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Tipos de menstruação: o que significam as diferentes cores?
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

A sangue menstrual de cor marrom, marrom escuro (com ou sem coágulos), preta, rosa e vermelho vivo são, em geral, consideradas normais. Deste modo, não necessariamente estão relacionadas a doenças.

Entretanto, na presença de outros sintomas associados tais como cheiro fétido, febre, dor pélvica se faz necessário a avaliação de um médico de família ou ginecologista.

Sangramento menstrual marrom

A menstruação marrom ou marrom escuro, semelhante à borra de café, é comum no início ou no final do ciclo menstrual. É uma condição normal que ocorre devido a sangramentos antigos que demoraram a sair pelo canal vaginal, no período pós-parto e em situações de grande estresse emocional.

Se você observar que a sua menstruação se encontra escura e com pedaços (coágulos), saiba que isto é considerado normal nos dias em que sangramento é mais intenso. Estes coágulos podem também apresentar coloração vermelho escura ou preta e correspondem a pedaços do revestimento interno do útero (endométrio) que descama durante a menstruação.

O sangramento marrom escuro acompanhado de dor ou odor fétido, pode indicar endometriose ou a presença de infecções sexualmente transmissíveis. Nestes casos, é preciso buscar avaliação médica.

Sangramento menstrual preto

Quando você observa que o sangue menstrual se encontra preto, igualmente indica sangramento antigo que ficou retido mais tempo no útero e demorou a chegar ao meio externo pela vagina. Na verdade, este sangramento é de cor marrom escuro e se deve ao uso de anticoncepcional ou pílula do dia seguinte, proximidade da menopausa,

A presença do sangramento preto é considerada normal se não estiver associado a nenhum outro sintoma como dor, odor fétido, febre, entre outros.

Sangramento menstrual rosa

O sangramento menstrual rosado indica sangramento de escape ou de ovulação. Este tipo de sangramento acontece no meio do ciclo e, por se misturar com os fluidos produzidos no período fértil, apresenta coloração rosada.

Entretanto, ao observar sangramento rosa e aguado fora do seu ciclo menstrual normal, é importante que você procure um médico de família ou ginecologista. Este tipo de sangramento pode indicar câncer cervical.

Sangramento menstrual vermelho vivo

O sangue menstrual vermelho vivo é um indica que o sangue teve pouco contato com o oxigênio e que saiu rapidamente do canal vaginal. Isso ocorre com maior frequência nos dias em que o fluxo menstrual é mais intenso, normalmente, em torno do segundo e terceiro dia de menstruação.

Quando devo procurar um médico?

Os diferentes tipos de menstruação com suas diferentes cores são, como vimos, considerados normais. No entanto, procure um médico se você perceber os seguintes sinais:

  • Dor pélvica,
  • Corrimento marrom antes e depois da menstruação,
  • Odor fétido,
  • Febre superior a 38º C,
  • Menstruação com mais de 7 dias de duração e
  • Sangramentos fora do ciclo menstrual (sangramentos de escape).

Para saber mais sobre os tipos de menstruação, você pode ler:

Minha menstruação é uma secreção escura, é normal?

Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...

Menstruação aguada: o que pode ser?

Referências

Davies J, Kadir RA. Endometrial haemostasis and menstruation. Rev Endocr Metab Disord. 2018;13(4):289-99.

Garry R, Hart R, Karthigasu KA, Burke C. A reappraisal of the morphological changes within the endometrium during menstruation: a hysteroscopic, histological and scanning electron microscopic study. Hum Reprod. 2019;24(6):1393-1401.

FEBRASGO. Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

O que são eosinófilos? O que pode alterar os seus valores?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os eosinófilos são células de defesa do organismo, também conhecidos por glóbulos brancos, ou leucócitos. O seu valor é encontrado dentro do hemograma, na contagem de série branca (leucograma).

Os leucócitos são divididos em 5 tipos de células: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Cada uma delas exerce uma função no sistema imunológico. Os eosinófilos têm como principal função, combater germes e parasitas, auxiliar e mediar as reações inflamatórias.

A contagem normal de eosinófilos no sangue, varia de 50 – 500 células/microlitro. No entanto, esse valor deve ser analisado em conjunto com os sintomas e exame clínico. Isoladamente, não tem um significado exato.

Eosinófilos altos - o que pode ser?

O aumento dos eosinófilos chama-se eosinofilia e ocorre, principalmente, nos casos de alergia, asma e verminoses. Com menor frequência, outras situações também podem cursar com esse aumento. Sendo assim, as principais causas de eosinofilia são:

  • Alergias (rinite alérgica, dermatite, urticária)
  • Verminoses (ascaridíase, ancilostomíase, oxiuríase)
  • Asma
  • Doenças auto-imunes (lúpus, artrite reumatoide)
  • Linfoma, Leucemias
  • Doença de Crohn, retocolite ulcerativa
  • Uso de certos medicamentos (anfotericina B, alopurinol, anticonvulsivantes)
Eosinófilos baixos - o que pode ser?

A redução dos eosinófilos é menos comum, chamada de eosinopenia. As causas mais frequentes incluem:

  • Estresse,
  • Uso crônico de corticoides (oral ou venoso),
  • Gravidez,
  • Infecção bacteriana ou viral,
  • Síndrome de Cushing,
  • Febre alta.
Como tratar?

O tratamento varia de acordo com a causa dessa alteração, e nem sempre será preciso um tratamento específico.

Por exemplo, na rinite alérgica e pessoas asmáticas, a eosinofilia leve é um achado comum devido às constantes ativações alérgicas, mas não representa um sinal de risco ou gravidade. Na febre alta, a redução dos eosinófilos é passageira, quando a doença que causa a febre for tratada, o valor se normaliza.

Em contrapartida, nos casos de linfoma ou leucemia, a alteração será importante com um valor muito elevado, podendo ultrapassar o valor de 2.000 células / microlitro. Nesse caso, é preciso procurar um atendimento médico com urgência.

Ainda, se perceber uma alteração dos leucócitos com ou sem aumento de eosinófilos, associado a febre alta (acima de 38,5o), manchas no corpo ou perda de peso sem motivo aparente, procure imediatamente uma avaliação médica.

Saiba mais sobre esse assunto, nos seguintes artigos:

Referências:

Peter F Weller, et al.; Eosinophil biology and causes of eosinophilia. UpToDate: Aug 13, 2020.

Thomas D Coates, et al.; Approach to the patient with neutrophilia. UpToDate: Jan 20, 2020.

Odeio os lábios da minha vagina é grande e desconfortável...
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Procure um ginecologista. Ele irá examinar você e se for o caso será analisado a necessidade da realização de uma cirurgia intima. Nesse tipo de situação, é importante lembrar que as mulheres apresentam diferentes variação da conformação da vulva, com lábios menores ou maiores variando de tamanho e morfologia, ou seja, pode ser perfeitamente normal ter lábios grandes.

A cirurgia está indicada apenas nos casos em que a alteração vulvar provoque grave incomodo físico e emocional a mulher, de forma a melhorar a sua auto estima e os sintomas de desconforto. Além disso, não há ainda evidência consistente que a realização de cirurgia íntima melhore de fato a qualidade da vida sexual da mulher.

Também é importante destacar que as mulheres podem apresentar mudanças nos genitais no decorrer da vida, como ocorre em momentos de gravidez, parto e menopausa. Portanto, esses são fatores que também deve ser avaliados antes da decisão pela realização da cirurgia.

Dismorfismo corporal

Algumas mulheres que procuram a realização de cirurgia plástica intima ou qualquer outra forma de procedimentos estéticos podem apresentar quadro de dismorfismo corporal, que corresponde a um distúrbio psíquico em que a pessoa preocupa-se demasiadamente com algum defeito mínimo ou mesmo imaginário

O dismorfismo corporal pode causar grande impacto na qualidade de vida e levando a pessoa a muitas vezes buscar procedimentos estéticos desnecessários. Portanto, antes de qualquer cirurgia estética esse tipo de distúrbio ou outros problemas psicológicos devem ser avaliados.

É normal ter pequenos lábios grandes?

Sim, é perfeitamente normal apresentar pequenos lábios grandes, que se sobressaem além dos grandes lábios, dando a impressão de que saem para fora da vagina. Essa é uma variação normal da anatomia genital feminina e não correspondem a nenhuma mal formação, portanto, não deve ser motivo de vergonha para mulher. Há muitas formas de vulvas e é normal algumas mulheres apresentarem os lábios vaginais grandes.

No entanto, algumas mulheres podem queixar-se de algum desconforto na região devido a uma maior sensibilidade dos pequenos lábios principalmente em atividades esportivas como andar de bicicleta ou cavalgar, a atividade sexual também pode ser desconfortável. Nesse tipo de situação a mulher pode conversar com o seu ginecologista e avaliar sobre os possíveis benefícios de uma cirurgia de redução dos pequenos lábios.

Para mais informações consulte o seu médico de família ou ginecologista. Caso seja necessária a realização de uma cirurgia o especialista responsável é o cirurgião plástico ou o ginecologista.

Diferenças entre o diabetes tipo 1 e 2
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue (glicose). Ocorre ou pela falta ou pela incapacidade de ação da insulina, um hormônio essencial no controle dos índices de glicose.

Esse aumento da glicose sanguínea pode ser desencadeado por duas disfunções diferentes, uma que ocorre no diabetes tipo 1 e outra que ocorre no diabetes tipo 2.

No diabetes tipo 1 o pâncreas deixa de ser capaz de produzir insulina, devido a ação do próprio sistema imune contra as células que produzem este hormônio, por isso, o diabetes tipo 1 é considerado uma doença auto-imune.

Já no diabetes tipo 2, o corpo deixar de reconhecer a insulina ou a produz em quantidade insuficiente, também levando ao aumento do açúcar. Esta disfunção no reconhecimento da insulina é chamada de resistência insulínica.

Portanto, o diabetes tipo 1 e 2 são duas doenças que se desenvolvem por mecanismos diferentes. Além da causa, existem outras diferenças entre essas duas doenças. Na tabela abaixo estão representadas as principais diferenças entre o diabetes 1 e 2:

Diferenças entre o diabetes tipo 1 e tipo 2
Diabete tipo 1 Diabetes tipo 2
Início da doença

Pode começar na infância, adolescência ou começo da vida adulta.

Geralmente se inicia já na vida adulta, pode passar despercebida por anos.

Sintomas

Os sintomas surgem rapidamente. Pode ocorrer aumento da sede, aumento da frequência urinária, fraqueza, perda de peso.

Os sintomas podem ser muito leves no começo e demorar a aparecer. Após anos de doença os mesmos sintomas do diabetes tipo 1 podem surgir.
Tratamento

O tratamento é feito com insulina, porque o pâncreas é incapaz de produzir este hormônio desde o início da doença.

O tratamento no começo pode incluir diferentes classes de medicamentos antidiabéticos.

A perda de peso através de atividade física e dieta, faz parte do tratamento.

Em estágios mais avançados pode ser necessário o uso de insulina.

Fatores de risco Fatores genéticos.

Obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, Síndrome dos Ovários Polísticos, fatores genéticos.

Prevenção

Não é possível prevenir o aparecimento da doença.

As complicações podem ser prevenidas através do controle dos níveis de glicose no sangue.

Pode-se prevenir o aparecimento da doença através de hábitos de estilo de vida saudável, como controle do peso, prática regular de atividade física e dieta balanceada

As complicações também podem ser prevenidas através do controle dos níveis de glicose no sangue.

Além do diabetes tipo 1 e 2 existem outras formas raras de diabetes, causado por defeitos nas células pancreáticas, na ação da insulina, por conta de doenças no pâncreas ou outras doenças endocrinológicas.

Caso tenha mais dúvidas sobre as diferenças entre o diabetes tipo 1 e tipo 2 consulte um médico de família, clínico geral ou endocrinologista.

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Quais os sintomas para suspeitar do diabetes?

Referências bibliográficas

Standards of Medical Care in Diabetes. American Diabetes Association. Diabetes Care Jan 2014, 37 (Supplement 1) S14-S80

O que é anemia hemolítica e qual é o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Anemia hemolítica é uma anemia em decorrência da destruição prematura dos glóbulos vermelhos do sangue sem ser possível uma reposição em quantidade adequada pela medula óssea.

A anemia hemolítica pode ocorrer em determinadas situações como:

  • Uso de certas medicações;
  • Condições adquiridas geneticamente;
  • Processos crônicos e agudos;
  • Resposta errada do sistema imunológico;
  • Picada de cobra;
  • Distúrbios da coagulação;
  • Reação após transfusão sanguínea;
  • Malária.

O diagnóstico de anemia hemolítica é feito a partir da história clínica, exame físico e comprovação de exames de sangue laboratoriais.

O tratamento da anemia hemolítica é realizado a partir da detecção da causa específica. Por isso, o tratamento será orientado após o reconhecimento da situação que está acarretando a anemia hemolítica. Isso poderá incluir:

  • Suspensão de certas medicações;
  • Transfusão sanguínea;
  • Retirada do baço;
  • Uso de medicações.

Saiba mais em: 

Quais são os tipos de anemia e seus sintomas?

Hemácias normocíticas e normocrômicas é anemia?

Meu filho acordou vomitando, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Uma das principais causas de vômitos em crianças é a gastroenterite viral. A gastroenterite é a inflamação do sistema gastrointestinal, incluindo o estômago e intestino.

Outras possíveis causas para vômitos em crianças são: a doença do refluxo gastroesofágico e a obstrução intestinal.

Durante o episódio de gastroenterite, além de vômitos, também é muito comum a criança apresentar diarreia. Febre, inapetência e mal-estar também podem ser sintomas encontrados.

Uma das principais complicações é a desidratação, que é mais comum em crianças pequenas. Por isso, é essencial manter a criança bem hidratada, oferecendo água e outros líquidos que sejam bem tolerados.

Na presença de episódios de vômitos repetidos, consulte um médico de família ou pediatra para uma avaliação.

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Qual o tempo de cura para gonorreia?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O tempo de cura da gonorreia em um tratamento bem-sucedido é de 24 a 48 horas a partir do uso do antibiótico. A cura pode ser verificada ao realizar um exame de urina, sêmen ou de uma amostra coletada da uretra (no homem) ou da vagina (na mulher). Os sintomas normalmente desaparecem com o fim da infecção.

No caso de realizar um exame diferente (que investigue a presença de DNA da bactéria), o recomendado é realizá-lo no mínimo 10 dias após o uso do antibiótico. Antes desse prazo, o exame pode dar positivo mesmo quando a infecção já foi eliminada e a pessoa está curada.

O tratamento utilizado para gonorreia normalmente é uma dose única de antibiótico. No entanto, alguns casos de infecção podem não responder ao tratamento — a bactéria pode ser resistente ao antibiótico. Quando isso acontece, é preciso usar outro antibiótico para conseguir se curar. Outra situação em que é necessário tratar novamente é no caso de reinfecção, que acontece quando se tem novamente relações com um parceiro/a com gonorreia não tratada.

Leia também:

Referência:

Bachmann LH, Desmond RA, Stephens J, Hughes A, Hook EW. Duration of Persistence of Gonococcal DNA Detected by Ligase Chain Reaction in Men and Women following Recommended Therapy for Uncomplicated Gonorrhea. J Clinical Microbiology. 2002; 40(10): 3596–3601.

Qual é o tratamento para o transtorno de personalidade esquizóide?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento do transtorno de personalidade esquizóide é baseado principalmente na psicoterapia, sendo a terapia cognitivo-comportamental um dos métodos mais escolhidos por apresentar uma melhor resposta.

Através da psicoterapia, o paciente é auxiliado a reformular pensamentos desviantes e diferenciar sentimentos da realidade. Isso ajuda a pessoa a perceber os seus comportamentos e de como os mesmos atuam nos seus sentimentos e emoções.

Entretanto, não é raro a associação de outros transtornos mentais, como depressão, paranoia e ansiedade. Por isso, e principalmente nesses casos, o uso de medicamentos associados a psicoterapia, podem ser necessários, como os ansiolíticos ou antidepressivos.

Como identificar o transtorno de personalidade esquizóide?

Para que o transtorno de personalidade esquizóide seja diagnosticado, o indivíduo precisa apresentar as seguintes características:

  • Falta de gosto, desejo ou prazer em ter relacionamentos mais próximos ou ter uma família;
  • Opção por atividades solitárias, sem contato direto com outras pessoas;
  • Pouco ou nenhum interesse em ter relações sexuais;
  • Falta de prazer nas atividades que realiza;
  • Ausência de amigos íntimos, com exceção dos seus parentes de 1º grau;
  • Indiferença a críticas, elogios ou opiniões dos outros;
  • Distanciamento, frieza emocional ou pouca afetividade.

Muitas vezes a procura pelo tratamento é da iniciativa de amigos e familiares, já que é comum pessoas com transtornos de personalidade serem resistentes tanto ao diagnóstico quanto ao tratamento.

Importante lembrar que o tratamento pode ser demorado e de difícil adesão, e os resultados costumam ser lentos e graduais. Nos casos mais graves, os resultados podem ser pouco satisfatórios.

O/A psiquiatra é o/a especialista responsável pelo diagnóstico e orientação do tratamento do transtorno de personalidade esquizóide.

Saiba mais em:

Quais as causas do transtorno de personalidade esquizóide?

Quais os sintomas do transtorno de personalidade esquizóide?

O que fazer em caso de dormência ou formigamento dos dedos dos pés?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A dormência ou formigamento nos dedos dos pés podem ser causados por:

  • Compressão do nervo ou no vaso sanguíneo que chega ao nervo
  • Problemas de circulação
  • Diabetes
  • Lesão de nervos
  • Inflamação

Se você tem diabetes e sente dormência e formigamento dos dedos dos pés e pés, pode estar desenvolvendo a neuropatia diabética. É importante que entenda como ela se desenvolve e o que fazer para prevenir complicações.

A dormência e formigamento dos dedos dos pés e das mãos associados a outros sintomas podem ser sinais de hanseníase (lepra).

Os sintomas podem começar pela ponta dos dedos e, se a causa persistir, passarem a afetar o pé. Você deve procurar um médico para investigar a causa sempre que a dormência ou formigamento forem contínuos. Veja abaixo o que acontece e o que fazer em cada caso:

O que fazer quando algo comprime um nervo ou um vaso?

O excesso de peso, postura ou calçados apertados são causas fáceis de associar à compressão dos dedos. Ela faz com que o sangue não chegue até o nervo e isso causa a sensação de dormência ou formigamento. Normalmente a sensação é passageira e mais simples de resolver.

Quando a dormência for causado por postura ou excesso de peso, a sensação normalmente acaba se você modificar a posição do pé para liberar os dedos do que está causando a compressão e movimentá-los. Tirar o calçado que está apertando os dedos tem o mesmo efeito.

O nervo pode ser comprimido em doenças como a hérnia de disco, a síndrome do túnel do tarso e a neuropatia fibular. Nesses casos, a dormência ou formigamento são contínuos. Você precisa procurar um médico para investigar se um desses problemas é o que causa a sensação.

Se a compressão persistir por muito tempo, mais fibras do nervo são afetadas e ele pode sofrer degeneração. O resultado pode ser o surgimento de dor e falta de força para os movimentos nos dedos e no pé.

Procure um médico quando há um problema de circulação

Quando a circulação sanguínea não está boa, os nervos podem não receber a quantidade de alimento e oxigênio necessários. As extremidades, principalmente dos membros inferiores (dedos dos pés e pés) são mais sensíveis aos problemas de circulação.

Vasculite e doença aterosclerótica são dois exemplos de doenças que afetam a circulação sanguínea. Elas podem causar degeneração do nervo em poucos dias, o que faz com que os sintomas (dormência, formigamento, dor) sejam contínuos.

O início rápido do tratamento da doença que está causando o problema é fundamental. Isso permite que o nervo danificado se recupere e a sensibilidade da região afetada volte ao normal. Por isso, é importante procurar um médico.

Controle o açúcar do sangue

A neuropatia diabética é a complicação mais comum da diabetes tipo 1 e 2. Ela é percebida inicialmente por causar dormência ou formigamento nos dedos dos pés e nos pés, levando à perda progressiva de sensações.

A diabetes danifica os nervos periféricos quando não está controlada. O nível alto de açúcar do sangue (hiperglicemia) prejudica a circulação do sangue, causa inflamação e toxicidade direta, começando pelas extremidades dos nervos. Por isso, a perda de sensações começa nos dedos dos pés.

São fatores que aumentam a gravidade da neuropatia diabética e o risco de complicações:

  • A duração e a gravidade da hiperglicemia
  • A associação da diabetes com hipertensão, obesidade e problemas de colesterol e / ou triglicérides altos (síndrome metabólica)

As complicações mais comuns da neuropatia diabética são feridas nos pés, dores nas articulações e quedas. Se você é diabético, precisa controlar a glicemia e as outras doenças associadas à diabetes para diminuir a progressão e evitar essas e outras complicações da doença.

O que fazer quando há lesão de nervos?

O rompimento do nervo pode acontecer devido a um ferimento ou corte que o divide em duas partes. A parte final dele, responsável por sentir o toque e a pressão, fica sem comunicação com a parte do nervo que vem da coluna. Por isso, a pessoa perde essas sensações no local.

É uma causa que não é frequente, mas é fácil de ser identificada. As sensações podem voltar depois de um tempo, sem necessidade de tratamentos.

A dormência ou formigamento podem ser percebidos anos depois para quem fez radioterapia para tratamento de câncer cervical ou de próstata, por exemplo. A pessoa pode sentir também falta de força progressiva para movimentar o dedo, dedos ou o pé. Se esse pode ser o seu caso, procure um médico.

Hanseníase ou lepra

A hanseníase é causada por uma bactéria que, entre outras coisas, afeta os nervos. A suspeita inicial da doença se baseia na presença de alguns sinais:

  • Perda de sensibilidade nos dedos das mãos e pés
  • Perda de sensibilidade na pele, percebida por não sentir dor ao se ferir (cortes e queimaduras que não doem)
  • Manchas mais claras ou avermelhadas na pele
  • Machucados que não respondem a tratamento
  • Caroços e inchaço no lóbulo da orelha e no rosto
  • Falta de transpiração em partes do corpo

No caso de apresentar algumas das manifestações, procure um médico. A hanseníase é um problema de saúde pública em algumas regiões do país.

Inflamação

Doenças virais, como as causadas pelos vírus herpes zoster, herpes simplex e Epstein-Barr podem afetar os nervos e causar sensação de dormência e problemas de movimentação nos dedos, pés e pernas. Há outras doenças que também podem causar inflamação que afeta o funcionamento do nervo, mas são mais raras.

Nesses casos, a dormência e demais sintomas são contínuos. Você precisa de uma avaliação médica para saber se uma dessas doenças é o que causa a dormência e formigamento nos seus dedos ou pés.

O que fazer em outras situações que causam dormência nos dedos dos pés?

Você também pode sentir dormência nos dedos dos pés:

  • Quando está muito frio
  • Após cirurgias (devido ao efeito da anestesia ou de outros medicamentos)
  • Quando o pé está engessado e o gesso está muito apertado
  • Devido à deficiência de vitamina B1 (mais comum para quem bebe excesso de bebidas alcoólicas com frequência)

A dormência passa:

  • Basta proteger os pés do frio com meias e calçados adequados
  • Quando o efeito do medicamento acabar, algum tempo após o término da cirurgia

No caso em que o gesso apertado estiver causando a dormência, consulte um médico ou enfermeiro para saber o que deve fazer.

Se suspeitar que a dormência nos dedos dos pés pode ser causada por deficiência de vitamina B1, procure um médico de família para indicar o tratamento adequado.

Saiba mais em:

Sinto dormência nos pés, o que pode ser?

Estou sentindo dormência nos membros. O que pode ser e qual médico procurar?

Referências

UpToDate

5 dúvidas sobre o hímen complacente
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O hímen complacente se caracteriza por ser bastante elástico. Por este motivo, ele pode não se romper na primeira relação com a penetração vaginal e retornar à sua forma normal.

Uma característica comum entre as mulheres com hímen complacente é a dor ou desconforto durante a penetração. Apesar disso, é importante que você saiba que ter o hímen complacente não é uma doença e nem indica problemas de saúde.

Esclarecemos aqui as 5 dúvidas mais comuns de quem tem hímen complacente.

1. Como posso saber se tenho o hímen complacente?

Não existe uma forma de se ter a certeza de que o seu hímen é complacente. Durante o exame ginecológico, o ginecologista pode verificar a presença do hímen na entrada da vagina e identificar o seu formato, mas não tem como avaliar a sua elasticidade.

Entretanto, o seu hímen pode ser complacente se você:

  • Já teve relações sexuais com penetração vaginal e ainda tem hímen: por ser muito elástico é normal que o hímen complacente não se rompa na primeira penetração, e
  • Sente dor durante a penetração: a dor ocorre pela não ruptura do hímen.
2. É possível romper um hímen complacente?

O hímen complacente sempre se rompe em algum momento. Devido à sua elasticidade, a sua ruptura é apenas um pouco mais difícil. O indicado é que você mantenha as relações sexuais para que o rompimento ocorra de forma natural.

É importante que você converse com o seu parceiro para que vocês continuem tentando o rompimento do hímen por meio do ato sexual. Investir nas preliminares aumenta a excitação da mulher e torna a penetração mais confortável.

Se mesmo após várias penetrações o hímen não se romper, esta ruptura ocorrerá se a mulher tiver um parto normal. Nos casos em que ocorre dor muito intensa durante o ato sexual, converse com o ginecologista sobre a possibilidade de cirurgia para o rompimento hímen complacente.

3. Quais os sintomas de rompimento do hímen complacente?

Um pequeno sangramento vermelho vivo é o sintoma mais frequente quando o hímen se rompe, no entanto, nem todas as mulheres sangram.

Para as mulheres com hímen complacente, é comum que o sangramento não ocorra porque o hímen não se rompe ou não sofre ruptura total. Pode também acontecer um pequeno sangramento a cada relação sexual, o que significa que o hímen está se rompendo gradualmente a cada penetração.

Devido à dificuldade de ruptura deste tipo de hímen, a dor também é um sintoma habitual. Pode ser amenizada com preliminares mais efetivas antes da penetração.

4. O hímen complacente se rompe com o uso de absorventes internos?

Embora seja bastante raro, é possível que o hímen complacente se rompa com o uso de absorventes internos sim, ou mesmo pela utilização dos copos menstruais. Contudo, o mais comum é que a ruptura ocorra gradativamente a cada uso.

5. É indicado cirurgia para as mulheres com hímen complacente?

Existe a indicação mas não é frequente. A cirurgia consiste em um procedimento chamado himenotomia simples, no qual o hímen é cortado ou retirado.

Muitas vezes a dor pela presença do hímen complacente é confundida com vaginismo, uma disfunção sexual que causa espasmos nos músculos da vagina e provoca dor intensa durante a relação sexual.

Este diagnóstico diferencial pode ser feito em uma consulta com o ginecologista na qual ele fará uma entrevista para compreender as suas queixas e fará um exame ginecológico. Este é também o momento ideal para que você possa retirar suas dúvidas sobre a presença do hímen, o seu tipo sobre a ruptura do himenal.

Para saber mais sobre este assunto você pode ler:

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Quais os sintomas do câncer de bexiga?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os principais sinais e sintomas do câncer de bexiga são a presença de sangue na urina, dor ao urinar e vontade constante e urgente de urinar, mas é comum também a pessoa no momento da micção ter dificuldade para eliminar a urina.

Se o câncer de bexiga estiver numa fase mais avançada, pode haver dor na região da pelve, inchaço nos membros inferiores e sangramento retal.

O câncer de bexiga é o tumor maligno mais frequente do aparelho urinário. O tumor geralmente começa na mucosa que recobre a parede interna da bexiga e é superficial.

Contudo, se o câncer tiver início em camadas de células mais profundas da mucosa, o tumor pode atingir a camada muscular da bexiga e espalhar-se para órgãos vizinhos e gânglios linfáticos.

Se as células cancerosas chegarem à circulação sanguínea ou linfática, o câncer de bexiga pode atingir órgãos distantes da sua origem, uma condição grave conhecida como metástase.

O câncer de bexiga afeta principalmente homens com mais de 60 anos de idade. O hábito de fumar é o principal fator de risco para o desenvolvimento do tumor.

Vale lembrar que existem diversas doenças e condições que podem manifestar os mesmos sinais e sintomas do câncer de bexiga, com infecção urinária, alterações da próstata, entre outras.

Por isso, a presença dessas manifestações não significa propriamente que a pessoa esteja com a doença, mas é preciso investigar. Na presença desses sintomas, consulte um médico clínico geral, médico de família ou um urologista.

Leia também: Câncer de bexiga tem cura? Como é o tratamento?

O que é, como se pega e como tratar calcanhar de maracujá (miíase)?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Popularmente conhecida como calcanhar de maracujá, a miíase consiste em uma infecção de pele provocada quando ovos de moscas são depositados em feridas (lesões). Dentro de um período de 30 a 60 dias este ovos se transformam em larvas que se proliferam e causam a infecção.

A miíase pode acometer crianças e adultos, principalmente nas regiões expostas da pele. O couro cabeludo também pode ser afetado. A região da pele por onde a larva penetra fica semelhante a um furúnculo (miíase furunculóide) por seu aspecto avermelhado e purulento.

Como se contrai a miíase?

Em alguns casos, a miíase pode acontecer em decorrência da deposição de larvas de moscas específicas em cavidades como nariz e orelhas e ferimentos na pele. Outra forma de contaminação se dá pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados.

Sintomas da miíase
  • Presença de nódulo avermelhado com um pequeno orifício ao centro;
  • Saída constante de secreção pelo orifício;
  • Sensação de movimentos na lesão;
  • Fisgada;
  • Ferroada.
Nódulo com miíase ao centro Tipos de miíase
  • Miíase furuncular: lesão é semelhante à uma espinha.
  • Miíase migratória: se assemelha ao bicho geográfico.
  • Miíase cavitária: comum em feridas abertas e em casos de câncer de pele.

A miíase também pode ser classificada como primária ou secundária.

  • Miíase primária: as moscas depositam seus ovos na pele, areia, terra ou roupas úmidas e estes ovos se desenvolvem e se transformam em larvas que infectam a pele.
  • Miíase secundária: neste tipo de miíase as larvas se desenvolvem em regiões não saudáveis da pele. Ocorre em feridas com necrose (tecido morto) ou ulcerações como, por exemplo, lesões provocadas por alguns tipos de câncer e leishmaniose.
Tratamento da miíase

O tratamento da miíase consiste na retirada manual das larvas e na limpeza das feridas. Fechar o orifício da lesão com vaselina ou um esparadrapo por algum tempo pode facilitar a remoção das larvas. Ao fechar a lesão, as larvas vão à superfície para respirar e este é o momento de removê-las.

Nos casos em que a lesão é muito grande a retirada das larvas pode ser feita mediante o uso de anestesia local. Há ainda algumas medicações orais que podem ser utilizadas no tratamento como a ivermectina.

Nenhum tratamento caseiro é indicado para miíase.

Ao perceber os sintomas procure um/a médico/a. Se puder busque um/a dermatologista. Estes profissionais devem verificar se outros órgãos podem estar afetados.