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Como é a cirurgia de hérnia umbilical e qual é o tempo de recuperação?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A cirurgia de hérnia umbilical pode ser feita através de um corte na região umbilical (método aberto) ou por videolaparoscopia, através de "furinhos" no abdômen.

Cirurgia aberta de hérnia umbilical

O método aberto pode ser realizado com anestesia peridural. A cirurgia começa com uma incisão na região umbilical para localizar a hérnia. O corte geralmente é pequeno, mas varia conforme o tamanho da hérnia. Pessoas obesas podem precisar de uma incisão maior do que as magras.

Após a incisão, o médico empurra a hérnia umbilical para dentro do abdômen. A abertura da parede abdominal por onde saiu a hérnia é fechada com pontos. Em alguns casos, pode ser necessário reforçar o local com uma tela para diminuir as chances da hérnia umbilical voltar a aparecer.

Cirurgia de hérnia umbilical por videolaparoscopia

Já a cirurgia por videolaparoscopia geralmente é realizada com anestesia geral, embora também possa ser feita com epidural. A cirurgia por videolaparoscopia é considerado um procedimento pouco invasivo.

No início, injeta-se gás carbônico no abdômen do paciente para aumentar o espaço e facilitar o procedimento.

Depois, são feitos três furos com cerca de 1 cm no abdômen e uma pequena câmera é introduzida na parede abdominal através de um desses orifícios. A câmera permite ao cirurgião visualizar a hérnia umbilical em um monitor de vídeo.

Os outros furinhos no abdômen servem para o médico realizar o procedimento com os instrumentos cirúrgicos necessários. A hérnia umbilical é então empurrada para dentro da barriga e a abertura na parede abdominal que permitiu o extravasamento da hérnia é fechado com uma tela.

Qual é o tempo de recuperação da cirurgia de hérnia umbilical?

O tempo de recuperação da cirurgia de hérnia umbilical é relativamente rápido e depende da técnica utilizada. O tempo de internação é de 12 a 24 horas.

Geralmente, em cerca de 3 a 5 dias, a pessoa já pode voltar às atividades do seu dia a dia. Já o retorno às atividades profissionais pode acontecer após 1 a 2 semanas, desde que não tenha que levantar peso, o que deve ser evitado por 10 dias.

As possíveis complicações e reações da cirurgia de hérnia umbilical incluem dor, lesão de algum nervo, infecção e, em alguns casos raros, o reaparecimento da hérnia.

A cirurgia é a única forma de curar definitivamente a hérnia umbilical. Todos os outros tratamentos têm como objetivo apenas aliviar os sintomas. A escolha do tipo de tratamento cirúrgico para a hérnia umbilical depende da idade, do tamanho da hérnia, da presença de outras doenças ou obesidade, além da preferência do próprio paciente.

O que é seroma e como é o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Seroma é o acúmulo de líquido embaixo da pele, durante o pós-operatório de uma cirurgia, deixando a área da cicatriz mais alta que o normal. O seroma se forma devido ao extravasamento de plasma sanguíneo ou linfa (fluido que circula nos vasos linfáticos), surgindo nas primeiras semanas de pós-operatório.

A formação de seroma pode acontecer em qualquer cirurgia. Contudo, ele é mais frequente em operações que envolvem grandes descolamentos de tecidos, como as cirurgias plásticas de abdominoplastia, lipoaspiração, implante de prótese de silicone, redução mamária, entre outras.

Os sinais e sintomas do seroma incluem abaulamento local (região da cicatriz fica mais elevada que a pele ao redor), flutuação na área da cicatriz, sensação de líquido se deslocando na área da cirurgia, extravasamento de um líquido esbranquiçado através da cicatriz.

Outra característica do seroma é a ausência de sinais de inflamação, como dor e vermelhidão. Porém, se houver infecção, esses sinais poderão estar presentes e o líquido terá um odor característico. Também pode haver febre nesses casos.

O líquido também pode assumir uma coloração avermelhada se estiver misturado com sangue, enquanto seromas crônicos podem apresentar um tom mais achocolatado.

O tratamento do seroma pode ser necessário quando há dor e desconforto, e ele torna-se demasiadamente grande. Geralmente se realiza a aspiração do líquido acumulado através da aspiração com uma agulha de grosso calibre e seringa, ou através da colocação de um dreno, nos casos em que o seroma é mais extenso.

O médico pode prescrever antibióticos para prevenir possíveis infecções decorrentes da punção. Se o seroma estiver infeccionado, o tratamento também irá incluir o uso de antibióticos.

O tratamento do seroma deve ser efetuado, preferencialmente, pelo médico que realizou a cirurgia.

O que é hérnia inguinal e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Hérnia inguinal é o deslocamento de uma parte do intestino através de uma anomalia (orifício) na parede abdominal, na virilha. Ocorre geralmente quando o indivíduo se submete a elevadas pressões abdominais ao longo dos anos, o que leva a um aumento gradativo da fragilidade da musculatura abdominal, até que ocorre a herniação, normalmente através de "pontos fracos" nessa parede muscular, localizados no umbigo (hérnia umbilical) ou nas virilhas (hérnia inguinal).

Não é só a pressão provocada pelos exercícios que contraem a musculatura do abdômen. Também ocorre este aumento de pressão durante o esforço da evacuação, na hora do parto, para expulsar o feto do interior do útero, durante a gravidez, em casos de tosse crônica, ao levantar pesos, entre outras situações.

No homem, o local de fraqueza da parede abdominal costuma ser o canal inguinal, ocupado pelo cordão espermático proveniente do testículo. Na mulher, no mesmo canal está um ligamento que sustenta o útero na sua posição. Nesses casos, a hérnia pode surgir no local em que o útero se fixa no osso da bacia.

As hérnias inguinais diretas (herniação devido à fraqueza em pontos da parede abdominal) correspondem a 75% de todas as hérnias e são 25 vezes mais comuns em homens do que em mulheres.

A hérnia inguinal indireta é mais frequente em crianças e adultos jovens, e origina-se de um defeito anatômico, congênito, em que o canal inguinal não se fechou como deveria, e é através deste canal que ocorre a herniação das alças intestinais.

Apesar da hérnia inguinal não ser propriamente perigosa, trata-se de uma lesão que não regride espontaneamente. A cirurgia é indicada na maioria dos casos devido ao risco de complicações graves.

Quais são os sintomas da hérnia inguinal?

Os sinais e sintomas da hérnia inguinal incluem abaulamento local, desconforto leve até dores intensas, associadas a náuseas, vômitos e mal-estar generalizado. Porém, a hérnia inguinal pode não manifestar sintomas. No entanto, pode-se notar uma saliência no local da hérnia, principalmente ao tossir, ficar em pé ou realizar esforço físico.

Também pode haver sensação de ardência, peso, dor, desconforto ou fraqueza na virilha. Esses sintomas pioram ao tossir, levantar pesos ou inclinar o corpo para frente.

Os sintomas decorrem da constante entrada e saída do conteúdo abdominal através do defeito da parede abdominal. A dor pode piorar com o esforço na região pela tosse, evacuação, exercício ou levantamento de peso.

No caso do intestino descer para o saco escrotal, pode haver aumento da sensibilidade e inchaço nos testículos.

Os casos mais complicados são causados por encarceramento e estrangulamento. O encarceramento ocorre quando o conteúdo do abdômen é mantido no defeito da parede, fora da cavidade abdominal, sendo que não se verifica o regresso desse conteúdo para o local certo.

Frequentemente isso causa dor intensa e contínua, estufamento, distensão da barriga, paragem do funcionamento do intestino, perda de apetite, febre, enjoos, vômitos, além de alterar a aparência da hérnia, que fica mais vermelha ou escura.

No caso do estrangulamento, além do encarceramento, o intestino é prejudicado devido à falta de circulação do sangue.

O encarceramento é um caso urgente e uma cirurgia deve ser feita rapidamente para evitar graves consequências no intestino.

Para empurrar a hérnia para dentro do abdômen, o que é possível na maioria dos casos, a pessoa deve estar deitada de barriga para cima e empurrar a hérnia com movimentos suaves. A aplicação local de gelo ajuda a diminuir o inchaço e auxilia o movimento.

Se não for possível empurrar a hérnia para a cavidade abdominal, é um sinal de que a hérnia pode estar encarcerada. Nesses casos, a alça intestinal sofre um estrangulamento e a irrigação sanguínea é interrompida. Trata-se de uma complicação muito grave, que requer intervenção cirúrgica urgente.

Qual é o tratamento para hérnia inguinal?

Se a hérnia inguinal for pequena e não causar sintomas, o tratamento pode consistir apenas de um acompanhamento regular. No caso da hérnia inguinal ser grande e provocar sintomas, a cirurgia é o tratamento indicado. O procedimento cirúrgico pode ser feito por laparoscopia ou pelo método clássico.

A forma clássica da cirurgia é realizada por meio de um pequeno corte na virilha, através do qual a alça intestinal é colocada de volta no interior da cavidade abdominal. Depois, a musculatura é fechada e a porção frágil recebe um reforço com um material sintético.

O tempo de recuperação da cirurgia de hérnia inguinal é de aproximadamente 6 semanas. As atividades diárias vão sendo retomadas progressivamente.

Já a laparoscopia é feita através de pequenos cortes no abdômen, por meio dos quais a hérnia é corrigida e a parede muscular é reforçada. O tempo de recuperação da cirurgia por laparoscopia é menor e o pós-cirúrgico é mais confortável.

Em caso de suspeita de hérnia inguinal, um médico, preferencialmente um cirurgião geral ou um cirurgião especialista em trato digestivo, deverá ser consultado. Ele poderá dar o diagnóstico correto, após anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, orientar e prescrever o tratamento mais adequado, caso a caso.

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Quantos dias após cirurgia de retirada da vesícula pode ter relações?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Em torno de 7 a 14 dias já é possível voltar a ter relações sexuais, o tempo pode ser maior ou menor a depender da via cirúrgica.

Se a retirada da vesícula tiver sido realizada por videolaparoscopia a recuperação é mais rápida e o retorno à atividade sexual e outras atividades físicas pode acontecer mais rapidamente.

Já em casos de cirurgia por via de acesso aberta, o tempo de recuperação tende a ser maior.

Também deve ser observado se houve a presença de complicações durante a realização da cirurgia ou há a presença de fatores de risco que podem atrasar o tempo total de recuperação, por isso o ideal é seguir a orientação médica.

Relação sexual é considerado um tipo de atividade física, portanto, as recomendações no que se referem a sua prática após a cirurgia são semelhantes às recomendações de atividade física no geral.

Quando posso voltar a fazer atividade física?

A maioria dos médicos tende a orientar o retorno à atividade física leve, como tarefas domésticas, em torno de 7 a 14 dias.

Para o retorno às atividades físicas intermédias, como malhar e exercitar-se em academia, esse tempo pode ser de 30 a 45 dias.

Já para atividades mais intensas, como levantar peso, o tempo preconizado é de 60 dias.

Este tempo deve ser respeitado porque só assim é possível evitar a ocorrência de complicações pós-cirúrgicas como desenvolvimento de hérnias umbilicais.

Para mais orientações converse com o seu médico, pois cada caso precisa ser analisado individualmente.

Veja também: Retirada da vesícula: como é a recuperação e quais os efeitos colaterais?

Cirurgia de apêndice, quanto tempo posso ter relações?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Após a cirurgia de apendicite é preciso esperar em média 30 dias para voltar a ter relações sexuais, mas ainda com algum cuidado. Depois de 60 dias, em geral, já não há restrições.

O tempo de recuperação da cirurgia de apendicite depende de alguns fatores e um deles é a técnica cirúrgica adotada: laparotomia ou laparoscopia.

Cirurgia de apendicite por laparotomia

Na cirurgia de apendicite feita por laparotomia (cirurgia com corte no abdômen), os/as pacientes normalmente ficam internados/as por 2 dias e retomam as suas tarefas diárias depois de 15 a 20 dias.

O retorno às atividades físicas que exigem esforço, como as sexuais, só é permitido depois de um período que varia entre 30 e 40 dias.

Cirurgia de apendicite por laparoscopia

Já a cirurgia de apendicite feita por laparoscopia (cirurgia realizada com microcâmera e pinças através de orifícios no abdômen), permite uma recuperação mais rápida.

O/a paciente recebe alta hospitalar após 24 horas, retorna às suas atividades diárias depois de 7 a 10 dias e já pode levar uma vida normal, inclusive com esforço físico e relações sexuais, após 15 a 20 dias.

A retirada do apêndice vermiforme, que durante a apendicite encontra-se inflamado, não traz nenhum prejuízo para a saúde do indivíduo.

É importante lembrar que o tempo de retorno às atividades diárias, físicas e sexuais é estipulado pelo/a médico/a cirurgião/ã.

Que alimentos devo evitar antes e depois de uma cirurgia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Alguns alimentos que devem ser evitados antes e depois de uma cirurgia são aqueles que podem intensificar o processo inflamatório, prejudicar a cicatrização ou dificultar a absorção de nutrientes. Alguns deles que podemos citar abaixo:

  • Gordura saturada, açúcar, alimentos industrializados com corantes e conservantes químicos: Prejudicam a cicatrização;
  • Camarão: Diversos estudos comprovaram ser um alimento que  favorece a inflamação da pele, prejudicando a cicatrização das feridas cirúrgicas;
  • Carne de porco: Contribui para a inflamação da pele, além de aumentar os riscos de formação de queloide (cicatrização com uma quantidade elevada de colágeno);
  • Soja: Possui fito-hormônios chamados isoflavonas, que estimulam a liberação de substâncias que podem aumentar a inflamação;
  • Pimenta: Contém capsaicina, que pode ser agressiva para a pele;
  • Chá preto, café e bebidas com cafeína: Dificultam a absorção de nutrientes, essenciais para a recuperação da cirurgia.

Os alimentos que devem ser evitados antes e depois de uma cirurgia variam de acordo com o tipo de operação. Cabe ao médico cirurgião responsável orientar o paciente quanto à alimentação que este deve seguir, para uma melhor recuperação.

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Estou com dores do lado direito depois da cirurgia de apendicite. Apendicite pode voltar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Apendicite é um processo inflamatório e infeccioso do apêndice, um órgão intestinal localizado na região inferior direita do abdômen. Quando se realiza a cirurgia de apendicite, o apêndice é retirado e, por isso, não é possível haver outro episódio de apendicite.

Após a cirurgia, a região da cicatriz pode ficar sensível e devido ao processo de cicatrização, pode haver formação de bridas intestinais, que ocorrem entre as alças intestinais. Essas bridas pode causar desconforto e dores, o que pode justificar o retorno da dor do lado direito. Porém, essa dor é bem diferente da dor de apendicite e, geralmente, possui menor intensidade além de não vir acompanhada de outros sintomas como vômito, febre, etc.

Outras patologias e situações podem explicar a dor do lado direito inferior do abdômen como por exemplo: ovulação, cisto no ovário, gravidez ectópica, constipação ou infecção intestinal.

Caso essa dor seja persistente, procure um serviço de saúde para uma avaliação.

Leia também: Fiz uma cirurgia de apêndice há 30 dias e estou com dores, fisgadas na barriga e dor para evacuar. O que pode ser?

Uma hérnia pode voltar depois da cirurgia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, uma hérnia pode voltar depois da cirurgia, embora o risco seja pequeno.

Dependendo da técnica cirúrgica utilizada, das características anatômicas da pessoa e do tipo de atividade desempenhada, há chances de uma hérnia (inguinal, umbilical, incisional, femural) voltar a depois da cirurgia.

No passado, quando se fazia uma cirurgia para tratar uma hérnia, a fraqueza ou falha na parede abdominal que provocava o aparecimento da hérnia era corrigido costurando-se o próprio tecido do/a paciente.

Como o tecido é frágil por natureza, havia mais chances dele afrouxar e a hérnia voltar a aparecer no mesmo local.

Com o passar do tempo, a cirurgia passou a ser feita com a colocação de uma tela, uma espécie de "remendo" que reforça a região. Com essa técnica, o risco da hérnia retornar é muito menor.

Em caso de recidiva (retorno da hérnia), é necessário realizar uma segunda cirurgia cirurgia para retirada da hérnia.

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