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O que é um otorrinolaringologista (otorrino)? Quando procurar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O otorrinolaringologista é o médico que cuida dos problemas de ouvido, nariz e garganta, daí o seu nome: oto = ouvido, rino = nariz, laringo = garganta.

O otorrino cuida também dos problemas de voz, distúrbios do sono e tonturas, quando está relacionada aos problemas do labirinto. O labirinto é uma estrutura localizada no ouvido interno, responsável por parte da audição e também do equilíbrio.

Para se formar em otorrino é preciso concluir a faculdade de medicina, e após a sua conclusão, precisa realizar um curso de especialização em otorrinolaringologia, na forma de residência médica ou pós-graduação. A formação dura em média 3 a 4 anos.

Já como especialista, pode realizar cursos de aperfeiçoamento e realização de exames complementares, como a audiometria, endoscopia nasal, laringoscopia, entre outros.

Quando procurar um otorrino?

O otorrino pode ser procurado diretamente pelo paciente, sempre que apresentar uma queixa no ouvido, garganta, nariz, voz, tontura ou dificuldade de sono. Pode ser ainda encaminhado por outro médico não especialista, quando entender que é necessário a sua avaliação.

Entretanto, algumas situações indicam que precisa procurar um otorrino com urgência, como:

  • Dor de ouvido associada a febre alta
  • Secreção purulenta pelo ouvido
  • Dificuldade de engolir
  • Perder a audição subitamente
  • Presença de corpo estranho, ou pequenos objetos, dentro do nariz ou ouvido (mais comum em crianças pequenas).
Quais são as doenças tratadas pelo otorrino?

As doenças mais comuns nos atendimentos feitos por otorrinos, são:

  • Dor de ouvido, otite, excesso de cera no ouvido
  • Dificuldade de audição, Surdez
  • Zumbidos, tonteira, vertigem, labirintite
  • Dor de garganta, Amigdalite
  • Rouquidão
  • Alterações na fala, dificuldade de linguagem
  • Rinite, Sinusite
  • Pólipos nasais
  • Tosse crônica
  • Câncer de faringe, laringe, boca e língua
  • Apneia do sono, dificuldades de dormir

Lembrando que, em algumas dessas situações, outros médicos poderão avaliar e tratar casos mais simples. Como é o caso de otite externa em crianças, geralmente tratada pelo pediatra que a acompanha, ou uma amigdalite, que pode ser vista pelo clínico geral ou médico da família.

Cabe ao médico definir se está capacitado a resolver o problema, ou encaminhar o paciente para uma avaliação especializada.

Quais são os exames feitos pelo otorrino?

A maioria dos exames realizados por otorrino, podem ser realizados no próprio consultório médico, não causam dor e tem uma duração curta. Como a audiometria, otoscopia, laringoscopia, endoscopia nasal, nasolaringoscopia, potencial evocado auditivo e potencial evocado vestibular.

Para maiores informações, converse com o seu médico da família, ou agende uma consulta diretamente com o otorrinolaringologista.

Saiba mais:

O que é o reumatismo? Quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Reumatismo é o nome dado a um grande grupo de doenças reumáticas, conhecidas também como problemas nas "juntas" (articulações).

No entanto, além das articulações, as doenças reumáticas podem causar danos a muitos outros sistemas, como os músculos, ossos, tendões, pele, pulmões, rim, sistema gastrointestinal, coração e até o sistema nervoso.

Quais são sintomas do reumatismo?

Como quase todas as doenças têm algum acometimento inflamatório das articulações, podemos dizer que os sintomas mais comuns são:

  • Dor nas articulações;
  • Inchaço, calor e vermelhidão nas articulações;
  • Piora da dor pela manhã ou com repouso prolongado
  • Rigidez e/ou limitação dos movimentos;
  • Cansaço freqeunte, mal-estar;
  • Febre (baixa);
  • Perda de peso;
  • Fenômeno de Raynaud.

O fenômeno de Raynaud é um sinal comum nas doenças reumáticas, caracterizado pela mudança de cor nas extremidades dos dedos, quando exposto a temperaturas frias. Geralmente se inicia com palidez, depois a pele se torna azulada e por fim, com o retorno da circulação, apresenta uma vermelhidão, edema (inchaço), dor e calor local.

Fenômeno de Raynaud - palidez, com posterior vermelhidão nas extremidades dos dedos. Principais tipos de reumatismo 1. Artrite reumatoide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune, inflamatória crônica, que acomete ambos os sexos e idade, embora seja mais encontrada em mulheres acima dos 40 anos. A doença causa dor, calor, edema, rigidez matinal e deformidades, principalmente as articulações das mãos, punhos e joelhos.

Deformidades ósseas na Artrite Reumatóide avançada. 2. Lúpus

O lúpus é uma doença inflamatória crônica, autoimune, sem causa definida, que também é mais comum nas mulheres do que os homens, com sintomas variados, porque pode atingir qualquer sistema do corpo. Os sintomas principais incluem as manchas na pele, febre, mal-estar, dores articulares, distúrbios respiratórios, feridas na boca e presença de nódulos ou caroços pelo corpo.

Cerca de metade das pessoas com lúpus apresenta um tipo de mancha no rosto, em forma de "borboleta", localizada nas bochechas e no nariz, que piora com a exposição ao sol.

Mancha na pele em formato de "borboleta", típica do Lupus Eritematoso sistêmico.

Outros sintomas encontrados na doença lúpica, são o cansaço frequente, indisposição, queda de cabelo, perda de peso, sensibilidade à luz solar e insuficiência renal.

3. Fibromialgia

A fibromialgia é uma condição clínica caracterizada por dor muscular generalizada, que dura mais de 3 meses, associada a alteração de humor, distúrbios de sono, concentração e memória.

Apesar de todos os sintomas descritos, não existem evidências de inflamação local, o que atrasa o correto diagnóstico e início do tratamento.

4. Esclerodermia

A esclerodermia é caracterizada por uma inflamação crônica do tecido conjuntivo, com aumento de fibrose em todo o corpo, tornando a pele mais endurecida, escura e brilhosa. A doença pode ser localizada, atingindo apenas os membros e rosto, ou sistêmica, acometendo todo o corpo, além dos órgãos internos.

Os sintomas típicos são, portanto, o enrijecimento da pele, fenômeno de Raynaud (coloração azulada nas extremidades), além de dor nas juntas, rigidez e deformidades, com limitação dos movimentos. Pode haver também comprometimento pulmonar, gástrico, intestinal, renal ou do sistema neurológico.

5. Síndrome de Sjogren

A síndrome de Sjogren é uma doença autoimune onde o sistema imunológico ataca as glândulas responsáveis por produzir saliva e lágrimas. Portanto, tem como principais sintomas a boca seca e os olhos secos. A síndrome de Sjogren também pode afetar outras partes do corpo, incluindo articulações, pele e nervos. Quando isso acontece, pode haver dor nas articulações ou nos músculos, pele seca, manchas na pele, feridas crônicas e doenças nos nervos periféricos.

Sintomas mais comuns da Sindrome de Sjogren: Pele ressecada, Lingua seca e olhos vermelhos e irritados pelo ressecamento. 6. Gota

Gota é um tipo de reumatismo, causado pelo acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações, especialmente no hálux (dedo maior do pé). Esse tipo de reumatismo é mais comum em homens e pessoas que consomem muita carne vermelha. O quadro é caracterizado pelo inchaço agudo do dedão, com dor intensa, vermelhidão e calor local.

7. Espondilite anquilosante

Espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crônica, de origem genética, que afeta as articulações da coluna vertebral e as grandes articulações do corpo, como quadril e ombro, sobretudo homens com menos de 40 anos.

Trata-se de um tipo de reumatismo que causa importante dor e rigidez na coluna, especialmente pela manhã, levando a imobilidade com o passar dos anos. O repouso piora os sintomas e a prática de exercícios ajuda no alívio da dor e retarda a evolução da doença.

Qual o tratamento para o reumatismo?

O tratamento das doenças reumáticas varia de acordo com a causa e o estágio da doença. No entanto, as opções mais utilizadas são:

  • Anti-inflamatórios
  • Corticoides
  • Imunossupressores
  • Fisioterapia
  • Terapia ocupacional
  • Psicologia e
  • Cirurgia (mais raramente).

As artrites, espondiloartrites, febre reumática, tendinites, osteoporose, artroses, LER (lesão por esforço repetitivo), entre outras, também são consideradas tipos de reumatismo, cada um com as suas próprias características.

Sendo assim, na suspeita de um problema reumático, e para maiores esclarecimentos sobre as doenças reumatológicas, procure o seu médico de família ou reumatologista.

Referência:

Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Quais os valores anormais na sedimentoscopia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A sedimentoscopia é uma das etapas do exame de urina. Analisa células e outros elementos na amostra de urina, através de um microscópio. Os resultados/valores considerados anormais são:

  • Células epiteliais: numerosas
  • Cilindros na urina: presentes
  • Hemácias: várias ou numerosas
  • Cristais na urina: vários ou numerosos
  • Bactérias: presentes
  • Parasitas: presentes

O exame de urina é dividido em três etapas (análise física, química e a sedimentoscopia) e é amplamente utilizado para diagnosticar e/ou acompanhar as doenças renais e do sistema urinário.

Entenda o que significa cada um destes resultados, no exame de sedimentoscopia:

1. Células epiteliais
  • Resultado normal: raras ou algumas
  • Resultado anormal: numerosas

Quando os resultados da sedimentoscopia de urina mostram algumas células epiteliais ou raras células epiteliais, o exame pode ser considerado normal. A presença de poucas células podem ser resultado de uma descamação normal da uretra, ou de contaminação da amostra de urina analisada.

Entretanto, quando as células epiteliais estão presentes em grande número sugere um problema no trato urinário, ou seja, no trajeto pelo qual a urina passa. Deste modo, a lesão pode ocorrer nos rins, ureter, bexiga ou uretra.

2. Cilindros na urina
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: presentes

Quando existem cilindros na urina, pode indicar problemas renais como uma inflamação renal. A glomerulonefrite, inflamação nos glomérulos, local onde ocorre a filtração do sangue e formação da urina, é um exemplo de presença de cilindros na urina.

3. Hemácias na urina
  • Resultado normal: ausentes ou raras
  • Resultado anormal: várias ou numerosas

A presença de várias ou numerosas hemácias no exame de urina não é considerada normal e pode ser um sinal de lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas nas vias urinárias.

O número aumentado de hemácias (células do sangue) na urina é chamado de hematúria. Dependendo da intensidade, pode ser observada diretamente na urina pela coloração avermelhada, que indica a presença de sangue, ou apenas com uso de microscópio por meio da sedimentoscopia.

4. Cristais na urina
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: vários ou numerosos

O resultado se refere à análise de cristais anormais na sedimentoscocpia, como cristais de cistina, leucina, tirosina, colesterol e sulfonamidas.

A presença de cristais de carbonato de cálcio, oxalato de cálcio e poucos cristais de ácido úrico é considerado normal. Pode ocorrer devido à pouca ingestão de água, hábitos alimentares ou mudanças na temperatura corporal, acumulando esses cristais.

No entanto, alguns cristais são considerados patológicos (cistina, leucina, tirosina, colesterol e sulfonamidas) e quando presentes na urina podem indicar doenças metabólicas e/ou infecciosas.

5. Leucócitos, piócitos ou glóbulos brancos
  • Resultado normal: raros ou ausentes
  • Resultado anormal: vários ou numerosos

Quando encontrados em pequena quantidade na urina, a presença de piócitos, também chamados de leucócitos ou glóbulos brancos, é considerada normal e sugere uma infecção urinária.

A piúria, como é denominada a urina com grande quantidade de piócitos na urina, indica lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas dos rins, ou de qualquer outra estrutura do sistema urinário.

6. Bactérias
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: presentes

A presença de bactérias na urina é um achado anormal. Pode ocorrer por contaminação da amostra de urina analisada, em infecções do trato urinário com envolvimento dos rins ou em infecções urinárias simples.

No caso de infecção urinária, além das bactérias, é comum a presença de leucócitos aumentados e presença de cilindros, na sedimentoscopia.

7. Parasitas
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: presentes

Alguns parasitas podem ser encontrados na sedimentoscopia de urina e o mais comum é o Trichomonas vaginalis. Quando este parasita é encontrado no exame, pode indicar vaginites (infecções vaginais) ou uretrites (infecção da uretra).

Como devo coletar a urina para exame?

O exame de urina não requer nenhum preparo, apenas siga as orientações:

  • Utilize um frasco estéril e com tampa, de preferência fornecido pelo laboratório;
  • Lave as mãos;
  • Lave os genitais com água e sabão;
  • Despreze o primeiro jato de urina e colete o jato do meio (jato médio) sem interrupção do fluxo;
  • Leve ao laboratório, no máximo, até 2 horas após a coleta.

Pergunte ao médico que solicitou o exame sobre a necessidade de suspender alguma medicação que você utiliza.

Recomenda-se que as mulheres não coletem urina no período menstrual, devido à presença de hemácias na amostra, prejudicando o resultado. A não ser que seja realmente necessário, e nesses casos não deixe de informar ao laboratório sobre a menstruação, na entrega da amostra.

A sedimentoscopia deve ser analisada com as outras etapas do exame de urina: análise física (cor, aspecto, densidade) e análise química (pH, proteínas totais, glicose, bilirrubinas, urobilinogênio, corpos cetônicos e nitritos).

O exame de urina completo deve ser analisado pelo médico que o solicitou. Este profissional fará a avaliação do exame considerando a entrevista e exame físico do paciente. Isto assegura um diagnóstico correto e um tratamento eficaz, caso alguma anormalidade seja identificada.

Leia mais: Exame de Urina: como se preparar e entender os resultados

O que é a dermatite de contato? Qual é o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dermatite de contato é uma reação de inflamação que ocorre na pele após o contato com algum agente físico ou químico externo. Essa reação inflamatória causa a formação de erupções cutâneas, que podem aparecer imediatamente ou meses após o contato com o agente.

Os principais sintomas da dermatite de contato são:

  • Pele seca e endurecida,
  • Coceira,
  • Formação de bolhas ou rachaduras e
  • Vermelhidão nas peles claras e cor marrom, cinza ou roxa nas peles mais escuras.

Existem dois tipos de dermatite de contato: a dermatite de contato irritativa e a dermatite de contato alérgica.

Dermatite de contato irritativa

É a forma de dermatite de contato mais frequente e comum. Desenvolve-se quando algo causa uma irritação na pele, levando a formação de lesões na região do corpo que entrou em contato com o agente irritante.

Geralmente, os sintomas surgem logo após o contato, mas também podem demorar algum tempo para surgirem.

Algumas substâncias que podem causar dermatite de contato irritativa são:

  • Produtos de limpeza: sabões, detergentes, desinfetantes, alvejantes,
  • Solventes e outras substâncias químicas (benzeno, tolueno, acetona),
  • Agentes oxidantes como hipoclorito de sódio e peróxido de benzoyla;
  • Ferramentas de metal,
  • Plantas,
  • Madeira e
  • Água (quando a exposição é repetida e constante).
Dermatite de contato irritativa Dermatite de contato alérgica

É a dermatite ocasionada por uma reação alérgica, provocada pelo contato repetido com alguma substância alérgena.

Nesse tipo de dermatite, pode-se demorar muito tempo até o aparecimento dos primeiros sintomas. Além disso, as lesões de pele não necessariamente estão restritas ao local que entrou em contato com o agente alérgico.

Algumas substâncias que podem causar dermatite de contato irritativa são:

  • Níquel e metais presentes em relógios, adornos de roupas, calçados,
  • Maquiagem,
  • Produtos de higiene: sabonetes, desodorantes,
  • Joias e bijuterias e
  • Luvas de látex.
Lesão causada por dermatite de contato alérgica no pé Qual o tratamento da dermatite de contato?

O tratamento se inicia com a suspensão do uso da substância que está causando a dermatite toda a vez em que for possível defini-la. No entanto, muitas vezes é difícil saber qual a causa da dermatite de contato, por isso algumas medidas precisam ser tomadas para aliviar os sintomas, como:

  • Hidratação intensa da pele, com o uso cremes hidratantes e emolientes e
  • Pomadas com corticosteroides.

Em casos de maior gravidade podem ser utilizados corticosteroides ou outros medicamentos por via oral.

Caso apresente sintomas sugestivos de dermatite de contato consulte um médico de família ou dermatologista para uma avaliação.

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Coceira na palma das mãos ou na sola dos pés, pode ser alguma doença?

Referência bibliográficas

Overview of dermatitis (eczema). Uptodate. 2021

O que é uma isquemia cardíaca?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Isquemia cardíaca é um termo usado na medicina, para indicar que houve uma diminuição da circulação sanguínea e do oxigênio, para o coração. Se esse fluxo não for restabelecido rapidamente, a isquemia pode evoluir para um infarto agudo do miocárdio (IAM).

O coração é um músculo que trabalha sem parar, bombeando sangue para todo o corpo, por isso necessita de grande quantidade de sangue e oxigênio, constantemente. A redução do oxigênio prejudica as funções desse órgão.

O que pode provocar uma isquemia cardíaca?

A principal causa de isquemia cardíaca é a obstrução das artérias coronárias, por onde chega o sangue até o coração. As artérias são obstruídas por placas de gordura formadas durante o envelhecimento natural do corpo, associado aos hábitos de vida.

A presença de placas na circulação é conhecida por aterosclerose, uma doença que pode interromper o fluxo de sangue em qualquer região do corpo. Hábitos ruins como o tabagismo, alimentação gordurosa e sedentarismo, são fatores que contribuem para a formação das placas.

Portanto, para não desenvolver a aterosclerose e manter uma boa circulação de sangue é importante se prevenir, evitando os fatores de risco para a doença. São eles:

  • Tabagismo
  • Colesterol LDL alto (acima de 100) e HDL baixo (abaixo de 50)
  • Hipertensão arterial
  • Diabetes mellitus ou resistência a insulina
  • Obesidade
  • Falta de atividade física
  • Idade (homens ≥ 45 anos; mulheres ≥ 55 anos)
  • História familiar de infarto ainda jovem, especialmente abaixo dos 50 anos
  • Estresse, irritabilidade
  • Doenças crônicas: Vasculite, Amiloidose, Síndrome do anticorpo antifosfolipídio
  • Uso de drogas (cocaína).
Presença de um coágulo, impedindo a passagem do fluxo de sangue dentro da artéria. Tipos de isquemia cardíaca

A isquemia cardíaca recebe uma classificação de acordo com a sua causa, que orienta os cardiologistas a programar o tratamento e acompanhamento dos pacientes.

Tipo 1: Infarto causado por aterosclerose - presença de placa de gordura na artéria.

Tipo 2: Infarto causado por redução da oferta de oxigênio para o coração. Como nas situações de: Espasmo da artéria (contração involuntária da artéria, diminuindo a passagem de sangue); Embolia (obstrução por placa de gordura ou de coágulo que se soltou); Pico hipertensivo ou Dissecção coronariana (descolamento das paredes das coronárias).

Tipo 3: Infarto que geralmente resulta na parada cardíaca e morte súbita. Situação mais grave, de casos que evoluem rapidamente, sem possibilidades de tratamento.

Tipo 4a: Infarto relacionado a um procedimento cirúrgico, como a intervenção coronária percutânea (ICP). Os critérios para esse diagnóstico são bastante específicos.

Tipo 4b: Uma subcategoria de infarto, relacionada ainda ao procedimento ICP, com trombose do stent colocado nesse procedimento. O stent é uma espécie de mola, que é inserido dentro da artéria, para mantê-la aberta, facilitando o fluxo de sangue. Quando esse material sofre um dano ou é obstruído por um coágulo, por exemplo, interrompe novamente a circulação no local.

Tipo 5: Infarto relacionado a uma complicação de cirurgia cardíaca, em geral, a revascularização do miocárdio.

Sintomas de isquemia cardíaca

Quando falta sangue e oxigênio no coração, o músculo sofre e com isso causa dor no peito e os demais sintomas típicos de IAM. Os sintomas mais comuns são:

  • Dor no peito, tipo aperto ou pressão forte
  • Dor irradia para o braço esquerdo, mandíbula, queixo ou para o dorso
  • Falta de ar
  • Suor frio, palidez
  • Náuseas, pode haver vômitos
  • Sensação de morte e
  • Ansiedade.
O que fazer no caso de isquemia cardíaca?

Na isquemia aguda, caracterizada por dor no peito em aperto, que dura mais de 20 minutos, de início súbito, que vem acompanhada de suor frio, palidez, náuseas e mal-estar, é preciso procurar um serviço de urgência imediatamente ou chamar o SAMU (192).

Trata-se de uma emergência médica, com elevado risco de morte, por isso é fundamental não perder tempo.

O que fazer depois de ter um infarto do coração?

Os cuidados que deve manter após um episódio de infarto no coração, são fundamentais para evitar nova isquemia.

1. Controlar os fatores de risco

Mudança de hábitos de vida, especialmente interrompendo o hábito de fumar, que deve ser a primeira medida no tratamento de isquemia cardíaca. Quanto mais agressiva a interrupção do tabagismo, melhores são os resultados.

Assim como controlar a diabetes e a ansiedade.

2. Manter dieta balanceada

A alimentação deve conter baixa ingesta de gordura, aumentar o consumo de frutas, verduras e o consumo de água, com pelo menos 1 litro e meio por dia.

O uso de suplementos de ácido ômega-3 não é recomendado pelas diretrizes brasileiras de cardiologia, porque não mostrou reduzir o risco de eventos cardiovasculares.

De preferência, a alimentação deverá ser orientada por um profissional da área, um nutricionista ou nutrólogo.

3. Atividade física 5x por semana

A frequência ideal para a prática de exercícios é de sete vezes por semana, por isso, no mínimo cinco vezes na semana, para ser realmente eficaz e melhorar a função cardíaca. A duração desses exercícios deve ser de pelo menos 30 minutos por dia.

O tipo de atividade deve ser definido caso a caso pelo médico cardiologista e médico do esporte. No entanto, os esportes competitivos ou extenuantes devem ser proibidos

4. Controlar rigoroso da pressão

Manter a pressão arterial rigorosamente controlada, é mais uma medida necessária para manter um bom funcionamento cardíaco e evitar novo evento de isquemia.

5. Vacina contra o influenza

Os pacientes cardiopatas, que já sofreram um evento de isquemia, devem manter a vacinação em dia para evitar sobrecarga no coração.

6. Medicamentos

Os medicamentos são necessários e as doses definidas caso a caso. No entanto, de acordo com as diretrizes de cardiologia, os remédios que demonstraram melhor resultado na recuperação cardiológica, além de evitar novos eventos são:

  • Nitrato, para casos de dor no peito, porque dilata rapidamente os vasos, aumentando a oferta de sangue para o coração;
  • AAS (ou clopidogrel), para reduzir a formação de placas dentro das artérias;
  • Estatina, a medicação mais importante para a redução do risco cardiovascular!
7. Cirurgia

Os procedimentos cirúrgicos, como a revascularização miocárdica e a angioplastia, podem ser tanto na urgência, para casos de obstrução completa das artérias, como após alguns meses, com objetivo de melhorar o fluxo sanguíneo.

O que é isquemia miocárdica esforço-induzida?

A isquemia miocárdica esforço-induzida, é a falta de sangue no miocárdio, que foi provocada por testes cardiológicos, sendo evidenciada durante o exame.

Portanto, é um conjunto de testes que avaliam ao mesmo tempo, a função cardíaca e a capacidade de troca gasosa pulmonar, durante o esforço físico. Os testes são Indicados para identificar precocemente, o risco de infarto naquele paciente.

O cardiologista é o médico responsável por definir o caso de isquemia, indicar a melhor opção de tratamento. Para maiores esclarecimentos converse com o seu médico.

Saiba mais sobre o tema:

Referência:

UpToDate - Guy S Reeder, et al.; Diagnosis of acute myocardial infarction. Sep 24, 2018.

Sociedade Brasileira de Cardiologia.

4 Dicas para eliminar rapidamente os gases
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A presença de gases no trato gastrointestinal pode causar dores, desconforto e distensão abdominal. O acumulo de gases (flatulência) ocorre principalmente devido à deglutição de ar ou produção de gases durante o processo de digestão de alimentos.

Existem algumas formas de eliminar os gases e assim aliviar os seus sintomas, como a prática de exercícios físicos, realização de massagem, uso de medicamentos ou de chás feitos a partir de plantas medicinais.

1. Caminhadas e exercício físico

Caminhar e praticar atividade física aumenta o peristaltismo intestinal, que são os movimentos responsáveis pelo transporte do bolo fecal e gases no intestino. Assim ajuda-se o funcionamento do intestino e eliminação dos gases.

Portanto, na presença de gases pode-se imediatamente começar a caminhar ou fazer alguma atividade física como pular corda, ou alongamentos. Essas medidas ajudam a eliminar os gases logo após alguns minutos e aliviam as dores e o desconforto da distensão abdominal.

Posturas de alongamento e ioga que comprimem o abdômen, como posicionar as pernas flexionadas sobre o abdômen, também ajudam na eliminação dos gases, aliviando-os.

A prática diária de caminhada, cerca de 20 a 30 minutos, ou realização de atividade física moderada também diminuir a distensão abdominal e reduz a possibilidade de novos episódios de flatulência.

2. Massagem

A realização de massagem abdominal pode aliviar os gases, principalmente em crianças pequenas e lactentes.

Em adultos, a automassagem também é uma opção, costuma estar indicada principalmente para casos de constipação crônica, que também leva ao acumulo de gases. Após o fim da massagem espera-se que o movimento peristáltico aumente logo a seguir levando ao alívio dos gases.

Pode ser feita através das seguintes etapas:

  1. Primeiramente a pessoa deita-se com a barriga para cima, deve então começar a massagem fazendo movimentos leves com a palma das mãos, começando da região do púbis (na base da barriga) e percorrendo a barriga em direção ao tórax. Essa etapa prepara a musculatura para a massagem mais profunda e deve ser repetida cerca de 10 vezes.
  2. Depois as mãos devem ser posicionadas nas costas e levadas por cima dos quadris em direção a virilha. Esse movimento irá estimular a função intestinal e também pode ser repetido por 10 vezes.
  3. Na terceira parte deve-se aplicar uma pressão um pouco maior e fazer um movimento no sentido do intestino grosso como se estive a espremer um tubo de pasta de dente. Deve-se começar com as mãos uma sobre a outra, posicionadas sobre a região inferior direita do abdômen, próximo à virilha, que é então deslizada pela barriga em direção à caixa torácica. Depois as mãos descem em direção a região inferior esquerda. Isso ajudará a impulsionar a matéria fecal ao longo do intestino. Esse movimento pode ser feito durante dois minutos.
  4. Por fim, fazem-se movimentos circulares profundos com as mãos da região superior esquerda do abdômen para baixo e depois da região inferior direita do abdômen para cima, e intercalar durante mais dois minutos. Pode-se repetir novamente a terceira etapa.
3. Uso de medicamentos

Medicamentos, como a simeticona, também podem ser usados no tratamento dos gases, quando as demais medidas como exercício físico e massagem não apresentam resultados satisfatórios.

A simeticona ajuda a romper as bolhas de gases que se forma no trato gastrointestinal e impedindo a formação de novas bolhas. Esse medicamento começa a agir entre 10 a 30 minutos após a sua ingestão, sendo uma opção para o alívio dos gases.

A simeticona pode ser usada por crianças e adultos, consulte um médico para saber a dose mais indicada.

4. Uso de chás e plantas medicinais

Plantas medicinais como a erva-cidreira, a erva-doce e o hortelã-pimenta possuem ação contra os gases e antiespasmódica, portanto, podem ajudar no alívio das cólicas intestinais, dores e desconforto causados pelos gases.1,2

A forma de uso mais comum é através de chá, que pode ser tomado de 2 a 3 vezes ao dia.

O hortelã-pimenta também pode ser encontrado em cápsulas e é disponibilizado em farmácias do SUS, consulte um médico caso deseje fazer uso desse fitoterápico em cápsulas.

Como evitar a formação de gases em excesso?
  • Faça pequenas refeições durante ao dia, ao invés de poucas refeições com excesso de alimentos. Refeições menores são mais fáceis de digerir;
  • Mastigue a comida devagar e com cuidado para evitar que o ar seja deglutido em excesso;
  • Pratique atividade física;
  • Não fume, esse hábito aumenta a deglutição de ar e piora os sintomas de gases.
  • Evite o uso de gomas de mascar e chicletes;
  • Evite alimentos que aumentam a formação de gases, como feijões, brócolis, repolho, couve-flor, alcachofras, lentilhas, ameixas secas, maçãs, couve de Bruxelas, entre outros.

Caso os sintomas não cessem ou apresente outros sintomas como febre, vômitos, diarreia, perda de peso inexplicável, consulte um médico de família ou clínico geral para uma avaliação inicial.

Referências:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n. 31).

2. Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. 4ª edição.

Características de Dor no Peito que pode ser muito grave
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os tipos de dor no peito que indicam gravidade, são a dor em aperto, com um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Duração maior do que 20 minutos
  • Irradiação para o braço esquerdo, mandíbula ou para as costas
  • Início súbito associado a falta de ar
  • Febre alta e/ou dificuldade de respirar
  • Suor frio, náuseas e mal-estar (especialmente em pessoas diabéticas).

As doenças que causam dor no peito e oferecem risco imediato, estão geralmente relacionadas à problemas no coração, como o infarto ou problemas pulmonares.

Portanto, se apresentar um tipo de dor que preocupe, como as citadas acima, especialmente se já for portador de outras doenças como pressão alta (hipertensão) e diabetes, procure imediatamente um serviço de urgência médica.

Causas de dor no peito que precisam de atendimento de urgência 1. Infarto (ataque cardíaco)

A dor no peito causada por infarto tem início súbito, é contínua (dura mais de 20 minutos) e localiza-se no lado esquerdo ou no meio do peito.

A dor caracteriza-se pela sensação de pressão ou aperto no peito, podendo irradiar para braço (geralmente esquerdo), pescoço, mandíbula ou costas. Há pessoas que referem como um "desconforto" no peito.

Os sintomas associados ao infarto são a falta de ar, suor frio, tonturas, náuseas, vômitos, fraqueza e sensação de mal-estar. Na suspeita de um infarto do coração procure uma emergência imediatamente ou chame uma ambulância através do número 192.

Recomendações enquanto aguarda atendimento médico:

  • Não ficar sozinho, pedir ajuda;
  • Desapertar as roupas;
  • Não fazer esforço;
  • Esperar pelo socorro num lugar arejado;
  • Respirar profundamente.
2. Angina

A dor no peito da angina é semelhante à dor do infarto, tipo aperto ou pressão, localizada no meio do peito, que pode irradiar para braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou costas. Contudo, a dor não dura menos de 20 minutos e melhora com o repouso.

Embora não seja tão grave como um infarto, a angina é um sinal de que não está chegando sangue suficiente no coração e pode evoluir para o infarto a qualquer momento.

Por isso, no caso de angina, a pessoa também deve dirigir-se imediatamente a um hospital.

3. Pericardite

Trata-se de uma infecção do pericárdio, uma membrana de tecido fibroso que envolve o coração. Provoca dor no peito do lado esquerdo, que irradia para pescoço ou costas, com melhora na posição sentada e piora quando a pessoa se deita.

Outros sintomas que podem estar presentes são a dificuldade para respirar, piora da dor quando respira fundo, muito cansaço, febre e tosse.

4. Miocardite

A miocardite é uma inflamação no músculo do coração, que pode ocorrer, por exemplo, após uma virose ou doença infecciosa. Trata-se de uma complicação cardíaca grave.

Os sintomas são de dor no peito, cansaço extremo e dificuldade de respirar.

5. Pneumonia

A pneumonia é uma infecção pulmonar. O principal sintoma da pneumonia é a dor no peito, que pode ser em aperto ou pontadas que piora ao respirar fundo.

A dor também pode se localizar em um dos lados, à direita ou à esquerda do tórax, conforme o local afetado pela doença.

Outros sintomas comuns da pneumonia incluem tosse com catarro amarelado ou esverdeado, febre, falta de ar, fadiga e perda de apetite.

O tratamento da pneumonia deve ser feito com antibióticos, para isso precisa de uma receita médica controlada.

6. Pneumotórax

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as duas membranas que revestem os pulmões, as pleuras. O principal sintoma é a dor intensa no peito, apenas de lado, no pulmão acometido pelo pneumotórax, tipo pontada ou agulhada, que piora com a respiração profunda.

Dependendo da causa e da rapidez que o pneumotórax se instala, pode causar dificuldade respiratória e insuficiência respiratória.

7. Dissecção de aorta

A dissecção da aorta acontece quando as camadas do vaso se descolam, formando um hematoma entre elas, que enfraquece o vaso e causa os sintomas de dor no meio do peito, sensação de aperto no peito, dor entre os ombros, dor abdominal, fraqueza e mal-estar.

Se a artéria continuar com o sangramento, pode romper o vaso e levar a uma hemorragia grave. Por isso, na suspeita de dissecação de aorta, é importante procurar um serviço de urgência imediatamente.

8. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar (TEP), ocorre quando um coágulo de sangue obstrui uma artéria do pulmão, interrompendo o fluxo sanguíneo no local. Além de dor no peito, a embolia pulmonar causa falta de ar súbita, tosse com ou sem sangue na secreção, chiado no peito, palpitação e aumento da frequência respiratória.

9. Câncer de pulmão

Os principais sintomas do câncer de pulmão são a dor no peito e a tosse crônica com expectoração purulenta ou sanguinolenta. Também é comum haver apenas desconforto no peito e rouquidão.

Com a evolução da doença, a pessoa pode apresentar febre, perda de peso, fraqueza, aumento do fígado, dor de cabeça, náuseas e vômitos.

Por vezes, a doença é silenciosa, descoberta ao acaso, sem qualquer sintoma, especialmente nos estágios iniciais.

10. Tumor de esôfago

Pode causar dor no meio do peito, dificuldade para engolir, rouquidão e tosse, devido a sua localização. À medida que a doença evolui, apresenta perda de peso, mal-estar, falta de apetite, febre e aumento da transpiração.

Quanto antes for diagnosticado, maiores as chances de cura da doença.

O que fazer em caso de dor no peito?

Procure atendimento médico com urgência se a dor no peito for intensa, durar mais de 20 minutos e irradiar para mandíbula, braço esquerdo, dorso ou se a dor vier acompanhada de algum dos seguintes sinais e sintomas:

  • Suor frio;
  • Mal-estar;
  • Dificuldade para respirar;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Tosse com sangue ou com catarro (verde ou amarelado).

A dor no peito pode ser sintoma de condições e doenças graves, que necessitam de atendimento urgente devido ao risco de morte. Procure imediatamente um serviço de urgência na presença de algum desses sinais e sintomas.

As principais diferenças entre a dermatite atópica e a psoríase
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dermatite atópica e a psoríase são duas doenças de pele de natureza crônica e inflamatória.

Dermatite atópica: doença que surge já na infância, é bastante frequente e leva a formação de eczema, que são lesões avermelhadas, endurecidas e ressecadas. As lesões tipicamente coçam muito.

Psoríase: doença crônica, que acomete principalmente adultos, sendo rara na infância, provoca a formação de placas avermelhadas, que apresentam intensa descamação. É uma doença relativamente comum, mas é mais rara do que a dermatite atópica e tem natureza autoimune.

Principais diferenças 1. Idade de início dos sintomas
  • Dermatite atópica: geralmente na infância.
  • Psoríase: geralmente no começo da vida adulta.
2. Faixa etária mais frequente
  • Dermatite atópica: crianças.
  • Psoríase: adultos.
3. Localização no corpo
  • Dermatite atópica: variável conforme a faixa etária, mas algumas áreas comuns são a região externa de cotovelos e joelhos, pescoço, tornozelos e punhos.
  • Psoríase: variável, mas atinge principalmente região externa de cotovelos e joelhos.
4. Características das lesões
  • Dermatite atópica: a pele fica seca e apresenta intensa coceira. Pode-se formar áreas com pele endurecida, espessa e escoriada. Crostas também podem estar presentes.
  • Psoríase: formação de placas e manchas vermelhas, esbranquiçadas ou acinzentadas com presença descamação. Pode atingir também unhas, palmas das mãos e plantas dos pés.
5. Presença de prurido (Coceira)
  • Dermatite atópica: a coceira é bastante intensa, é uma das principais característica da dermatite atópica.
  • Psoríase: pode ou não estar presente, geralmente também não é tão intensa.
6. Doenças associadas
  • Dermatite atópica: Rinite Alérgica e Asma.
  • Psoríase: Artrite psoriásica, doenças cardiovasculares, metabólicas e outras doenças autoimunes.
Como se diferencia as lesões da dermatite atópica e da psoríase?

A dermatite atópica leva a dois sintomas principais: pele seca e coceira intensa. Podem ser formadas áreas vermelhas, elevadas, pruriginosas, com formação de crostas ou exsudato.

Lesões crônicas de dermatite atópica podem deixar a pele mais endurecida e escoriada, por conta do ato de coçar a pele frequentemente. Além disso, as lesões de dermatite atópica podem apresentar alguma descamação, que geralmente não é tão intensa quanto a descamação que ocorre na psoríase.

Dermatite atópica

A psoríase, por sua, vez também pode se manifestar de diferentes formas. A forma mais comum é a psoríase em placas, na qual, ocorre a formação de placas vermelhas, acinzentadas ou esbranquiçadas que formam constantemente escamas, ou seja, são lesões de pele que apresentam descamação constante.

As placas da psoríase podem coçar, mas diferentemente da dermatite atópica, a coceira não é tão intensa, sendo também pouco frequente.

Psoríase Qual a diferença na localização das lesões?

A dermatite atópica pode se apresentar em diferentes áreas do corpo, sendo algumas regiões do corpo mais frequentemente acometidas do que outras.

Em bebês e crianças a dermatite atópica pode atingir bochechas, couro cabeludo e áreas extensoras das pernas e braços. Em crianças maiores e adolescentes é a comum a formação de placas de eczema em áreas flexoras (internas) de joelhos e cotovelos, além de pescoço, punhos e tornozelos. Já nos adultos as lesões da dermatite atópica também atinge principalmente áreas flexoras de joelhos e cotovelos.

Em relação à psoríase as placas vermelhas com formação de escamas, típicas da doença, atingem principalmente o couro cabeludo, áreas extensoras (externas) dos cotovelos e joelhos, e região entre às nádegas. Outras possibilidades de local de acometimento são o canal auditivo, o umbigo, as palmas das mãos, as solas dos pés e as unhas.

Qual a diferença na idade de início dos sintomas? E qual a faixa etária mais frequente?

A dermatite atópica geralmente começa na primeira infância, cerca de 85% dos casos surgem antes dos 5 anos, sendo que 60% das vezes os sintomas podem surgir já no primeiro ano de vida.

Os sintomas tendem a melhorar ou aliviar a medida que a criança cresce, sendo que costumam ser mais persistentes nas crianças que apresentaram os sintomas mais tardiamente.

Já a psoríase embora possa surgir em qualquer faixa etária é mais frequente entre os 30 e os 39 anos e entre os 50 e os 69 anos, portanto é uma doença mais associada aos adultos, sendo rara na infância.

Ambas as doenças podem apresentar momentos de melhora e recidiva das lesões de pele, e momentos de piora dos sintomas.

Qual o tratamento da dermatite atópica e da psoríase?

A base do tratamento da dermatite atópica é o uso de diário e constante de hidratantes. Em casos mais graves da doença pode ser necessário o uso de medicamentos como corticoides ou mesmo imunossupressores, como a ciclosporina ou o metotrexato.

O tratamento da psoríase também se beneficia muito da hidratação da pele. Em casos leves o uso de hidratantes, pomadas tópicas, contendo corticoesteroides e exposição solar pode ser suficiente para a melhora das lesões de pele.

Em casos graves, na psoríase, pode ser necessário o uso de fototerapia ou medicação como retinoides, metotrexato, ciclosporina. Medicamentos biológicos também pode ser utilizados nos casos severos, como o adalimumabe, o etanercepte, o infliximabe, entre outros.

Na suspeita de dermatite atópica ou psoríase, consulte um dermatologista ou médico de família para o correto diagnóstico e tratamento.

Dor na veia do pescoço, pode ser problema na carótida?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, uma dor em um dos vasos do pescoço pode ser um problema nas carótidas. As carótidas são duas artérias, uma de cada lado do pescoço, responsáveis por levar o sangue rico em oxigênio, até o cérebro.

Um problema na carótida pode reduzir o fluxo de sangue para o cérebro, causando além da dor, tonturas, desmaio e dores de cabeça. Além disso, esse baixo fluxo é uma das principais causas de derrame cerebral isquêmico.

Portanto, mesmo sabendo que no pescoço existem outras estruturas que podem causar dor, como os músculos, na presença de dor associada a tontura e dores de cabeça, procure o seu médico de família ou um neurologista para avaliação.

Quais são as causas de dor na carótida? 1. Placas de gordura na carótida (obstrução)

A dor na artéria carótida, do lado direito ou do lado esquerdo, pode ser causada por uma obstrução, devido ao acúmulo de gordura (aterosclerose) ou de calcificação nesse vaso. O colesterol aumentado contribui para a formação dessas placas, assim como o tabagismo, a falta de exercícios e história familiar de doenças vasculares.

A placa ocupa um espaço dentro da artéria, impedindo o fluxo normal de sangue para o cérebro. Com isso, surgem os sintomas de tontura, especialmente quando se levanta rápido, dor no pescoço e dores de cabeça.

A obstrução do fluxo de sangue prolongado, devido à aterosclerose, é uma das causas mais frequentes de isquemia cerebral (AVC).

Artéria carótida normal e artéria com placas de gordura (imagem amarelada) - aterosclerose, reduzindo o fluxo de sangue para o cérebro. 2. Dissecção de carótida

A dissecção de aorta é uma situação menos comum, de dor aguda, em uma das artérias carótidas, que origina o derrame cerebral isquêmico.

A doença se caracteriza pela separação das camadas internas desse vaso, como se fossem duas folhas coladas, que por algum motivo de descolam e o sangue entra por esse caminho, formando um hematoma. O hematoma impede o fluxo de sangue para o cérebro, da mesma forma que as placas de gordura.

A causa mais comum é um trauma no pescoço. Acidentes de carro, balançar fortemente a cabeça ou tratamento incorretos de fisioterapia nessa região, podem provocar essa lesão. Os sintomas são de dor na palpação da artéria, tonturas, dor de cabeça e derrame cerebral.

Como tratar um problema na carótida?

O tratamento varia de acordo com a doença. Na obstrução por aterosclerose, é fundamental reduzir o colesterol do sangue, para evitar a formação de novas placas de gordura, além do tratamento medicamentoso, com estatinas e anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, que dissolvem parte dessa gordura.

Nos casos mais graves, com mais de 70% de obstrução da artéria, e em condições de saúde favoráveis, pode ser indicada cirurgia vascular, onde é possível fazer uma limpeza desse vaso e/ instalar um stent. O stent é uma espécie de mola, que se abre dentro do vaso, impedindo um novo entupimento, consequentemente mantém um fluxo de sangue adequado.

Stent - material instalado dentro da artéria, para manter a artéria aberta e permitir a passagem do sangue.

Para a dissecção da artéria carótida, o tratamento costuma ser baseado em medicamentos anticoagulantes, e mais raramente, indicação cirúrgica. Cabe ao cirurgião vascular, decidir a melhor opção.

Como evitar um problema na carótida?

A maneira mais eficaz de evitar problemas nas carótidas, principalmente a formação de placas de gordura (aterosclerose), é mantendo um estilo de vida saudável.

As medidas recomendadas são de:

  • Parar de fumar, é o principal fator de risco para lesão nas artérias;
  • Praticar atividades físicas pelo menos 4x por semana, durante 30 minutos no mínimo, e de preferência, com orientação adequada de um profissional;
  • Manter uma alimentação saudável, evitar frituras e gordura, aumentar a ingesta de verduras, legumes e frutas;
  • Beber pelo menos 1 litro e meio de água por dia;
  • Fazer o uso correto das suas medicações habituais, como remédio da pressão, do açúcar ou do colesterol;
  • Evitar situações de estresse;
  • Procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra, se perceber que tem dificuldade de controlar o estresse, ansiedade.
O que mais pode causar dor no pescoço?

No pescoço existem diversas estruturas: veias, artérias, nervos e músculos. A alteração em qualquer uma dessas estruturas pode causar dor no pescoço.

Um quadro bastante comum é o torcicolo, a contração involuntária do músculo do pescoço, geralmente após um movimento mais brusco ou dormir de mau jeito.

Os sintomas incluem dor constante ou dor em fisgadas, localizada atrás da orelha, ou em um lado do pescoço, rigidez e dificuldade de virar o pescoço.

A dor muscular, diferente da dor vascular, piora muito com a palpação e com o movimento do pescoço.

Como tratar um problema muscular no pescoço?

O tratamento recomendado é repouso, uso de colar cervical em espuma, e compressa morna. Nos casos de grande incomodo ou dor intensa, pode ser acrescentado o uso de medicamento relaxante muscular, como a ciclobenzaprina.

O colar cervical deverá ser mantido durante 24 a 48 horas, o maior tempo possível, retirar apenas para o banho e para colocação de compressas mornas.

As compressas devem ser colocadas acima do local que dói, com panos aquecidos ou bolsa de água quente, sempre com cuidado para não ferir a pele. O recomendado são 3 a 4 vezes por dia, durante 20 minutos.

Além disso, o alongamento, massagens e exercícios orientados por um profissional de saúde, podem ajudar a aliviar os sintomas de dor e relaxar a musculatura mais rapidamente.

Portanto, nos casos de dores no pescoço, que não aliviam após 24 ou 48h, ou que estejam associadas a sintomas de tontura e dores de cabeça, procure um médico clínico geral, ou angiologista, para avaliação mais detalhada.

Saiba mais:

Dor neuropática: saiba os sintomas e tratamentos
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor neuropática, ou dor neurogênica, é uma dor crônica que se caracteriza pela sensibilidade alterada. Como, por exemplo, um maço de algodão desencadear uma dor forte em queimação.

Isso ocorre porque a dor neuropática tem como origem o comprometimento de um (ou mais) nervo(s). Danificados, esses nervos transmitem uma mensagem alterada ao cérebro e assim o estímulo não é compreendido de forma correta.

A essa alteração da sensibilidade damos o nome de alodinia.

Sintomas da dor neuropática

Os sintomas podem ser constantes, quando nunca param de incomodar, ou intermitente, quando a dor vai e volta. Além da alodinia, a dor neuropática tem como características:

  • Dor espontânea ou iniciada após um estímulo (toque, frio ou movimento)
  • Dor descrita como: queimação, choque, agulhadas, dormência ou formigamento
  • Distúrbios do sono
  • Distúrbios de humor
Tratamento da dor neuropática

As possibilidades de tratamento atualmente são muitas, e variam de acordo com o tipo da dor, a localização e preferência da equipe médica.

Na grande maioria das vezes os medicamentos são suficientes para melhorar os sintomas. Os mais indicados são os antidepressivos, analgésicos potentes e anticonvulsivantes, como a amitriptilina, carbamazepina, topiramato e gabapentina. É também possível aplicar medicamentos diretamente na pele (tópicos) em creme ou adesivos (emplastros), porém parecem aliviar apenas parcialmente a dor.

Os procedimentos médicos são indicados nos casos de compressão do nervo ou para a dor que não melhora com os medicamentos. Por exemplo, na síndrome do túnel do carpo e na hérnia de disco. Os procedimentos utilizados são a aplicação de toxina botulínica tipo A, bloqueio cirúrgico do nervo comprometido ou cirurgia para descomprimir um nervo.

O tratamento com fisioterapia e/ou terapia ocupacional são essenciais para as pessoas com dor neuropática para promover alívio dos sintomas, manter o movimento da parte dolorida do corpo, evitando assim a atrofia da musculatura, já que a dor faz com que a pessoa movimente menos aquele local.

Como aliviar os sintomas?

Para aliviar os sintomas é importante controlar a causa do problema. Na diabetes, o controle do açúcar alivia os sintomas, sem que seja preciso fazer uso de mais algum remédio.

Na dor por compressão do nervo, é indicado repouso, analgésicos ou relaxante muscular e fisioterapia ou terapia ocupacional. Nas terapias, pode ser indicado material externo, como as órteses, que mantém aquela articulação paralisada e na posição correta, promovendo o alivio da dor.

Práticas de relaxamento, meditação e yoga, também apresentam importante alívio dos sintomas de dor crônica.

Que médico devo procurar? Como é feito o diagnóstico?

O médico especialista em dor neuropática é o neurologista. No caso de dor crônica (dor que dura mais de 3 meses), não demore procurar um especialista, porque embora a dor não seja uma doença visível, tem complicações graves, psicológicas e físicas, que podem ser evitadas com o tratamento correto.

O diagnóstico é feito com base no exame médico e exame neurológico, além de exames complementares.

Os exames mais solicitados são: exames de sangue, com análise de vitaminas, função renal e hepática, exame de imagem (ressonância magnética) e os estudos de condução dos nervos, a eletroneuromiogrfia (ENMG).

Causas de dor neuropática

As causas mais comuns de dor neuropática são:

  • Compressão de nervo: Síndrome do túnel do carpo, hérnia de disco;
  • Trauma
  • Diabetes mellitus
  • Alcoolismo
  • Infecção: HIV, herpes zoster, pós-zika e chikungunya
  • Carência de vitaminas (complexo de vitamina B)
  • Pós quimioterapia (tratamento de câncer)
  • Genética (doenças hereditárias - ex.: Charcot-Marie-Tooth)
A fibromialgia é uma dor neuropática?

Não. A fibromialgia é uma doença crônica, caracterizada por dor muscular generalizada, associada a sono não reparador, distúrbios de humor e dificuldade de memória, sem causa ainda conhecida. O tratamento pode ser feito com reumatologista ou neurologista.

A dor neuropática é o comprometimento de um ou mais nervos, que levam uma resposta anormal para o cérebro. Com isso desencadeiam um distúrbio na sensibilidade.

Referência:

  • ABN - Academia Brasileira de Neurologia
  • Lilian Hennemann-Krause et al.; Systemic drug therapy for neuropathic pain. Revista Dor. Rev. dor vol.17 supl.1 São Paulo 2016.
O que são as bolinhas na língua? Como posso tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As bolinhas que aparecem na língua, geralmente são situações benignas e passageiras, como uma afta, uma irritação por alimentos cítricos, pelo cigarro ou bebidas muito quentes.

No entanto, podem ser também resultado de uma infecção, pequenos traumas em processo de cicatrização, ou ainda, mais raramente, por situações graves como um câncer de língua.

1. Alimentos cítricos / Cigarro

O hábito de comer comida quente, alimentos muito ácidos, bebidas alcoólicas ou as substâncias do cigarro, podem causar uma irritação na língua, que aumenta o tamanho das papilas gustativas, como uma forma natural de defesa, tornando essas papilas mais evidentes, em forma de bolinhas vermelhas.

Talvez seja a causa mais comum da queixa de "bolinhas vermelhas na língua". Conforme a mudança dessas papilas pode alterar o paladar ou causar uma sensação de queimação na língua.

O tratamento deve ser evitar o produto que esteja causando essa irritação na língua. Evitar o cigarro e consumir alimentos mais frescos, assim como água e sucos em temperatura ambiente.

Com o tratamento e devidos cuidados, espera-se que as bolinhas desapareçam em 2 ou 3 dias. Caso isso não aconteça, é recomendado procurar um clínico geral ou médico da família, para melhor avaliação.

2. Aftas

As aftas são feridas que podem aparecer em qualquer região da boca, inclusive na língua. Geralmente causadas por uma mordedura, uso de aparelho dentário e uso de próteses (dentadura). A virose é outra causa comum de aftas, especialmente em crianças.

Podem ser únicas ou múltiplas, e costumam resolver de maneira espontânea dentro de uma semana. Se o incômodo for grande, pode ser utilizado medicamentos tópicos que aceleram a cicatrização, como a pomada Omcilon®-A orabase.

Além disso, hábitos saudáveis como beber bastante água, comer bem e evitar alimentos ácidos, favorecem a sua cicatrização.

Afta na borda lateral da língua. 3. Verrugas por HPV

O papilomavírus humano (HPV) pode acometer a boca inclusive a língua, com a formação de pequenas vesículas dolorosas.

Vale lembrar que o HPV é altamente contagioso, mas a lesão na boca pode ter cura se for tratada rapidamente. Procure dermatologista, clinico geral ou infectologista para dar início ao tratamento e evite contato próximo, para não contaminar outras pessoas.

4. Herpes simples

A ferida labial causada pelo herpes simples, é bastante conhecida. No entanto, o vírus pode se manifestar em outros locais, como na língua e gengiva, embora não seja tão comum.

Na língua os sintomas incluem pequenas bolhas dolorosas, por vezes avermelhadas, que cicatrizam espontaneamente dentro de 7 a 10 dias. Para acelerar a recuperação e aliviar os sintomas, são usados cremes antivirais, como o aciclovir®, aplicado 4 a 5 vezes por dia, em pequenas quantidades.

No caso de dor intensa, dificuldade de alimentação ou se o vírus acometer pessoas imunodeprimidas, é indicado associar o medicamento antiviral oral (aciclovir® ou valaciclovir®).

5. Escarlatina

A escarlatina é uma doença infecciosa que atinge crianças pequenas, apresentando os sintomas de febre, falta de apetite, mal-estar e a língua com tantas bolinhas vermelhas que parece uma framboesa, dando origem ao termo "língua em framboesa".

A alteração na língua é bastante característica dessa doença, e acontece devido ao aumento das papilas e coloração rosa intensa, causada pela bactéria.

"Língua em framboesa" - bolinhas vermelhas na língua, típicas da doença Escarlatina.

O tratamento é feito com uso de antibióticos, penicilina, ou eritromicina, para quem tem alergia à penicilina. Na suspeita de escarlatina, procure um médico da família, clínico geral ou pediatra.

6. Câncer de boca

Quando uma bolinha representa um câncer, geralmente se apresenta como uma ferida única, dolorosa e de difícil cicatrização. Manchas brancas, dificuldade de mastigar devido à dor, perda de dentes e sangramento, são sintomas que podem vir associados.

Pode acometer qualquer pessoa, mas é mais comum em homens, tabagistas e com diagnóstico de HPV (papiloma vírus humano).

O que causa bolhas embaixo da língua?

A mucocele é uma causa frequente de bolha embaixo da língua. Pode ser formada por acúmulo de saliva ou por traumas repetidos (como mordidas em um mesmo local). O tratamento é a remoção cirúrgica pelo dentista.

Outras causas de bolha nessa região são as aftas pós-traumáticas ou herpes.

O que podem ser bolinhas no fundo da língua?

O fundo da língua é composto por papilas gustativas de maior tamanho, dispostos em um formato de V. São as estruturas responsáveis por identificar o gosto amargo dos alimentos. Devido ao seu tamanho diferenciado, quando acontece uma irritação local, elas aumentam ainda mais de tamanho, consequentemente causando uma sensação estranha e dolorosa, ao falar, engolir líquidos e alimentos.

Como é formada a língua?

A língua é formada basicamente por músculo e papilas gustativas. As papilas são pequenas estruturas na parte superior da língua, são bolinhas muito pequenas, quase imperceptíveis, responsáveis por identificar o gosto das substâncias colocadas na boca.

As papilas são distribuídas na língua, de maneira que em cada região um sabor é sentido. O doce é percebido logo na ponta da língua, o salgado nas laterais e o amargo ao fundo.

Qualquer alteração ou ferida na língua, dificulta a percepção dos gostos e pode causar dor durante a alimentação. Com isso pode haver prejuízo na nutrição dessa pessoa.

Portanto, se as bolinhas não desaparecerem dentro de 7 dias, ou estiverem causando muito incômodo e dificuldade em se alimentar, procure um clínico geral ou dentista, para identificar com mais clareza o problema e iniciar o tratamento correto.

Leia também:

Bolhas na boca, quais as causas?

Quais são os sintomas do câncer de língua?

Estou com bolinhas brancas na garganta. O que pode ser e o que fazer?

Mucocele: por que aparece e como tratar a bolha na boca?

Referência:

Martha Ann Keels et.al.; Soft tissue lesions of the oral cavity in children. UpToDate. Jun 24, 2019.

O que fazer para baixar a febre do bebê e quando devo me preocupar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para baixar a febre do bebê, você pode:

  • Dar banho morno no bebê,
  • Vestir com roupas leves e frescas,
  • Oferecer líquidos com frequência,
  • Manter a criança em ambiente arejados e
  • Medicamentos, quando prescrito pelo pediatra.

No entanto, a presença de febre acima de 39 graus, choro persistente, irritabilidade, vômitos e recusa do leite materno, são sinais que preocupam e, portanto, devem ser informados ao pediatra imediatamente.

Recém-nascidos e bebês com menos de 3 meses, com temperatura acima de 37,8ºC, também é preocupante e precisa ser avaliado por um pediatra.

1. Dê banho no bebê com água morna

Dê banhos com água morna no bebê. A água deve estar a uma temperatura de 36ºC. Se não tiver um termômetro para verificar a temperatura da água, use a parte interna do braço ao invés das mãos para saber se a água está morna. O banho deve ter duração de 10 minutos. Enxugue o bebê imediatamente após o banho e vista-o com roupas leves.

Não dê banho com água fria. Além do desconforto que provoca no bebê, a água fria acelera os batimentos cardíacos, que já estão mais acelerados devido à febre. O banho frio pode causar também tremores, que aumentam ainda mais a temperatura corporal.

Além do banho, o uso de toalhinhas molhadas na testa, nuca e virilhas também ajudam a baixar a temperatura.

Cerca de 30 minutos após o banho ou aplicação das compressas, verifique a temperatura do seu bebê. Se não tiver baixado entre em contato com médico de família ou pediatra.

2. Vista o seu bebê com roupas leves

Vista seu bebê com roupas leves e use apenas um lençol ou cobertor leve para mantê-lo confortável e fresco, mesmo que ele esteja com calafrios. Agasalhar demais o bebê pode interferir nos métodos naturais de resfriamento do corpo, aumentando a febre ou impedindo que ela diminua.

3. Ofereça líquidos mais vezes ao bebê

Ofereça líquidos, como leite materno, leite em fórmula e água, regularmente. Bebês a partir dos 6 meses já podem beber sucos naturais também. Dilua os sucos em água (metade água, metade suco). A quantidade de líquidos recomendada é de 500 ml a 1000 ml por dia.

Os líquidos ajudam o corpo a regular a temperatura, além de combater a desidratação, que é uma complicação comum da febre.

4. Mantenha o ambiente fresco e arejado

Manter o ambiente fresco e arejado ajudar a evitar que a temperatura corporal do bebê se torne muito elevada.

Para isto, abra as janelas e use o ventilador ou ar condicionado. Não há problema em ligar o ventilador ou ar condicionado se o bebê estiver com febre. O que não é recomendado é que o local esteja quente, pois pode elevar ainda mais a temperatura do bebê e dificultar o resfriamento do corpo.

5. Administrar medicamento

Os medicamentos para febre (antitérmicos ou antipiréticos) somente devem ser utilizado sob orientação de um médico de família ou pediatra. Os mais utilizados são paracetamol e ibuprofeno.

A dose destes medicamentos geralmente é baseada no peso do bebê e deve ser determinada pelo médico. Respeite as doses e o intervalo entre elas.

Se a criança tiver mais de 3 meses, você pode administrar paracetamol infantil a cada 4 a 6 horas. O ibuprofeno pode ser dado a bebês com mais de 6 meses, a cada 6 a 8 horas. Não dê ibuprofeno se o bebê tiver menos de 6 meses de idade.

Se a febre não baixar em até uma hora depois de administrar o remédio, o bebê deve ser visto pelo médico de família ou pediatra.

Quando devo levar meu bebê imediatamente ao médico?

É indicado levar o seu bebê imediatamente ao médico de família, pediatra, ou mesmo em um serviço de emergência, se:

  • O seu bebê tem menos de 3 meses de vida;
  • A febre se mantiver por mais de 24 horas de duração;
  • Se a febre ultrapassar 39,0ºC;
  • Houver rigidez de nuca (pescoço rígido);
  • O seu bebê recusar o leite materno ou mamadeira (perda de apetite);
  • Você perceber que o bebê está dormindo mais que o normal;
  • O bebê estiver chorando muito ou estiver muito irritado quando acordado;
  • Houver manchas vermelhas, pintinhas ou bolhas na pele (erupções cutâneas);
  • O bebê está sempre gemendo ou choramingando;
  • O bebê chora muito ou fica muito tempo parado sem demonstrar reações;
  • Você perceber que o bebê tem dificuldade para respirar;
  • Houver sinais de desidratação: ausência de lágrimas, boca seca e eliminação de pouca ou nenhuma urina (notada pela fralda seca);
  • O bebê não aceita alimentar-se por mais de 3 refeições;
  • O bebê se tornar apático, fica muito quieto, diferente do seu habitual;
  • Nos bebês maiores, se não conseguirem ficar de pé ou caminhar;
  • E na presença de convulsão.

Se o seu bebê começar a se debater, o que chamamos de convulsão, tente manter a calma. Proteja a cabeça do seu bebê com um travesseirinho ou lençol, tente deixá-lo mais de lado e espere a convulsão passar. Logo após, coloque o bebê deitado de lado, mantenha a cabeça protegida e retire chupeta ou alimentos da boca e peça ajuda.

O seu bebê não se sufocará com a língua.

As convulsões causadas pela febre duram aproximadamente 20 segundos e não se repetem se a temperatura se mantiver estável.

Nestes casos, é indicado comunicar-se com o SAMU 192 ou levar à uma emergência.

Qual a temperatura normal do bebê? Quando é considerada febre?

A temperatura normal do bebê, medida na axila, varia de 35,5 °C a 37,5°C. Esta temperatura pode variar ligeiramente ao longo do dia. A temperatura corporal geralmente é mais baixa ao acordar e mais alta à tarde e à noite.

Considera-se que o bebê está com febre se a temperatura for igual ou superior a 37,8°C. Na maioria dos casos, a febre é sinal de alguma infecção por vírus, bactérias ou fungos.

Se o bebê tiver febre alta (acima de 39ºC) ou persistente, deve ser levado a um pediatra. Bebê entre 3 e 6 meses com uma temperatura de 38,0°C ou superior também deve ser avaliado pelo médico.

Não conclua que o bebê está com febre se sentir calor tocando em sua testa. É necessário realizar uma medição precisa da temperatura com um termômetro para determinar se criança tem febre e se possível, anotar as medidas para levar os valores na avaliação médica.

Nunca dê remédio de adulto para um bebê, ainda que sejam doses bem menores.

Não dê medicamentos para febre ao seu bebê sem orientação médica e confirme se o medicamento é infantil verificando a embalagem e a bula.

Referência

Sociedade Brasileira de Pediatria.