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Anorexia tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A anorexia tem cura, porém a recuperação completa pode demorar anos. O tratamento da anorexia, assim como de outros transtornos alimentares, é multidisciplinar e envolve médicos, médico psiquiatra, psicólogo e nutricionista.

O tratamento inclui o ganho de peso através de dieta hipercalórica, orientada pelo nutricionista para recuperação e manutenção do peso adequado, psicoterapia realizada com psicólogo ou psicoterapeuta e apoio social-familiar durante todo o processo e, principalmente, nas possíveis recaídas.

Em muitos casos de anorexia, a pessoa precisa ficar internada para que os alimentos sejam reintroduzidos gradualmente na dieta e o coração não entre em sobrecarga. 

Os medicamentos usados para tratar o transtorno servem para controlar e tratar a ansiedade, a depressão e as atitudes compulsivas, uma vez que não há uma medicação específica para tratar a anorexia.

Contudo, uma vez que alguns medicamentos psiquiátricos podem provocar aumento de peso ou de apetite, muitas pessoas deixar de tomar a medicação, o que dificulta a cura da anorexia.

A psicoterapia, nomeadamente a terapia cognitivo-comportamental e a terapia familiar desempenham um papel muito importante no tratamento da anorexia.

Sem tratamento, a anorexia pode causar diminuição da massa óssea e muscular, desmineralização dos dentes, retardo no crescimento, perda total da gordura corporal, prisão de ventre grave, desnutrição extrema e morte.

Por isso, é indicado consultar o clínico geral ou médico de família que coordenará esse cuidado global do paciente.

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Colesterol total alto significa que o colesterol HDL e LDL estão altos?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. Na verdade o aumento do colesterol total pode ser resultado da elevação de qualquer fração de colesterol.

O colesterol total é representado pela soma das quatro frações de colesterol no sangue, que são: LDL, VLDL, IDL e HDL. Quando está relacionado ao LDL (colesterol ruim), significa um risco aumentado para doenças cardiovasculares, como o infarto do coração e o derrame.

No entanto, quando o colesterol total está alto às custas do HDL, o colesterol bom, passa a ser um fator de proteção para o organismo, significa um bom resultado. Por isso, o mais importante é avaliar os valores separadamente.

O que causa colesterol alto?

Para muitas pessoas, o colesterol alto está relacionado com um estilo de vida pouco saudável. Isso inclui ter dieta rica em gordura, estar acima do peso e falta de exercício físico. Embora sejam os fatores mais comuns, outros problemas de saúde também podem causar esse aumento, como, por exemplo:

  • Diabetes;
  • Doença renal;
  • Síndrome do ovário policístico;
  • Gravidez e condições que aumentam os níveis hormonais femininos;
  • Hipotireoidismo;
  • Medicamentos, como alguns contraceptivos, diuréticos, betabloqueadores e alguns medicamentos usados para tratar a depressão.
  • Doenças genéticas (Hiperlipidemia familiar combinada, Hipercolesterolemia familiar, Hipertrigliceridemia familiar).
O que é colesterol?

O colesterol é um tipo de gordura encontrada em todas as células do corpo. Grande parte do colesterol do nosso corpo é produzido pelo fígado, ou absorvidos por alimentos que consumimos, como as carnes e laticínios.

A gordura é essencial para diferentes funções do organismo, como a formação dos hormônios, vitamina D, membranas celulares e formação de sais biliares.

O que é colesterol LDL?

O colesterol LDL é conhecido como colesterol ruim porque se acumula dentro das artérias, formando placas de gordura, interrompendo a circulação sanguínea. Com isso, aumenta o risco de tromboses, doenças vasculares, como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o AVC (acidente vascular cerebral).

O que é colesterol VLDL e IDL?

Embora menos conhecidos, o VLDL e o IDL também são tipos de colesterol considerados “ruins”, pois pode se depositar na parede das artérias se estiver com um valor alto.

O que é colesterol HDL?

O colesterol HDL é chamado de colesterol bom porque não se acumula na parede das artérias e ainda ajuda a eliminar o colesterol ruim (LDL) do sangue.

Quais são os valores de referência do colesterol?

Os valores normais de colesterol variam um pouco de acordo a idade e também entre homens e mulheres.

Pessoas com até 19 anos de idade
Tipo de colesterol Valores de referência
Colesterol total Menos de 170 mg/dL
LDL Menos de 100 mg/dL
HDL Mais de 45 mg/dL
Homens a partir dos 20 anos
Tipo de colesterol Valores de referência
Colesterol total 125 a 200 mg/dL
LDL Menos de 100 mg/dL
HDL 40 mg/dL ou mais
Mulheres a partir dos 20 anos
Tipo de colesterol Valores de referência
Colesterol total 125 a 200 mg/dL
LDL Menos de 100 mg/dL
HDL 50 mg/dL ou superior
Como baixar o colesterol total?

Para baixar o colesterol total alto, são recomendadas: mudanças no estilo de vida, que incluem dieta adequada, perda de peso, prática de atividade física, não fumar e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. Quando essas medidas não são suficientes para baixar o colesterol, é necessário tomar medicamentos.

1. Dieta

A gordura saturada e o colesterol dos alimentos aumentam o nível de colesterol total no sangue. A gordura saturada é a principal culpada, mas o colesterol dos alimentos também são importantes.

Diminuir a quantidade de gorduras saturadas na dieta ajuda a reduzir o nível de colesterol. Os alimentos que apresentam altos níveis de gorduras saturadas incluem algumas carnes, laticínios, chocolate, produtos de panificação e alimentos processados e fritos.

2. Perda de peso

O excesso de peso aumenta o colesterol total. Perder peso pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL), colesterol total e triglicerídeos. Também ajuda a aumentar o colesterol bom (HDL).

3. Prática regular de atividade física

A atividade física regular pode ajudar a diminuir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o bom (HDL). Também ajuda a perder peso. Para baixar o colesterol, recomenda-se praticar pelo menos 30 minutos de exercícios, no mínimo 4 vezes por semana.

4. Evitar cigarro e bebidas alcoólicas

Fumar não aumenta o colesterol, mas contribui para a redução do colesterol bom (HDL), que ajuda a eliminar o colesterol ruim das artérias. Assim como o consumo de bebidas alcoólicas. Portanto, é importante evitar ou se possível, interromper completamente esses hábitos ruins.

5. Medicamentos

Se as mudanças no estilo de vida, por si só, não forem capazes de baixar o colesterol total, a pessoa pode precisar tomar medicamentos. Existem vários tipos de medicamentos disponíveis para baixar o colesterol, incluindo as estatinas.

Vale ressaltar que ao tomar medicações para baixar o colesterol, a pessoa deve continuar com as mudanças no estilo de vida.

O médico que solicitou o exame de sangue é o responsável por interpretar os valores de colesterol apresentados no resultado, e oferecer as orientações e tratamento adequados.

Conheça também alguns alimentos que podem ajudar a reduzir o colesterol no artigo: 10 alimentos que vão ajudar a baixar o colesterol

Referência:

  • Sociedade Brasileira de Cardiologia.
  • AHA - American Heart Association.
A dieta do HCG faz mal à saúde? Quais os riscos?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a dieta do HCG pode fazer mal à saúde, pois o uso do hormônio HCG pode aumentar o risco de tromboembolismo (formação de coágulos), levar ao acumulo de líquidos (edema), provocar depressão e dores de cabeça, e ocasionar sintomas decorrentes da ação hormonal do HCG como ginecomastia, que é o crescimento da mama em homens.

Algumas pesquisas inclusive associam a realização da dieta do HCG com um aumento do risco de câncer de mama a longo prazo.

Nas mulheres as alterações hormonais podem levar a:

  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Sangramento vaginal;
  • Aumento das mamas;
  • Cistos no ovário;
  • Dor nas mamas;

Nos homens a dieta pode levar a problemas relacionados a produção de esperma e fertilidade.

Além dos riscos associados ao uso do hormônio HCG, o fato de ser uma dieta restritiva, com uma ingesta diária de quantidades muito pequenas de calorias (cerca de 500 Kcal/dia), também provoca diversos efeitos colateraisdecorrentes da carência de nutrientes essenciais ao organismo. Entre os mais comuns estão:

  • Fraqueza;
  • Cansaço;
  • Tontura;
  • Dor de cabeça;
  • Irritabilidade.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) afirmam que o uso do HCG para emagrecer não tem nenhuma eficácia, uma vez que não há evidências científicas sólidas que comprovem o seu efeito no tratamento da obesidade.

A SBEM e a ABESO também consideram que o tratamento com HCG pode ser prejudicial para as pessoas, por apresentar potenciaisriscos para a saúde.

Para maiores esclarecimentos sobre os riscos da dieta do HCG para a saúde, fale com o seu médico. Caso pretenda perder peso procure uma orientação profissional com um nutricionista.

Leia também: Como funciona a dieta do HCG?

Como baixar o colesterol ruim (LDL)?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para baixar o colesterol ruim (LDL) é necessário fazer mudanças na dieta, controlar o peso, não fumar e praticar atividade física regularmente.

Os alimentos que ajudam a reduzir o LDL são aqueles ricos em fibras, como frutas, verduras, aveia e leguminosas como feijão, grão-de-bico, ervilha e lentilha.

Uma dieta para controle e redução de colesterol alto também deve incluir alimentos ricos em gorduras “boas”, de origem vegetal e excluir alimentos ricos em gorduras “ruins”, presentes em alimentos de origem animal e industrializados.

Como deve ser a dieta para baixar o colesterol ruim (LDL)?Escolha alimentos ricos em gorduras saudáveis

Para baixar o colesterol ruim, deve-se limitar o consumo de gordura total, gordura saturada e gordura trans, priorizando gorduras saudáveis, de origem vegetal.

A gordura saturada pode ser encontrada em algumas carnes, laticínios, chocolate, alimentos processados e fritos.

A gordura trans é outra gordura prejudicial. Pode aumentar o colesterol ruim e diminuir o colesterol bom (HDL). Encontrada principalmente na margarinas, bolachas e salgadinhos.

Ao invés das gorduras nocivas, experimente gorduras mais saudáveis (insaturadas), presentes em carnes magras, nozes, avelãs, amêndoas, castanhas e azeite. Além de ajudar a baixar o colesterol ruim, esses alimentos aumentam o colesterol bom (HDL), que dentre outras funções, remove o colesterol LDL do sangue.

As gorduras devem representar no máximo 35% das calorias consumidas diariamente. Desses 35%, menos de 7% das calorias devem provir de gorduras saturadas. A quantidade máxima de gordura presente na dieta para baixar o colesterol depende de quantas calorias a pessoa costuma consumir diariamente.

Calorias diárias Gordura total Gordura saturada
1.500 42-58 gramas 10 gramas
2.000 56-78 gramas 13 gramas
2.500 69-97 gramas 17 gramas
Diminua o consumo de alimentos com colesterol

Para baixar o colesterol LDL, deve-se consumir menos de 200 mg de colesterol por dia. O colesterol é encontrado em alimentos de origem animal, como fígado, miúdos, gemas de ovos, camarão e laticínios.

Aumente a ingesta de alimentos ricos em fibras

Alimentos ricos em fibras diminuem a absorção de colesterol pelo intestino e são parte fundamental de uma dieta para reduzir o LDL. Esses alimentos incluem:

  • Cereais integrais, como aveia e farelo de aveia;
  • Frutas (maçã, banana, laranja, pera, ameixa);
  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha).
Coma muitas frutas e legumes

Uma dieta rica em frutas e legumes pode aumentar a quantidade de substâncias capazes de reduzir o colesterol LDL, são substâncias chamadas estanóis ou esteróis vegetais. Funcionam como fibras solúveis, reduzindo a absorção de gorduras pelo trato digestivo.

Coma peixes ricos em ômega 3

O ômega 3 também é um tipo de gordura saudável. Apesar de não reduzir diretamente os níveis de colesterol ruim (LDL), aumentam o nível de colesterol bom (HDL), .que tem entre suas principais funções a remoção do LDL dos vasos, devido sua alta densidade.

Os peixes considerados como fonte de ômega 3 incluem salmão, atum, sardinha e cavala. A recomendação é comer esses peixes duas vezes por semana.

Diminua o consumo de álcool

O álcool é bastante calórico, pelo que o seu consumo em excesso pode causar ganho de peso. Estar acima do peso pode aumentar o colesterol ruim e diminuir o colesterol bom. O excesso de álcool também pode aumentar o risco de doença cardíaca, porque aumentar a pressão arterial e o nível de açúcar e triglicerídeos.

Considera-se uma dose adequada de bebida alcoólica, o equivalente a uma cerveja, um copo de vinho ou uma pequena quantidade de bebida destilada. Para baixar o colesterol ruim (LDL), recomenda-se tomar no máximo duas doses de bebida alcoólica por dia, no caso dos homens, e uma dose por dia, no caso das mulheres.

O que é colesterol LDL?

O colesterol é um tipo de gordura (lipídio) que está presente em certos alimentos de origem animal (carnes, laticínios, gema de ovos), mas que também é produzido pelo fígado. Para ser transportado no sangue, o colesterol precisa se ligar a uma proteína, que funciona como uma espécie de “peso” para que o colesterol possa se misturar com a água do sangue, uma vez que se trata de uma gordura. A ligação entre o colesterol e a proteína forma uma lipoproteína (lipídio + proteína).

LDL é a sigla para lipoproteína de baixa densidade, em inglês. O LDL é chamado de colesterol "ruim" porque um nível de LDL alto provoca a formação de placas de gordura nas artérias. Isso ocorre porque esse colesterol tem baixa densidade, ou seja, é relativamente “leve”, o que faz com que flutue na superfície do sangue e se acumule na parede das artérias.

Esse acúmulo de colesterol forma placas de gordura que podem interromper ou reduzir o fluxo sanguíneo para o coração e para o cérebro, podendo causar infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Por outro lado, o colesterol HDL (sigla em inglês para lipoproteína de alta densidade) é chamado de colesterol "bom" porque além de não se depositar na parede dos vasos devido a sua alta densidade, é capaz de remover o colesterol ruim (LDL) do sangue.

Para mais informações sobre como baixar o colesterol ruim (LDL), consulte um médico de família ou um clínico geral.

Cuidados com a alimentação para quem tem refluxo
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Nos casos de doença do refluxo gastroesofágico, uma combinação de medicamentos, mudança de hábitos alimentares e alguns outros cuidados são necessárias. Essa doença é causada pelo refluxo frequente do ácido do estômago para o esôfago e para a boca, que irrita o esôfago, causando dor, azia e “arroto azedo”. Pode ainda causar esofagite e câncer de esôfago, irritar a garganta e afetar os pulmões.

O refluxo é considerado um processo fisiológico normal em pessoas saudáveis. Não causa sintomas, a não ser após refeições pesadas ou quando comeu demais. Nesse caso, o refluxo do ácido do estômago para o esôfago aumenta e causa irritação, que resulta em azia, queimação, “arroto azedo” e até dor. Evitar esse padrão de alimentação é muito importante para não ter esses sintomas.

Como e o que comer (e evitar) para melhorar do refluxo

Alguns alimentos e cuidados ao se alimentar podem trazer benefícios:

  • Fazer refeições pequenas
  • Alimentos mais espessos e sólidos
  • Alimentos ricos em fibras

Incluir a aveia na dieta diária, na forma de mingaus, em sopas, nas massas (pães e panquecas, por exemplo), pode trazer benefícios.

Chiclete pode ajudar a reduzir os sintomas, por aumentar a salivação e diminuir o efeito do ácido no esôfago. Veja se isso funciona para você.

Para quem tem mais refluxo à noite, alguns cuidados podem ajudar a evitá-lo:

  • Não coma 3 a 4 horas antes de se deitar
  • Eleve a cabeceira da cama de 15 a 20 cm

Limitar e evitar o consumo de alimentos que pioram o refluxo pode melhorar os sintomas. Por isso, evite:

  • Cafeína (café, chocolate e chá-preto)
  • Álcool (principalmente as bebidas alcoólicas fermentadas, como o vinho e a cerveja)
  • Refrigerantes
  • Comidas gordurosas e frituras
  • Vinagre
  • Alimentos muito ácidos (como limão, laranja, abacaxi, tomate e molho de tomate)

Preste atenção quando come para identificar, no seu caso, quais são os alimentos que desencadeiam os sintomas do refluxo (azia, dor e “arrotos azedos”). Preste atenção especialmente quando come alimentos apimentados, com menta ou hortelã, que também podem piorar o refluxo.

Recomendações alimentares após a cirurgia de refluxo

Em casos mais graves de doença de refluxo gastroesofágico, é necessário fazer uma cirurgia. O sucesso da cirurgia na melhora do refluxo depende de cuidados com a alimentação após o procedimento. Siga as orientações:

1. Ainda no hospital, a dieta após a cirurgia inicia com líquidos transparentes. Procure ingerir porções pequenas dos líquidos, com mais frequência.

2. No momento da alta hospitalar, você já vai poder passar a alimentos pastosos e sólidos moles. A dieta consiste em alimentos sólidos moles e úmidos (como frutas e legumes cozidos, mingaus, vitaminas de frutas e sopas cremosas). O médico lhe dirá quando iniciar a administração de alimentos sólidos. É provável que você continue com essa dieta de alimentos moles e úmidos por cerca de dois meses.

Quando os alimentos sólidos estiverem liberados, experimente um alimento ou bebida nova de cada vez.

Outros cuidados importantes para ter ao se alimentar depois da cirurgia:

  • Consuma refeições pequenas e frequentes;
  • Quando passar para os alimentos sólidos, mastigue bem e engula pedaços pequenos;
  • Evite o uso de canudinho para o consumo de líquidos;
  • Beba lentamente;
  • Siga as recomendações sobre os alimentos a evitar e aumente o consumo dos que podem ajudar a melhorar o refluxo;
  • Evite alimentos com cascas, muito secos e que podem causar desconforto ao esôfago (pão, bife, legumes crus, peito de frango e outras carnes secas, frutas cruas, amendoim, pipoca e sementes são alguns exemplos).

Você vai conseguir tolerar a maioria dos alimentos 3 a 6 meses após a cirurgia. Consulte um médico ou nutricionista em caso de dificuldade para alimentar-se ou de perda de massa corporal.

Modificação de comportamentos

Permanecer de pé por algum tempo depois de se alimentar pode ajudar a evitar o refluxo. Fazer uma caminhada após as refeições principais é uma boa opção. Além disso, você precisa evitar:

  • Refeições grandes
  • Deitar e ficar curvado após comer
  • Roupas apertadas na região do estômago
  • Fumar
  • Bebidas alcoólicas
  • Estresse

Se estiver fora do peso, tem refluxo e quer melhorar, esse é mais um motivo para se empenhar em emagrecer. A obesidade aumenta a pressão dentro da barriga, o que favorece o refluxo do ácido do estômago para o esôfago.

A redução de massa corporal e a diminuição do tamanho das refeições reduzem os sintomas de refluxo, principalmente no caso de hérnia de hiato. Procure a ajuda de um profissional nutricionista. Um clínico geral ou médico de família pode fazer um encaminhamento.

Caso queira saber mais sobre o refluxo, leia também:

Omeprazol para esofagite e dor no estômago. Quanto tempo demora para fazer efeito?

Refluxo tem cura? Qual o tratamento?

O que é refluxo e quais os sintomas?

Referência:

Cresci G, Escuro A. Dietoterapia para as Doenças do Sistema Gastrointestinal. O Esôfago. In: Mahan LK, Raymond JL. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Tradução da 14 Ed. Kenmore, WA. Elsevier. p. 1918-32.

Dieta da proteína emagrece? Quais as vantagens e desvantagens?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dieta da proteína emagrece, assim como toda e qualquer dieta pobre em calorias. A dieta da proteína é baseada no aumento do consumo de alimentos ricos em proteínas (carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados, leguminosas) e diminuindo a ingestão de carboidratos (pães, arroz, massa, batata).

Apesar de ter algumas vantagens, a dieta da proteína não é equilibrada. A privação de carboidratos (fonte de energia essencial para o funcionamento do organismo) e o excesso de proteínas na alimentação podem trazer riscos à saúde e causar efeitos colaterais.

Quais são as vantagens da dieta da proteína?

Uma das vantagens da dieta da proteína e razões por que a dieta funciona é o fato das proteínas demorarem mais tempo para serem digeridas e absorvidas pelo organismo, o que prolonga a sensação de saciedade e reduz a vontade de comer outros alimentos mais calóricos.

Uma vez que a digestão é mais longa, o organismo passa a utilizar a gordura corporal como fonte de energia, gerando emagrecimento.

As proteínas são a matéria-prima dos músculos. Sem proteínas na dieta, o organismo consome as proteínas dos músculos, daí a importância em manter uma ingestão adequada de proteínas na alimentação.

Por isso, essa dieta pode favorecer o aumento de massa muscular, dependendo da privação de carboidratos. Quanto menos carboidratos, mais o corpo irá usar as proteínas musculares como fonte de energia, resultando com o tempo em perda também de massa muscular.

Porém, se houver ganho de massa muscular devido ao aumento do consumo de proteínas, o corpo acaba por queimar mais calorias, o que favorece o emagrecimento.

Quais as desvantagens da dieta da proteína?

São muitas as desvantagens na dieta da proteína, principalmente quando não for devidamente acompanhado por um profissional especializado, entre elas:

  1. A baixa ingestão de carboidratos, que são fonte de energia e essenciais para o metabolismo celular, pode causar cansaço, tonturas, falta de energia, ansiedade, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade e dor de cabeça;
  2. Outro efeito colateral do baixo consumo de carboidratos é a perda de massa muscular, já que o corpo começa a queimar músculos para obter energia;
  3. A queima elevada de gordura corporal devido à falta de carboidratos produz corpos cetônicos, que podem ser prejudiciais às células do corpo se forem produzidos em grandes quantidades;
  4. O excesso do consumo de proteínas pode sobrecarregar os rins e o fígado, que precisam funcionar muito mais para eliminar as substâncias provenientes do metabolismo das proteínas;
  5. Proteínas em excesso também podem tornar a digestão mais lenta ou mesmo dificultar a digestão, o que pode levar a um desconforto no estômago;
  6. O aumento da concentração de proteína na dieta, sem atividade física e acompanhamento, está relacionada ao maior risco de doenças cardiovasculares e tromboses;
  7. Além disso, dietas restritivas e não balanceadas, como é o caso da dieta da proteína, pode privar o corpo de minerais, vitaminas e fibras.

Portanto, uma dieta adequada para emagrecer deve ter poucas calorias, mas deve ser balanceada, com as doses adequadas de cada nutriente. Fazer dietas que eliminam grupos de alimentos essenciais para o bom funcionamento do organismo não é uma forma saudável de emagrecer, além de favorecer o efeito "sanfona" quando esta dieta for abandonada.

Como as sociedades e diretrizes médicas defendem, a perda de peso muito rápida, tem a tendência de retornar rápido também ("efeito sanfona"). O mais difícil é manter o peso adequado, e isso só é conseguido à base de mudanças de hábito de vida, alimentação equilibrada e atividades físicas regulares.

Para ter um plano alimentar individualizado e adequado, consulte um nutricionista, nutrólogo ou endocrinologista.

Leia também: O que fazer para emagrecer?

Açúcar demerara é bom para a saúde? Engorda?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Nenhum tipo de açúcar (mascavo, demerara, cristal, refinado) é benéfico para a saúde. Embora passe por um processo de refinamento leve no qual não são utilizados aditivos químicos, o uso sem moderação de açúcar demerara pode sim levar ao aumento de peso.

Consumo de açúcar demerara e saúde Cristais de açúcar demerara

Quando comparamos o açúcar demerara ao açúcar branco, podemos dizer que o açúcar demerara é menos prejudicial à saúde. Os principais motivos para isto são:

Não contém aditivos químicos

Quanto mais branco for açúcar, mais aditivos químicos foram adicionados ao seu processo de produção. As toxinas ingeridas diariamente com os alimentos, entre elas os aditivos químicos, causam danos à saúde. Deste modo, o consumo moderado de açúcares mais escuros reduz os danos provocados ao organismo.

Possui minerais e vitaminas

Por passar por refinamento leve, algumas vitaminas e minerais presentes no açúcar demerara são preservados. Os minerais presentes em maior concentração em 100 g açúcar demerara são: potássio (346 mg), cálcio (85 mg), ferro (42 mg), o magnésio (29 mg) e o fósforo (22 mg).

Entre as vitaminas, apesar de se apresentarem em baixas quantidades, encontra-se: vitamina B1 (0,01 mg), vitamina B2 (0,01 mg) e vitamina B3 (0,03 mg). Estas concentrações de vitaminas estão presentes em 100 g açúcar demerara.

Açúcar demerara e ganho de peso

Pessoas que desejam emagrecer e preservar sua saúde não devem ingerir nenhum tipo de açúcar e nem alimentos doces. Mesmo sendo menos prejudicial, o açúcar demerara é bastante calórico. Em 100 g de demerara encontramos um total de 377 Kcal.

O consumo de açúcar estimula o aumento dos níveis sanguíneos de glicose (glicemia). Este aumento, além de ampliar o risco para o desenvolvimento de diabetes, estimula a produção de gordura pelo corpo.

Se você não consegue se manter sem consumir açúcar, o demerara é uma opção melhor para o seu organismo. Entretanto, atente sempre para as quantidades de açúcar que você ingere e procure consumir sempre menos.

O que é o açúcar demerara?

O açúcar demerara é produzido a partir do suco de cana-de-açúcar. No processo de fabricação, este suco é fervido e evaporado o que faz com que a maior quantidade de água seja retirada e fique somente os grãos de açúcar.

Por passar por uma etapa de refinamento leve e sem aditivos químicos, o açúcar demerara é composto por cristais de coloração marrom-claro e alguns de seus nutrientes são preservados. Seu sabor é delicado e mais suave que o sabor do açúcar mascavo.

O açúcar demerara, assim como o açúcar mascavo, são boas alternativas ao uso de açúcar cristal ou refinado. O açúcar demerara é também uma boa opção para quem não consegue se adaptar ao açúcar mascavo.

Pessoas diabéticas ou que apresentam resistência à insulina devem evitar consumir qualquer tipo de açúcar.

Comer açaí: emagrece ou engorda?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Não há evidências científicas de que o consumo de açaí, por si só, promove o emagrecimento ou faz com a pessoa engorde. O que determina que o consumo desta fruta engorde ou emagreça é a forma como é consumida: seus acompanhamentos e sua inclusão em um plano alimentar saudável. A prática de atividade física ou sedentarismo também contribuem para a perda ou ganho de peso.

Açaí e emagrecimento Creme de Açaí

O alto teor de fibras do açaí pode ser um aliado nos processos de emagrecimento. Sabe-se que a fibras ajudam a regular a atividade dos intestinos, a formar o bolo fecal e a estimular a motilidade intestinal, o que repercute para a boa saúde dos intestinos.

Além disso, as fibras fazem com que a digestão do alimento se torne mais lenta, o que promove a sensação de saciedade. Um tempo prolongado da sensação de saciedade ajuda a evitar que a pessoa recorra a pequenos lanches, a popular ação de “beliscar”, diversas vezes ao dia.

Entretanto, aumentar o consumo de fibras por meio da ingestão de açaí não é suficiente para um emagrecimento efetivo e saudável. É preciso combinar o consumo da fruta com a prática de atividade física e hábitos alimentares saudáveis.

Recomenda-se que ao ingerir mais fibras por meio da sua alimentação você aumente também o consumo de água a fim de evitar a prisão de ventre (constipação intestinal).

Açaí e aumento de peso

Em 100 g de polpa in natura de açaí há, aproximadamente, 60 Kcal. Destas calorias, 6,5 g são carboidratos, 2,6 g são fibras, 4,0 g são gorduras e 0,8 g são proteínas. Como se pode perceber a concentração de carboidratos em 100 g da fruta não é considerada elevada.

Além disso, a elevada concentração de fibras e de boas gorduras auxiliam na redução do índice glicêmico da fruta. Isto significa que o consumo do açaí in natura provoca menos picos de insulina e não se transforma em açúcar com facilidade. O mais importante para evitar o ganho de peso é não consumir a fruta com adição de açúcares como, por exemplo, o xarope de guaraná.

Consumo saudável do açaí

É possível usufruir dos benefícios do açaí utilizando-o como aliado para o emagrecimento e, ao mesmo tempo evitar o ganho de peso. sem isto signifique o ganho de peso.

Dê preferência à polpa congelada (in natura), ao suco ou ao creme de açaí. É também possível ingerir na forma de bebida energética.

Não adoce as preparações de açaí com mel, xarope de guaraná e outros açúcares. A adição de granola, especialmente as industrializadas (ricas em açúcar), tornará as preparações com açaí bem mais calóricas.

Cuidados quanto ao consumo de açaí
  • Busque informações sobre a procedência do açaí que você irá consumir. O consumo deve ser limitado à presença do selo de garantia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Ministério da Saúde. Este controle é necessário uma vez que o açaí pode viabilizar a transmissão da Doença de Chagas.
  • Por conter alto teor de glicose, pessoas diabéticas somente devem consumir o açaí sob orientação médica ou nutricional.

Para um plano alimentar saudável e seguro, procure um/a nutricionista ou nutrólogo/a.

Leia mais

Açaí realmente faz bem para a saúde?

Comer açaí durante a amamentação faz mal para o bebê?