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Dor no peito: o que pode ser e o que fazer? Como saber se é Infarto?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no peito preocupa a todos, pelo medo de ser um sinal de infarto no coração (infarto agudo do miocárdio). E embora essa não seja a causa mais comum de dor torácica, é uma das causas que mais oferece risco de vida, por isso deve mesmo ser sempre investigada.

Hoje existem protocolos bem estruturados de atendimento nas emergências médicas, com excelentes resultados quando a doença é tratada a tempo.

Na suspeita de um infarto agudo do miocárdio, procure um serviço de emergência imediatamente.

Como saber se a dor no peito é infarto?

Os sintomas característicos de infarto agudo do miocárdio (IAM) são:

  • Dor ou desconforto no peito, de início súbito,
  • Localizada no lado esquerdo do peito (ou no meio do peito),
  • Tipo aperto, pressão ou desconforto, contínua,
  • A dor pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso (do mesmo lado),
  • Sintomas associados: Suor frio, tontura, náuseas, vômitos, fraqueza, mal-estar e falta de ar.

Vale ressaltar que portadores de diabetes podem não apresentar a dor no peito, mas apenas os sintomas de mal estar, suor frio, náuseas e vômitos. Por isso, em caso de diabetes, com esses sintomas, procure imediatamente um serviço de emergência para avaliação médica cardiológica.

Tipos de dores no peito

Na avaliação da dor no peito, a descrição da sua localização, pode auxiliar na pesquisa da causa desse problema. Entenda com a tabela abaixo, os principais diagnósticos, para cada tipo de dor torácica.

Tipos de dor O que pode ser?
Dor no peito à esquerda

Infarto agudo do coração, Dor muscular, Pneumonia, Asma, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Gases.

Dor no meio do peito Refluxo gástrico, Espasmo esofagiano, Infarto agudo do miocárdio, Pericardite, Endocardite, Derrame pericárdico, Dissecção de Aorta, Hérnia de hiato, Asma, Ansiedade, Gases.
Dor no peito à direita Dor muscular, Pneumonia, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Embolia, Pedras na vesícula, Gases.
Dor no peito que piora com a respiração profunda Pneumonia, Derrame pleural, Pneumotórax, Embolia pulmonar, Pericardite.
21 causas de dores no peito diferentes de infarto
1. Angina

A angina é considerada por alguns como o "princípio de infarto". De fato, a angina se caracteriza pela dor no meio do peito, tipo aperto, desconforto ou pressão, que pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso, e assim como no infarto, é causada pela falta de sangue em uma área do miocárdio (músculo do coração).

A grande diferença, é que a falta de sangue não é completa, a obstrução é parcial, portanto, o fluxo não é totalmente interrompido fazendo com que a dor dure menos de 15 a 20 minutos. A dor não é contínua, ela não dura mais de 20 minutos.

Quando a dor se mantém por mais de 20 minutos já caracteriza uma angina "instável" ou infarto.

No caso de angina, procure imediatamente um serviço de emergência médica. O tratamento é realizado com medicamentos sublinguais (para efeito mais rápido), com intuito de dilatar os vasos do coração, restituindo a circulação.

2. Endocardite

A endocardite é uma infecção no endocárdio (camada mais interna do coração). Os sintomas mais comuns são a febre, suor noturno, perda de peso, tosse e mal-estar.

Devido a tosse frequente, não é raro a presença de dor ou desconforto no peito. Entretanto não é um sintoma específico para essa doença. Contudo, por se tratar de uma doença grave com elevada taxa de mortalidade, deve entrar no grupo de causas possíveis a ser investigada.

O tratamento é feito com antibioticoterapia intravenoso, em ambiente hospitalar.

3. Pericardite

A pericardite é a infecção no pericárdio (uma espécie de "bolsa" que recobre o coração). A doença pode ser causada por uma infecção (bacteriana, fúngica ou viral), por trauma, uso crônico de medicamentos, doenças autoimunes ou pela presença de células neoplásicas (tumores).

Os sintomas característicos são a dor torácica no lado esquerdo do peito, que se irradia para o pescoço ou dorso, que melhora quando está sentado e piora quando se deita (decúbito dorsal).

O tratamento depende da gravidade do quadro e do agente causador dessa infecção. Sempre em ambiente hospitalar, pode ser tratado apenas com antibióticos venosos, ou associado a cirurgia.

4. Derrame pericárdico

O derrame pericárdico é o acúmulo de líquido no pericárdio. Os sintomas mais frequentes são a dor no peito do lado esquerdo, ou mais ao centro, tipo pressão ou aperto, associado a febre baixa, tosse e cansaço extremo.

O tratamento depende da causa do problema, do volume de líquido encontrado e do quadro clínico. Podendo ser conservador, com medicamentos, tratamento da causa e acompanhamento. Ou cirúrgico de urgência para os casos com falta de ar intensa e queda da pressão arterial.

5. Dissecção de aorta

A dissecção de aorta é uma emergência médica, uma das doenças que mais mata, se não tratada imediatamente. Chama-se dissecção, quando uma das camadas dos vasos se rompe, causando um extravasamento de sangue entre os folhetos do vaso.

Com o aumento da pressão entre essas paredes dos vasos, acontece uma ruptura do vaso, e sendo a aorta o maior vaso do corpo humano, o sangramento costuma ser fatal.

Os sintomas inicialmente são leves e inespecíficos, com dor entre os ombros, no meio do peito, sensação de peso no peito, dor no abdômen, fraqueza e ou mal-estar. O diagnóstico pode ser feito no exame clínico nos casos de aneurisma de grande volume na cavidade abdominal, ou por exames de imagem se for na região do tórax.

O tratamento é baseado no tamanho da dissecação, queixas e condições clínicas da pessoa.

6. Pneumonia

A pneumonia é a infecção do tecido pulmonar, geralmente decorrente de uma gripe mal curada. O principal sintoma é de dor no peito, em aperto ou pontadas, do lado acometido, que piora com a respiração profunda. Apresenta ainda, tosse produtiva, com secreção amarelada ou esverdeada, febre alta, falta de ar, fadiga e inapetência.

O tratamento é realizado com antibióticos. O médico da família, clínico geral ou pneumologista são os profissionais responsáveis pela confirmação desse diagnóstico e iniciar o devido tratamento.

7. Crise de asma (doenças crônicas do pulmão)

O processo de inflamação ou de fibrose encontrado nos problemas crônicos do pulmão, como a crise de asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), dificultam a passagem de ar devido ao edema, causando como sintomas: a dor no peito, ou desconforto tipo pressão, mais comum no meio do peito ou difusa, com dificuldade de respirar, sibilos ("chiado") e tosse seca.

A crise de asma pode evoluir para o óbito se não for devidamente tratada. O tratamento se baseia em medicamentos dilatadores para os brônquios, corticoides, nebulizações e oxigênio.

Na suspeita de crise de asma, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

8. Pneumotórax

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as pleuras do pulmão (membranas que recobrem os pulmões). O afastamento das pleuras, que costumam ser "coladas", causa dor intensa tipo pontadas ou "agulhadas", que piora muito com a respiração profunda.

O tratamento depende do volume de ar encontrado e do quadro clínico. Nos casos mais leves, de pequena quantidade de ar, o tratamento é tratar a causa do problema e acompanhamento. Mas nos casos de grande quantidade de ar, impedindo uma boa ventilação, a drenagem torácica deverá ser indicada.

9. Derrame pleural

O derrame pleural é o acúmulo de líquido entre as pleuras dos pulmões (membranas que recobrem os pulmões). Pode ser originado de traumas, infecções ou doenças autoimunes.

A separação das pleuras pelo líquido acumulado, causa dor no peito, no lado acometido, que piora com a respiração profunda. Pode haver também, febre, falta de ar e cansaço associados.

O tratamento depende da causa e do volume de líquido acumulado. No caso de comprometimento da respiração, está indicado drenagem torácica, para restabelecer a expansão dos pulmões, e possibilita coleta do material para análise.

10. Trauma

No trauma torácico, pode haver contusão ou fratura de costela(s). As fraturas resultam em dor intensa no local do trauma, dificuldade de respirar e de falar devido à dor, pôr 5 a 7 dias em média. O tratamento é repouso absoluto, para consolidação da lesão, e analgésicos potentes.

No trauma grave, com mais de 8 costelas fraturadas ("tórax instável"), a dificuldade respiratória pode evoluir para parada respiratória, o que pode ser fatal. Nesses casos o tratamento exige internação hospitalar, com monitorização, vigilância respiratória e quando necessário, intubação orotraqueal para assegurar uma boa oxigenação ao organismo, até sua consolidação.

11. Tuberculose pulmonar

A tuberculose pulmonar é uma doença endêmica no nosso país, altamente contagiosa, causada pela bactéria M. tuberculosis. Os sintomas típicos são de tosse seca ou produtiva, sudorese noturna, febre vespertina, cansaço e fraqueza.

A tosse é contínua, com duração de mais de 3 semanas, fato que acaba por desencadear a dor no peito, do lado comprometido, do tipo pressão ou pontadas.

O tratamento é baseado em medicamentos antibióticos específicos e orientações gerais. Esses medicamentos são oferecidos gratuitamente pelo Ministério da saúde, nos postos de saúde da cidade, aonde deve realizar também o acompanhamento solicitado pela equipe.

12. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma obstrução súbita de artérias do pulmão, impedindo o fluxo de sangue nessa região, com consequente isquemia ou infarto pulmonar. A causa mais comum é a formação de um coágulo nas veias da perna, que caem na circulação e chegam aos pulmões, aonde o calibre de veia é menor, impedindo a sua passagem.

É mais uma emergência médica, com alta taxa de mortalidade se não tratada dentro das primeiras horas.

O tratamento é realizado com medicamentos anticoagulantes, para dissolver esse coágulo (ou êmbolo), restabelecendo o mais rápido possível, o fluxo de sangue naquela região. Quanto antes for recanalizado o vaso, menor a chance de sequelas.

13. Excesso de gases

Os sintomas de dores no peito devido a excesso de gases, são dores do tipo cólica ou em "pontadas", mais intensas na região abaixo das costelas. Tem como principal característica, a melhora da dor com a mudança de posição e ou com a eliminação de gases.

As dores por excesso de gases costumam estar associadas ao sedentarismo, alimentação gordurosa ou consumo excessivo de bebidas gaseificadas, como os refrigerantes e a água com gás.

Para evitar a formação excessiva de gases, é importante manter hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação saudável e preferir o consumo de água e sucos naturais. O uso de chás naturais e massagem auxiliam na melhora dos sintomas.

Nos casos de dor refratária, podem ser utilizados os medicamentos à base de simeticona (dimeticona), capazes de unir as bolhas de gás e acelerar a sua eliminação.

14. Refluxo gástrico / azia

A doença do refluxo se caracteriza pelo retorno de uma parte do conteúdo do estômago para o esôfago, que origina a queimação no meio do peito, com sensação de peso ou "aperto" na região.

Isso acontece porque o conteúdo gástrico já foi misturado e contém uma quantidade de suco gástrico, um líquido ácido produzido no estômago para auxiliar a digestão dos alimentos.

Porém a parede do esôfago não é preparada para receber um conteúdo ácido, sendo assim, esse refluxo gera uma irritação na mucosa esofagiana, desencadeando os sintomas.

O refluxo é popularmente conhecido por azia.

Para reduzir o refluxo, é necessário comer mais vezes em menor quantidade, evitar beber líquidos junto com a comida, e evitar se deitar logo após as refeições.

O tratamento específico para cada caso, deverá ser definido por um médico gastroenterologista, após a identificação da causa do refluxo.

15. Espasmo esofagiano

Os distúrbios esofagianos alteram a sua motilidade, gerando contrações fortes, que chamamos de espasmos. A causa mais comum é a doença do refluxo, mas os espasmos podem ser desencadeados também por tabagismo, situações de estresse, alimentos ácidos, entre outros.

O sintoma de espasmo esofagiano é uma dor no meio do peito, tipo aperto ou pressão, de moderada a forte intensidade, intermitente, que piora após as refeições ou em situações de estresse importante ou crise de pânico.

O tratamento dependerá da causa do problema e da gravidade dos sintomas.

16. Tumor de esôfago

Nos casos de tumores, os sintomas são causados principalmente pela compressão de estruturas próximas. As queixas mais comuns são de dor no meio do peito, dificuldade de engolir, rouquidão e ou tosse.

Com a evolução da doença podem apresentar ainda, emagrecimento sem causa aparente, mal-estar, inapetência, febre baixa e sudorese.

Nesses casos, deve procurar seu médico da família e ou clínico geral para iniciar uma investigação ampla e assim possibilitar o tratamento mais indicado.

17. Gastrite

A gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago, causada por diversas situações, como o uso crônico de medicamentos anti-inflamatórios, alimentação inadequada, infecção pela H.Pylori ou estresse contínuo.

A inflamação origina os sintomas de dor no meio do peito, dor abdominal, náuseas, má digestão, falta de apetite e perda de peso nos casos mais avançados.

A dor típica da gastrite é uma dor em queimação, conhecida popularmente como azia, que piora após as refeições ou com jejum prolongado, no meio do peito.

O tratamento se baseia na orientação alimentar, redução de fatores de risco, como tabagismo e alcoolismo, e medicamentos que reduzem a acidez do estômago, para restabelecer a mucosa gástrica, os inibidores de bomba de prótons.

Nos casos de infecção pela bactéria H.Pylori, é necessário o uso de antibióticos

18. Hérnia de hiato

A hérnia de hiato é a passagem de parte do estômago para o tórax, através do diafragma, o que causa grande desconforto ou dor no meio do peito, do tipo aperto ou pressão.

O tratamento depende da gravidade, tamanho da hérnia e condições de saúde de cada pessoa. A doença é mais comum no idoso, e por isso as opções devem ser bem avaliadas. Uma opção é a orientação alimentar e acompanhamento. Nos casos que não melhoram ou com muitas queixas, pode ser indicada a cirurgia para a correção da hérnia.

19. Pedras na vesícula

A vesícula é o órgão responsável por armazenar a bile e liberar para o intestino na presença de alimentos, com o objetivo de auxiliar na digestão. A presença de pedras pequenas na vesícula não interfere nesse processo, pois são eliminadas junto com as fezes sem que a gente perceba.

No entanto, as pedras grande ficam impactadas no seu interior e causam dor tipo cólica, do lado direito do abdômen, que se irradia para a região torácica à direita, quando se contrai para enviar a bile para os intestinos.

Esse é o motivo da dor se agravar logo após as refeições, e principalmente nas refeições mais gordurosas, quando é necessário enviar maior quantidade de bile para a digestão.

O tratamento se inicia com orientações alimentares, mas pode evoluir para cirurgia nos casos de dor crônica, inflamação aguda ou complicações graves, como a pancreatite por cálculos biliares.

O mais adequado é que trate adequadamente com as orientações dietéticas, para evitar as complicações que podem ser fatais.

20. Crises de ansiedade

A dor no peito causada por ansiedade, costuma se localizar no meio do peito, do tipo aperto ou pressão, por vezes referida como "angústia no peito". Além disso, costuma estar associada a outros sintomas como: falta de ar, palpitação, formigamento no rosto ou nos braços, "bolo na garganta", pelo espasmo esofagiano, náuseas ou vômitos.

Isso acontece, porque durante uma crise de ansiedade ou pânico, o cérebro funciona da mesma maneira do que em uma situação de perigo real, preparando o organismo para a reação de fuga. Com isso aumenta os batimentos cardíacos, contrai a musculatura, aumenta a pressão arterial, reduz o calibre dos vasos, entre outras modificações, que originam todos esses sintomas.

No entanto, a única maneira de diferenciar com exatidão uma crise de ansiedade e o infarto do coração, é através do exame médico e exames complementares. Não existe um exame que confirme a ansiedade, trata-se de um diagnóstico de "exclusão".

No caso de dor no peito com os sintomas acima citados, o mais recomendado é que procure um atendimento médico de emergência, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento necessário.

21. Dor muscular

A dor muscular ou contratura muscular é uma das causas mais comuns de dor no peito. Pode ser decorrente de uso excessivo da musculatura, como em frequentadores assíduos de academia, por trauma, posturas ou movimentos repetidos, entre outras situações.

A dor muscular se caracteriza por piorar com o movimento e ou palpação, e melhorar com repouso e uso de medicamentos relaxantes musculares.

O tratamento irá depender da intensidade da dor, basta manter-se em repouso de 1 a 2 dias, ou associar o uso de anti-inflamatórios e analgésicos comuns.

Quando deve procurar uma emergência / urgência?

Em caso de dor no peito, procure atendimento médico com urgência se:

  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de sintomas como suor frio, mal-estar, dificuldade em respirar, batimentos cardíacos aumentados, náuseas e/ou vômitos;
  • A dor no peito se espalhar para mandíbula, braço esquerdo ou costas;
  • A dor no peito for forte e não melhorar após 20 minutos;
  • É portador de angina e o desconforto no peito se torna mais intenso subitamente ao praticar atividades leves ou dura mais tempo que o habitual;
  • Os sintomas de angina surgirem enquanto você estiver em repouso;
  • História prévia de ataque cardíaco ou embolia pulmonar;
  • Dor no peito associado a tosse com catarro verde e ou amarelado.
  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de dificuldade para respirar, especialmente após viagem longa, permanecer muito tempo sentado (a), acamado(a) ou imobilizado(a) por cirurgia, por exemplo.

Em caso de dor no peito, verifique a ocorrência de outros sinais e sintomas procure um serviço de urgência, visto que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte na população, e se iniciam com queixa de dor no peito.

Pode lhe interessar também: O que fazer no caso de dor no peito?

Transtorno desintegrativo da infância: Quais os sintomas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas do transtorno desintegrativo da infância começam a se manifestar antes dos 10 anos de idade, após um período em que a criança apresentava um desenvolvimento normal, pelo menos até os 2 anos de vida. E sua característica marcante é a regressão evidente de habilidades já adquiridas. A criança parece "desaprender o que já havia aprendido."

Crianças com transtorno desintegrativo da infância apresentam um desenvolvimento normal até pelo menos os 2 anos de idade, comunicando-se por palavras, expressões e gestos; manifestando comportamentos apropriados para a idade e controle dos esfincteres, conforme esperado.

Contudo, antes de completar os 10 anos de idade, a criança manifesta uma perda significativa das habilidades adquiridas, em pelo menos duas das seguintes áreas:

  • Linguagem;
  • Habilidades sociais ou comportamento adaptativo;
  • Habilidades motoras;
  • Habilidades em realização de jogos e brincadeiras;
  • Controle esfincteriano
Sinais e sintomas
  • Prejuízos na comunicação, como: atraso ou ausência da fala, perda da capacidade de começar ou manter uma conversa, perda da capacidade de interpretar gestos, linguagem repetitiva, ausência de brincadeiras imaginárias variadas;
  • Prejuízos nas interações sociais, como: alterações no comportamento não-verbal, dificuldade em desenvolver relacionamentos, pouca abertura social e emocional, falta de resposta diante de tentativas de carinho, contato visual breve;
  • Prejuízos no comportamento, apresenta atividades e interesses repetitivos, restritos e estereotipados, incluindo alterações nas habilidades motoras;
  • Regressão em relação ao controle esfincteriano, a criança pode voltar a urinar na roupa ou na cama durante o sono, após já ter adquirido esse controle.
Tratamento

O tratamento do transtorno desintegrativo da infância é multidisciplinar e deve começar o quanto antes para favorecer a adaptação da criança e compensar as suas limitações. O objetivo principal será melhorar a linguagem, a comunicação e as habilidades sociais da criança, bem como reduzir os comportamentos inadequados.

Os tratamentos mais usados são os de abordagem psicológica, social e educacional.

O/A médico/a responsável pelo diagnóstico e tratamento do transtorno é o/a psiquiatra.

Saiba mais em: Transtorno desintegrativo da infância é grave?

O que é a Síndrome de Angelman (Síndrome da boneca feliz) e como identificá-la?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A Síndrome de Angelman é um distúrbio neurológico de origem genética que causa deficiência mental, comprometimento ou ausência da fala, epilepsia, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, alterações de comportamento, entre outros sinais e sintomas.

A doença é causada por uma anomalia em um gene transmitido pela mãe. A maioria dos casos de Síndrome de Angelman ocorre quando uma parte do cromossomo 15 materno é apagado.

Duas características comuns da Síndrome de Angelman é o andar desequilibrado, com as pernas estendidas e mais afastadas que o normal, e o sorriso constante dos pacientes. Essas características levaram o descobridor da síndrome a denominá-la "Síndrome da Marionete Feliz" (Happy Puppet).

A Síndrome de Angelman caracteriza-se por um grave atraso no desenvolvimento mental, comprometimento severo da fala, andar desequilibrado, convulsões e o comportamento típico de rir frequentemente com excitação.

Os pacientes com Síndrome de Angelman também apresentam características físicas peculiares. A boca é grande, o queixo é proeminente, os dentes são mais espaçados e a língua costuma ficar para fora da boca (língua protusa).

Os sinais e sintomas da Síndrome de Angelman tornam-se mais nítidos a partir dos 2 ou 3 anos de idade. Contudo, em alguns casos, já é possível observar atrasos no desenvolvimento entre o 6º e 12º mês de vida.

O diagnóstico da síndrome deve ser feito por um neurologista ou geneticista.

Saiba mais em:

Quais os sintomas da insuficiência adrenal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas da insuficiência adrenal são variados e dependem da causa e do tempo de doença. Pode ser dividida em insuficiência adrenal Primária ou Secundária, além de aguda ou crônica.

Geralmente os sintomas são inespecíficos, como fraqueza, cansaço e falta de apetite. Na insuficiência adrenal primária, um dos sinais característicos é a presença de manchas escuras na pele, especialmente em regiões expostas como o rosto, e dobras, como nas axilas. A essa pele escurecida, chamamos de hiperpigmentação.

Quanto ao tempo de doença, aguda ou crônica, na forma aguda também conhecida por "crise adrenal", os sintomas são mais graves e com maior risco de complicações para a saúde, incluindo o risco de óbito.

Sintomas da Insuficiência adrenal
  • Náuseas, vômitos
  • Dor abdominal (por vezes intensa)
  • Falta de apetite
  • Perda de peso
  • Pressão baixa
  • Glicose baixa
  • Sinais de desidratação (boca seca, muita sede, pele ressecada)
  • Amenorreia (alterações no ciclo menstrual)
  • Avidez por comida salgada
  • Redução de pelos, nas mulheres
  • Sintomas psiquiátricos e confusão (nos casos mais avançados)
  • Hiperpigmentação cutâneo-mucosa (sinal clássico de áreas com escurecimento da pele, porém apenas na insuficiência adrenal primária)
Escurecimento da pele, nas axilas. Sinal sugestivo de insuficiência adrenal primária.

Os sintomas gastrointestinais costumam ser a primeira manifestação na doença. Por vezes a dor abdominal é tão intensa que sugere quadro de abdome agudo, ou seja, urgência médica cirúrgica.

Outro sintoma bastante comum, o desejo voraz por alimentos salgados, ocorre devido a pouca concentração de sal (sódio) no plasma decorrente da doença, uma forma de compensação desenvolvida pelo próprio organismo.

Também pode haver perda do desejo sexual e perda de pelos na região genital e nas axilas.

Insuficiência adrenal aguda

Os sintomas da insuficiência adrenal geralmente começam a se manifestar gradualmente. Contudo, situações de estresse, presença de infecção, traumatismos e procedimentos cirúrgicos podem causar uma crise aguda de insuficiência adrenal que pode levar à morte se não for devidamente tratada.

Nesses casos, além dos sintomas acima descritos estão presentes também febre alta, dor abdominal intensa, depressão, confusão mental, hipotensão grave e refratária.

Insuficiência adrenal crônica

Casos crônicos ou graves de insuficiência adrenal podem causar anda dores musculares e articulares, depressão, delírios, perda de memória e psicose.

Os sinais e sintomas da insuficiência adrenal podem ser discretos e variados. As manifestações são decorrentes da pouca produção de glicocorticoides ou mineralocorticoides e ainda da própria doença que originou a insuficiência adrenal.

Sem tratamento, a insuficiência adrenal pode ser fatal, sobretudo nos casos agudos.

O que é Doença de Addison?

A doença de Addison é a uma das formas mais comuns de insuficiência adrenal primária, onde a baixa produção de cortisol e aldosterona, levam aos sintomas de fraqueza, fadiga e pressão baixa.

Com a evolução da doença ou mediante uma situação de estresse, como pós-operatório ou infecção, os sintomas se agravam, podendo haver queda importante do sódio e da pressão arterial, com risco de morte se não tratado rapidamente.

Na presença dos sintomas relatados é importante que procure o quanto antes um médico de família, clínico geral ou um endocrinologista na presença desses sintomas.

Saiba mais em:

Quais os alimentos que causam gases? Conheça também os que não causam
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os alimentos que mais causam gases são aqueles que dão mais trabalho ao intestino para serem digeridos como as leguminosas (feijão, lentilha e grão-de-bico), carne de porco, alho, alho-poró e frutas ricas em açúcar como a banana e a pera.

Vale lembrar, que a alimentação é o principal fator para a formação de excesso de gases, porém não é a única causa. O sedentarismo e o consumo de bebidas gaseificadas também contribuem para esses sintomas.

Para diminuir a produção de gases intestinais é preciso equilibrar os alimentos ingeridos, e não eliminar alimentos da sua dieta, porque cada um desempenha um papel importante no funcionamento do nosso corpo.

Alimentos que aumentam a produção de gases

Os principais alimentos responsáveis pela produção de excesso de gases, que causam desconforto abdominal e mal-estar são:

  • Leguminosas: Feijão, lentilha, grão de bico, ervilha
  • Legumes: Repolho, couve-flor, brócolis, pepino, beterraba, pimentão-verde e cenoura
  • Alho, Alho-poró, Cebola
  • Carne de porco
  • Carboidratos: Arroz integral, batata, batata-doce
  • Leite e derivados
  • Ovos
  • Pipoca, Milho
  • Aveia, Farinha de trigo, mel
  • Frutas: Abacate, Maça, Pera, Manga, Cereja, Melancia, Banana e Uva.

Além dos alimentos citados, os adoçantes, refrigerantes, bebidas gaseificadas, café e cerveja também provocam formação de grande quantidade de gases intestinais. Evite o consumo excessivo dessas bebidas ou beber diariamente.

O amendoim, nozes e algumas sementes, pode causar gases apenas quando ingeridas em grandes quantidades, ou em pessoas que desenvolvam algum grau de alergia.

Alimentos que produzem menos gases

Alguns alimentos não causam formação de gases durante a digestão, pelo menos quando consumidos de forma adequada, sem excesso, são eles:

  • Alface
  • Tomate
  • Condimentos como hortelã, cominho, orégano, salsa e anis estrelado
  • Frutas: Abacaxi e mamão.
Como eliminar os gases?

A recomendação para evitar a produção aumentada de gases, e também na sua eliminação se baseia em:

Dieta balanceada

Os nutricionistas orientam que cada refeição tenha um pouco de cada nutriente, para ajudar na digestão e no bom funcionamento do organismo. Procurar comer um carboidrato, como o arroz, ou a batata; uma proteína, como as carnes ou tofu, legumes e verduras a vontade.

Evitar elementos gordurosos ou cozinhar com muito óleo, porque dificultam na digestão é uma das principais causas de formação exagerada de gases, visto que as bactérias precisam de muita fermentação para quebrar esses alimentos.

Prática de atividade física

Praticar atividades físicas regularmente, ajuda na digestão pela melhor circulação e aumento do metabolismo do corpo. A atividade deve ser praticada de 3 a 4 vezes por semana, pelo menos 30 minutos.

Massagem

A massagem circular na barriga é uma prática antiga, mas que funciona para os casos de cólicas e dor abdominal causada por excesso de gases, porque ajuda de forma mecânica na eliminação desses gases.

Deve ser feita em círculos, começando do lado inferior direito da barriga, empurrando com pressão leve em direção ao umbigo, e depois circulando a barriga até o canto inferior esquerdo da barriga, região onde se encontra a porção final do intestino.

Medicamentos

O medicamento só deve ser usado quando o desconforto é grane e as medidas não medicamentosas não mostraram resultado. O mais utilizado é o Luftal®. A dose e formas de uso devem ser definidas de acordo com cada caso, idade e peso. O médico de família poderá orientar.

Dicas gerais

Importante também procurar fazer as refeições em ambientes calmos, mastigar bastante a comida e evitar beber e conversar enquanto come.

Outra dica valiosa é aumentar o consumo de água. Beber um litro e meio a 2 litros de água por dia ajuda não só no processo de digestão, mas na hidratação, no funcionamento renal, sistema imunológico, entre outros.

O médico nutrólogo ou o nutricionista, podem orientar quanto a dieta balanceada para cada caso e esclarecer as demais dúvidas que possam surgir sobre o processo digestivo.

Leia também:

Excesso de gases: o que pode ser e como tratar?

Como aliviar os gases na gravidez?

Referências:

  • Diane Abraczinskas, MD. et al.; Overview of intestinal gas and bloating. UpTodate, Dec.6, 2018.
  • Arnold Wald, MD. et al.; Treatment of irritable bowel syndrome in adults. UpToDate. Oct 23, 2019.
O que é taquicardia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Taquicardia é o batimento do coração em uma frequência superior à considerada normal, levando a sensação de coração acelerado. Nos adultos, os batimentos acima de 100 por minuto já é considerado taquicardia. Em crianças, esse valor varia de acordo com a idade. Quanto menor for a idade, maior a frequência dos batimentos.

Quais as causas da taquicardia?

A taquicardia pode aparecer em situações normais em que o organismo precisa receber mais sangue e oxigênio, tais como em exercícios físicos, situações de estresse, infecções e outras. Nesses casos, não é necessário realizar nenhuma investigação ou tratamento adicional.

Além disso, bebidas que contêm cafeína, como café, chás e alguns tipos de refrigerantes podem elevar a frequência cardíaca. Também o chocolate, o cigarro, produtos energéticos, alguns medicamentos e drogas ilícitas têm esse efeito. Nesses casos, basta interromper o consumo do produto para que a frequência cardíaca se normalize.

Entretanto, quando a taquicardia aparece fora dessas situações, principalmente quando a pessoa está em repouso ou dormindo, pode ser um sinal de problemas no coração, tais como alguns tipos de arritmias.

Nessa situação o/a médico/a de família, clínico/a geral ou cardiologista deve ser procurado/a para que exames sejam feitos e o diagnóstico seja encontrado. Em geral, poderá ser solicitado um eletrocardiograma, uma radiografia do tórax e, às vezes, um ecocardiograma ou teste de esteira.

Quais são os sintomas da taquicardia?

Dependendo do caso, a taquicardia pode não provocar nenhum sintoma. Em outros, pode haver uma alteração significativa do funcionamento do coração, aumentando o risco de infarto, derrame cerebral, paragem cardíaca ou morte.

Se os batimentos cardíacos estiverem muito acelerados, o coração pode não ser capaz de bombear adequadamente o sangue, podendo faltar oxigênio para alguns tecidos do corpo.

Nesses casos, os sintomas podem incluir tonturas, dificuldade para respirar, palpitações, dor no peito ou até mesmo desmaio.

Qual é o tratamento para taquicardia?

O tratamento vai depender do tipo, da causa e da gravidade do problema. Em alguns casos, apenas repouso e medidas comportamentais podem ser suficientes.

Em outras situações, medicamentos que controlam os batimentos cardíacos podem ser necessários. E em casos menos comuns, o médico pode indicar uma cirurgia para se corrigir o problema.

O tratamento da taquicardia visa reduzir o ritmo dos batimentos cardíacos, prevenir novos episódios e evitar complicações.

A taquicardia pode ser amenizada ao tossir, inclinar o corpo para a frente ou aplicar gelo na face. Caso esses procedimentos não sejam eficazes, pode ser necessário administrar medicamento pela via intravenosa.

Há ainda medicamentos orais que podem ser usados para tratar a taquicardia. Uma outra forma de normalizar o ritmo cardíaco é através da aplicação de choque elétrico no tórax como objetivo de restaurar o ritmo cardíaco.

Como prevenir a taquicardia?

Para prevenir novos episódios de taquicardia, pode ser colocado um cateter, um marca passo ou um desfibrilador. Esses equipamentos são capazes de detectar o ritmo cardíaco e corrigi-lo. Há casos de taquicardia que necessitam de cirurgia para eliminar a parte elétrica do coração que está danificada.

Também é importante controlar as doenças de base que podem estar causando a taquicardia.

O/A médico/a de família, clínico/a geral ou cardiologista pode ser consultado/a para diagnosticar e tratar a taquicardia.

Diarreia faz emagrecer?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A diarreia pode levar à perda de peso. Quando ela acontece de repente, isso ocorre principalmente devido à perda de água, que pode causar desidratação.

Já quando a diarreia é constante, além da perda de água, ela pode prejudicar a absorção dos nutrientes. Por isso, a diarreia pode trazer problemas de saúde, não sendo uma boa forma de emagrecer.

Causas possíveis para a diarreia são:

  • Infecção viral, bacteriana, por parasitas ou intoxicação alimentar: podem provocar diarreia aguda;
  • Uso de alguns medicamentos como laxantes, antiácidos com magnésio ou antibióticos: podem provocar diarreia aguda ou crônica, dependendo de como são usados;
  • Problemas intestinais e endócrinos: podem causar diarreia constante;
  • Síndromes de má absorção, como doença celíaca, insuficiência pancreática, intolerância a carboidratos (como a lactose): podem causar diarreia frequente.

Alguns alimentos podem aumentar a diarreia, como os que contém cafeína (café, chás e refrigerantes), manitol e xilitol (como alguns medicamentos, chicletes e balas). Comer frutas em excesso também pode aumentar a diarreia.

Quando a diarreia for muito intensa, frequente ou estiver acompanhada de cólica ou febre, é importante procurar um médico de família ou um gastroenterologista.

Para emagrecer, não existe nada mais eficaz e seguro que uma dieta adequada e exercícios físicos regulares. Um nutricionista e um educador físico podem ajudar.

Para saber mais sobre o que pode ajudar a emagrecer, leia também:

Referência:

Gotfried J. Diarreia. Manual MSD. Versão para profissionais de Saúde.

O que é degeneração macular e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que afeta a porção central da retina (mácula), responsável pela captação de detalhes visuais. Os seus principais sintomas são perda progressiva da visão central, distorção visual das linhas retas e diminuição da nitidez das cores.

Se não for devidamente tratada, a degeneração macular pode provocar danos irreversíveis à visão e levar à perda da visão de leitura e da nitidez, mas não chega a causar cegueira total.

A degeneração macular normalmente ocorre em pessoas com mais de 50 anos e está relacionada com o desgaste da retina. A doença normalmente afeta os dois olhos, mas não ao mesmo tempo. É frequente um olho já estar numa fase avançada, com perda significativa da visão, e o outro estar numa fase inicial.

Existem 2 tipos de degeneração macular relacionada à idade:

- Degeneração macular seca ou atrófica: É a forma mais comum e leve da doença, sendo observada em até 90% dos casos. Caracteriza-se pelo desgaste contínuo da retina que provoca atrofia ou perda das células da mácula. O seu sintoma característico é a diminuição progressiva e lenta da visão central.

- Degeneração macular úmida ou exsudativa: Representa cerca de 10% dos casos de degeneração macular relacionada à idade. Porém, esta forma de DMRI provoca uma perda mais acentuada da visão central e pode ter início súbito. Caracteriza-se pelo crescimento de pequenos vasos sanguíneos por baixo da retina, que formam uma película. Esses vasos são frágeis e causam sangramento e extravasamento de líquido para dentro da retina ou abaixo dela, com risco elevado de piora acentuada da visão.

Devido ao acúmulo desses líquidos, a degeneração macular úmida ou exsudativa provoca distorção das imagens e o paciente refere pontos ou manchas escuras no campo visual.

À medida que a doença avança, forma-se uma espécie de tecido cicatricial no local afetado pelos vasos, com consequente perda irreversível da percepção visual. A cegueira só não é total porque esse processo atinge somente a área central da retina e a visão periférica é preservada.

No início, os sintomas da degeneração macular são bastante discretos e imperceptíveis. Dentre os mais comuns estão:

  • Embaçamento da visão;
  • Cores mais opacas;
  • Palavras borradas;
  • Mancha escura ou embaçada no centro da visão;
  • Linhas retas distorcidas, parecendo onduladas;
  • Presença de pontos cegos (escuros ou brancos) no campo visual;

Existem diversos fatores podem favorecer o aparecimento da degeneração macular, como história da doença na família, ter a pele clara e os olhos azuis ou verdes, exposição em excesso ao sol, alimentação rica em gorduras, tabagismo, pressão alta e doenças cardiovasculares.

O diagnóstico e tratamento da degeneração macular relacionada à idade é da responsabilidade do/a médico/a oftalmologista.

Saiba mais em: Degeneração macular tem cura? Qual o tratamento?