor e edema na perna, tosse seca, chiado e dor no peito. Nos casos mais graves, suor frio, taquicardia, pele com coloração azulada e perda da consciência.

O tratamento é feito com anticoagulantes por via endovenosa e monitoramento cardíaco e pulmonar. Alguns casos pode ser necessário intubação orotraqueal, para manter a respiração e oxigenação do corpo, adequadas.

5. Síndrome coronariana

A doença arterial coronariana, também conhecida como angina, ocorre devido ao estreitamento, obstrução ou endurecimento das artérias coronárias, responsáveis pela irrigação sanguínea do coração. Essa condição provoca uma diminuição do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, podendo causar infarto.

Por isso, por vezes é chamada de "princípio de infarto". Realmente é o estágio inicial, que se não for tratado, om a liberação desse entupimento, evolui com o infarto agudo do coração.

A doença arterial coronariana só manifesta sintomas quando o fluxo de sangue para o coração diminui o bastante para causar sofrimento ou morte do músculo cardíaco (infarto). São eles, a falta de ar, dor no peito, que podem irradiar para braço e mandíbula, suor excessivo, náuseas, vômitos, palidez e batimentos cardíacos acelerados.

O tratamento é feito com medicamentos que dilatam os vasos obstruídos, possibilitando o retorno do fluxo de sangue.

6. Garupa ou crupe

Garupa ou crupe é uma doença respiratória causada por vírus, mais comum em crianças de 6 meses até 3 anos. Geralmente começa com sintomas de um resfriado, que piora gradativamente. A dificuldade respiratória e a falta de ar podem ser provocadas pela tosse frequente, principalmente à noite.

Os sintomas são de falta de ar, tosse alta com som estridente, semelhante a um latido, febre, congestão e corrimento nasal.

Na ausência de sinais de gravidade procure acalmar a criança, hidratar aos poucos e umidificar o ambiente, para dissolver o muco presente nas vias aéreas. Importante também manter a cabeça mais elevada, com travesseiros, ou em crianças menores de 1 ano, sentar ao colo para ajudar na respiração.

Porém no caso de sinais de falta de ar grave, com grande esforço para respirar, deve ser feito em serviço de emergência.

7. Epiglotite

Epiglotite é uma inflamação da epiglote, o tecido que cobre a traqueia. A inflamação deixa a epiglote inchada, o que pode dificultar ou interromper a respiração. Trata-se de uma doença potencialmente fatal que requer atenção médica imediata.

Os sintomas são de falta de ar, dificuldade para respirar e engolir, febre, dor de garganta, pele com coloração azulada, sons estranhos durante a respiração e rouquidão.

Na suspeita de epiglotite, procure um serviço de emergência médica imediatamente.

Problemas emocionais que causam falta de ar1. Ansiedade e ataque de pânico

A falta de ar também pode ser causada por fatores emocionais, como ansiedade e ataque de pânico. Apesar de serem transtornos psíquicos, provocam sintomas físicos e mentais.

Os sintomas são de medo, pavor, falta de ar, dor no peito, palpitações (batimentos cardíacos fortes), tontura, boca seca, bolo na garganta, respiração ofegante, náusea, suor frio e tremores.

O tratamento durante a crise é com medicamento ansiolítico, de preferência por via sublingual, para melhora rápida dos sintomas, como por exemplo, o clonazepam®. Após a crise, é fundamental procurar um médico psiquiatra para o tratamento definitivo, evitando novas crises.

Leia também: Síndrome do pânico tem cura? Qual é o tratamento?

2. Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout, atualmente muito conhecida, é caracterizado pelo esgotamento físico e mental, relacionados às atividades de trabalho.

Os sintomas são de cansaço extremo, exaustão, sensação de falta de ar, ansiedade, fraqueza no corpo todo, indisposição, desânimo, tontura e alterações de humor e dificuldade de dormir.

O tratamento é feito sobretudo com psicoterapia, em conjunto com medicamentos e mudanças nas condições de trabalho. O médico psiquiatra é o responsável por iniciar o tratamento e acompanhar junto com a equipe de psicoterapia.

Saiba mais sobre o assunto no artigo: O que é síndrome de burnout e quais são os sintomas?

Problemas menos graves que causam falta de ar

A falta de ar pode ainda estar relacionada a um bloqueio da passagem de ar pelo nariz, pela boca ou pela garganta. Isso pode ocorrer pela presença de um objeto ou alimento, inchaço nas cordas vocais, entre outras causas. Relacionamos as mais comuns a seguir.

1. Crise de asma

A asma é uma doença crônica, caraterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, causando falta de ar principalmente à noite, chiado, sensação de aperto no peito e tosse seca.

A doença pode ser classificada em leve, moderada e grave, o que define o melhor tratamento para cada caso. Nos casos leves não está indicado tratamento diário, mas nos graves pode ser preciso o uso de medicamentos preventivos diariamente.

No entanto, em situações de virose, infecção ou emoção forte, mesmo na asma leve, pode haver uma piora dos sintomas, com falta de ar importante, diminuição da oxigenação no corpo, o que leva a risco de morte, se não tratado rapidamente.

O tratamento nas crises é feito com nebulização, ou medicamentos por via inalatória (bombinha), de broncodilatadores, como o aerolin®, associado a oxigênio e corticoides. As dosagens e frequência do uso, varia de acordo com a gravidade, porém em média, deve ser feito a cada 6 horas.

2. Pneumonia

A pneumonia é uma infecção pulmonar que pode causar inflamação e acúmulo de líquido no pulmão. Os sintomas são de falta de ar, tosse com catarro, febre, dor no peito, pode haver chiados, calafrios, suor excessivo, dor muscular, falta de apetite e cansaço.

A doença deve ser tratada o quanto antes com antibioticoterapia, oral ou via endovenosa, hidratação e antitérmico no caso de febre alta.

3. Bronquiolite

A bronquiolite é uma infecção respiratória causada principalmente por vírus. A doença pode parecer um resfriado comum no início, mas em alguns dias evolui com piora do quadro. Os sintomas mais comuns são de falta de ar, tosse, respiração ofegante e chiado no peito.

O tratamento é bastante semelhante à asma, com nebulização com broncodilatadores, para ajudar na abertura dos alvéolos pulmonares, oxigênio e corticoide, pela potente ação anti-inflamatória.

4. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

Trata-se de um grupo de doenças que prejudicam a função dos pulmões. O enfisema pulmonar, geralmente causado por anos de tabagismo, está nesta categoria de doenças.

Os sintomas são de falta de ar, chiado no peito, tosse persistente, aumento da produção de catarro, diminuição dos níveis de oxigênio levando a cansaço constante e aperto no peito.

O tratamento primordial é parar de fumar. Fisioterapia, medicamentos inalatórios e corticoides de baixa dosagem costumam ajudar nos sintomas, embora nos casos mais avançados seja preciso o uso contínuo de oxigênio, para melhor qualidade de vida. Já não há tratamento efetivo nessa fase.

5. Hipertensão pulmonar

A hipertensão pulmonar ocorre quando há um aumento da pressão das artérias e veias pulmonares. As causas mais comuns são a embolia pulmonar, doença cardíaca e a DPOC causada pelo tabagismo.

Os sintomas são de falta de ar, dor no peito, cansaço e dificuldade para praticar atividade física, sem uma causa aparente.

O tratamento é por meio de medicamentos que melhoram a circulação do sangue naquela região, e tratamento específico para a causa do problema. Os medicamentos mais usados são os anticoagulantes, anti-hipertensivos, diuréticos e oxigênio.

Para os casos mais graves, ou que não respondem ao tratamento inicial, está indicado o transplante cardíaco ou transplante pulmonar.

6. Doença cardíaca congênita

A doença cardíaca congênita se caracteriza por problemas e defeitos na estrutura e na função do coração, presentes desde o nascimento.

Os sintomas são de falta de ar, dificuldade para respirar e alteração do ritmo cardíaco. O tratamento varia de acordo com a doença, podendo ser indicado cirurgia ou apenas o controle com medicamentos.

A falta de ar pode ter ainda como causas a anemia, exposição a grandes altitudes ou temperaturas extremas, baixa qualidade do ar devido à poluição atmosférica, comum em locais próximos a indústrias e exercício físico muito intenso.

Por isso, é preciso procurar um médico de família ou clínico geral, para pesquisar as possíveis causas, solicitar os exames complementares e com o diagnóstico, planejar o tratamento.

Quando procurar uma emergência?

Se a falta de ar vier associada a um ou mais dos sintoma relacionados abaixo, é sinal de gravidade, portanto é preciso procurar atendimento médico com urgência:

  • Febre alta com calafrios;
  • Suor frio e palidez;
  • Dor ou sensação de aperto no peito;
  • Dor no peito que irradia para braço esquerdo ou mandíbula;
  • Dor intensa, de início súbito e endurecimento da panturrilha;
  • Esforço respiratório com chiado no peito;
  • Tosse forte, rouca ou estridente;
  • Dificuldade para respirar na posição deitada;
  • Necessidade constante de se sentar devido à falta de ar;
  • Grande esforço para respirar, repuxamento dos músculos do pescoço;
  • Dificuldade de engolir, ou no caso de crianças, "babando" muito;
  • Sinais de desidratação (urinar pouco, boca seca e língua seca);
  • Pontas dos dedos ou lábios azulados;
  • Irritabilidade extrema, confusão mental;
  • Desmaio.

Na dúvida não perca tempo, procure uma emergência. O médico saberá indicar o melhor caminho e tratamento para cada caso.

Leia também:

Saiba como identificar um infarto cardíaco e conheça os sintomas

O que fazer no caso de dor no peito?

Noz-da-Índia: quais riscos oferece à saúde?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A Noz-da-Índia possui efeito laxativo e tóxico à saúde. É comumente utilizada para fins de emagrecimento, embora ainda não exista evidência científica que confirme esta ação.

A comercialização de Noz-da-Índia foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2017. Também foi proibida pela instituição a comercialização de semente semelhantes à noz-da-Índia como “jorro-jorro” ou “chapéu de Napoleão”.

Noz-da-Índia Noz-da-Índia é tóxica?

Sim! De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a noz-da-Índia é tóxica quando consumida por via oral e pode levar à morte.

A toxicidade da semente se deve a alguns de seus princípios ativos: a toxialbumina e a saponina. Além disso, o potente efeito laxativo pode provocar:

  • Mudança de comportamento
  • Problemas gástricos e digestivos
  • Agitação
  • Enjoo
  • Vômitos
  • Desidratação
  • Alucinações
  • Dilatação das pupilas
  • Falência hepática

A semente tem sido consumida crua e em grande quantidade para fins de emagrecimento. Além de não ser comprovado cientificamente que a Noz-da-Índia provoca a perda de peso, o seu consumo cru e em grande quantidade pode ser fatal. Por este motivo, não é recomendado o consumo de noz-da-Índia por via oral.

Efeitos colaterais da noz-da-Índia

Pouco se sabe sobre os efeitos colaterais do uso da noz com a finalidade de emagrecimento. O que está comprovado são os sintomas evidenciados em pessoas que a consumiram, como:

  • Cefaleia intensa (dor de cabeça)
  • Enjoo
  • Epigastralgia (dor no estômago)
  • Flatulência
  • Diarreia intensa
  • Distúrbios respiratórios
  • Taquicardia (aumento da frequência cardíaca)
  • Hipotensão (pressão baixa)
  • Edema nas pernas (inchaço)
  • Dores musculares
  • Sensação de fadiga
  • Desidratação intensa
  • Desnutrição
Consumo de noz-da-Índia e emagrecimento

Apesar de ser associada ao emagrecimento o consumo de noz-da-Índia, especialmente na forma de chá, tem efeito laxante potente, além de propriedades tóxicas. O seu consumo provoca diarreia intensa, o que levar a perda de líquido e desidratação. Esta perda de líquido intensa resulta na "sensação" de emagrecimento.

Não existem estudos científicos que comprovem a ação da noz-da- Índia para a perda de peso. O consumo por via oral da semente foi associado a três mortes no Brasil.

A ação laxativa da noz-da- Índia, quando consumida por via oral, interfere ainda na absorção de vitaminas e minerais, o que contribui para o desenvolvimento de casos de desnutrição severa.

Nos casos mais graves, existe a possibilidade de instalação de quadro de hepatite fulminante que pode evoluir para a necessidade de transplante de fígado.

Não consuma Noz-da-Índia na forma de alimentos, suplementos, cápsulas ou medicamentos. Seu uso pode oferecer riscos à saúde e provocar a morte. Se você busca emagrecer, adote hábitos alimentares saudáveis associados à prática de atividade física. Procure orientação de um/uma nutricionista ou nutrólogo/a.

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Dietas para emagrecer rápido são saudáveis? 5 dicas para emagrecer com saúde

Gabapentina serve para tratar dor neuropática?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a gabapentina serve para tratar dor neuropática em adultos. Essa dor é causada por lesão ou funcionamento inadequado dos nervos ou do sistema nervoso. A gabapentina também é indicada no tratamento de epilepsia (convulsões) em pessoas com pelo menos 12 anos de idade.

O mecanismo de ação da gabapentina não é totalmente conhecido. Acredita-se que o medicamento desempenhe uma função de regulação entre os impulsos transmitidos entre as células nervosas, diminuindo a hiperatividade das mesmas, que provoca a dor neuropática e as convulsões.

Quais as contraindicações da gabapentina?

A gabapentina é contraindicada para pessoas com alergia ao medicamento ou a algum dos componentes da fórmula e para crianças com menos de 12 anos de idade.

Quais os efeitos colaterais da gabapentina? Efeitos colaterais comuns
  • Visão embaçada;
  • Sintomas semelhantes aos de uma gripe ou um resfriado;
  • Delírios;
  • Rouquidão;
  • Falta ou perda de força;
  • Dor na região lombar ou na lateral da costas;
  • Inchaço em mãos, pés ou pernas;
  • Tremores;
  • Movimentos involuntários dos olhos;
  • Instabilidade emocional.
Efeitos colaterais raros
  • Dor no peito;
  • Dor de garganta;
  • Calafrios;
  • Tosse;
  • Depressão, irritabilidade ou outras alterações de humor;
  • Febre;
  • Perda de memória;
  • Dor ou inchaço nas pernas ou nos braços;
  • Dor ou dificuldade para urinar;
  • Falta de ar;
  • Feridas, manchas brancas ou úlceras nos lábios ou na boca;
  • Inchaço de glândulas;
  • Sangramentos ou hematomas;
  • Cansaço ou fraqueza.
Efeitos colaterais em crianças
  • Comportamento agressivo ou outros problemas comportamentais;
  • Ansiedade;
  • Queda do desempenho escolar;
  • Dificuldade de concentração;
  • Choro;
  • Depressão;
  • Desconfiança;
  • Falsa sensação de bem-estar;
  • Hiperatividade ou aumento dos movimentos corporais;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Reações muito rápidas ou exageradas;
  • Inquietação.
Efeitos colaterais a longo prazo

A longo prazo, o uso de gabapentina pode causar perda de memória, enfraquecimento dos músculos e insuficiência respiratória.

A interrupção repentina do uso de gabapentina pode causar ansiedade, insônia, enjoo, dores e excesso de transpiração.

Para maiores informações sobre o uso de gabapentina e os seus possíveis efeitos colaterais, consulte o médico que receitou a medicação.

Ressaca: quais os sintomas, causas e como curar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas da ressaca incluem mal-estar, dor de cabeça, fraqueza, boca seca, náuseas, vômitos, diarreia, batimentos cardíacos acelerados, sensibilidade à luz e cansaço. Tratam-se dos efeitos colaterais causados pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Essas alterações fisiológicas ocorrem depois que o organismo inicia o processo de eliminação do álcool.

Os sintomas da ressaca surgem quando as enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool no fígado não são capazes de realizar esse trabalho devido ao excesso de álcool no sangue.

O que é a ressaca e por quê ela ocorre?

Para que o álcool seja metabolizado, o corpo necessita fazer um esforço significativo e, durante esse processo, o fígado e o sistema nervoso são os mais prejudicados.

Quando entra na circulação sanguínea, o álcool dilata os vasos sanguíneos. O fígado que, em geral, é capaz de processar somente uma dose de bebida alcoólica por hora, precisa duplicar o seu trabalho para conseguir metabolizar o álcool presente no sangue.

A seguir, o álcool inibe a ação do hormônio antidiurético, o que faz a pessoa urinar com mais frequência e perder grandes quantidades de líquidos, causando desidratação.

Outra consequência do excesso de álcool é a diminuição da quantidade de glicose (açúcar) que chega ao cérebro. Lembrando que a glicose é a única fonte de energia utilizada pelas células nervosas.

Quando o consumo de álcool é interrompido, começam a surgir os primeiros sintomas da ressaca. A dor de cabeça, o enjoo, os batimentos cardíacos acelerados e a lentidão dos reflexos são causados pela dilatação dos vasos sanguíneos.

A desidratação e a acidez do sangue causadas pelo excesso de álcool provocam vômitos, falta de apetite e boca seca. A desidratação também provoca dores de cabeça.

A fraqueza e o cansaço são decorrentes da redução dos níveis de glicose sanguínea, que pode levar ao coma alcoólico nos casos mais graves.

A sensibilidade à luz é provocada pelo excesso de estímulos dos neurotransmissores que captam as luzes e os sons.

Como curar a ressaca?

Para curar a ressaca, recomenda-se fazer repouso e ter uma alimentação leve, evitando frituras, doces e alimentos gordurosos para não sobrecarregar ainda mais o fígado.

A hidratação com água, chá, água de coco e sucos de frutas naturais é fundamental para repor o excesso de líquidos perdidos.

A frutose, açúcar presente nas frutas e no mel, também é excelente para curar a ressaca, pois torna o metabolismo do álcool mais rápido e acelera o seu processamento pelo corpo.

Para combater a azia, recomenda-se beber leite ou tomar um antiácido. Para as náuseas, podem ser usados medicamentos que auxiliam o esvaziamento do estômago.

Os analgésicos usados para aliviar a dor de cabeça, como o ácido acetilsalicílico e o paracetamol devem ser evitados. O ácido acetilsalicílico pode levar à gastrite alcoólica e o paracetamol associado ao álcool pode causar doença grave no fígado.

Como evitar a ressaca?

Para evitar a ressaca, o primeiro passo é preparar o fígado e o estômago ainda antes de começar a beber, alimentando-se, especialmente com alimentos com alto teor de gorduras e carboidratos (massa, pão, arroz, batata).

Também é muito importante beber bastante água para combater a desidratação, antes, durante e depois do consumo de bebidas alcoólicas. O ideal é beber 200 ml de líquido não alcoólico a cada 20 minutos enquanto estiver consumindo álcool.

A mesma importância tem a alimentação. A pessoa deve comer com alguma frequência enquanto estiver bebendo, especialmente carboidratos.

Esses cuidados também diminuem a agressão às mucosas do estômago e do esôfago causada pelo álcool, ajudando a reduzir a sensação de queimação e os enjoos.

Os medicamentos usados para prevenir a ressaca devem ser usados com cautela e, mesmo assim, a pessoa não está imune à ressaca se beber sem limites.

Contudo, nem todas as pessoas que bebem em excesso têm ressaca. O aparecimento dos sintomas depende da quantidade ingerida de álcool, da hidratação e da habituação do fígado ao álcool. Vale lembrar que não importa o tipo de bebida alcoólica consumida, mas sim a quantidade.

Também vale ressaltar que, mesmo com todos esses cuidados, a pessoa não está totalmente livre de ter uma ressaca no dia seguinte. Por isso, a melhor forma de evitá-la é beber com moderação.