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Há alguns meses venho suspeitando ter adquirido o HIV!
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O hemograma, nem a presença de linfócitos atípicos são capazes de sugerir ou confirmar a infecção pelo HIV, por isso nenhuma alteração neste exame pode sugerir a doença.

O único modo de confirmar a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é através dos testes disponíveis na rede de saúde para pesquisa de anticorpos contra o vírus ou na pesquisa de RNA do HIV.

Quais são os testes para HIV?

Os testes para diagnóstico de HIV disponíveis são:

Testes de triagem. Aonde é colhida uma gota de sangue, em geral na ponta do dedo, ou também uma quantidade pequena de saliva, através de um dispositivo, os quais são colocados em um solvente que sinaliza a presença dos anticorpos contra HIV em menos de 30 minutos.

O exame é gratuito e pode ser realizado em postos de saúde e unidades básicas de saúde. Para saber aonde pode realizar o teste basta ligar para o Disque Saúde (136).

Como o teste é de triagem, em casos positivos, o paciente é encaminhado para realizar o exame confirmatório.

Saiba mais: Teste rápido de HIV é confiável? Como funciona e onde posso fazer?

Teste de ELISA (anti-HIV). Um teste mais específico, altamente sensível, aonde a amostra de sangue é colhida em laboratório e o resultado leva em média 4h para ser liberado.

Teste de RNA (para HIV). Esse é o teste definitivo, também colhida amostra de sangue em laboratório, que confirma a presença do vírus através da detecção do próprio RNA.

Entretanto, é importante lembrar que existe uma janela imunológica, período que o vírus leva para se multiplicar e o organismo produzir os anticorpos contra o HIV, possibilitando sua detecção nos exames.

Em média, essa janela imunológica dura 30 dias. Portanto, antes desses 30 dias pós exposição, ou evento que considere de risco, não é recomendado realizar os testes, visto que pode gerar um falso negativo, e não ser útil. Alguns serviços mostram que os resultados são mais fidedignos após 1 a 3 meses de infecção.

Contudo, no caso de forte suspeita de infecção, como uma relação com pessoas sabidamente portadoras de HIV, sem proteção, você deve procurar dentro das primeiras horas, um atendimento médico, para fazer uso da profilaxia da infecção.

Tenho como prevenir a infecção por HIV após o contato?

Sim. Existe hoje um tratamento conhecido por profilaxia pós-exposição (PEP), aonde são prescritos medicamentos antirretrovirais, para pessoas que foram expostas ao vírus, dentro das primeiras 72h do contato.

Quanto antes for tomada a medicação, maior a chance de prevenir a infecção, visto que o vírus leva de 24 a 48 horas para alcançar os gânglios linfáticos e 72 horas, para se disseminar no sangue.

Saiba mais no artigo: Como funciona a PEP? É eficaz?

Qual a importância do diagnóstico precoce de infecção pelo HIV?

A importância do diagnóstico precoce da infecção por HIV, permite que o paciente inicie rapidamente um tratamento direcionado, possibilitando a interrupção da infecção ou controle da multiplicação do vírus.

O tratamento proporciona melhor qualidade de vida, além de retardar ou até impedir, a evolução da infecção para a síndrome do HIV, a AIDS.

Leia também: O que é AIDS e quais os seus sintomas?

Bastonetes 0 no hemograma é normal?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

É normal ter contagem de bastonetes no hemograma igual a 0. Isso acontece por os bastonetes só devem ser detectados no sangue se existir alguma condição que faça aumentar o número de neutrófilos, como acontece nas infecções.

Alterações no hemograma normalmente servem para diagnosticar ou sugerir a presença de alguma doença. Alguns exemplos são:

  • Anemia;
  • Câncer hematológico;
  • Infecções;
  • Hemorragias agudas;
  • Alergias;
  • Deficiência de imunidade.

O hemograma também pode ser usado para monitorar efeitos adversos de alguns medicamentos.

Leia também:

Referências:

Celkan TT. What does a hemogram say to us? Turk Pediatri Ars. 2020; 55(2): 103–16.

O que significa eosinofilia no comentário de exame?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Eosinofilia significa aumento do número de eosinófilos, geralmente os eosinófilos estão aumentados em casos de alergias, como rinite alérgica, dermatite atópica e asma ou verminoses, como aquelas causadas pelos parasitas Necator, Ancylostoma, Strongyloides ou Ascaris.

A eosinofilia, mais raramente, pode também estar presente em diferentes condições como doenças autoimunes, dermatites, leucemia, doença de Crohn, colite ulcerativa, lúpus, entre outras doenças. Além disso, alguns medicamentos podem causar também eosinofilia.

Em muitos casos, no entanto, um pequeno aumento no número de eosinófilos isoladamente pode não ter nenhum significado clínico, pequenas variações dos valores de referência podem ser normais.

Portanto, converse sempre com o médico que solicitou o exame, porque só ele poderá avaliar o resultado conforme o contexto clínico individual de cada pessoa.

O que são os eosinófilos?

Eosinófilos são um tipo de glóbulo branco, ou leucócitos, células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo e portanto relacionadas a resposta imunitária.

Medicamentos podem causar eosinofilia?

Sim, alguns medicamentos podem causar o aumento do número de eosinófilos no sangue, como: antibióticos betalactâmicos ou da classe das sulfa, anti-inflamatórios não esteroides, anti-retrovirais, ranitidina, fenitoína, hidroclorotiazida, aspirina e alopurinol.

Qual o tratamento da eosinofilia?

O tratamento para o aumento de eosinófilos será focado no tratamento da causa desse aumento, portanto, se for uma parasitose ou um processo alérgico que está causando a eosinofilia o médico irá fazer o planejamento terapêutico para combater essas doenças e assim o número de eosinófilos irá voltar ao normal.

Para mais esclarecimentos sobre a eosinofilia e suas possíveis causa consulte um médico de família ou clínico geral.

Hemograma completo: o que avalia e quais doenças ajuda a detectar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O hemograma completo é um exame de sangue que avalia e mostra a quantidade das células sanguíneas. O hemograma serve principalmente para auxiliar o diagnóstico de diferentes doenças que podem cursar com alterações nas células sanguíneas.

Portanto, o hemograma completo pode ser solicitado na suspeita ou avaliação de doenças como:

  • Anemias: Na presença de um número mais baixo de hemácias e de hematócrito pode-se suspeitar de anemia.
  • Infecções: doenças infecciosas podem levar ao aumento dos leucócitos.
  • Câncer: alterações no número de células sanguíneas ou na forma das células podem aparecer no hemograma e levantar a suspeita de leucemias, linfomas e outros tumores sanguíneos.
  • Distúrbios plaquetários: a diminuição do número de plaquetas pode estar associado a doenças medulares como anemia aplásica, supressão medular. Já o aumento do número de plaquetas se vê em diferentes condições como doenças inflamatórias, infecções, anemia, câncer, e outras.

Existem três grande grupos de componentes do sangue, que são avaliadas no hemograma completo: os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas.

Eritrócitos ou série vermelha

Os eritrócitos são as hemácias ou glóbulos vermelhos. Estas células compõe um conjunto chamado de série vermelha no hemograma.

As hemácias contém um pigmento comporto por ferro chamado de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.

Por isso alterações no número de eritrócitos e hemoglobina podem ser um indicado de anemia.

Alguns parâmetros analisados da série vermelha são:

  • Hemácias: são os glóbulos vermelhos;
  • Hematócrito: é a porcentagem de sangue composto por hemácias;
  • Hemoglobina: é a molécula responsável pelo transporte de oxigênio que fica dentro da hemácia;
  • VCM: é uma medida do tamanho da hemácia;
  • HCM: é o peso da hemoglobina na hemácia;
  • CHCM: é a concentração da hemoglobina dentro da hemácia;
  • RDW: é um indice que mede a variação de tamanho entre as hemácias.
Leucócitos ou série branca

Os leucócitos incluem uma variedade de células diferentes como neutrófilos, linfócitos e eosinófilos. Também chamado de série branca.

São células envolvidas principalmente em respostas de defesa do sistema imune a agentes patogênicos, como vírus e bactérias. Por isso, algumas alterações no número de leucócitos pode sugerir infecções.

  • Neutrófilos: são os leucócitos mais comuns e prevalentes no sangue;
    • Segmentados: neutrófilos maduros;
    • Bastões: são neutrófilos jovens;
  • Linfócitos: são leucócitos importantes na proteção contra vírus e células tumorais;
  • Monócitos: também são leucócitos que se elevam em processos infecciosos.
  • Eosinófilos: são leucócitos importantes no combate a parasitas e envolvidos em quadros de alergia;
  • Basófilos: são os leucócitos que estão em menor quantidade no sangue, também se relacionam a proteção contra infecções.
Plaquetas

As plaquetas são fragmentos celulares que exercem importante função na coagulação sanguínea.

Qual o preparo para a realização do hemograma completo?

O hemograma completo é um exame que não exige nenhum preparo especial. Não precisa ser realizado em jejum.

O exame pode ser realizado em qualquer horário ou dia. Para a sua realização é coletada uma pequena quantidade de sangue da veia, através de uma agulha e seringa, sendo um procedimento rápido e pouco doloroso.

Após a realização do exame de sangue o resultado deve ser avaliado pelo médico que o solicitou, que irá relacionar o exame a outras informações clínicas e assim chegar ao melhor diagnóstico possível. Consulte o seu médico para mais informações.

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Referências bibliográficas

Blood Count Tests – MedlinePlus – National Institutes of Health

Uptodate. 2020