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Hemácias na urina: o que isso significa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A presença de hemácias ou eritrócitos na urina significa que tem sangue na urina, a presença de sangue na urina é chamada de hematúria.

As hemácias podem ser percebidas na urina pela cor avermelhada, quando em altas quantidades, ou pode ser identificada no exame de urina de rotina (EAS).

No exame de urina normal, a presença de hemácias é raro. Os valores considerados dentro da normalidade são descritos de 3 formas, dependendo do laboratório:

  • Menos de 10.000 células/mL ou
  • 3 a 5 hemácias por campo ou
  • hemácias ausentes / raras hemácias.

Se no resultado do seu exame o valor das hemácias for superior aos valores descritos, significa que as hemácias estão elevadas na urina. As causas mais comuns de hematúria são a cistite, pedras nos rins, período menstrual, uso de medicamentos e as doenças na próstata.

Hemácias na urina, o que pode ser?1. Cistite

A cistite é a infecção urinária que se localiza na bexiga. A infecção causa dor, urgência para urinar, ardência, urina muito amarelada com cheiro forte e incômodo constante. A hematúria, embora não seja um dos sintomas mais comuns, pode também estar presente, especialmente nas infecções mais graves.

Se você perceber sangue na urina, ardência e mau cheiro, aumente a ingestão de água por dia enquanto procura o médico de família, clínico geral ou urologista. Pode ser necessário iniciar o tratamento com antibióticos, por 7 a 10 dias.

2. Pedra nos rins

O cálculo renal ou pedra nos rins, é uma condição que nem sempre causa sintomas. A pessoa pode apresentar dor e sangue na urina apenas quando essas pedras passam pelo ureter e provocam machucados.

Se a pedra obstruir completamente o fluxo da urina, a urina fica acumulada no ureter e no rim o que causa a dor intensa, náuseas, vômitos. A dor se inicia nas costas, apenas do lado acometido, depois irradia para o abdome e virilha. Nos homens pode irradiar para os testículos e, nas mulheres, para a vulva. Esse quadro é chamado de cólica renal.

Durante uma crise de cálculo renal, evite a ingestão exagerada de líquidos. Beber água e outros líquidos em excesso podem aumentar a pressão da urina no rim e, por este motivo, aumentar a sua dor. Por causa do dor intensa, dirija-se rapidamente à emergência hospitalar.

O tratamento deve ser determinado pelo médico urologista, com o uso de medicamentos para dor, antibióticos, ondas de choque (litotripsia) e/ou cirurgia de urgência.

3. Pielonefrite

A pielonefrite é uma infecção nos rins que, geralmente ocorre devido à infecção urinária. Os sintomas incluem dor, ardência e mau cheiro na urina, associado a hematúria, calafrios, febre alta, dor lombar do lado direito ou esquerdo, náuseas e vômitos.

Nestes casos é preciso procurar uma emergência médica, pois a pielonefrite pode levar à uma infecção generalizada ou doença renal crônica, se não tratada rapidamente.

O tratamento consiste no uso de antibióticos por 14 dias, de preferência por via venosa, em ambiente hospitalar.

4. Período menstrual

Durante o período menstrual, é comum que as mulheres percebam a presença de sangue na urina, porém o sangramento é uterino e não do sistema urinário, por isso não é recomendado colher o exame neste período.

Se for realmente necessário realizar o exame no período menstrual, informe a situação ao laboratório, no momento da coleta e entrega do material.

5. Uso de medicamentos

O uso de medicamentos, especialmente os anticoagulantes como a aspirina, podem causar o surgimento de sangue/hemácias na urina. É mais comum que isto ocorra entre os idosos.

Nestes casos, o mais indicado é procurar o médico que indicou o uso deste remédio para que possa ser feito um ajuste na dosagem ou mesmo a troca da medicação.

6. Doenças na próstata

A próstata é uma glândula presente nos homens, localizada abaixo da bexiga, com a função de produzir o líquido seminal que compõem parte do sêmen, nutrir e proteger os espermatozoides.

O aumento dessa glândula, a hiperplasia benigna da próstata, é uma doença comum no homem da terceira idade, que devido a sua localização, acaba por comprimir a uretra, causando dor, diminuição do jato de urina e hematúria.

Os sintomas ajudam no diagnóstico precoce e acompanhamento da doença, que embora seja benigna, tem um risco baixo de evoluir para um câncer de próstata. Portanto, se sentir esses sintomas, procure um médico de família ou urologista para avaliação.

A sociedade de urologia indica o exame de próstata de rotina, com toque retal e exame de PSA no sangue, para todos os homens a partir dos 50 anos, ou 45 quando houver história da doença na família.

7. Câncer renal

O câncer renal pode causar aumento de hemácias na urina, dor na região entre as costelas e o quadril do lado direito ou esquerdo (flancos), pode levar a episódios de febre baixa sem causa aparente, perda de peso e inchaço abdominal.

Perceba que estes sinais e sintomas podem ser provocados por outras doenças. Por este motivo a mais indicado é procurar um médico de família, clínico geral ou nefrologista o mais rápido possível.

Além da história clínica, podem ser necessários exames como tomografia ou ressonância magnética. O tratamento pode consistir no uso radioterapia e/ou quimioterapia e/ou remoção do rim. Somente em uma consulta médica com avaliação de exames é possível definir o melhor tratamento.

Como tratar hemácias altas na urina?

O tratamento da hematúria (hemácias altas na urina) depende da sua causa. Por exemplo: se as hemácias na sua urina estão elevadas por causa de uma cistite, o tratamento será efetuado com uso de antibióticos.

Em alguns casos, como pedra nos rins, alterações na próstata ou mesmo o câncer renal, podem ser necessários tratamento medicamentoso e cirúrgico. O médico urologista é o responsável por tratar e acompanhar esses casos.

Hemácias na urina durante a gravidez é normal?

Não. Se você está grávida, não é normal urinar com sangue e nem apresentar hemácias altas no exame de urina.

As infecções urinárias como a cistite (infecção da bexiga) e uretrite (infecção da uretra) são comuns na gravidez devido ao aumento do trato urinário e ampliação do útero. Quando não são tratadas adequadamente estas infecções podem provocar hemácias altas na urina.

Se durante a gestação você perceber sangue na urina ou sentir sintomas como dor ou ardor ao fazer xixi, dor na virilha, náuseas, vômitos e fraqueza é importante aumentar a ingestão de água e procurar o seu ginecologista ou obstetra.

O médico avaliará se estes são sintomas da própria gravidez, como náuseas vômitos e fraqueza, ou se estão relacionados a doenças. É possível que você precise fazer exame de urina para identificar a causa da presença de hemácias.

Quando devo me preocupar?

É importante você buscar rapidamente um médico de família, clínico geral, urologista (para os homens), ginecologista (para as mulheres) ou nefrologista, se você sentir ou perceber:

  • Dificuldade para urinar
  • Dor ao urinar
  • Urina com odor desagradável
  • Incontinência urinária
  • Dor no baixo ventre
  • Suspensão ou redução da quantidade de urina
  • Dor lombar do lado direito ou esquerdo
  • Urina com sangue persistente, por mais de 48 horas
  • Febre
  • Vômito
  • Edema (inchaço) nas pernas
  • Pressão alta
  • Edema (inchaço) no abdome
  • Perda de peso

Estes sintomas indicam problemas das vias urinárias e/ou renais que precisam ser devidamente investigados e adequadamente tratados.

Se você perceber que a sua urina está avermelhada (hemácias na urina) ou qualquer outro sinal não se automedique. Procure um médico de família, clínico geral ou urologista.

Veja também:

Referências

Brasil. Ministério da Saúde; Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endocrinologia e nefrologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

Brasil. Ministério da Saúde; Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Urologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

Quais os sintomas de câncer no colo do útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sinais e sintomas do câncer no colo do útero normalmente são observados quando o câncer já está em uma fase mais avançada. Um dos sintomas mais comuns do câncer de colo de útero é o sangramento vaginal ou corrimento vaginal com presença de sangramento logo após a relação sexual, após a menopausa ou de forma espontânea.

Outros sintomas que podem estar incluídos:

  • Sangramento vaginal durante ou após as relações sexuais;
  • Sangramentos vaginais após a menopausa;
  • Sangramento excessivo durante a menstruação;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Sensação de peso na região entre o ânus e a vagina (períneo);
  • Corrimento vaginal mucoso, que pode ser avermelhado e ter mau cheiro;
  • Dor pélvica ou abdominal;
  • Presença de sangue na urina.

Nos casos mais avançados, os sintomas podem vir acompanhados de alterações urinárias ou intestinais.

Porém, vale lembrar que no início, o câncer no colo do útero geralmente não apresenta sintomas. O desenvolvimento desse tipo de câncer é lento e os sinais tendem a surgir com a evolução do quadro.

Quais são os fatores de risco para câncer no colo do útero?

A causa do câncer de colo uterino não está totalmente definida. Porém, sabe-se que o principal fator de risco para o câncer no colo do útero é a infecção pelo vírus HPV, que pode ser transmitido sexualmente e pode ser prevenido. A infecção por HPV provoca modificações nas células do colo do útero que podem evoluir para câncer.

Há ainda outros fatores que podem aumentar as chances da mulher desenvolver esse tipo de câncer, tais como: ter muitos filhos, ter vários parceiros sexuais, início precoce da vida sexual, fumar, história de infecções sexualmente transmissíveis, ter mais de 40 anos de idade e tomar pílula anticoncepcional durante 5 anos ou mais.

Como é feito o diagnóstico do câncer no colo do útero?

O diagnóstico do câncer de colo de útero é feito pelo exame físico e confirmado por uma biópsia. Os exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada são importantes para definir o grau de avanço do câncer e detectar possíveis comprometimentos de outros órgãos.

O diagnóstico precoce do câncer de colo de útero pode ser feito através do exame preventivo papanicolau, que detecta o HPV e a presença de células anormais, uma vez que a infecção pelo vírus é o principal fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer.

Se o papanicolau detectar a presença de alterações nas células, o tratamento pode incluir crioterapia, procedimentos para queimar a lesão, retirada da lesão e ainda medicamentos.

Câncer no colo do útero tem cura? Como é o tratamento?

Sim, câncer no colo do útero tem cura. Se for diagnosticado precocemente, as chances de cura são de aproximadamente 90%. O tratamento depende do grau de avanço da doença.

Se o câncer estiver numa fase inicial, é feita uma cirurgia, que pode ou não ser complementada com radioterapia ou quimioterapia. A associação de radioterapia e quimioterapia permite manter o câncer de colo de útero bem controlado em casos mais avançados.

Nos casos mais graves de câncer de colo uterino, é feito primeiro o tratamento com quimioterapia e radioterapia, que permite depois a realização da cirurgia. O procedimento cirúrgico pode remover o útero, as trompas e o ovário.

A radioterapia pode ser aplicada externamente ou internamente:

Na radiação externa, utiliza-se um aparelho que emite um feixe de radiação para a área a ser tratada. Nesses casos, geralmente são feitas 5 sessões de radioterapia, durante um período que varia entre 5 e 7 semanas.

Na radioterapia aplicada internamente, a radiação é administrada pela colocação de implantes com substâncias radioativas na vagina. Os implantes permanecem no corpo durante algumas horas ou até por 3 dias. Essa forma de radioterapia necessita de internamento hospitalar e o tratamento pode precisar ser repetido, às vezes por algumas semanas.

Se o câncer já tiver alcançado outros órgãos, o tratamento com quimioterapia terá como objetivo tentar conter a doença e melhorar os sintomas.

Quanto mais cedo o câncer no colo do útero for detectado, maiores são as chances de cura. Por isso é muito importante visitar regularmente a/o médico/a de família ou ginecologista e fazer o exame preventivo papanicolau com a regularidade indicada pelo/a médico/a.

O que é miométrio heterogêneo?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Miométrio heterogêneo é um miométrio que não é uniforme em toda a sua extensão, o que sugere a presença de mioma ou adenomiose. O miométrio é a camada mais grossa do útero, formada por músculos, enquanto que o endométrio (camada interna) e o perimétrio (camada externa) são bem mais finos.

A adenomiose é a invasão do endométrio no miométrio. Trata-se da presença de tecido endometrial na parte muscular do útero, o que provoca um aumento do órgão.

Nesses casos, o miométrio apresenta-se heterogêneo durante o exame de ultrassom, podendo ter também pequenos cistos. Há também espessamento ou irregularidades na área de junção entre as duas camadas do útero, o que é um forte indício de adenomiose.

Para maiores esclarecimentos, consulte um médico ginecologista.

Leia também: O que é adenomiose e quais os sintomas?

Nasceu uma verruga próxima à entrada da vagina. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Verruga na região genital pode ser indicativo de alguma doença sexualmente transmissível (DST). A lesão mais frequente associada às verrugas na vagina é causada pelo vírus papiloma humano (HPV). A verruga genital, também conhecida como condiloma acuminado, pode ser plana ou elevada, com aspecto semelhante a couve-flor.

Na mulher, o condiloma por surgir na vagina, vulva, ânus, reto, uretra e colo do útero. Essas verrugas podem aparecer de 3 semanas a 8 meses depois que ocorreu a relação sexual desprotegida. Porém, o HPV pode ser transmitido mesmo com o uso de preservativo, se houver contato íntimo da pele ou da mucosa com a verruga.

Se a mulher tiver verruga genital e engravidar, pode haver um aumento no número e no tamanho das lesões. Porém, geralmente diminuem depois do parto.

Qual é o tratamento para verruga genital?

A maioria das verrugas na vagina decorrentes do HPV são transitórias e podem desaparecer espontaneamente em 2 anos, não precisando de nenhum tratamento específico.

Se houver crescimento da verruga, dor e incômodo, procure um serviço de saúde para avaliação e tratamento. Em alguns casos, essas verrugas precisam ser "queimadas" com ácido para serem eliminadas. Até porque, se não forem eliminadas, podem transmitir o HPV.

Em alguns casos, quando a verruga é muito grande ou volta a aparecer depois do tratamento, pode ser necessário realizar uma pequena cirurgia para retirá-la. Mesmo após a remoção cirúrgica, a verruga genital pode reaparecer, sendo necessário repetir o tratamento.

Estima-se que 50% a 80% das pessoas sexualmente ativas está infectada pelo HPV. Porém, na maioria dos casos, não manifestam sintomas.

Se a verruga genital é causada por HPV, posso ter câncer?

A presença de verruga genital não tem propriamente relação com câncer. É importante frisar que existem mais de 200 tipos de HPV, subdivididos em diferentes grupos. Cada grupo de HPV causa um tipo diferente de manifestação e aqueles que causam verrugas não são os mesmos que provocam câncer.

Dentre todos os tipos de HPV, 40 deles podem infectar a região anal ou genital e 12 podem causar câncer de colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus ou orofaringe. Embora muitas mulheres estejam infectadas pelo HPV, são poucos os casos que evoluem para câncer.

Os vírus considerados de alto risco para câncer são o HPV 16 e o HPV 18, que não causam verrugas. Além disso, existem fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo do útero, tais como:

  • Infecção por HIV;
  • Início precoce da vida sexual;
  • Ter muitos parceiros sexuais;
  • Partos múltiplos;
  • Genética;
  • Tabagismo;
  • Presença de outras micro-organismos transmitidos sexualmente, sobretudo o Herpes Simplex tipo 2 e a Chlamydia trachomatis.

No entanto, a infecção por HPV nas mulheres está altamente associada ao câncer de colo do útero. O vírus é responsável por quase todos os casos da doença. Como o tumor apresenta evolução muito lenta e geralmente não manifesta sintomas, pode haver atraso no diagnóstico e o câncer pode evoluir para formas invasivas.

Por isso, é fundamental a realização do exame preventivo com frequência anual ou a cada 3 anos, dependendo do resultado do exame, para avaliação do útero, colo do útero e da região interna da vagina.

Esse exame é capaz de avaliar a presença de lesões e corrimentos que, ao serem detectados podem ser devidamente tratados. O exame preventivo é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde gratuitamente.

10 causas de ardência no bico da mama
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A ardência no bico da mama é uma situação comum para as mulheres, devido à constante variação hormonal, natural do organismo.

O período de puberdade, período pré-menstrual, ovulação, gravidez, amamentação e a menopausa ocorrem pela oscilação dos hormônios: estrogênio, progesterona e prolactina, que preparam o organismo da mulher mensalmente, para a gravidez e amamentação.

O estímulo nos ductos mamários, para aumento das mamas e produção de leite, são responsáveis pelo incômodo e dores no bico das mamas na maioria dos casos. Contudo, pode ocorrer também em situações de inflamação, alergia, traumas, entre outros.

1. Período pré-menstrual

No período pré-menstrual, em geral uma semana antes do sangramento, é comum a presença de maior sensibilidade no bico das mamas, sensação de mamas "pesadas" devido o aumento dos hormônios no sangue.

O estrogênio, a progesterona e a prolactina agem diretamente nos ductos mamários, preparando corpo da mulher para a lactação, caso ocorra a gravidez, e esse estímulo nos ductos causa os sintomas de ardência no bico do seio, sensação de peso e incômodo nas duas mamas.

Neste caso, é recomendado que faça uso de sutiã com boa sustentação, para aliviar o incômodo e para diminuir o risco de flacidez. Se não for suficiente, o médico poderá prescrever um analgésico comum ou medicamento inibidor de estrogênio (tamoxifeno).

2. Menopausa

Na menopausa, embora ocorra uma redução dos níveis de hormônios no sangue, a mulher percebe ardência e dor no bico do seio, nos períodos próximos ao final do ciclo menstrual. As mamas continuam mais sensíveis, de forma semelhante, dos dois lados.

Neste caso, quando a dor é muito intensa, pode ser prescrito um medicamento analgésico ou medicamento inibidor de estrogênio (tamoxifeno).

3. Gravidez

Durante a gravidez, especialmente em seu início, a mulher desenvolve uma sensibilidade aumentada no bico dos seios, descrita como uma ardência importante que dificulta inclusive o toque, fazer a higiene, vestir um sutiã ou uma roupa mais justa.

Por isso é descrito como um dos primeiros sintomas da gestação. Não é preciso qualquer tratamento, os sintomas costumam desaparecer no fim do primeiro trimestre. Entretanto, em alguns casos, esses sintomas permanecem durante toda a gravidez, sem que sinalize um problema.

4. Amamentação

Na amamentação, os hormônios aumentados e as mudanças ocorridas no corpo da mulher para essa etapa, causam o aumento da sensibilidade das mamas, principalmente no bico das mamas.

A adaptação natural e sucção constante do bebê podem causar ardência no bico da mama, rachaduras e feridas, nos primeiros dias da amamentação.

Para evitar essa situação, durante a gravidez, a equipe de saúde orienta a gestante a adotar algumas medidas como exposição ao sol, massagens e cremes fortificantes, além do posicionamento e "pega" adequada do bebê.

5. Mastite

A mastite é uma inflamação da mama, mais frequente durante a amamentação, porém pode ocorrer fora desse período. A inflamação acomete apenas uma das mamas, e causa ardência no bico do seio, dor em fisgadas ou pontadas, vermelhidão, calor e febre alta,

Na suspeita de mastite, a princípio não é preciso interromper a amamentação, mas deve evitar oferecer a mama inflamada ao bebê, até a realizar do tratamento com o uso de antibióticos. Por isso, procure o seu ginecologista para avaliação e orientações adequadas, o quanto antes.

6. Alergia

Produtos de higiene e de beleza podem causar uma reação alérgica na pele, levando a pequenas feridas e ardência no bico dos seios. Neste caso, os sintomas são de ardência, vermelhidão, coceira e pequenas bolinhas na região.

O tratamento deve ser feito com a suspensão desses produtos, pomadas antialérgicas, e quando preciso, medicamento antialérgico oral. O ginecologista ou alergista são os médicos responsáveis por esse tratamento e acompanhamento.

7. Trauma / Roupas apertadas

Um trauma na mama ou uso de roupas apertadas, especialmente em mulheres com o seio grande, causa uma pressão no bico da mama, que se permanecer por períodos longos, leva a uma irritação na pele, ardência e incômodo no bico da mama.

Nesse caso, o recomendado é fazer uso de roupas íntimas mais confortáveis e adequadas ao seu tipo de mama, evitando novos episódios de dor.

Se mesmo assim os sintomas permanecerem ou se evolui com vermelhidão, coceira e calor local, procure um médico para avaliação.

8. Mudança climática

A mudança climática brusca, é mais um motivo comum de reação nessa região. O frio repentino causa uma contração no bico do seio, que se torna tenso, endurecido e mais sensível, que pode ser descrito como ardência, dor ou apenas um incômodo, durante pouco tempo.

O sintoma ocorre nas duas mamas ao mesmo tempo e desaparece espontaneamente quando aquecido.

9. Tumor de mama

Um tumor na mama não costuma causar dor, mas quando ocorre, a dor é apenas em uma das mamas e em um local específico, que pode ser o bico do seio.

Os sintomas mais característicos de um tumor de mama, são as alterações na pele, como retração, mudança de cor e pele mais espessa, por vezes semelhante a uma "casca de laranja" e presença de secreção serossanguinolenta pelo mamilo.

A doença de paget da mama, um tipo de tumor raro no bico do seio, apresenta ainda a queixa de coceira, vermelhidão e bolinhas no mamilo, sendo facilmente confundida com alergia.

10. Uso de medicamentos

Diversos medicamentos apresentam como efeito colateral a dor ou ardência nos mamilos, após início da medicação. Por exemplo, medicamentos a base de hormônios, antidepressivos (inibidores de recaptação de serotonina), anti-hipertensivos e certos antibióticos.

Lembrando que nenhuma medicação deve ser suspensa sem informar e conversar com o médico que a prescreveu, para evitar efeitos adversos graves ou complicações da doença em tratamento.

A mastalgia, como é chamada a dor nas mamas, ou mamilos, também pode ocorrer em homens, mas é bem menos frequente. O médico responsável pela investigação, tratamento e acompanhamento é o ginecologista, obstetra ou mastologista.

Pode lhe interessar ainda, sobre esse assunto, os seguintes artigos:

Dor nos bicos dos seios. O que pode ser?

Estou com caroço no bico do seio o que pode ser?

Tenho bolinhas nos mamilos. O que pode ser e o que fazer?

Referências:

  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Mehra Golshan, et al.; Breast pain. May. UpToDate. Jun 26, 2020.
  • Aysun Genç , et al.; The effects of exercise on mastalgia. Phys Sportsmed, 2017 Feb;45(1):17-21.
Emendar cartela do anticoncepcional faz mal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Emendar cartela do anticoncepcional não faz mal à saúde, nem aumenta o risco de gravidez. O uso contínuo da pílula anticoncepcional, emendando uma cartela à outra, é uma forma de não menstruar e aumentar o intervalo entre as menstruações.

Na verdade, o uso estendido do anticoncepcional pode estar indicado como forma de tratamento para mulheres com endometriose, tensão pré-menstrual (TPM) severa, ou outros sintomas relacionados ao sangramento menstrual. Ciclos menstruais mais longos beneficiam a mulher nesses casos.

Após emendar 3 ou mais cartelas da pílula, pode começar a ocorrer um pequeno sangramento diário. Se isso acontecer, é recomendável:

  • Interromper o uso do anticoncepcional;
  • Fazer uma pausa de uma semana;
  • Voltar a tomar o medicamento.

Porém, se a mulher não se beneficiar com ciclos mais longos ou não estiver incomodada com o seu ciclo normal, pode ser melhor não emendar muitas cartelasde anticoncepcional para evitar que os hormônios interfiram muito no seu corpo.

Leia também: O que pode acontecer se eu emendar a cartela do anticoncepcional?

Fale com o seu médico de família ou ginecologista e peça orientações caso pretenda emendar as cartelas do anticoncepcional.

Ciclo menstrual desregulado: Como calcular o período fértil?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Para calcular o período fértil quando os ciclos menstruais são irregulares, você deve primeiro anotar, durante pelo menos 6 meses, quantos dias têm os seus ciclos menstruais. 

Depois de saber a duração dos últimos 6 ciclos, você deve subtrair 18 do número de dias do ciclo mais curto, para encontrar o 1º dia do período fértil, e subtrair 11 do número de dias do ciclo mais longo, para calcular o último dia do seu período fértil.

Exemplo: Se o seu ciclo mais longo foi de 35 dias e o mais curto foi de 26 dias, você tem que subtrair 18 do ciclo mais curto (18 - 26 = 8) e subtrair 11 do ciclo mais longo (35 - 11 = 24).

Resultado: O seu período fértil vai do ao 24º dia do ciclo. Portanto, se pretende engravidar, deve manter relações dentre desse período. Se não quiser engravidar e não usar nenhum método anticoncepcional, deve abster-se de relações nesse período.

Lembrando que o 1º dia de menstruação é sempre considerado o dia 1 do ciclo.

Veja aqui como calcular o período fértil.

Calcular o período fértil em ciclos irregulares é seguro?

Não, calcular o período fértil quando a mulher tem ciclos irregulares não é seguro, pois o cálculo faz uma avaliação retrospectiva que é projetada para o futuro, quando o funcionamento do organismo da mulher é bastante incerto.

Além disso, quanto maior for avariação entre os ciclos menstruais, maior será o número de dias doperíodo fértil e mais impreciso é o cálculo.

Isso porque os ciclos irregulares tornam impossível prever o dia exato da ovulação, uma vez que a mulher ovula num dia diferente do ciclo a cada mês.

Por isso, mulheres que apresentam ciclos com variações de mais de 6 dias não devem usar esse método, pois não dá para prever com segurança quais serão os dias férteis.

Saiba mais em: O período fértil pode mudar de mês para mês?

O ciclo menstrual irregular pode ter diversas causas, como distúrbios hormonais, alterações na produção do hormônio prolactina ou ainda problemas na tireoide.

No seu caso, os ciclos ficaram desregulados depois de ter parado com o anticoncepcional, o que está relacionado com fatores hormonais.

O melhor a fazer é falar com o seu médico de família ou ginecologista para saber o que pode ser feito e descobrir ao certo por que o seu ciclo ficou irregular.

Leia também:

Quais os sintomas do período fértil?

Menstruei duas vezes este mês: como saber qual meu período fértil?

Corro risco de engravidar fora do meu período fértil?

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Menstruação pouca e escura pode ser gravidez?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Menstruação em pequena quantidade e escura pode ser gravidez. Além de gravidez, pode ter outras causas:

  • doenças sexualmente transmissíveis;
  • miomas uterinos;
  • endometriose;
  • inflamação uterina;
  • alterações hormonais;
  • alteração do anticoncepcional;
  • uso da pílula do dia seguinte;
  • efeito colateral de algum medicamento.

Se você apresentar sangramento fora do período menstrual ou anormal, deve procurar um médico ginecologista para uma melhor avaliação.