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O anticoncepcional adesivo é seguro?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O adesivo anticoncepcional é seguro, com uma eficácia de contracepção de 99%. Isso significa que, se utilizado corretamente, a chance de gravidez é de apenas 1%.

O anticoncepcional adesivo atua como a pílula tradicional, com a diferença de que os hormônios (estrogênio e progesterona), nesse caso, são absorvidos pela pele. Ele é comercializado com o nome de "Evra ®".

Contudo, apesar de ser seguro e ter quase 100% de eficácia, o anticoncepcional adesivo não é tão eficaz como outros métodos, como o método combinado (camisinha + anticoncepcional oral), DIU ou laqueadura.

Vale ressaltar ainda que o anticoncepcional adesivo pode ser menos eficaz para prevenir a gravidez em mulheres com mais de 90 kg. Nesses casos, recomenda-se utilizar outro método anticoncepcional.

Como usar o anticoncepcional adesivo?

Para utilizar o anticoncepcional adesivo, é só colá-lo na pele no 1º dia da menstruação e deixá-lo no local por 7 dias. Após esse período, é necessário trocar o adesivo. Além disso, é preciso fazer um intervalo de 7 dias após o uso de 3 adesivos consecutivos.

O adesivo fica bem colado na pele e geralmente não se solta com facilidade, mesmo no banho. Os melhores locais para se colar o adesivo são nos braços, nas costas, no ombro, no abdômen ou nas nádegas. A região das mamas deve ser evitada na hora de colar o produto.

É importante deixar o adesivo bem visível para que seja fácil verificar a sua integridade diariamente.

Quais os efeitos colaterais do anticoncepcional adesivo?

Os efeitos colaterais do adesivo anticoncepcional são os mesmos da pílula, mas com menor intensidade e menos comuns. Entre eles estão:

  • Irritação na pele;
  • Sangramento vaginal;
  • Retenção de líquidos;
  • Elevação da pressão arterial;
  • Aparecimento de manchas escuras na pele (especialmente no rosto);
  • Enjoo e vômito;
  • Dor nas mamas;
  • Cólicas e dor abdominal;
  • Nervosismo;
  • Alterações do apetite.

O adesivo anticoncepcional também pode aumentar o risco de trombose e outras doenças tromboembólicas, elevar os níveis de colesterol e triglicerídeos, além de interferir na sensibilidade da insulina (hormônio responsável pelo transporte de açúcar para dentro das células).

Dentre as vantagens do anticoncepcional adesivo está a sua facilidade de uso e o facto de não perder a eficacia em caso de vômitos, diarreia ou uso de outros medicamentos. Além disso, os efeitos são quase que imediatamente reversíveis, uma vez que a fertilidade retorna em apenas um mês após cessação do uso.

Caso deseje utilizar esse método contraceptivo, consulte um médico ginecologista ou médico de família.

O DIU tem efeitos colaterais?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

O DIU tem, sim, alguns efeitos colaterais. Pode ocorrer:

  • Alterações no ciclo menstrual (diminuição ou amenorreia);
  • Sangramento menstrual prolongado e volumoso;
  • Cólicas de maior intensidade, principalmente nos três primeiros meses de uso, ou dor durante a menstruação;
  • Em raros casos, infecções intrauterinas e até mesmo infertilidade;

Adicionalmente, o DIU pode perfurar a parede uterina (raros casos).

Caso deseje realizar esse método contraceptivo, consulte seu ginecologista. Ele poderá sanar todas as suas dúvidas e é o profissional mais indicado para sua colocação.

Quem tem enxaqueca pode tomar anticoncepcional?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Quem tem enxaqueca pode usar determinados anticoncepcionais.

A escolha do anticoncepcional para quem tem enxaqueca irá depender de alguns fatores como a idade (maiores ou menores de 35 anos) e a presença ou ausência de aura. A combinação desses dois fatores são levados em conta para decidir qual o melhor anticoncepcional a ser usado.

Em geral, mulheres que apresentam enxaqueca com aura ou que tenha mais de 35 anos devem ficar mais atentas pois, nesses casos, os anticoncepcionais hormonais combinados contendo estrogênio não podem ser usados. Para essas mulheres as opções serão:

  • Preservativo feminino ou masculino;
  • DIU;
  • Pílulas contendo apenas progesterona;
  • Implante subcutâneo;
  • Injeção trimestral.

Quem tem enxaqueca e vai iniciar um método anticoncepcional deve consultar o/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação pormenorizada.

Colocação de DIU: como é feita e quais os cuidados após colocar o DIU?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O DIU (dispositivo intrauterino) é um pequeno dispositivo de plástico revestido por cobre, em forma de “T”, usado como anticoncepcional. Pode conter hormônio ou não na sua composição. É colocado no útero, onde permanece para impedir a gravidez.

A colocação de DIU de cobre, sem hormônio, é especialmente indicada para mulheres que desejam ou precisam evitar os riscos de hormônios contraceptivos, não podem usar anticoncepcionais hormonais ou têm um fluxo menstrual abundante e desejam períodos menos intensos.

A mulher não deve colocar DIU se tiver alto risco de contrair uma DST, apresentar história atual ou recente de infecção pélvica, estiver grávida, fizer exames de Papanicolau anormais, diagnóstico de câncer no útero ou um útero muito grande ou muito pequeno.

Como é colocado o DIU?

A colocação do DIU geralmente é feita pelo médico no próprio consultório. Antes de inserir o dispositivo intrauterino, o médico limpa o colo do útero com uma solução antisséptica, a seguir, através da vagina, é introduzido até o útero um tubo de plástico contendo o DIU. O DIU é então empurrado para o útero por meio de um êmbolo.

Depois que o DIU é acomodado na parede uterina, o tubo é removido e são deixados dois pequenos cordões que ficam pendurados fora do colo do útero, dentro da vagina. Esses cordões permitem que o médico, ou a mulher, verifique se o DIU permanece no lugar corretamente, além de ser usado para a retirada do dispositivo.

Vale ressaltar que a retirada só deve ser feita pelo médico, porque existem riscos de complicações como sangramento e aderência, que o profissional está capacitado a resolver, sem causar danos à saúde reprodutiva da mulher.

A colocação do DIU pode causar desconforto, dor, cólicas e tonturas. Porém, nem todas as mulheres referem as mesmas queixas. Algumas têm cólicas e dores nas costas por 1 a 2 dias, outras podem ter cólicas e dor nas costas durante semanas ou meses. Para aliviar essas dores, são indicados medicamentos analgésicos.

O médico pode ainda aconselhar a paciente a tomar um analgésico antes da colocação do DIU. Se a mulher for sensível à dor na vagina ou no colo do útero, pode ser aplicado um anestésico local antes do procedimento.

Para a maioria das mulheres, o DIU pode ser colocado a qualquer momento, mesmo imediatamente após o parto ou um aborto espontâneo. A colocação de DIU é contraindicada se houver uma infecção.

Que cuidados devo ter após a colocação do DIU?

Após colocar o DIU, a paciente pode precisar de alguém para levá-la para casa. Algumas mulheres podem ter cólicas leves e dor lombar, além de eliminar pequenas quantidades de sangue por alguns dias.

Se o DIU liberar hormônio, leva aproximadamente 7 dias para começar a fazer efeito. Durante esse período, deve-se usar um outro método anticoncepcional, como preservativo.

O médico pode indicar uma reavaliação após duas a quatro semanas da colocação do DIU, a fim de garantir que o dispositivo esteja no lugar.

Em casos raros, o DIU pode sair parcialmente ou completamente do útero. Isso geralmente ocorre após uma gravidez. Se isso acontecer, entre em contato imediatamente com o médico. Não tente remover o DIU.

Nos casos de febre, calafrios, cãibras, dor, sangramento ou saída de líquido da vagina, logo após a colocação do DIU, procure imediatamente o médico assistente.

Quais são os tipos de DIU e como funcionam?

Tanto o DIU de cobre como o DIU Mirena (hormonal) funcionam impedindo o espermatozoide de fertilizar o óvulo. A ação anticoncepcional desses tipos de DIU é devida ao formato em “T” dos dispositivos e às substâncias que são liberadas pelo dispositivo.

DIU de cobre

O DIU de cobre é um tipo de DIU não hormonal, que funciona liberando íons de cobre, que são tóxicos para o espermatozoide. O formato em “T” também bloqueia a passagem dos espermatozoides e os impede de alcançar o óvulo.

O DIU de cobre pode permanecer no útero por até 10 anos e pode ser usado como contraceptivo de emergência. O dispositivo começa a fazer efeito imediatamente após ser colocado.

DIU Mirena

O DIU Mirena é um tipo de DIU hormonal. O dispositivo libera progestina, um hormônio sintético semelhante à progesterona, que impede a liberação do óvulo pelo ovário. O DIU Mirena também pode reduzir sangramentos menstruais intensos e cólicas menstruais.

A progestina também provoca um espessamento do muco ao redor do colo do útero, o que dificulta a entrada de espermatozoides no útero e a fertilização do óvulo. O revestimento do útero também fica mais fino, dificultando a aderência do óvulo fecundado. O DIU Mirena começa a fazer efeito 7 dias após a sua colocação. Sua forma em “T” também bloqueia os espermatozoides e os impede de alcançar o óvulo.

Esse tipo de DIU pode permanecer no útero por 3 a 5 anos.

Quais as vantagens e desvantagens do DIU?Vantagens do DIU

O DIU é um método contraceptivo eficaz e de longo prazo, sem os riscos e os efeitos colaterais dos hormônios usados nos anticoncepcionais hormonais. Essas são as maiores vantagens do DIU.

O dispositivo intrauterino pode prevenir a gravidez por 3 a 10 anos, dependendo do tipo de DIU que foi colocado. Isso faz dele um dos métodos contraceptivos mais baratos.

O DIU Mirena, por exemplo, libera uma pequena dose de hormônio no útero todos os dias, por um período de 3 a 5 anos. Isso aumenta a eficácia do dispositivo como método contraceptivo. Também possui vantagens adicionais ao reduzir ou interromper o fluxo menstrual, além de ajudar a prevenir o câncer de útero.

Outras vantagens do DIU:

  • Apresenta mais de 99% de eficácia na prevenção da gravidez;
  • Não é preciso lembrar de usar ou tomar todos os dias ou sempre que houver uma relação;
  • A fertilidade é restaurada quase imediatamente após a sua retirada;
  • O DIU de cobre não causa os efeitos colaterais dos hormônios e pode ajudar a prevenir o câncer de endométrio (revestimento interno do útero);
  • Tanto o DIU de cobre como o DIU Mirena podem diminuir o risco de câncer de colo de útero.
Desvantagens do DIU
  • Não previne infecções sexualmente transmissíveis;
  • Precisa ser colocado e retirado por um médico;
  • Embora seja raro, o DIU pode sair do lugar e precisar ser removido;
  • O DIU de cobre pode causar cólicas, períodos menstruais prolongados e intensos, além de sangramentos de escape entre os períodos;
  • O DIU Mirena pode causar sangramentos de escape no primeiros meses após ser colocado;
  • Pode aumentar o risco de gravidez ectópica, embora o risco de engravidar seja muito baixo;
  • Alguns tipos de DIU podem aumentar o risco de cistos ovarianos benignos.
Quais os riscos da colocação de DIU?

Embora sejam baixos, a colocação de DIU pode apresentar alguns riscos, como:

  • Gravidez indesejada: há uma pequena chance da mulher engravidar enquanto estiver usando DIU. Se ocorrer uma gravidez, o médico pode retirar o dispositivo para diminuir o risco de aborto ou outros problemas com a gestação;
  • Gravidez ectópica: o aumento do risco de gravidez ectópica só é observado se a mulher engravidar enquanto estiver usando um DIU. Uma gravidez ectópica é aquela que ocorre fora do útero. Trata-se de uma emergência médica, que pode ser fatal;
  • Penetração do DIU no útero: o dispositivo pode penetrar na parede do útero, o que requer cirurgia para a retirada do DIU.

Para maiores esclarecimentos sobre a colocação do DIU, consulte um médico ginecologista.

O que significa “inflamação - inclui reparo típico” no laudo do papanicolau?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Quando o resultado do papanicolau diz que existe inflamação com reparo típico, isso quer dizer que o processo inflamatório está sendo resolvido pelo corpo. Isso porque geralmente a fase final do processo inflamatório é o reparo. Quando o reparo é típico, quer dizer que ele é normal - as alterações celulares são benignas. Por isso, não existe motivo para se preocupar quando o resultado do papanicolau é esse.

A inflamação identificada no papanicolau pode ser causada por vários fatores, tais como:

  • Agentes físicos - como relações sexuais, traumas e outros agentes mecânicos;
  • Agentes químicos, como medicamentos;
  • Acidez vaginal;
  • Alterações em decorrência do uso do DIU;
  • Alergias.

Caso tenha mais dúvidas sobre o resultado do seu exame, converse com seu ginecologista. Ele é o profissional capaz de dizer o que precisa ser feito em cada caso.

Leia também:

Referência:

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação-Geral de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Nomenclatura brasileira para laudos citopatológicos cervicais / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação-Geral de Prevenção e Vigilância, Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 3. ed. – Rio de Janeiro : Inca, 2012.

Endometriose tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

A cura para a endometriose ainda é controversa. Considera-se que a cura só ocorreria através da retirada do útero (histerectomia) e possivelmente dos ovários (ooforectomia), além da retirada cirúrgica dos focos de endometriose presentes em outros locais (intestino, bexiga, pulmões, peritônio), o que, claro, só deve ser indicado em pacientes com doença muito grave e que não desejam mais engravidar.

Há diversas modalidades de tratamento para endometriose:

  • esperar, para ver se ocorre melhora espontânea;
  • uso de anti-inflamatórios;
  • uso de medicações ou dispositivos, com objetivo de que a paciente pare de menstruar de 6 meses a um ano, como: contraceptivos orais ("pílula"), DIU com progesterona, danazol, gestrinona, leuprolide, goserelina, inibidores de uma enzima chamada aromatase.
  • cirúrgico: por videolaparoscopia, com objetivo de destruir implantes de células do endométrio, ou definitiva, na tentativa de "curar" a endometriose.

O seguimento e o tratamento deve ser feito por médico ginecologista.

Leia também:

Como é a cirurgia de endometriose?

Tenho endometriose: posso engravidar?

O que é endometriose profunda e quais os sintomas?

Endometriose pode virar câncer?

Sangramento de escape posso contar como menstruação?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não. O sangramento de escape não pode ser contado como menstruação.

Sangramento de escape é a perda mínima de sangue que pode ocorrer ao longo do ciclo menstrual. Esse sangramento não é prolongado, é percebido na calcinha manchada e às vezes a mulher não sente necessidade do uso de absorvente. Geralmente é associado ao uso de anticoncepcional hormonal como pílula, adesivo, anel vaginal implante intradérmico e DIU (Dispositivo intra uterino). No seu caso, é bem provável que seja associado ao uso do anticoncepcional.

As mulheres fumantes são mais propensas a esse tipo de sangramento. A interrupção do tabagismo é sugerida como medida de melhora.

A maioria das mulheres apresenta resolução espontânea do problema, não precisando de intervenção com medicações ou mudança de método anticonceptivo. Caso o sangramento de escape incomode demasiadamente, a mulher pode procurar o/a ginecologista, clínico/a geral ou médico/a de família para orientações. 

Quais são os sintomas do câncer de ovário?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas do câncer de ovário podem incluir dor abdominal, inchaço no abdômen, sensação de estômago cheio após as refeições, náusea, má digestão, intestino preso, diarreia e gases. Em alguns casos, pode haver ainda aumento da frequência urinária e sangramento vaginal.

O câncer de ovário não costuma causar sinais e sintomas específicos no início da doença. Muitas vezes, quando as manifestações aparecem ou progridem de forma alarmante, é sinal de que o tumor já está em estágio avançado.

Trata-se de um câncer silencioso, que se instala e progride sem provocar sintomas relevantes. Quando surgem, os sinais tendem a ser vagos e inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico precoce do tumor.

Grande parte dos tumores malignos no ovário só são diagnosticados quando estão numa fase avançada, o que reduz muito as chances de cura.

Além da inespecificidade dos sintomas, a localização dos ovários, o crescimento rápido e a disseminação do tumor, bem como a ausência de métodos não invasivos e eficazes para detectar precocemente a doença, fazem do câncer de ovário o mais letal dos cânceres ginecológicos.

Dentre os fatores de risco para desenvolver a doença estão o histórico familiar da doença (mãe, filha, irmã), nunca ter engravidado, terapia de reposição hormonal, tabagismo e uso de DIU.

O tratamento do câncer de ovário é sobretudo cirúrgico. Se o tumor for detectado no início, a cirurgia é o único tratamento necessário. A sobrevida de 5 anos nesses casos pode chegar aos 90%. Dependendo do estágio do tumor, o tratamento cirúrgico pode ser complementado com quimioterapia.

O médico ginecologista é o especialista responsável pelo diagnóstico do câncer de ovário.

Posso parar de tomar anticoncepcional a qualquer momento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. O uso do anticoncepcional pode ser interrompido a qualquer momento.

Quando utilizado para fins contraceptivos, a mulher deve se planejar para o uso de outro método como, por exemplo, preservativo, DIU (Dispositivo Intra-Uterino), anel vaginal, injeção, etc.

A mulher que deseja parar o uso da pílula anticoncepcional pode parar a qualquer momento. Ela não precisa aguardar o término da cartela para interromper a medicação.

Para quem está iniciando o uso da pílula anticoncepcional, vale ressaltar que ela pode demorar em torno de 3 meses para promover a adaptação hormonal e sua efetividade contraceptiva. Além disso, a taxa dos efeitos colaterais é maior no primeiro ano de uso da pílula.

Tendo em vista isso, é importante um planejamento adequado sobre quais outros métodos contraceptivos a mulher terá como opção no momento da parada do uso da pílula.

Como funciona o DIU?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

O DIU (Dispositivo Intra Uterino) é um mecanismo contraceptivo, inserido no útero da mulher por um médico ginecologista.

Mecanismo de Ação

De acordo com o Relatório Técnico da Organização Mundial da Saúde, o DIU exerce seu efeito anti-fertilidade de forma variada e pode interferir no processo reprodutivo antes mesmo do óvulo atingir a cavidade uterina. O DIU age sobre os óvulos e espermatozoides de diversas formas:

  • Estimula reação inflamatória no útero, por ser um corpo estranho. A concentração de vários tipos de leucócitos, prostaglandinas e enzimas nos fluídos uterino e tubários elevam substancialmente, especialmente nos DIUs com cobre.
  • As alterações bioquímicas interferem com o transporte dos espermatozoides no aparelho genital, além de alterar os espermatozoides e os óvulos, impedindo a fecundação.

Por esses mecanismos, o acúmulo de evidências permitem afirmar que um complexo e variado conjunto de alterações espermáticas, ovulares, cervicais, endometriais e tubárias causam a inibição da fertilização.  Eficácia: Os DIUs de cobre geralmente são mais eficazes e produzem menos efeitos colaterais que aqueles sem medicamentos. As taxas de gravidez variam entre 0,5 - 0,7/100 mulheres/ano. São mais baixas do que as taxas obtidas com anticoncepcionais hormonais combinados orais e comparáveis aos injetáveis.

Vantagens: É um método de longa duração (3 a 5 anos), econômico, muito eficaz (99,9%), imediatamente reversível. Não interfere com as relações sexuais e pode ser utilizado durante a amamentação.

O DIU sem hormônios pode ser indicado para mulheres que já tiveram problemas com métodos contraceptivos hormonais previamente ou contraindicação ao uso do estrogênio, como fumantes ou pacientes com histórico de trombose ou diabetes. Também evita os efeitos colaterais do uso de pílulas anticoncepcionais, por ter ação local, apenas.

Desvantagens: Pode provocar sangramento menstrual prolongado ou cólicas durante o sangramento. Não protege contra as doenças sexualmente transmissíveis.

Momento da Inserção: Habitualmente, o momento da inserção é durante ou logo depois da menstruação (de preferência até o 5º dia do ciclo), pois se o canal cervical estiver mais dilatado, é mais fácil e menos doloroso aplicar o DIU, além de se evitar que seja colocado numa mulher com gestação inicial.

Contudo, o DIU pode ser inserido em qualquer época, desde que haja garantias de que a mulher não está grávida. No pós parto, recomenda-se a inserção a partir da 6ª semana. O DIU também pode ser inserido logo depois a curetagem por um abortamento não infectado. A inserção pode ser feita no mesmo dia que um DIU vencido seja extraído.

O dispositivo intrauterino (DIU) não deve ser usado:

  • Em casos de suspeita de gravidez (por isso ele deve ser colocado no período menstrual, além de ser a época que o colo uterino está mais amolecido);
  • Malformações congênitas do útero;
  • Neoplasias uterinas;
  • Sangramento uterino de causa desconhecida;
  • Coagulopatias;
  • Doença inflamatória pélvica (DIP);
  • Cervicite;
  • Risco de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Caso deseje realizar esse método contraceptivo, consulte seu ginecologista. Ele poderá sanar todas as suas dúvidas e é o profissional mais indicado para sua colocação.

O que é DIP e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

DIP é a abreviação de Doença Inflamatória Pélvica. Trata-se de uma infecção dos órgãos reprodutores da mulher. Em geral, a DIP ocorre após a propagação de micro-organismos (sobretudo bactérias) oriundos da vagina, uretra ou colo do útero, que podem se disseminar para as trompas e para os ovários.

A doença inflamatória pélvica pode ser causada por muitos tipos de bactérias. Contudo, as principais causas da DIP são as infecções por gonorreia ou clamídia, que são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Em casos menos comuns, a DIP pode ser causada por bactérias que penetram no aparelho reprodutor através de irritações provocadas no colo do útero, que serve de barreira natural contra esses micro-organismos. A doença inflamatória pélvica nesses casos pode ser consequência de parto ou aborto.

Quais são os sintomas da DIP?

Os sintomas da DIP podem variar de mulher para mulher, mas a dor abdominal no baixo ventre ou na pelve está sempre presente. Outros sinais e sintomas podem incluir febre, dor ao urinar ou defecar, dor na região inferior das costas, corrimento vaginal com odor desagradável, dor durante a relação sexual, sangramento vaginal (principalmente durante ou após relação sexual) náuseas e vômitos.

Quais os fatores de risco da DIP?

Existem diversos fatores que podem aumentar o risco de DIP, tais como:

  • Vida sexual ativa antes dos 25 anos de idade;
  • Ter vários parceiros sexuais;
  • Relações sexuais desprotegidas;
  • Realização frequente de ducha vaginal;
  • História prévia de DIP ou infecção sexualmente transmissível;
Qual é o tratamento para DIP?

O tratamento da doença inflamatória pélvica inclui repouso, uso de medicamentos analgésicos e antibióticos e retirada do DIU (se for o caso, pois acelera a cura da DIP). Se houver abscesso nas trompas, no ovário ou na pelve, pode ser necessário realizar a drenagem do mesmo.

O tratamento com antibióticos dura no mínimo 14 dias. Mesmo após o final do tratamento, é necessário realizar um acompanhamento para avaliar a presença de sintomas e bactérias durante um período de 4 a 6 semanas.

No início do tratamento da doença inflamatória pélvica, a administração dos medicamentos é feita através de injeções intramusculares ou endovenosas. Assim que a mulher apresentar uma melhora dos sintomas (ausência de febre e diminuição da dor), os medicamentos podem passar a ser administrados por via oral.

A cura clínica da DIP, ou seja, a erradicação completa dos sintomas ocorre em cerca de 90% dos casos. Já as taxas de cura microbiológica, ou seja, a eliminação das bactérias ou dos outros micro-organismos infecciosos que causam DIP, podem chegar a 100%.

Sem tratamento, a doença inflamatória pélvica pode causar cicatrizes nas trompas e em outros órgãos da pelve, abscessos (coleções de pus) nas trompas e nos ovários, gravidez ectópica (gestação fora do útero), infertilidade e dor pélvica crônica.

Na presença de sinais e sintomas de DIP, é importante procurar o/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação detalhada.

Leia também:

Dor pélvica na mulher, o que pode ser?

Útero inflamado pode ser perigoso? Como tratar?

Melhor anticoncepcional: 5 dicas para ajudar na sua escolha
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A escolha do melhor anticoncepcional irá depender especialmente do estilo de vida de cada mulher, os possíveis efeitos colaterais e o planejamento familiar.

As pílulas são o método mais conhecido para evitar a gravidez, porém com a evolução dos medicamentos e diversidade, as mulheres podem procurar o que mais se adapte às suas necessidades e preferências.

As condições de saúde e condições financeiras, também devem ser consideradas.

1. Considerar o seu estilo de vida

O estilo de vida e o motivo pelo qual pretende usar métodos contraceptivos são muito importantes para essa escolha. Por exemplo, para mulheres ativas que possuem uma vida agitada e esquecem com frequência de tomar medicamentos, a pílula de uso contínuo, que precisa usar diariamente, pode não ser o melhor método.

O fato de esquecer de tomar a pílula compromete a sua eficácia. Deste modo, é recomendado um método mais prático e duradouro como o anel vaginal ou anticoncepcional injetável, que devem ser aplicados uma vez ao mês ou a cada 3 meses.

O implante subdérmico ou DIU também podem ser uma boa opção, se não houver contraindicações de saúde.

2. Conhecer os efeitos colaterais dos anticoncepcionais

Conhecer os possíveis efeitos colaterais de cada um dos métodos anticoncepcionais é a primeira dica. Isso porque além de ajudar na escolha, evita um desconforto e trocas constantes de contraceptivos.

Os efeitos colaterais são a principal causa de desistência das medicações entre as mulheres, especialmente aqueles que apresentam aumento de peso (bastante raro), tontura ou sangramento de escape (episódios de sangramento no meio do ciclo) com o seu uso.

Embora a maioria dos efeitos colaterais tenham uma duração curta, de 1 a 3 meses do início do tratamento, dependendo do caso e condições de saúde, mesmo esse período curto pode ser prejudicial para a mulher ou intolerável.

3. Informar se teve bebê recentemente e sobre amamentação

As mulheres que tiveram bebê há pouco tempo e que estão amamentando, devem utilizar os anticoncepcionais que contenham apenas progesterona. As pílulas com estrogênio e progesterona são as mais comuns, porém o estrogênio passa para o leite materno e pode prejudicar a saúde do bebê.

Portanto, estas mulheres podem utilizar a pílula de uso contínuo, as injeções mensais ou trimestrais de progesterona. O momento ideal para recomeçar o uso de anticoncepcional, mesmo que apenas com a progesterona deve ser definido pelo ginecologista.

4. Analisar as condições de saúde e histórico familiar

Na escolha do anticoncepcional, o estado de saúde e histórico familiar são muito importantes.

A presença de doenças crônicas e uso regular de certas medicações, podem contraindicar o uso de contraceptivos com hormônios, pois aumenta o risco de doenças tromboembólicas como o infarto e o AVC (acidente vascular cerebral).

História familiar de trombose, troboembolismo de AVC também contraindica parcialmente, o uso de algumas classes dessa medicação. Neste caso é preferível o uso de métodos de barreira ou DIU (dispositivo intrauterino), sem hormônios.

Problemas no útero é uma situação que pode contraindicar o uso de DIU, pelo risco de mau posicionamento, ou deslocamento do dispositivo, o que interfere na eficácia do método.

Informe ao médico, especialmente se é portadora de:

  • Enxaqueca e TPM fortes,
  • Acne,
  • Problemas de coagulação do sangue ou trombose,
  • Endometriose e
  • Ovários policísticos.

A avaliação médica e exames laboratoriais e de imagem, devem ser realizadas como rotina, para a definição do melhor método de contracepção, para cada mulher.

O melhor anticoncepcional para uma mulher, pode não ser o mais adequado para a outra.

5. Perguntar sobre o custo

Na escolha do melhor anticoncepcional é preciso conhecer o custo mensal de cada método. Inicialmente pode não ter grande impacto, mas precisa lembrar que o uso pode ser prolongado.

Existem marcas de anticoncepcionais orais (pílulas) ou DIU disponibilizados no Sistema Único de Saúde de forma gratuita, enquanto outros métodos, como os implantes subcutâneos, tem um custo elevado e podem não ser viáveis financeiramente.

Definir o custo adequado à sua situação financeira é uma dica que ajuda a manter o uso correto da medicação, o que é fundamental para a eficácia do remédio. Esquecer algum dia ou atrasar a aplicação da medicação, além de possibilitar uma gravidez não planejada, pode causar complicações como um descontrole hormonal.

Qual o melhor anticoncepcional para não engordar?

Algumas classes de anticoncepcionais estão relacionados com a retenção de líquido, o que acaba dando a sensação na mulher de aumento de peso, embora não aconteça em toda mulheres.

As mulheres que desejam evitar o efeito de retenção hídrica, pode optar pelo anticoncepcional que contém o hormônio drospirenona na sua formulação, por ser uma substância que possui ação diurética, impedindo a retenção de líquido.

São exemplos: o Iumi®, Elani 28®, Yas® e Yasmin®.

No entanto, estudos demonstraram que os anticoncepcionais com essa formulação, possuem um risco aumentado para trombose e doenças tromboembólicas. Sendo assim, antes de iniciar algum desses medicamentos, é fundamental passar por uma avaliação médica criteriosa.

Qual o melhor anticoncepcional para acne?

Para tratamento da pele, evitar aumento de oleosidade e acne na pele, são recomendados os anticoncepcionais combinados, com estrogênio e progesterona. São exemplos dessa classe: o Diane®, Selene®, Diclin® e Belara®.

Entenda melhor sobre as indicações e contraindicações do uso de anticoncepcional, nos seguintes artigos:

Referência:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Christine Dehlendorf et al.; Contraception: Counseling and selection. UpToDate, Jun 26, 2020.

Monica V Dragoman, et al.; A systematic review and meta-analysis of venous thrombosis risk among users of combined oral contraception. Int J Gynecol Obstet, 2018; 141: 287–294.