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O que é cancro mole e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Cancro mole é uma doença sexualmente transmissível (DST), altamente contagiosa, causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, que penetra na pele através de microlesões causadas pelo atrito sexual. Os sintomas surgem após um período de incubação de 4 a 10 dias, que pode chegar até 35 dias.

O cancro mole é transmitido através de relação sexual vaginal, anal ou oral sem proteção com uma pessoa infectada.

O cancro mole é mais comum nas regiões tropicais, sobretudo nas comunidades com maus hábitos de higiene. A prevalência em homens é muito superior que nas mulheres, na proporção de 20 homens para cada mulher.

Quais são os sintomas do cancro mole?

Os sintomas do cancro mole caracterizam-se por lesões tipo úlceras, de 1 a 2 cm, geralmente dolorosas, de borda irregular, com contornos inchados, vermelhos e fundo irregular, coberto por uma secreção (exsudato) amarelada, purulenta ou necrótica, de odor fétido. Quando esse exsudato é removido, nota-se um tecido de granulação que sangra com facilidade.

O sinal inicial do cancro mole é o aparecimento de uma ferida pequena com pus, que pode surgir isoladamente ou em grupo. Depois, a lesão fica úmida e causa muita dor, que irradia para outras partes do corpo e aumenta de intensidade. A seguir, aparecem outras lesões ao redor das primeiras.

Duas semanas depois do início dos sintomas, pode surgir um nódulo doloroso e avermelhado na virilha (íngua). Esse nódulo pode se abrir e libertar um pus de consistência espessa e coloração esverdeada, juntamente com sangue.

Os sinais e sintomas do cancro mole podem vir acompanhados de dor de cabeça, fraqueza e febre.

As lesões do cancro mole são parecidas com aftas e estão mais espalhadas que no herpes genital, em que as vesículas concentram-se numa área avermelhada. Quando as lesões do herpes genital são acompanhadas de candidíase, podem ser confundidas com cancro mole.

Sintomas de cancro mole no homem

O cancro mole no homem localiza-se geralmente no prepúcio, frênulo e sulco balanoprepucial (extremidade do pênis).

Lesões fora dos órgãos genitais não são muito frequentes. Dependendo do estágio em que a doença é diagnosticada, 30 a 50% dos pacientes homens apresentam "íngua" unilateral (em apenas um lado). A íngua surge na região inguinal (virilha), é extremamente dolorosa e tem evolução aguda, que culmina com o extravasamento de uma grande quantidade de pus.

Sintomas de cancro mole na mulher

Na mulher a infecção pode não manifestar sintomas. Quando surgem, as lesões localizam-se no ânus, na entrada da vagina e na face interna dos grandes lábios. Podem também surgir lesões com sintomas discretos no colo uterino e na parede vaginal.

Vale lembrar que, na mulher, mesmo quando a lesão não é visível, há dor durante a relação sexual e a evacuação.

Qual é o tratamento para cancro mole?

O tratamento do cancro mole é feito à base de antibióticos, além do uso de sabonetes, loções e higienização intensa do local. Durante o tratamento e até que a doença esteja completamente curada, a pessoa não deve ter relações sexuais.

A pessoa que está sendo tratada deve ser acompanhada até a resolução completa das lesões.

Pode ser indicada a aspiração dos linfonodos regionais acometidos, por meio de agulhas de grosso calibre, para aliviar a tensão nos mesmos. A retirada dos gânglios afetados ou a drenagem dos mesmos através de cortes é contraindicada.

O tratamento do cancro mole pode ser realizado gratuitamente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde. A prevenção da doença é feita com uso de preservativos em todas as relações sexuais.

Sífilis congênita (precoce e tardia): o que é, problemas, sintomas e tratamento
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sífilis congênita é a sífilis que é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. A transmissão da gestante para o feto pode ocorrer pela passagem da bactéria através da placenta ou ainda no momento do parto.

Mulheres que engravidam com sífilis ou adquirem a doença depois de estarem grávidas e não fazem o tratamento adequado, podem transmitir sífilis para o bebê.

A sífilis congênita pode causar diversos problemas, como parto prematuro, má formação fetal, morte neonatal, baixo peso ao nascer, anomalias congênitas e sequelas neurológicas.

Sífilis congênita precoce

Quando os sinais e sintomas se manifestam logo após o nascimento ou durante os primeiros 2 anos de vida, a doença é denominada sífilis congênita precoce.

Nesses casos, as manifestações clínicas surgem logo nos primeiros meses de vida. Nos casos mais graves, pode haver sepse (infecção generalizada), anemia severa, hemorragia e icterícia.

A criança com sífilis congênita precoce apresenta ainda lesões em mucosas e pele, doenças ósseas, lesões cerebrais, problemas no aparelho respiratório, aumento do tamanho do fígado e do baço, paralisia dos membros, infecções no pâncreas e nos rins, entre outros problemas graves de saúde.

Sífilis congênita tardia

Quando a sífilis congênita se manifesta após os 2 anos de idade, ela é denominada sífilis congênita tardia. As características são semelhantes às da sífilis terciária do adulto, com lesões que se limitam a um órgão ou a alguns órgãos.

Tratamento

O tratamento da sífilis congênita é feito com antibiótico, normalmente penicilina. O bebê precisa ficar internado durante um tempo para o rastreio de possíveis complicações e deve ser acompanhado até os 18 meses para garantir que o tratamento foi concluído e a doença não deixou sequelas.

O exame de sangue para diagnosticar a sífilis faz parte dos exames que devem ser realizados pelas mulheres durante o acompanhamento pré-natal.

A sífilis pode ser prevenida com o uso de preservativos nas relações sexuais.

Veja também:

Febre, diarreia e fraqueza são sintomas de que doença?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A febre, diarreia e fraqueza são sintomas de muitas patologias, fisiológicas ou psicológicas, mas podemos citar como a causa mais comum a infecção intestinal. Outras situações que causam esses sintomas são:

  • Dengue,
  • Zika,
  • Chikungunya,
  • Resfriados em geral,
  • Certos medicamentos (principalmente em doses elevadas ),
  • Crise de ansiedade e ou estresse importante.
Infecções intestinais

As infecções intestinais ou gastroenterites, podem ser causadas por vírus ou bactérias. As virais têm maior prevalência especialmente no verão. Os sintomas são de dor abdominal, febre, náuseas, vômitos, diarreia e fraqueza.

Na gastroenterite de origem bacteriana, as principais causas são a ingesta de alimentos ou água contaminados por bactérias. Os sintomas são mais exuberantes, com fortes dores abdominais, febre alta e prostração.

A duração varia de 3 a 7 dias. E o tratamento deve ser com repouso, hidratação intensificada, medicamentos para aliviar os sintomas, alimentação leve e balanceada, ainda, o afastamento de suas atividades laborativas ou escolares, se for considerada hipótese de origem viral, por ser altamente contagiosa.

De acordo com a história clínica e exame físico, o médico é capaz de orientar quanto a provável origem.

Viroses

Nos quadros de gastroenterite por viroses como a dengue, chikungunya, entre outras, é comum além dos sintomas citados, a associação com dores nas juntas, dor atrás dos olhos e machas na pele (casos mais graves).

A duração varia também entre 3 a 5 dias, e o tratamento é o mesmo. Repouso, hidratação, alimentação balanceada, medicamentos apenas para melhora dos sintomas e o afastamento de suas atividades pelo alto risco de contaminação.

O médico deverá avaliar os dias necessários de repouso domiciliar.

Medicamentos

Alguns medicamentos podem causar esses sintomas, como antibióticos, antidepressivos e analgésicos potentes. Se os sintomas apareceram após o início de algum medicamento, você deve procurar o médico que prescreveu para uma reavaliação.

Pode ser preciso trocar o medicamento ou ajustar a dose.

Ansiedade

As crises de ansiedade ou medo, situações de exposição a público, entre outras, pode gerar uma liberação exagerada de neurotransmissores, que resultem em quadro de dores abdominais, "bolo na garganta", náuseas, diarreia e fraqueza, entretanto, dificilmente duram três dias ou causam outros sintomas como a febre.

Quando deve procurar um atendimento médico?

Seja qual for a causa, é importante entender quais são os sinais que indicam a necessidade de procurar atendimento médico. Os chamados sinais de gravidade ou sinais de alerta, que são:

  • Sintomas de desidratação (boca seca, muita sede, pouca urina, urina escura),
  • Mais de 5 evacuações por dia,
  • Diarreia com presença de sangue ou muco,
  • Febre alta persistente (acima de 39º),
  • Taquicardia (coração acelerado, acima de 100 bpm),
  • Piora do quadro após dois dias,
  • Incapacidade de se alimentar ou ingerir água.

Na presença de um sinal de alerta, deve procurar imediatamente um pronto socorro para avaliação médica e provavelmente tratamento mais específico. Nos casos mais graves está indicado iniciar antibioticoterapia e hidratação venosa.

A gastroenterite, principalmente em crianças, ainda é uma causa de morte comum na nossa população, devido a desidratação rápida e severa que pode proporcionar. Por isso, no caso de sinais de alarme, não perca tempo e procure um atendimento médico de urgência.

Leia também: Quais os sintomas da gastroenterite viral? Como é o tratamento?

Mononucleose tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Mononucleose tem cura. Contudo, não existe um tratamento ou medicamento específico para tratar a doença. A medicação usada, como analgésicos e anti-inflamatórios, visa apenas controlar os sintomas, como febre, dores, náuseas, amigdalites, faringites, entre outros. Em duas semanas o quadro resolve-se espontaneamente, com a cura completa do paciente.

O tratamento da mononucleose infecciosa também inclui repouso e hidratação. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios físicos durante pelo menos 4 semanas.

Também não há uma vacina capaz de prevenir a mononucleose. Contudo, pessoas que já tiveram mononucleose ficam imunes à doença até ao fim da vida.

Apesar de não ser fatal, a mononucleose infecciosa pode gerar complicações como anemia hemolítica, meningite, inflamação no cérebro (encefalite), ruptura do baço, infecção crônica pelo vírus Epstein-Barr, causador da doença, entre outras.

Em alguns casos, o tratamento da mononucleose pode incluir o uso de medicamentos corticoides para diminuir o inchaço das amígdalas que podem obstruir a respiração, bem como para tratar casos de anemia hemolítica e diminuição do número de plaquetas.

A mononucleose é uma doença infecciosa causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV). A sua transmissão ocorre através da saliva, daí a doença também ser conhecida como "doença do beijo".

A doença evolui lentamente e o seu diagnóstico é difícil. A demora em identificar a infecção pode trazer graves consequências à pessoa, já que o vírus pode afetar o sangue, o baço, o fígado, o sistema nervoso central, entre outros órgãos.

O tratamento da mononucleose é da responsabilidade do médico infectologista.

12 dicas para aumentar a imunidade: alimentos e conselhos importantes
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A alimentação saudável e a prática de atividade física são as principais dicas para manter a imunidade íntegra e mais resistente a doenças e microorganismos.

Cuidar do sono, da nossa higiene pessoal e evitar o estresse e a ansiedade, também são medidas fundamentais para aumentar a imunidade.

1. Consuma frutas cítricas diariamente

As frutas cítricas são ricas em vitaminas, especialmente a vitamina C, com propriedades de manter a integridade das barreiras naturais do corpo e reduzir os radicais livres.

A laranja, morango, kiwi, mamão papaia e manga, são exemplos de frutas cítricas facilmente encontradas nos mercados, que podem ser consumidas inteiras, nos sucos, em sobremesas ou vitaminas.

Procure fazer uso de pelo menos uma fruta desse grupo por dia, na sua forma natural, para melhor disponibilidade dos seus micronutrientes. Evite o seu cozimento.

2. Coma peixe 3x por semana

Os ovos, carne, azeite, linhaça e peixes gordos como o salmão, robalo ou dourada, são alimentos que contém uma boa concentração de vitaminas D, E, ômega 3 e ômega 6. Substratos fundamentais para a produção de células de defesa.

Sendo assim, especialistas recomendam o consumo de peixe ou similares, pelo menos 3 vezes por semana. Sugerem também, a troca de óleo comum por azeite, no preparo das refeições.

3. Coma mais alimentos amarelos ou alaranjados

Os alimentos amarelos ou alaranjados, como a cenoura, abóbora, batata-doce e manga são uma excelente fonte de Vitamina A, que é a base do sistema imunológico. A vitamina participa especialmente da formação dos linfócitos T e B.

Outros alimentos ricos em Vitamina A, são: fígado, leite e gema de ovo.

4. Aumente o consumo de vitamina D

A vitamina D é mais um substrato essencial para a formação dos glóbulos brancos e não é incomum a deficiência dessa vitamina, especialmente nas mulheres de meia idade.

Os alimentos ricos em vitamina D são: óleo de peixe, óleo de fígado de bacalhau e gema de ovo.

Após o consumo do alimento, a exposição ao sol é fundamental para a absorção da vitamina, porque é a luz solar quem converte a vitamina ingerida, na sua forma ativa para o organismo.

5. Inclua inhame nas suas refeições

O inhame é uma raíz que tem a propriedade de fortalecer o sistema imunológico por ter boas quantidades de vitamina C e vitaminas do complexo B (como B1, B3, B5, B6 e B9).

Segundo a sociedade brasileira de nutrologia, o alimento deve ser bem lavado e cozido com a casca, para manter as suas propriedades, e após o cozimento ser incluído nas sopas ou como consumido como carboidrato, substituindo a batata ou o arroz.

Recomenda-se uma porção do alimento por dia, para ajudar a aumentar a imunidade.

6. Carnes e folhas verde-escuro não podem faltar

O consumo de carne vermelha e folhas verde-escuro são as principais fontes naturais de ferro, zinco, vitamina B6 e B12. Minerais e vitaminas essenciais para a formação de anticorpos e hemácias. A anemia é outra causa comum de queda da imunidade.

Por isso, é aconselhado o consumo diário de carne vermelha ou carne branca, couve, espinafre, brócolis, ervilha e tofu.

7. Experimente o iogurte natural nas receitas

Sabendo que 70% do nosso sistema imunológico se localiza na região do intestino, manter o bom funcionamento desse órgão ajuda a manter a imunidade ativa.

O iogurte natural é uma fonte de probióticos, que são bactérias reconhecidamente benéficas para o equilíbrio das funções do intestino. Outras fontes de probióticos são leites fermentados, queijos, cápsulas e sachês.

Procure usar uma dose pelo menos 3x por semana, podendo tomar puro, misturado a frutos secos ou em receitas de bolo.

8. Evite hábitos ruins

Hábitos ruins como consumir bebida alcoólica e fumar, prejudicam diferentes sistemas no nosso organismo e um deles é o sistema imunológico.

Não é fácil mudar hábitos de vida, principalmente aqueles que causam dependência química, entretanto na medicina já existem formas medicamentosa e não medicamentosas para auxiliar a esse tratamento e promover uma melhor qualidade de vida.

9. Pratique atividade física 4x por semana

A prática de atividade física aumenta a produção de linfócitos e células da defesa natural do organismo, independente de qual modalidade for escolhida.

Outro efeito observado pelo exercício físico, é a sensação de bem-estar, melhora da autoestima e da relação com o seu corpo. Auxiliando de forma indireta, na melhora da imunidade.

Atualmente, um dos pilares de tratamento para pessoas com imunidade baixa, é a prática de exercícios físicos, pelo menos 4x por semana, durante 30 minutos por dia. A atividade deve ser orientada por um profissional de saúde, adequada a cada caso, de acordo com as suas preferências e as suas limitações.

10. Durma bem pelo menos 6h por noite

Dormir bem é um grande aliado do nosso sistema imune. O sono ajuda a recuperar as fontes de energia do organismo, interfere diretamente na produção de células de defesa como os linfócitos T e na disposição física. O cansaço físico estimula o sedentarismo, que facilita ainda mais a queda da imunidade.

Algumas pessoas precisam de 6 horas de sono, outras, 8 a 9 horas, para a sua completa recuperação. Esse tempo deve ser respeitado.

Se perceber que tem um sono ruim, acorda sempre cansado, tem dificuldade de iniciar o seu dia ou apresenta sonolência durante o dia, procure o seu médico e informe os sintomas.

11. Cuide bem da sua higiene

O cuidado com a higiene é uma medida que há muitos anos vem sendo discutida, cada vez mais valorizada, por ser uma das medidas mais eficazes de evitar a propagação de doenças.

Lavar as mãos regularmente, várias vezes por dia, com água e sabão, sabonete ou gel desinfetante para as mãos à base de álcool é a principal. Outras medidas orientadas pelos órgãos de saúde são:

  • Evitar levar as mãos a boca e aos olhos
  • Tossir e espirrar para o braço ou para um lenço de papel
  • Manter as unhas limpas e bem aparadas
  • Manter distanciamento social sempre que apresentar sintomas de gripe/resfriado.
12. Divirta-se!

Procure uma atividade prazerosa, pelo menos duas vezes por semana, que seja uma atividade física que goste muito de praticar, dança, encontrar amigos, participar de eventos religiosos ou participar de uma ação social, por exemplo.

O importante é manter uma atividade que traga alegria, para ajudar no bem-estar a no estado emocional. Evite situações de estresse e ansiedade.

O bem-físico e psicológico, comprovadamente interferem no sistema imunológico.

Quanto tempo leva para recuperar a imunidade?

O tempo em média que levamos para recuperar a imunidade, vai depender do problema que causou essa deficiência. Por exemplo, a carência de uma vitamina, por dietas restritivas ou jejum prolongado, pode ser corrigido mais rapidamente, por volta de 7 a 15 dias, retornando a alimentação equilibrada.

No entanto, pessoas em tratamento quimioterápico por câncer, ou com doenças crônicas, autoimunes, em uso de medicamentos que diminuem a imunidade propositadamente, não tem uma estimativa de tempo para essa recuperação.

Nesses casos, a pessoa deverá realizar exames de sangue e acompanhar regularmente junto ao seu médico, até a equipe médica entenda que o organismo já recuperou de forma natural e suficiente a sua capacidade de produzir as células de defesa.

Saiba mais: Como saber se a nossa imunidade está baixa?

Fontes:

  • ABRAN. Associação Brasileira de Nutrologia.
  • Adrian F. Gombart. etal.; A Review of Micronutrients and the Immune System–Working in Harmony to Reduce the Risk of InfectionNutrients 2020, 12, 236.
  • Martinez-Estevez NS. et al.; Effects of zinc supplementation in the prevention of respiratory tract infections and diarrheal disease in Colombian children: A 12-month randomised controlled trial. Allergol Immunopathol (Madr). 2016 Jul-Aug;44(4):368-75.
  • Chang WH. et al.; Omega-3 and omega-6 fatty acid differentially impact cardiolipin remodeling in activated macrophage. Lipids Health Dis. 2018 Aug 28;17(1):201.
Quais as cores do cocô que indicam um problema grave?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As cores do cocô que podem indicar um problema de saúde grave, são:

  • Fezes muito escuras, ou mesmo pretas,
  • Fezes avermelhadas ou com presença de sangue,
  • Fezes claras ou esbranquiçadas e
  • Fezes amareladas.
Fezes escuras, pode indicar uma doença grave?

Sim. As fezes muito escuras podem indicar uma situação de sangramento (hemorragia) no início do sistema digestivo. Sendo as causas mais comuns: a úlcera de estômago, úlcera de duodeno ou tumores.

O sangue digerido pelo intestino torna-se escuro e com forte mal cheiro e por isso as fezes nesses casos são amolecidas, de coloração escura, quase negra, aspecto brilhoso e odor fétido e intenso, denominada melena.

Na suspeita de melena, é preciso procurar uma emergência médica para avaliação, devido ao risco de sangramento em atividade, especialmente se houver outros sintomas associados, como fraqueza, naúseas, vômitos e mal-estar.

Fezes avermelhadas ou com sangue, pode indicar uma doença grave?

Sim, pode indicar uma doença grave, embora esteja mais relacionado a problemas localizados na região do ânus, como as hemorroidas, fissuras no ânus e prisão de ventre.

As fezes avermelhadas ou com sangue vivo, indicam um problema próximo à região anal, por isso o sangue mantém a sua coloração vermelha intensa, não houve tempo de ser digerido.

No entanto, problemas graves como um tumor de cólon, retocolite ulcerativa, doença de Crohn ou outras doenças inflamatórias do intestino, também podem apresentar fezes com sangue vivo, como primeiro sintoma da doença.

Portanto, na presença de sangue vivo nas fezes, associado a perda de peso, falta de apetite ou cansaço sem motivos aparentes, procure um médico gastroenterologista ou proctologista para avaliação e tratamento.

Fezes claras ou esbranquiçadas, podem indicar uma doença grave?

Sim. As fezes brancas ou esbranquiçadas, também podem indicar doenças graves, como um tumor de vesícula biliar ou doenças no fígado.

O fígado tem como uma de suas funções, a produção da bile, um fluido que fica armazenado na vesícula biliar e é lançado no intestino para auxiliar na digestão. A bile além de auxiliar na digestão, é responsável pela coloração acastanhada das fezes.

Portanto, doenças hepáticas como a hepatite e o câncer de fígado, podem reduzir a sua produção, causando fezes mais esbranquiçadas. Assim como doenças na vesícula, como o tumor que impede a passagem da bile, originam a mesma alteração.

As doenças hepáticas e de vesícula, apresentam ainda um quadro de dor abdominal, náuseas e vômitos, sobretudo após alimentação gordurosa. E nos casos mais avançados, a perda de peso, urina escura e icterícia (pele amarelada).

Fezes amarelas, podem indicar uma doença grave?

Sim. As fezes amareladas ou de aspecto gorduroso, podem indicar um problema grave como a pancreatite crônica.

Na pancreatite crônica, o pâncreas não consegue produzir as enzimas que auxiliam na quebra da gordura e sua absorção, portanto a gordura é perdida nas fezes, dando esse aspecto amarelado e gorduroso.

A doença celíaca, intolerância a lactose e uso de medicamentos para emagrecer, podem causar o mesmo problema. Sabendo que a gordura também é essencial para o bom funcionamento do organismo, junto as fezes amareladas pode haver queixa de dor na barriga, náuseas, vômitos, mal-estar, cansaço e falta de apetite.

Nesse caso, o mais recomendado é que procure um médico gastroenterologista para avaliação.

Qual é a cor normal das fezes?

A coloração normal do coco é acastanhado ou marrom escuro. Pode haver mudanças temporárias, por exemplo, quando faz uso de alguns medicamentos, ou quando tem uma infecção intestinal. Contudo, essa característica volta ao normal em poucos dias.

Na presença de mudança de cor nas fezes, que dure mais de 5 dias, assim como mudança na consistência e forma do coco, é fundamental que procure um médico gastroenterologista para uma avaliação.

Especialmente se junto com as mudanças do hábito intestinal, houverem sintomas de perda de peso, fraqueza, náuseas, vômitos e constipação intestinal.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Qual o tratamento para febre maculosa?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para febre maculosa é feito com antibióticos, uma vez que a doença é causada por uma bactéria. Os antibióticos usados são a doxiciclina ou cloranfenicol, que podem ser administrados por via oral ou endovenosa. O tempo de tratamento é de 7 dias.

Além da antibioticoterapia, a febre maculosa pode necessitar de tratamento de suporte, com analgésico, antitérmico, ou em casos mais graves reposição do volume de sangue, suporte respiratório e medicação específica para atuar nos vasos sanguíneos, como a noradrenalina.

Pacientes que conseguem engolir recebem os antibióticos por via oral. Nos casos mais graves, com vômitos e inchaço, os medicamentos são administrados por via endovenosa.

A resposta aos antibióticos é boa e a febre maculosa fica completamente curada. Porém, para ser eficaz, o tratamento precisa ser iniciado o quanto antes, logo no início da doença.

Embora não seja uma doença muito frequente, a febre maculosa apresenta uma alta taxa de mortalidade devido à falta de diagnóstico e tratamento precoces. A partir do 7º dia, as lesões que a bactéria causa na parede dos vasos sanguíneos podem ser irreversíveis, tornando a morte inevitável.

Por isso é muito importante que a febre maculosa seja diagnosticada e tratada o mais rápido possível, o que nem sempre acontece, uma vez que os seus sintomas são muitas vezes confundidos com outras doenças, como dengue, por exemplo.

Leia também: O que é febre maculosa e quais os sintomas?

Como prevenir a febre maculosa?

A melhor forma de prevenir a febre maculosa é evitar áreas infestadas por carrapatos e ficar atento à presença de carrapatos em animais como cães, cavalos e capivaras.

Se alguém estiver com algum carrapato aderido à pele, não deve esmagar o animal para evitar o possível contágio através de lesões na pele. É preciso remover o parasita com cuidado e lentamente. 

Lembrando que para haver transmissão da febre maculosa, o carrapato precisar ficar "grudado" na pele durante cerca de 4 horas.

O médico infectologista é o responsável pelo tratamento da febre maculosa.

Histoplasmose: O que é, quais são os sintomas e como tratar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Histoplasmose é uma infecção respiratória causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. A transmissão ocorre pela inalação do fungo, presente em grandes quantidades em locais com acúmulo de fezes de morcegos e aves. A histoplasmose pode se desenvolver sem manifestar sintomas ou evoluir para uma infecção disseminada que pode ser fatal.

O fungo Histoplasma capsulatum cresce no solo, especialmente em locais abrigados, úmidos, quentes e com fezes de aves e morcegos acumuladas, como grutas, cavernas, galinheiros, interior de troncos ocos, construções e lugares abandonados, entre outros.

Histoplasma capsulatum, fungo casador da histoplasmose

Mais de 90% das pessoas com histoplasmose não manifesta sintomas ou desenvolve um quadro autolimitado, que não é identificado como histoplasmose.

Em pessoas saudáveis, com um bom sistema imunológico, a histoplasmose pode não causar sintomas ou se manifestar sob a forma pulmonar aguda, com sintomas semelhantes aos de uma gripe.

Indivíduos com imunidade baixa ou defeitos anatômicos no pulmão podem cursar com as formas pulmonar crônica ou disseminada da histoplasmose.

Quais são os sintomas da histoplasmose? Sintomas da histoplasmose pulmonar aguda

Na infecção pulmonar aguda, os sinais e sintomas da histoplasmose podem incluir dor de cabeça, febre com duração superior a 7 dias, dores musculares, fadiga, tosse seca, falta de apetite, dor no peito e falta de ar. Algumas pessoas podem apresentar manchas ou lesões vermelhas na pele.

Depois de duas a três semanas de infecção, podem ocorrer inflamação da pleura (membrana que envolve os pulmões), conjuntivite, derrame na membrana que envolve o coração e artrite.

Essa forma de histoplasmose é autolimitada e as lesões regridem após 1 a 3 meses, deixando sequelas, como calcificações nos pulmões e fora deles.

Porém, em pessoas com a imunidade muito baixa a doença não regride, evoluindo para formas disseminadas agudas de histoplasmose.

Sintomas da histoplasmose pulmonar crônica

A forma pulmonar crônica da histoplasmose ocorre sobretudo em indivíduos com alterações anatômicas no pulmão que favorecem a instalação e proliferação do fungo, como em pacientes com enfisema pulmonar, por exemplo.

Os sinais e sintomas incluem tosse crônica com secreção sanguinolenta, dor torácica, falta de ar, fadiga, febre, perda de peso, fraqueza, falta de apetite e transpiração noturna excessiva.

Sintomas de histoplasmose disseminada

A forma disseminada é mais frequente em pessoas com imunidade baixa, como portadores de HIV e câncer, bebês e idosos. É a forma mais grave de histoplasmose, podendo rapidamente evoluir e levar a óbito se não for diagnosticada e tratada precocemente.

Nesses casos, a doença pode estar disseminada no baço, fígado, gânglios linfáticos e medula óssea, causando febre alta, palidez, perda de peso, cansaço, perda de apetite, vômitos, anemia, fraqueza, diarreia e aumento de tamanho do fígado e do baço. Também é comum a presença de feridas purulentas na pele com formação de crostas, bem como lesões na língua, lábios e garganta.

Cerca de 20% das pessoas com histoplasmose disseminada apresentam inflamação no cérebro e na meninge (membrana que envolve o cérebro). Em crianças e indivíduos com AIDS, pode haver formação disseminada de coágulos nos vasos sanguíneos.

E casos raros, pode ocorrer aumento dos níveis de cálcio no sangue, insuficiência da glândula adrenal, manifestações em ossos e articulações, endocardite (inflamação da parte interna do coração) e infecção no sistema nervoso central.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da histoplasmose disseminada incluem: idade avançada, AIDS, neoplasias hematológicas, transplantes, uso de medicamentos corticoides e deficiências de células de defesa conhecidas como linfócitos T.

Qual é o tratamento para histoplasmose?

As formas assintomática e pulmonar aguda de histoplasmose regridem espontaneamente e não necessitam de tratamento específico. Contudo, pacientes imunocomprometidos precisam ser tratados para evitar a progressão da doença.

O tratamento da histoplasmose nesses casos é feito com medicamentos antifúngicos e medidas de suporte respiratório, nos casos mais graves. A anfotericina B e o itraconazol são os antifúngicos mais usados para tratar a doença.

Na histoplasmose pulmonar aguda em que os sintomas persistem por mais de 1 mês, o tratamento geralmente é iniciado com itraconazol, com doses de 200 mg a 400 mg por dia, durante 6 a 12 semanas.

O tratamento das formas graves de histoplasmose pulmonar aguda é feito com anfotericina B, com doses de 0,5 mg a 1 mg/kg/dia, durante uma a duas semanas. A dose máxima não deve ultrapassar 50 mg por dia. Depois, inicia-se o tratamento com itraconazol, com dose de 200 mg, 3 vezes ao dia, durante 3 dias. A dose de manutenção é de 200 mg, duas vezes ao dia, e deve ser mantida por 12 semanas.

O tratamento da histoplasmose cavitária pulmonar crônica geralmente é feito com itraconazol, 200 mg, 3 vezes ao dia, durante 3 dias. Depois, as doses vão de 200 mg a 400 mg por dia, durante 1 a 2 anos.

Como ocorre a transmissão da histoplasmose?

As principais formas de contágio da histoplasmose são através da manipulação do solo e limpeza de lugares contaminados, pois é assim que as formas infectantes do fungo ficam suspensas no ar e são inaladas. Em geral, quanto mais fungos a pessoa inala, mais grave é a doença.

A infecção pode ocorrer durante escavações, aragem da terra, construções, visitas a grutas e cavernas, limpeza de sótãos e locais abandonados, entre várias outras atividades. A histoplasmose não é contagiosa e não é transmitida de pessoa para pessoa.

Como é feita a prevenção da histoplasmose?

A prevenção da histoplasmose é feita principalmente com a limpeza regular dos locais propícios à proliferação do fungo ou desinfecção dos mesmos com formol a 3%, usando sempre máscaras e luvas. Além disso, deve-se evitar a exposição desnecessária a lugares que podem estar contaminados.

Os/As médicos/as pneumologista e infectologista são os/as especialistas indicados/as para tratar a histoplasmose.