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Sangramento na gravidez, pode ser normal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, pode ser normal. O sangramento no início da gravidez, pode representar a fixação do embrião no útero, que para formar a placenta e nutrir o bebê, penetra na camada muscular do útero, causando um discreto sangramento.

A esse sangramento damos o nome de sangramento de implantação, ou sangramento de nidação. Trata-se de um sangramento de pequeno volume, que apenas suja a roupa íntima, por isso nem sempre é percebido e dura de 2 a 3 dias.

No entanto, o sangramento também pode sinalizar um problema grave, como o início de um aborto. Sendo assim, todo e qualquer sangramento durante a gravidez deve ser informado ao obstetra imediatamente, sobretudo aqueles associados a dor, cólicas, febre, sangramento volumoso ou com presença de coágulos.

Causas de sangramento na gravidezSangramento no início da gravidez

No primeiro trimestre da gravidez, o sangramento pode ocorrer pela implantação do óvulo, por um descolamento do embrião, por uma gravidez ectópica ou aborto espontâneo. Outras causas menos comuns são as infecções urinárias e presença de pólipos.

1. Sangramento de nidação

Nos primeiros dias da gravidez, quando o óvulo fecundado chega ao útero, ele penetra na parede do útero, para dar origem a placenta, estrutura que nutre o embrião, possibilitando o desenvolvimento do bebê.

Como a parede do útero é composta de músculo e com grande número de vasos sanguíneos, pode haver um pequeno sangramento rosado, sem dor ou outros sintomas, que dura no máximo 3 dias.

O sangramento representa um dos primeiros sinais de gravidez, embora não seja percebido por todas as mulheres e recebe o nome de sangramento de nidação.

2. Descolamento do embrião (saco gestacional)

O descolamento do saco gestacional, significa a presença de sangue (hematoma), entre o embrião e a parede do útero. Situação de risco, que pode evoluir com o descolamento completo e aborto. Essa alteração se manifesta pelo sangramento vaginal.

Dependendo do volume desse hematoma, será indicado repouso absoluto e medicamentos, visando proteger a gestação.

3. Gravidez ectópica

A gravidez ectópica é uma gestação que acontece fora da cavidade uterina. O local mais comum são as trompas, mas pode ocorrer no ovário, ligamento largo, colo do útero ou mais raramente, na cavidade abdominal.

Os principais sintomas são o atraso menstrual, dor abdominal ou no baixo ventre, de forte intensidade e sangramento vaginal.

A gravidez ectópica é uma urgência médica, pois pode evoluir com ruptura da trompa, hemorragia e risco de morte. Por isso, na suspeita de gravidez ectópica, procure imediatamente um serviço de emergência.

4. Ameaça de aborto

A ameaça de aborto é a condição mais temida pelas mulheres nessa fase da gestação. Situação em que por algum motivo, o organismo inicia um processo de expulsão do óvulo fecundado. O primeiro ou um dos primeiros sinais de aborto, é o sangramento vaginal, com presença de coágulos e cólica abdominal.

Em geral acontece até a 8ª semana de gestação e a causa mais comum de aborto no primeiro trimestre são as anomalias genéticas.

Sangramento no segundo e terceiro trimestre de gravidez

No segundo e terceiro trimestres de gestação, os sangramentos são mais preocupantes, e devem ser rapidamente investigados. As causas mais comuns são o aborto tardio (com mais de 20 semanas), placenta baixa, descolamento prematuro de placenta, placenta prévia e trabalho de parto prematuro.

1. Aborto tardio

O abortamento nessa fase da gestação costuma acontecer devido a complicações de doenças crônicas, como diabetes e pressão alta. Os sintomas são o sangramento, associado a cólicas de forte intensidade, ainda pode apresentar, febre, náuseas ou vômitos, no caso de aborto infectado.

O tratamento deve ser avaliado caso a caso, na maioria das vezes precisa de internação hospitalar para hidratação, antibioticoterapia e curetagem ou cirurgia de urgência.

2. Placenta prévia

A placenta prévia é a implantação da placenta muito baixa, próxima ao colo do útero. Posição em que a placenta fica mais exposta a traumas, mais próxima do meio externo (colo uterino), propensa a infecções e mais próxima da cabeça do bebê, sofrendo pressão contínua no final da gestação.

Sendo assim, situações de pequenos traumas, esforço físico ou contrações uterinas, podem causar pequenos sangramentos, com sangue vivo. O tratamento deve ser repouso e medidas de prevenção como evitar as relações e esforço físico, mesmo que leve.

3. Descolamento prematuro de placenta

O descolamento prematuro de placenta (DPP) acontece principalmente entre a 33ª e 34ª semanas de gestação, na grande maioria das vezes por um pico hipertensivo, mas pode ocorrer também devido à idade avançada, uso de drogas, tabagismo ou traumatismos (quedas ou acidentes).

Os sintomas são de sangramento volumoso, com presença de coágulos e cólica intensa e contínua. É um caso de emergência obstétrica, com risco de vida para a mãe e o bebê. Por isso, na suspeita de DPP procure uma urgência médica imediatamente.

4. Trabalho de parto prematuro

O trabalho de parto prematuro, pode levar a pequenos sangramentos, pela contração uterina e "amolecimento" do colo do útero.

Não costuma sinalizar um problema, a não ser que venha acompanhado de outros sinais como: dor abdominal, cólicas ou presença de coágulos junto ao sangramento.

Outras causas de sangramento na gravidez

Outras situações que podem causar sangramento em qualquer momento da gravidez, são:

  • Infecção urinária
  • Infecção sexualmente transmissível (IST)
  • Traumatismo
  • Ruptura uterina

As infecções em geral apresentam febre, mal-estar e falta de apetite, junto ao quadro de sangramento vaginal. São situações que devem ser tratadas com antibióticos, o quanto antes, para evitar complicações como o abortamento.

O trauma na barriga da gestante pode comprometer a mãe e o bebê, por isso deve sempre ser avaliado pelo obstetra mesmo que parece algo simples.

A ruptura uterina é uma emergência médica, com alto risco de morte para a mãe e para o bebê, devido a grave hemorragia. Os sintomas são de sangramento volumoso, dor intensa na barriga e

Sangramento na gravidez é grave?

Sim, pode ser grave principalmente na presença de:

  • Sangramento volumoso,
  • Sangramento vermelho vivo,
  • Sangramento com coágulos,
  • Sangramento com cólicas ou dor na barriga e
  • Sangramento com febre.

Se perceber qualquer um desses sintomas, ou mais de um, procure uma emergência médica, imediatamente.

Ter relações durante a gravidez é perigoso?

Não. Em geral, a relação sexual não é contraindicado durante a gravidez, a não ser que haja algum problema. Um exemplo de contraindicação é a placenta prévia ou risco de parto prematuro.

Na dúvida, converse e esclareça todas as dúvidas com o seu obstetra. Cabe ao obstetra avaliar e conduzir, da melhor forma, as situações de sangramento e dúvidas da gestante, assegurando o bem-estar da mãe e do bebê, durante todas as fases da gestação.

Pode lhe interessar também os artigos:

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

UpToDate - Errol R Norwitz, e cols. Overview of the etiology and evaluation of vaginal bleeding in pregnant women. Dec 17, 2019.

Quais são as causas da dor no pé da barriga e nas costas em homens e mulheres?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

As causas de dor no pé na barriga e nas costas podem variar entre os homens e as mulheres. Uma causa comum a ambos os sexos são as pedras nos rins. Nos homens, ela pode ser causada por problemas na próstata, quando associada a outros sintomas. Nas mulheres, há algumas causas ginecológicas possíveis.

Pedras nos rins

Os cálculos renais (pedras nos rins) são um problema de saúde comum que acometem homens e mulheres. Eles podem causar dor intensa no pé da barriga e nas costas (na região lombar, abaixo das costelas).

A dor aparece como cólica, do lado onde fica o rim com o problema. Também podem aparecer sintomas urinários (dor, urgência, urina turva ou com sangue).

Há fatores que aumentam o risco de desenvolvê-las ou apresentar sintomas:

  • Obesidade
  • Gravidez
  • Doenças como gota, diabetes e hipertensão
  • Infecções urinárias repetidas (há maior risco de desenvolver as pedras de estruvita)

Se a pedra nos rins pode ser a causa da sua dor, você precisa de cuidados médicos.

Quando você elimina a pedra, ela pode ser analisada para saber qual é a composição. Conhecer a composição das pedras pode ser importante para diminuir o risco de que elas voltem a aparecer. As mais comuns são formadas por oxalato de cálcio (70% a 80% dos casos). Também podem ser formadas por:

  • Fosfato de cálcio
  • Ácido úrico (o risco de ter uma pedra no rim com essa composição aumenta com a idade)
  • Cistina
  • Estruvita

Se elas forem de oxalato de cálcio (as mais comuns), o risco de que volte a formar outras pedras no seu rim é alto. Há cuidados que podem ser tomados para evitar que isso ocorra, como beber mais água e evitar certos alimentos.

Outros problemas que causam estreitamento ou obstrução das vias urinárias também podem causar os mesmos sintomas.

Dor no pé da barriga e nas costas nos homens: problemas da próstata

Se você é homem e está com dor ou desconforto no pé da barriga e nas costas há algum tempo, pode estar com prostatite ou com a síndrome da dor pélvica crônica.

A prostatite pode ter como causa uma inflamação ou infecção da próstata.

A síndrome da dor pélvica crõnica também é chamada prostatite crônica, apesar de não se saber ao certo se a próstata é a responsável pela dor. O diagnóstico se baseia na presença de sintomas e exclusão de outras causas.

O problema é mais comum entre os homens com 50 a 60 anos. Podem ser indicados anti-inflamatórios e acupuntura para a redução dos sintomas.

Dor é o primeiro sintoma no caso de problemas de próstata. Ela pode estar presente:

  • No pé da barriga e nas costas
  • Na região entre o saco escrotal e o ânus
  • Nos testículos
  • No pênis
  • Ao urinar
  • Ao ejacular

Ela difere da dor devido às pedras nos rins e tem duração variável. Sintomas urinários (maior frequência e urgência para urinar) ou alguma disfunção sexual (ejaculação precoce ou disfunção erétil) podem estar presentes.

Muitos pacientes com esses sintomas também têm dores em outras regiões do corpo. Nesses casos, os sintomas podem ser parte de outras síndromes de dor crônica, como a síndrome do intestino irritável, fibromialgia ou enxaquecas.

Dor no pé da barriga e nas costas em mulheres: causas ginecológicas

A dor no pé da barriga e nas costas nas mulheres pode ser normal durante a menstruação (cólicas) e durante o trabalho de parto (contrações). Há também alguns problemas de saúde e complicações na gravidez que podem causá-la:

  • Endometriose, adenomiose ou mioma uterino
  • Torção ovariana
  • Aborto, gravidez ectópica, trabalho de parto prematuro ou descolamento de placenta

Nesses casos, é importante procurar cuidados médicos.

Endometriose, adenomiose e miomas uterinos

Nesses casos, outros sintomas frequentes são o fluxo menstrual intenso e dor durante as relações sexuais. O útero está aumentado nos resultados do ultrassom.

Torção ovariana

A dor no pé da barriga e nas costas aparece de repente e pode ser moderada a intensa. Ela pode ser causada pela falta de circulação sanguínea adequada no ovário e na tuba quando ocorre a torção ovariana. A maior parte dos casos de torção ovariana acontece em mulheres em idade reprodutiva.

O risco de acontecer é maior:

  • Nos casos de tratamento para engravidar e hiperestímulo ovariano
  • Durante a gravidez
  • Nas mulheres com síndrome dos ovários policísticos
  • Quando já houve uma torção ovariana anteriormente

Na maior parte dos casos, o ovário pode ser preservado e recuperado com uma cirurgia.

Durante a gravidez

A dor parecida com cólica no pé da barriga e nas costas durante a gestação podem indicar algum problema. Por isso, procure um médico com urgência se ela for moderada ou intensa. Ela pode indicar:

Aborto espontâneo

Nesse caso, além da dor no pé da barriga e nas costas, haverá sangramento pela vagina.

Gravidez ectópica

A dor intensa no pé da barriga e nas costas pode acontecer quando há o rompimento da tuba uterina devido a uma gravidez ectópica. Isso pode causar hemorragia grave. Por isso, procure um médico com urgência se você teve um atraso menstrual, está sentindo essa dor, seguida por sangramento vaginal.

A gravidez ectópica é uma gravidez em que o embrião está se desenvolvendo em outro lugar que não seja o útero. O mais comum é que esse lugar seja a tuba uterina.

Trabalho de parto prematuro

O trabalho de parto prematuro pode ser identificado quando as contrações (dores moderadas ou intensas espaçadas no pé da barriga e nas costas) começam antes da gestação completar 37 semanas. Se isso acontecer, procure seu médico com urgência.

Não é sempre que há contrações antes do tempo que você já está em trabalho de parto. Preste atenção a alguns sinais que podem estar presentes e indicar o trabalho de parto em andamento:

  • Cólicas parecidas com as menstruais
  • Contrações leves e irregulares
  • Dor nas costas, na região lombar
  • Sensação de pressão na vagina ou no pé da barriga
  • Corrimento vaginal que parece muco, podendo ser claro, rosado ou levemente sanguinolento
  • Leve sangramento vaginal
Descolamento de placenta

As gestantes com descolamento de placenta apresentam sangramento vaginal, dor na barriga com contrações uterinas fracas e frequentes. A dor nas costas pode estar presente, dependendo da posição da placenta no útero.

Nesse caso, é preciso procurar um médico com urgência para avaliação. O descolamento de placenta pode ser pequeno e não trazer efeitos negativos para a gestante ou para o bebê. Dependendo da dimensão do descolamento, ele pode trazer riscos para a gestante e para o bebê.

Você também pode querer ler:

Dor no pé da barriga em homens: as 10 causas mais comuns e como tratar?

Dor no pé da barriga: o que pode ser?

Dor no pé da barriga durante a gravidez, o que pode ser?

Referências:

Kidney stones in adults: Epidemiology and risk factors. UpToDate

Chronic prostatitis and chronic pelvic pain syndrome. UpToDate

Dysmenorrhea in adult females: Treatment. UpToDate

Ectopic pregnancy: Epidemiology, risk factors, and anatomic sites. UpToDate

Preterm labor: Clinical findings, diagnostic evaluation, and initial treatment. UpToDate

Ovarian and fallopian tube torsion. UpToDate

Placental abruption: Pathophysiology, clinical features, diagnosis, and consequences. UpToDate

Gravidez ectópica: o que é e quais são os seus sintomas? O feto sobrevive?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A gravidez ectópica é a gravidez que acontece fora do útero, por isso não consegue se desenvolver até o fim. Apenas no útero é possível receber o embrião, nutrir e acomodar um bebê durante a gestação.

Inicialmente, pode não haver sintomas, mas por volta da 6ª a 8ª semana de gestação os sintomas começam a aparecer, sendo os principais, o sangramento vaginal, dor na barriga de forte intensidade e o atraso menstrual.

A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica, pois a ruptura da tuba uterina, ovário e colo do útero pode provocar sangramento intenso e a morte materna. Por este motivo, é importante que seja feito diagnóstico precoce, ou seja, antes da ruptura destas estruturas por meio do pré-natal.

1. Sangramento vaginal

A mulher pode apresentar sangramento vaginal ou relatar a presença de manchas de sangue na roupa íntima, sem razão aparente.

2. Dor abdominal

É comum que as mulheres com gravidez ectópica sintam dor intensa do lado afetado pela gravidez ectópica. Por exemplo: se for uma gravidez tubária localizada na tuba uterina direita, a dor se manifestará com maior intensidade do lado direito do abdome.

3. Atraso menstrual ou menstruação ausente

É possível que a mulher perceba atraso menstrual ou ausência da menstruação. Por vezes, ainda nem sabem que estão grávidas.

Estes sintomas podem não ocorrer ao mesmo tempo, mas são os mais comuns de uma gravidez ectópica.

Gravidez ectópica, o bebê sobrevive?

Infelizmente, não. Por vezes o feto consegue se manter vivo até a 16a semana de gestação fora do útero como no caso da gravidez nas trompas. Entretanto, os tecidos fora do útero não conseguem fornecer sangue e nutrientes necessários para a manutenção da vida e para o desenvolvimento do bebê.

Além disso, geralmente em torno da 16ª semana, a estrutura que contém a gravidez ectópica se rompe e o feto não é mais capaz de sobreviver sozinho.

A ruptura de uma gravidez ectópica pode ser fatal para a mãe se não for tratada rapidamente.

Quando devo procurar uma emergência?

Uma gravidez ectópica pode apresentar sintomas apenas no momento da ruptura da trompa, o que traz grande risco de vida para a mulher. Por este motivo, esteja atenta aos seguintes sintomas, especialmente se associados a um atraso menstrual:

  • Dor forte e constante na parte inferior do abdome,
  • Perda volumosa de sangue de cor vermelho vivo ou bem escuro e diferente do sangue menstrual,
  • Tontura,
  • Sudorese fria e úmida (suor frio e pele úmida),
  • Queda da pressão arterial.

Nestes casos, busque imediatamente atendimento em uma emergência hospitalar. O exame de Beta-HCG e ultrassonografia transvaginal auxiliam a confirmar o diagnóstico.

Como tratar uma gravidez ectópica?

O tratamento mais comum para a gravidez é cirúrgico. Nestes casos, a mulher é submetida a uma cirurgia para retirar o embrião, a placenta e reconstruir a tuba uterina, por exemplo, nos casos de gravidez tubária.

Nos casos de gravidez ectópica sem ruptura e descoberta precoce, o tratamento pode ser feito com o uso de um medicamento, que promove a redução e desaparecimento da gravidez ectópica.

Cabe ao ginecologista/obstetra avaliar o caso, e definir o melhor tratamento, caso a caso.

Tive uma gravidez tubária, é possível engravidar de novo?

Um bebê formado nas trompas ou no ovário pode sobreviver?

Referências

  • Diádica, J.M.; PATEL, J.M. Cervical Ectopic Pregnancy: A Rare Site of Implantation. The Journal of Emergency Medicine, v.56(6):e123-e125, 2019.
  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Protocolos FEBRASGO: Gravidez Ectópica. FEBRASGO, 2018.
  • LAYDEN, E.; MADHRA, M. Ectopic pregnancy. Obstetrics, Gynaecology & Reproductive Medicine, 30(7):205-212, 2020.
É normal a menstruação atrasar 1 mês?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Não é normal a menstruação atrasar um mês. Esse tipo de atraso menstrual normalmente acontece devido a uma gravidez ou a alterações hormonais.

Algumas situações em que a menstruação pode atrasar 1 mês, além de gravidez, são:

  • Síndrome dos ovários policísticos;

  • Hiperprolactinemia (nível aumentado de prolactina) - isso pode ocorrer naturalmente durante a amamentação, mas também pode ser devido a tumor hipofisário ou uso de medicamentos antipsicóticos;

  • Distúrbios alimentares;

  • Estresse;

  • Excesso de exercícios físicos;

  • Uso de hormônios, como os anticoncepcionais (isso pode acontecer principalmente quando o medicamento oral é usado sem pausa ou com os medicamentos injetáveis).

O atraso menstrual de um mês é um atraso grande. É importante investigar o que está acontecendo. Procure um médico de família ou um ginecologista.

Saiba mais sobre menstruação e atraso menstrual em:

Referência:

Pinkerton JV. Amenorreia. Manual MSD

Minha menstruação veio antes do dia, posso estar grávida?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Se a sua menstruação veio antes do dia dificilmente estará grávida. Isso porque a vinda da menstruação é um dos principais sinais de ausência de gravidez.

Porém, em situações raras, algumas mulheres podem apresentar menstruação normal durante o primeiro mês de gravidez. No entanto, na suspeita de uma gravidez o esperado é que a menstruação atrase.

Um atraso menstrual de mais de sete dias é considerado um importante indicativo de gravidez, principalmente se os ciclos menstruais são regulares.

Alguns outros sinais e sintomas que podem levantar a suspeita de uma gravidez são:

  • Náuseas e vômitos;
  • Sensibilidade ou dor mamária;
  • Sensação de inchaço ou desconforto pélvico;
  • Sonolência.

Na dúvida, deve-se realizar um teste de gravidez de farmácia ou laboratorial, de preferência a partir do primeiro dia de atraso menstrual. O teste feito antes da menstruação atrasar pode ter maior chance de um falso resultado.

Consulte o seu médico de família ou ginecologista para mais orientações.

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Menstruação escura é normal? O que pode causar o sangramento marrom?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, a menstruação escura, tipo borra de café, pode ser normal quando ocorre ao final da menstruação ou em mulheres que fazem uso regular de anticoncepcionais hormonais.

O sangramento marrom pode ainda representar um sinal precoce de gravidez, uma doença sexualmente transmissível, distúrbios hormonais, e mais raramente, uma doença mais grave como o câncer.

Conheça um pouco mais sobre essas situações, o que fazer em cada uma delas, e quando procurar um médico, na sequência desse artigo.

1. Menstruação borra de café do final da menstruação

O término da menstruação se caracteriza por pequena quantidade de sangue, de coloração amarronzada, muitas vezes descrita como borra de café, que não acompanha outros sintomas. Não apresenta cheiro, ardência ou coceira local.

Pode acontecer também ao início da menstruação ou na fase pós parto. Nesse caso, não é preciso tomar nenhuma medida. O sangramento termina espontaneamente, ao início da nova fase do ciclo menstrual.

2. Uso de anticoncepcional hormonal

O uso de anticoncepcionais induz diversas mudanças nas características da menstruação. Em geral, o volume de sangue é menor, e a coloração mais escura, amarronzada.

Essas alterações são normais e esperadas, quando associada ao uso da medicação. O efeito é temporário e desaparece após a interrupção da medicação, o que não indica nenhum tratamento em específico.

3. Gravidez

O sangramento marrom ou rosado, discreto, associado ao atraso menstrual, pode significar um dos primeiros sinais de gravidez, é o chamado sangramento de nidação. Esse sangramento ocorre devido à penetração do embrião na parede do útero.

Porém, é tão discreto, que pode apenas sujar a roupa íntima, ou nem ser percebido. O sangramento de nidação não causa dor, não tem cheiro e dura no máximo 3 dias.

Na suspeita de gravidez, procure o quanto antes um posto de saúde para dar início ao pré-natal e promover uma gestação saudável.

4. Infecção sexualmente transmissível (IST)

As ISTs, como a clamídia e a gonorreia, podem ter como sintoma inicial, um sangramento amarronzado, associado a cólica, cheiro desagradável e vermelhidão na vagina. Algumas mulheres apresentam ainda febre, dor ao urinar, ardência e desconforto nas relações sexuais.

Na suspeita de infecção, procure imediatamente um atendimento médico, para dar início ao tratamento correto, com antibióticos, e para evitar complicações graves, como a sepse e a infertilidade. As infecções pélvicas, estão diretamente relacionadas com casos de infertilidade.

5. Endometriose

Endometriose é uma doença causada pela presença do endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero) fora do útero, ou seja, são encontradas "ilhas" de tecido endometrial em outros órgãos que não o útero, causando inflamação.

Essa inflamação desencadeia diferentes sintomas, como menstruação marrom, cólica menstrual, dores contínuas no baixo ventre, desconforto nas relações, mesma fora do período menstrual, e dificuldade para engravidar (30 a 40% dos casos).

6. Mioma

Miomas são tumores benignos, que se formam na parede do útero, únicos ou múltiplos. São bastante vascularizados, por isso podem causar sangramento abundante, período menstrual prolongado, menstruação escura, cólicas menstruais, dor e desconforto nas relações, além de anemia e maior dificuldade de engravidar.

Dependendo do tamanho, volume de sangramento e condições de saúde da mulher, pode ser indicado tratamento cirúrgico para a retirada do tumor. Raramente essa lesão evolui para câncer.

7. Câncer

O câncer de vagina, colo de útero ou de cavidade uterina, podem apresentar como primeiro sintoma, um sangramento escuro, fora do período menstrual, associado a perda de apetite e perda de peso. A dor não é um sintoma comum nos tumores malignos, em estágios iniciais.

O médico responsável pela avaliação, tratamento e acompanhamento para essas situações de sangramento na mulher, é o ginecologista. Para maiores esclarecimentos, converse com o seu médico.

Quando se preocupar?
  • Sangramento por mais de 7 dias
  • Sangramento vivo ou volumoso
  • Febre (temperatura acima de 38º)
  • Perda de peso, sem motivo aparente

Na presença de menstruação escura, associada a um desses sintomas, procure imediatamente atendimento médico.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Síndrome de Turner: o que é, quais as características e como tratar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A síndrome de Turner é uma doença genética que afeta somente as mulheres. A síndrome surge devido à ausência parcial ou total do segundo cromossomo sexual “x”, resultando num genótipo 45,X, quando o esperado para o sexo feminino seria 46,XX.

A síndrome de Turner é muito rara e a sua ocorrência é de 1 caso em cada 3.000 meninas nascidas. As taxas de aborto espontâneo em fetos com síndrome de Turner são bastante elevadas, podendo chegar aos 99%, sobretudo no 1º trimestre de gravidez.

A síndrome de Turner costuma ser identificada ao nascimento ou antes da puberdade devido às suas características típicas.

Quais as características de alguém com síndrome de Turner?

As características de uma pessoa adulta com síndrome de Turner incluem: baixa estatura, cabelos com origem na nuca, pescoço alado, atraso mental, órgão genital ainda juvenil, atrofia dos ovários, com ausência de folículo, gerando infertilidade.

A síndrome de Turner pode provocar danos no desenvolvimento da pessoa, como baixa estatura (no máximo 1,5 m de altura), impossibilidade de iniciar a puberdade, infertilidade, anomalias ósseas, renais e cardíacas, dificuldade de aprendizagem, deficiência na coordenação motora e no processamento das emoções, entre outros prejuízos.

A falta dos hormônios femininos estrógeno e progesterona faz com que as mulheres com síndrome de Turner não desenvolvam as suas características sexuais secundárias quando chegam à puberdade.

Por isso, mulheres com síndrome de Turner não têm menstruação, possuem grandes lábios sem pigmentação, poucos pelos pubianos ou ausência dos mesmos, mamas pouco desenvolvidas ou mesmo ausentes e cintura masculinizada.

A pele é mais flácida, as unhas são estreitas e o tórax costuma ser largo, em forma de barril.

Nos recém-nascidos com síndrome de Turner, é comum haver inchaço nas mãos e no dorso dos pés, o que aumenta as suspeitas da doença.

Qual é o tratamento para síndrome de Turner?

Devido à falta de produção de hormônios femininos pelos ovários, que estão atrofiados, o tratamento da síndrome de Turner é feito através do uso de hormônios. O objetivo é estimular o desenvolvimento das características sexuais da paciente, o desenvolvimento do útero, a menstruação e o crescimento.

O tratamento da síndrome de Turner deve começar antes da puberdade, com o uso de hormônio do crescimento. Depois, quando a menina atinge a puberdade, o tratamento é feito com os hormônios femininos estrógeno e progesterona.

Para que a terapia hormonal com estrógenos não atrase ainda mais o crescimento, o seu início pode ser adiado para quando a menina atingir os 16 anos de idade.

Além dos hormônios, o tratamento da síndrome de Turner inclui cirurgia para corrigir as malformações cardíacas, ósseas e renais.

Para maiores esclarecimentos sobre a síndrome de Turner, consulte um médico de família ou um clínico geral.

Tomei a pílula do dia seguinte, o que está acontecendo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os efeitos colaterais da pílula do dia seguinte não costumam se manter por dois meses. Podem ocorrer mas desaparecem um alguns dias. Os sintomas que descreve podem representar uma gravidez.

Aumento dos seios, maior sensibilidade, náuseas, vômitos e ausência de menstruação são sintomas bem sugestivos de início da gravidez.

Portanto, inicialmente recomendamos que faça um teste de gravidez para descartar essa possibilidade, antes de tomar qualquer outra medida, como uso de medicamentos.

O medicamento Postinor uno® tem alta eficácia para evitar a gravidez quando tomado dentro das primeiras 24 a 72 horas, após a relação. No entanto, nas primeiras 24 horas essa eficácia é maior, em torno de 90%.

Conforme passa o tempo, a eficácia vai reduzindo. É importante confirmar quando fez uso da medicação e se não houve relação após tomar a pílula. Visto que a medicação não protege de relações desprotegidas após o seu uso.

Efeitos colaterais do Postinor Uno®

Os efeitos colaterais mais comuns são:

  • Pequenos sangramentos
  • Alteração no fluxo menstrual (para mais ou menos volume)
  • Atraso menstrual (mas não passa de 7 dias da data esperada)
  • Maior sensibilidade nas mamas
  • Náuseas e vômitos

Mais raramente pode haver ainda, aumento de peso, pele amarelada, aumento da pressão aumento das taxas de colesterol, glicemia e uma gestação ectópica (gravidez na trompa).

Por todo o descrito, vale ressaltar que a pílula do dia seguinte deve sempre ser utilizada apenas nos casos de emergência. O uso rotineiro dessa medicação pode causar problemas de saúde e aumenta o risco de uma gravidez nas trompas.

Existem outros medicamentos com mais eficácia e menos riscos para serem utilizados como métodos de prevenir uma gravidez não planejada.

Converse com o seu ginecologista.

Para saber mais sobre os sintomas iniciais de uma gravidez, leia o artigo: Com quantos dias aparecem os primeiros sintomas de gravidez?

Referência:

Ministério da Saúde do Brasil.

Múltiplos folículos no ovários esquerdo o que é?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

O uso do Contracep continuado por dois anos pode levar a mulher a não ter menstruação como o que está acontecendo com você; e o exame de Ecografia ou Ultrassonografia transvaginal revelou que você tem muitos cistos no ovário esquerdo. Só com esses dados não dá para fazer um diagnóstico. Qual o motivo de fazer o exame? Havia suspeita de alguma coisa? (gravidez, ovário policístico ou ...). Essa suspeita foi afastada ou comprovada?

Recentemente transei com meu namorado sem camisinha e aconteceu um descuido
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Sempre que se tem relação sem proteção independente de ejacular ou não dentro da vagina sempre há o risco de gravidez, então respondendo sua primeira pergunta: sim você corre risco de engravidar (pequeno, dada as circunstâncias, mas existe).

Respondendo sua segunda pergunta: sim a pílula do dia seguinte pode atrasar ou mesmo adiantar sua menstruação. Espere mais alguns dias e se continuar sem descer faça o exame de gravidez.

Estou com atraso menstrual de poucos dias, faço já exame de gravidez ou ainda é cedo?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Normalmente consideramos atraso menstrual para fins de suspeita de gravidez somente se esse atraso for superior a 15 dias, antes disso podem ocorrer atrasos eventuais que podem não significar uma gravidez.

Se sua menstruação é sempre certinha e existe a possibilidade de você estar grávida, qualquer atraso pode ser motivo para suspeitar.

O melhor exame nestes casos é o exame de sangue (Beta-hcg), mas espere completar pelo menos 15 dias de atraso.