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Dor nas costas do lado direito, o que pode ser e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os problemas musculares são a causa mais comum de dor de um lá só das costas, seja do lado direito ou do lado esquerdo. A má postura, falta de atividade física e peso excessivo nas bolsas e mochilas, aumentam os problemas de coluna e dores nas costas.

Entretanto, outras situações como problemas de coluna, pedra nos rins e doenças pulmonares também podem desencadear esse tipo de dor.

O tratamento inicial deve ser feito com repouso e compressa morna no local da dor. Se a dor permanecer ou apresentar outros sintomas, é preciso procurar um médico de família ou clínico geral para identificar a causa e orientar o tratamento mais adequado.

1. Dor nas costas por problemas musculares

Os problemas musculares são a principal causa de dores nas costas, que pode se apresentar a direita ou a esquerda, de acordo com a situação.

O envelhecimento natural, a postura ruim durante o dia e a falta de exercícios, contribuem para o enfraquecimento da musculatura das costas, dando origem a dor e tensão muscular.

Pegar um peso de mau jeito ou além da sua capacidade física também pode desencadear estiramento dessa musculatura e com isso, apresentar dor e edema nas costas.

Como tratar?

O tratamento inicialmente deve ser feito com:

  • Repouso,
  • Compressa morna e
  • Remédios para aliviar a dor: de preferência relaxante muscular como a ciclobenzaprina e/ou anti inflamatórios como o ibuprofeno.

Após passar a crise de dor, é preciso iniciar tratamento para fortalecimento muscular e reeducação postural, evitando assim novas crises. Para isso é recomendado:

  • Fisioterapia,
  • Osteopatia ou
  • RPG (reeducação postural global).

O médico clínico geral ou ortopedista são capacitados para essa avaliação, planejamento do tratamento caso a caso, e manter o acompanhamento até quando for necessário.

2. Dor nas costas por problemas na coluna

Os problemas de coluna vem logo a seguir aos problemas musculares, sendo os mais comuns, os desvios de coluna (lordose, cifose, escoliose) e a hérnia de disco.

Por vezes são doenças de origem hereditária, já nascemos com essas alterações, e outras vezes, situações que ocorrem no decorrer da vida como hábitos ruins, posturas inadequadas, aumento de peso ou mesmo durante a gravidez, pelas modificações naturais desse período.

Como tratar?

O tratamento vai depender da causa e da gravidade da situação. Inicialmente é sempre recomendado tentar métodos pouco invasivos, como:

  • Repouso,
  • FIsioterapia, RPG,
  • Relaxante muscular e Antiinflamatórios.

Em especial, as mulheres grávidas não devem usar medicamentos sem recomendação médica para resguardar a sua saúde e a do bebê.

A cirurgia pode ser indicada nos casos mais graves, de hérnia de disco extrusa ou dor intratável.

O médico ortopedista ou neurocirurgião são os responsáveis por essa avaliação.

3. Dor nas costas por pedra nos rins

A dor nas costas, à direita ou à esquerda, por pedra nos rins, tem como características principais, ser uma dor de início súbito, de forte intensidade, descrita como a "pior dor da vida", associada a suor frio, mal-estar, náuseas e vômitos.

É comum ainda a queixa de ardência na urina, urina mais amarelada, com ou sem a presença de sangue.

Como tratar?

O tratamento varia de acordo com a sua gravidade. Em geral, inclui:

  • Analgésicos potentes por via venosa, para o alívio mais rápido da dor,
  • Coleta de exames de sangue e de urina, para investigar infecção e
  • Exame de imagem para identificar a presença e localização de cálculos, que podem ser ultrassonografia, raio-X ou tomografia. O exame possibilita avaliar se o cálculo está obstruindo ou não o fluxo de urina, o que interfere no tratamento.

Após essas avaliações, é possível planejar o tratamento definitivo, que pode incluir:

  • Antibióticos (via venosa), no caso de infecção urinária
  • Cirurgia para retirada de cálculos, de maneira urgente no caso de inflamação dessa via, ou ambulatorial, quando possível.

O médico urologista é o responsável pela avaliação, conduta e acompanhamento nestes casos.

4. Dor nas costas por problemas pulmonares

Os problemas pulmonares como a asma, crise de bronquite e tumores pulmonares não costumam causar dor nas costas, a não ser que haja tosse frequente ou um processo infecciosos, como a pneumonia.

Como tratar?

Nas crises de asma, a esforço repetitivo de tosse, leva a uma contratura muscular e dores nas costas por esse esforço. Neste caso o tratamento deve ser:

  • Resolver a crise de asma, com os medicamentos apropriados, nebulização, aerolin, corticoide, entre outros,
  • Repouso,
  • Hidratação e
  • Fisioterapia ou Terapias alternativas para evitar novas crises.

No caso de pneumonia, ou doenças da pleura (película que recobre os pulmões), a dor virá associada a piora quando respira fundo, tosse com catarro e/ou febre alta. Neste caso, o tratamento deve ser iniciado rapidamente, com:

  • Antibióticos e
  • Fisioterapia respiratória.

Mais raramente, um tumor no pulmão pode causar dor nas costas, e quando ocorre é comum a associação com queixas de falta de apetite, emagrecimento e tosse seca esporádica.

Dicas para aliviar a dor nas costas
  1. Praticar atividade física regularmente - a prática de exercício favorece o fortalecimento muscular, com isso diminui a tensão e dores localizadas;
  2. Adaptar o ambiente de trabalho - Procure usar uma cadeira que mantenha a sua postura adequada durante o trabalho, assim como o apoio de braços e pés. Movimentar-se várias vezes durante o dia e se alongar também ajuda a reduzir consideravelmente as dores nas costas;
  3. Escolher um bom colchão e travesseiro - como passamos muitas horas dormindo, é importante que seja confortável, para um relaxamento muscular suficiente;
  4. Manter um estilo de vida saudável - a alimentação adequada possibilita manter um peso e metabolismo adequado, com isso evita a sobrecarga na coluna, uma outra causa frequente de dor nas costas e
  5. Evitar o estresse - situações de estresse levam a contratura muscular involuntária, principalmente na região do pescoço e costas, por isso deve ser evitado sempre que possível. Quando os sintomas de tensão e ansiedade forem frequentes, é importante procurar um psiquiatra para avaliação e tratamento.

Leia também o artigo sobre a dor nas costas do lado esquerdo: Dor nas costas do lado esquerdo, o que pode ser?

Referências:

  • Stephanie G Wheeler,, et al.; Evaluation of low back pain in adults. UpToDate: Jun 25, 2019.
  • Peter A Nigrovic, et al.; Back pain in children and adolescents: Causes. UpToDate: May 13, 2020.
  • Sociedade Brasileira de Urologia - Portal da Urologia.
Sintomas de câncer de boca: como identificar os sintomas iniciais e avançados e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O câncer de boca pode afetar qualquer região da boca incluindo os lábios, céu da boca, gengiva, bochechas, língua (especialmente as suas bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).

Os sintomas iniciais incluem: feridas na boca, manchas, nódulos e rouquidão persistente. Nas fases mais avançadas, são comuns a dificuldade de fala, de mastigar, engolir e perda de peso, sem motivo aparente.

O tratamento varia de acordo com o tipo e fase da doença. O oncologista é o médico especializado em avaliar e definir o melhor tratamento.

1. Feridas na boca

O sintoma mais comum de câncer de boca são as feridas, em qualquer região da boca e dos lábios, de difícil cicatrização.

As feridas duram mais de 15 dias sem melhora, podem aumentar de tamanho gradativamente e apresentar sangramentos.

2. Manchas ou placas

A presença de manchas ou placas de cor avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, bochechas ou céu da boca, podem ser sinal de um câncer nessa região.

Geralmente as manchas não causam dor e pode haver sangramento espontâneo, ou quando é feita a higiene bucal.

3. Nódulos

Os nódulos ou caroços na boca ou no pescoço são indicativos de câncer. Pode ocorrer também o espessamento das bochechas e ou da região embaixo da língua.

4. Rouquidão persistente

A rouquidão que não melhora em até 15 dias, sem causa aparente, pode ser um sinal de câncer de boca ou laringe. É importante uma avaliação completa de um otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço.

Câncer de boca: feridas, placas esbranquiçadas e manchas avermelhadas na região lateral da língua.

Ao perceber qualquer um destes sintomas iniciais, procure um médico de família ou dentista para avaliação. Não utilize nenhum medicamento para tratar as feridas sem indicação de um destes profissionais.

Quanto mais cedo for detectado e tratado o câncer bucal, maiores são as chances de cura.

Quais os sintomas de câncer de boca, na fase avançada da doença?

Conforme a doença evolui, os sintomas se tornam mais evidentes e pode haver comprometimento das funções da boca, dando origem a novos sintomas, como:

  • Dificuldade de falar,
  • Dificuldade ou dor para mastigar e/ou engolir,
  • Dificuldade ou dor para movimentar a língua e/ou a mandíbula,
  • Sensação de algo preso na garganta ou de entalo,
  • Inchaço na mandíbula,
  • Dentes frouxos ou moles na gengiva,
  • Dor ao redor dos dentes,
  • Mudança persistente na voz,
  • Dor na boca que não melhora, mesmo com medicamentos,
  • Respiração ruidosa (respiração com barulho ou ruído indicam que algo está atrapalhando a passagem do ar);
  • Perda de peso.
O que fazer se suspeitar de câncer de boca?

Na presença de sinais de câncer de boca, principalmente feridas, nódulos ou manchas que não cicatrizam há mais de 15 dias, procure um médico de família, clínico geral ou dentista, para uma avaliação e solicitação de exames que confirmam esse diagnóstico.

O diagnóstico deverá ser confirmado por exame de biópsia da lesão, exame de um fragmento da lesão. A biópsia indica se a lesão é benigna ou maligna, um câncer de boca.

É importante que você esteja atento a este sintoma, especialmente, se for fumante ou consumir bebidas alcoólicas com frequência.

O tratamento precoce do câncer de boca, aumenta as chances de sucesso no tratamento.

Pode lhe interessar ainda o artigo: Quais são os sintomas de câncer de língua?

Referências

  • Lalli, A; Aldehlawi,H.; Buchanan, J.A.G.; SEOUDI, N.: Fortune, F.; Wassem, A. Screening for oral cancer utilising risk-factor analysis is ineffective in high-risk populations. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2020.
  • Langton,S.; Cousin, G.C.S.; Pluddeman, A.; Banhead, C.R. Comparison of primary care doctors and dentists in the referral of oral cancer: a systematic review. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2020.
Cabelos caindo muito: descubra as causas mais comuns e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A queda de cabelo é uma situação comum, que incomoda bastante, homens e mulheres. A principal causa é genética, chamada alopécia androgenética.

No entanto, muitas outras situações podem desencadear a queda excessiva de cabelos, como doenças crônicas, anemia, carência de vitaminas, estresse e hábitos de vida ruins.

O tratamento está diretamente relacionado com a causa, e por isso, é fundamental passar por uma consulta com um médico especialista, dermatologista ou tricologista, para avaliação, realizar os exames de rotina e definir a melhor opção de tratamento.

1. Alopécia androgenética

A alopécia androgenética é uma das causas mais frequentes de queda de cabelos nos homens e nas mulheres. Tem origem genética e costuma iniciar por volta dos 30 anos, na porção superior da cabeça.

A doença ainda não tem cura, porém o tratamento retarda a evolução da queda dos fios. Sendo, o tratamento deve ser iniciado logo que possível, com medicações e solução capilar tópica.

Os medicamentos propostos podem incluir: solução capilar com minoxidil, 17 alfa estradiol (comercializado pelo nome Avicis®), finasterida e cuidados gerais, como manter o couro cabeludo limpo e seco, evitar tração e uso de produtos químicos.

O laser e o transplante capilar são indicados para alguns casos, pois é preciso preencher critérios como, por exemplo, uma boa densidade dos fios que serão transplantados.

2. Alopécia areata

Na alopécia areata a queda de cabelo ocorre de forma súbita, em regiões bem delimitadas, formando áreas arredondadas de ausência completa de pelos. Geralmente o seu início tem relação com episódio de estresse, problema emocional, um trauma ou doença infecciosa.

Alopécia areata - calvície bem delimitada, com formato arredondado.

Trata-se de uma doença inflamatória, que traz grande desconforto emocional, porém não tem outros sintomas, não é contagiosa, e o cabelo sempre volta a crescer espontaneamente ou com o tratamento.

O tratamento, quando indicado, pode ser feito aplicação de minoxidil, corticoide ou antralina no couro cabeludo, com aplicação de corticoide injetável, ou nas formas mais graves, associar medicamentos imunossupressores. Cabe ao dermatologista avaliar cada caso, individualmente.

3. Parto e amamentação

No período após o parto e durante a amamentação, é comum haver uma queda mais expressiva de cabelo na mulher. Isso ocorre pela reorganização hormonal deste período.

Nesse caso, os cabelos voltam a crescer de forma espontânea, por volta de 6 meses até 2 anos após a amamentação. No entanto, cuidados como uma boa alimentação, aumentar o consumo de água e usar produtos apropriados ao seu tipo de cabelo, ajudam a fortalecer e fio e podem acelerar o crescimento dos novos fios do cabelo.

O médico pode também solicitar exames de sangue para pesquisar a carência de vitaminas, pelo maior consumo natural neste período, e se for confirmado, indicar a reposição com polivitamínicos.

4. Deficiência de vitaminas

As vitaminas, como a biotina, os sais minerais, como ferro e zinco, e também as proteínas, são fundamentais para a vitalidade do folículo piloso e produção de novos fios. A carência de um desses nutrientes, causa a queda precoce dos fios.

O tratamento deve ser feito com uso de polivitamínicos ou a reposição específica do oligoelemento em falta. Porém, o uso indiscriminado dessas medicações, não favorece o tratamento e pode desencadear outros problemas.

Portanto, antes de iniciar qualquer medicação, mesmo que natural, é importante passar por uma consulta e colher exames de sangue para analisar a real necessidade dessa reposição.

5. Hipotireoidismo, Hipertireoidismo, Lupus

As doenças autoimunes, como o hipotireoidismo, hipertireoidismo, o lupus, entre outras, tem como um dos seus sintomas característicos, a queda importante dos cabelos, por mecanismos diversos.

O tratamento deve ser principalmente o controle do seu problema de base. Outras opções de tratamento para o fortalecimento capilar, são a aplicação tópica de solução de minoxidil, 17 alfa estradiol (Avicis®).

Nos casos mais avançados pode ser avaliada a opção de laser e transplante capilar.

6. Quimioterapia, Radioterapia

Os tratamentos complementares para o câncer, incluindo a quimioterapia ou aplicação de radioterapia em regiões da cabeça, ou pescoço, podem apresentar como efeito adverso, a queda excessiva do cabelo.

Neste caso, é importante aguardar o término do tratamento e quando preciso, reposição de vitaminas para auxiliar na recuperação e fortalecimentos dos fios.

7. Estresse, ansiedade

Nas situações de estresse e ansiedade, os cabelos caem mais do que o habitual devido à liberação de hormônios na corrente sanguínea, como o cortisol, que agem diretamente nos folículos pilosos, acelerando o processo de queda dos fios.

Por isso, a queda de cabelos devido aos problemas emocionais é comprovada, e deve ser tratada pelo psiquiatra e psicólogo. O melhor tratamento para a ansiedade e síndromes depressivas é multidisciplinar, com o uso de medicamentos antidepressivos, psicoterapia e atividade física.

8. Hábitos de vida

Alguns hábitos de vida ruins, como o tabagismo, uso de produtos químicos no cabelo e manias de tracionar o cabelo, seja com as mãos ou com escovas diariamente, promovem o seu enfraquecimento e consequente queda precoce.

A avaliação de exames de sangue e hábitos de vida, pelo dermatologista, podem indicar esse problema e para resolver a queda, basta evitar os hábitos ruins. Procurar fazer uso de produtos específicos para o seu tipo de cabelo e fios, investir na hidratação capilar e alimentação saudável.

Conheça ainda mais sobre esse assunto nos seguintes artigos: 13 causas da queda de cabelo e como tratar

Referências:

  • SBD - Sociedade Brasileira de Dermatologia
  • Sung Won Lee, et al.; A Systematic Review of Topical Finasteride in the Treatment of Androgenetic Alopecia in Men and Women. J Drugs Dermatol. 2018 April 01; 17(4): 457–463.
Sintomas do câncer de boca:saiba como identificar e o que fazer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O câncer de boca pode afetar qualquer região da boca incluindo os lábios, céu da boca, gengivas, bochechas, língua (especialmente as suas bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).

Os sintomas iniciais de câncer de boca incluem:

  • Feridas em qualquer região da boca e dos lábios de difícil cicatrização que duram 15 dias ou mais,
  • Feridas que não cicatrizam e ainda sangram facilmente, ou que estão em crescimento,
  • Manchas de cor avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, bochechas ou céu da boca,
  • Caroços, nódulos ou "espessamento" nas bochechas,
  • Ínguas nos pescoço e
  • Rouquidão persistente.
Lesão de câncer bucal: feridas e placas de avermelhadas e esbranquiçadas na lateral da língua

Ao perceber qualquer um destes sintomas, você deve consultar um médico de família ou dentista. Não utilize nenhum medicamento para tratar as feridas sem indicação de um destes profissionais.

Quanto mais cedo for detectado e tratado o câncer bucal, maiores são as chances de cura. Por este motivo, é importante que você consulte um dentista ou médico de família, caso perceba algum destes sintomas.

Quais os sintomas câncer de boca na fase avançada?

Na medida em que as lesões (feridas, manchas, placas ou caroços) permanecem na boca sem avaliação e tratamento adequados, a doença se agrava e os sintomas da fase avançada do câncer de boca se instalam.

Os sintomas mais frequentes da fase avançada da doença são:

  • Dificuldade de falar,
  • Dor na boca que não passa,
  • Dificuldade ou dor para mastigar e/ou engolir,
  • Dificuldade ou dor para movimentar a língua e/ou a mandíbula,
  • Sensação de que há algo preso na garganta ou de entalo,
  • Inchaço na mandíbula,
  • Dentes frouxos ou moles na gengiva,
  • Dor em volta dos dentes,
  • Mudança persistente na voz,
  • Respiração ruidosa (respiração com barulho ou ruído indicam que algo está atrapalhando a passagem do ar);
  • Perda de peso.
Tenho uma ferida na boca, que devo fazer?

O principal sinal de alerta é a presença de qualquer lesão – feridas, nódulos, manchas – que não cicatriza há mais de 15 dias.

É importante que você esteja atento a este sintoma, especialmente, se você é fumante ou consome álcool frequentemente.

Nestes casos, você deve buscar um médico de família ou o dentista para avaliação da lesão.

Além da avaliação visual da lesão, estes profissionais poderão solicitar a realização de uma biópsia (exame de um fragmento da lesão) para confirmar se a lesão é benigna ou se se trata de um câncer de boca.

Perceber qualquer alteração permite que a detecção precoce do câncer de boca, o que aumentam as chances de sucesso no tratamento.

Para saber mais sobre câncer de boca, leia

Quais são os sintomas de câncer de língua?

Referência:

SBOC. Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

Dor atrás dos olhos: o que pode ser e o que devo fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor atrás dos olhos é bastante comum nos casos de viroses, sinusite, enxaqueca e nos problemas diretamente relacionados com os olhos, como o glaucoma, esclerite e neurite óptica.

O tratamento varia de acordo com a causa, e pode incluir o uso de analgésicos comuns, anti-inflamatórios e/ou antibióticos. Contudo, algumas doenças oculares, como o glaucoma, precisa de um tratamento ainda mais específico, com urgência, para evitar danos irrecuperáveis, como a cegueira.

Por isso, no caso de dor atrás dos olhos que não melhore com uso de analgésicos, ou que venha associado a febre alta, dor intensa ou qualquer dificuldade visual, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

1. Resfriado, gripe ou febre

Os resfriados e a gripe por influenza, por exemplo, são condições que vêm acompanhadas de dor intensa atrás dos olhos. Principalmente quando a pessoa apresenta febre.

Nestes casos, além da dor atrás dos olhos e febre a pessoa pode sentir dor no corpo, cansaço, falta de apetite e fraqueza.

O tratamento inclui, repouso, aumentar a ingesta de água, alimentar-se bem, e no caso de febre, fazer uso de antitérmicos e/ou analgésicos para aliviar os sintomas. Caso os sintomas permaneçam, procure um médico de família.

2. Dengue e chikungunya

A dengue e a chikungunya são doenças infecciosas, transmitidas por mosquitos, que apresentam clinica bastante semelhante. Os sintomas mais frequentes incluem dor atrás dos olhos, dor ao movimentar os olhos, febre alta > 38.5oC, dor de cabeça, dor muscular intensa, falta de apetite, fraqueza, manchas vermelhas no corpo e mal-estar.

Por vezes, apresentam ainda inchaço nas articulações e coceira no corpo.

O tratamento é feito de acordo com os sintomas com uso de analgésicos e antitérmicos. É recomendado repouso e ingestão de líquidos (pelos menos 2 litros de água ao dia).

Se ainda assim mantiver dor, ou apresentar um desses sintomas: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos de mucosas e outras hemorragias, procure um serviço de emergência, para avaliação médica criteriosa.

3. Sinusite

A sinusite é uma inflamação na mucosa dos seios da face, onde acontece o acúmulo de secreção, o que dá origem a dor atrás dos olhos, em "pressão", que piora ao abaixar a cabeça.

Os sintomas mais comuns de sinusite são a dor atrás dos dois olhos ou de apenas um deles, dor de cabeça em pressão, sensação de pressão no rosto, tosse, febre, secreção nasal e nariz entupido e cansaço.

Para aliviar os sintomas é recomendado aumentar a ingesta de água, com pelo menos 2 litros de água por dia, lavar o nariz com soro fisiológico, fazer compressas quentes no rosto e dormir com a cabeceira elevada, para ajudar a drenar as secreções.

Evite permanecer em ambiente fechados com ar-condicionado, pois estes ambientes ressecam as mucosas e dificultam a eliminação de secreções.

O tratamento da sinusite pode envolver ainda o uso de sprays nasais, descongestionantes orais, corticoides e antibióticos. Estes medicamentos são indicados pelo médico de família, clínico geral ou otorrinolaringologista, após a avaliação.

4. Enxaqueca

A enxaqueca é uma dor de cabeça intensa que, durante uma crise, pode incapacitar a pessoa de realizar suas atividades simples, de vida diária. A dor é tipo latejate ou pulsátil, que piora com a luz e/ou barulho e melhora após repouso e permanecer em ambiente escuro. As náuseas, vômitos e tontura, geralmente estão associados.

Se você tem enxaqueca, evite pular refeições (jejum prolongado), não consuma álcool e prefira bebidas sem cafeína, pratique atividade física regularmente, mantenha uma rotina de sono procurando deitar-se e levantar-se em horários regulares e reserve tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento.

O tratamento da enxaqueca depende da intensidade, da dor, as suas características e da frequência das crises. Pode ser feito com anallgésicos específicos, corticoide, antidepressivos e sintomáticos, como medicametno para evitar os vômitos. O neurologista deve ser consultado.

5. Glaucoma agudo

O glaucoma é uma doença ocular provocada pelo aumento súbito da pressão dentro do olho (pressão intraocular).

A dor intensa atrás dos olhos é um sintoma típico de uma crise de glaucoma agudo. Além desta dor intensa, o paciente pode apresentar vermelhidão e inchaço dos olhos, visão embaçada, lacrimejamento, náuseas, vômitos, tonturas e dor de cabeça.

A crise de glaucoma agudo é uma emergência médica, pois pode levar à perda da visão. Por este motivo, nestes casos procure um serviço de emergência hospitalar o mais rapidamente possível.

6. Esclerite

A esclerite é uma inflamação grave e destrutiva da parte branca que cobre o olho, chamada de esclerótica. É considerada grave porque pode afetar a visão e provocar a sua perda gradativa.

Geralmente, os dois olhos são afetados e os principais sintomas são dor intensa e profunda atrás dos olhos, vermelhidão, lacrimejamento e sensibilidade à luz.

O tratamento inicia-se com o uso de corticosteroides orais, entretanto, podem ser necessários os imunossupressores ou até mesmo procedimento cirúrgico para repara a lesão na esclerótica. O oftalmologista é o médico indicado para avaliar o caso e definir o tratamento mais adequado.

7. Neurite ótica

A neurite ótica é a inflamação aguda do nervo ótico. Os sintomas, geralmente, ocorrem em um dos olhos e incluem: dor atrás do olho inflamado, que piora ou movimentá-lo, redução da visão das cores, perda parcial ou total da visão.

O tratamento da neurite ótica é feito de acordo com a sua causa e, normalmente, envolve o uso de corticosteroides. Uma avaliação com médico de família ou oftalmologista são indispensáveis para definir o tratamento.

Quando devo procurar um médico?
  • Dor intensa e contínua em um ou ambos os olhos,
  • Dor que persiste há mais de 2 dias,
  • Febre alta (acima de 38º),
  • Redução da visão,
  • Visão embaçada,
  • Visão dupla,
  • Dificuldade de perceber as cores,
  • Vermelhidão, lacrimejamento e inchaço nos olhos.

Na presença destes sintomas busque um médico de família ou uma emergência o quanto antes. Não use nenhum medicamento ou colírio sem indicação médica.

Pode lhe interessar:

Glaucoma tem cura? Qual o tratamento?

Referências

  • American Academy of Ophthalmology. Important coronavirus updates for ophthalmologists.
  • Chandra S.; Flanagan, D.; Hingorani, M. et al. Covid-19 and ophthalmology: a brief summary of the literature. Eye. 2020.
  • Cheema M. et al. Keratoconjunctivitis as the initial medical presentation of the novel coronavirus disease 2019. (COVID-19). Canadian Ophthalmological Society.
  • Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Principais exames de sangue que detectam câncer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Durante a investigação de um tumor, podem ser solicitados alguns exames que avaliam a presença de proteínas e outras substâncias no sangue, chamadas de marcadores tumorais. Quando os marcadores tumorais estão presentes no sangue em quantidade acima do normal, podem indicar a presença ou aumentar a suspeita de câncer.

Os marcadores tumorais geralmente são produzidos por células cancerígenas, embora também possam ser produzidos por células normais, por isso, na avaliação de um tumor é muito importante quantificar esses marcadores.

No entanto, é comum alguns desses marcadores apresentarem valores alterados também em outras doenças.

Exames de sangue para os diferentes tipos de tumor

Existe uma grande quantidade de marcadores tumorais, alguns se associam a mais de um tipo de tumor, outros são mais específicos de uma forma única de câncer.

Alguns exemplos de marcadores tumorais, avaliados em um exame de sangue, são:

Alfa-fetoproteína (AFP)

Este é um marcador tumoral que pode estar associado a tumores de intestino, estômago, ovário e fígado.

PSA (Antígeno específico da próstata)

Este é um dos marcadores tumorais mais conhecidos, sua elevação pode estar associada a tumores na próstata e outras doenças prostáticas.

CEA (Antígeno carcinoembrionário)

O CEA quando aumentado no sangue pode indicar tumores do intestino, como o carcinoma colorretal.

Leia também: Para que serve o exame CEA e como é feito?

MCA

É um dos marcadores tumorais do câncer de mama, pode auxiliar na suspeita diagnóstica. Também pode estar presente em doenças benignas da mama e tumores em outros locais, ovário, colo do útero, endométrio e próstata.

CA 15-3 e CA 27-29

Também são marcadores utilizados na investigação de câncer de mama. O CA15-3 é um dos marcadores mais sensíveis específicos para o câncer de mama.

CA 125

É um marcador utilizado no diagnóstico do câncer de ovário. Quando aumentado no sangue pode sugerir tumores no ovário, cistos, endometriose, problemas hepáticos ou pancreatite.

CA 72-4

É solicitado para investigar suspeitas diferentes tumores do trato gastrointestinal. Pode estar alterado no câncer de estômago, vias biliares, pâncreas e cólon.

CA 19.9

Também é um marcador encontrado em diferentes tumores. É importante na avaliação do câncer de pâncreas e trato biliar e de tumores colorretais.

BRAF

É um marcador tumoral relacionado ao melanoma, uma forma de tumor de pele maligno.

O papel dos exames de sangue no diagnóstico de câncer

O diagnóstico de um câncer é um processo complexo que envolve muitas etapas. A realização de exames de sangue, que incluem os marcadores tumorais, pode ser necessária em diferentes momentos da investigação do câncer.

Os marcadores tumorais podem estar presentes no sangue e na urina e podem aumentar a possibilidade da suspeita de câncer.

Também são muito utilizados para acompanhar a eficácia de tratamentos, já que tendem a diminuir quando o tumor está em remissão.

Um único exame de sangue não é o suficiente para se comprovar a existência de um tumor, geralmente, outros exames também são necessários, como exames de imagem e biópsia.

Por essa razão, é importante lembrar que o diagnóstico de câncer só deve ser feito através de um conjunto de avaliações por um médico capacitado.

Não há exatamente um exame de sangue especifico que consiga detectar sinais de câncer, de forma genérica no organismo.

O hemograma detecta câncer?

O hemograma não é um exame usado rotineiramente para detecção do câncer, mas eventualmente pode mostrar alguns sinais que podem sugerir tumores do tecido sanguíneo, como as leucemias.

Algumas formas de leucemia, podem ser suspeitas a partir de alterações encontradas no hemograma.

Geralmente, suspeita-se de leucemia quando o hemograma mostra uma quantidade muita alta de glóbulos brancos, ou presença aumentada de blastos, que são células jovens e imaturas que indicam rápida proliferação celular.

Alterações no número de plaquetas ou hemácias também podem aparecer no hemograma em casos de leucemia mieloide aguda.

Leia mais sobre o diagnóstico das leucemias em: Que exames servem para diagnosticar leucemia?

Para avaliação sobre o resultado de qualquer exame lembre-se sempre de consultar o médico que o solicitou, um exame precisa sempre ser interpretado de forma individual e considerando o contexto clínico de cada pessoa.

Remédio para boca amarga
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O remédio para aliviar o sintoma de boca amargando, vai depender do motivo desse sintoma. Por vezes, nem é preciso o uso de medicamentos.

No caso de má higiene, gravidez ou desidratação, causas comuns de boca amarga, medidas simples como maior cuidado com a escovação dentária, beber ao menos 2 litros de água por dia e o consumo de alimentos cítricos, podem ser o suficiente.

Já nos caso de problemas no estômago, diabetes, hipotireoidismo e problemas de fígado, os medicamentos são necessários e específicos para cada caso. Portanto, é preciso definir a causa da boca amarga, para planejar o tratamento mais adequado.

Gosto amargo na boca, o que pode ser? O que fazer? 1. Má higiene oral

Para tratar a sensação de boca amargando devido ao cuidado com a boca e dentição, os especialistas recomendam uma higiene oral cuidadosa, que inclui:

  • Escovar os dentes de 3 a 4 vezes ao dia, após as refeições;
  • Usar diariamente fita dental e enxaguante bucal (pelo menos uma vez ao dia);
  • Beber 2 litros de água por dia e
  • Fazer escovação e limpeza dentária duas vezes ao ano, com um profissional.

Se mesmo assim a boca continuar amargando, procure um médico para uma avaliação e pesquisa de outras causas, de modo a planejar o tratamento direcionado ao seu caso.

2. Problemas no estômago

Os problemas de estômago como a gastrite e refluxo gastroesofágico, são causas comuns de queimação, mau hálito, sensação de estômago cheio e boca amarga.

Os sintomas aparecem principalmente após as refeições e consumo de alimentos gordurosos ou de difícil digestão. A obesidade e hábitos ruins como tabagismo e alcoolismo aumentam o risco de refluxo.

O tratamento é baseado em:

  • Orientações alimentares — comer mais vezes em pequenas quantidades;
  • Evitar se deitar logo após as refeições;
  • Evitar alimentos pesados e gordurosos (de difícil digestão) e
  • Medicamentos inibidores da bomba de próton — omeprazol e o pantoprazol;

O médico gastroenterologista é o responsável por essa avaliação, diagnóstico e tratamento.

3. Gravidez

Durante a gravidez, grande parte das mulheres apresenta algum problema periodontal, devido à presença de receptores de estrogênio e progesterona na gengiva. Com isso, é comum a queixa de alteração de paladar e boca amarga, o que torna tão importante o acompanhamento com a odontologia, no período pré-natal.

No entanto, nesse período não é indicado o uso de anti-inflamatórios orais e nem de omeprazol. Sendo assim, se houver sinal de inflamação ou infecção, é preciso avaliação médica, e na maioria das vezes, o uso de antibióticos.

Sendo assim, o tratamento se baseia em:

  • Comer mais vezes durante o dia, em pequenas quantidades;
  • Aumentar o consumo de água durante o dia;

Algumas mulheres referem importante melhora com o consumo de alimentos cítricos, como limonada ou picolé de limão, embora não haja comprovação científica.

4. Medicamentos

Os suplementos vitamínicos, antidepressivos, alguns antibióticos e antiarrítmicos, podem desencadear alterações no paladar e boca amarga, como efeito colateral, devido às substâncias que o compõe.

Por isso, se perceber a relação entre o gosto amargo na boca após o início de uma dessas medicações, converse com o seu médico, para avaliar o ajuste da dose ou substituição deste remédio.

5. Resfriados

Os resfriados, gripes, sinusite e rinite, causam maior proliferação de bactérias e germes dando origem a sensação de boca amarga ou mau hálito.

Nestes casos, o tratamento inclui:

  • Aumentar o consumo de água por dia;
  • Fazer gargarejos com água morna e uma pitada de sal, para higienizar a garganta;
  • Manter alimentação saudável, para favorecer a imunidade do organismo.

Contudo, se os sintomas permanecerem ou você começar a apresentar outros sintomas como: febre, dificuldade de engolir e mal-estar, é preciso procurar uma avaliação médica. Esses sintomas podem indicar um processo de infecção, com indicação do início de antibióticos.

6. Candidíase

A candidíase e outras infecções fúngicas, que podem ocorrer também pela má higiene oral ou situações de baixa imunidade, causam além do gosto amargo na boca, placas esbranquiçadas e mau hálito.

O tratamento deve ser feito com o uso de antifúngicos, em pomadas e/ou comprimidos. O médico clínico geral ou médico de família, podem indicar o melhor tratamento.

7. Doenças crônicas

As doenças crônicas como a diabetes, doenças renais e problemas no fígado, também causam boca amarga, mau hálito ou boca seca, e precisam de maior atenção. São doenças que evoluem com complicações graves. Por isso, se houver suspeita de uma das doenças citadas, procure imediatamente uma avaliação médica e orientação mais adequada.

8. Quimioterapia e Radioterapia

Os tratamentos complementares para câncer, especialmente quimioterapia, radioterapia ou ambos combinados, sabidamente causam efeitos colaterais como náuseas, inapetência, queda de cabelos e alterações no paladar como a boca amarga.

Neste caso, uma alimentação balanceada prescrita por um profissional da área, nutricionista ou nutrólogo, ajuda na melhora dos sintomas, embora na maioria das vezes, possa perdurar até o término do tratamento.

Existe remédio caseiro para boca amarga?

Sim. Dependendo da causa da boca amarga, pode ser resolvida apenas com medidas simples e tratamentos naturais, que incluem:

  • Higiene oral adequada
  • Bochechos diários com enxaguante bucal
  • Gargarejos com água morna e bicarbonato de sódio
  • Chá de camomila
Quando devo me preocupar?

Você deve se preocupar nos casos de boca amarga prolongada por mais de 7 dias, ou associada a sintomas como: febre, pele amarelada, perda de peso ou dificuldade de engolir. Procure imediatamente um atendimento médico para avaliação e devidas orientações.

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Referência:

  • ABO — Associação Brasileira de Odontologia
  • Denis Lafreniere, et al.; Evaluation and treatment of taste and smell disorders. UpToDate, Jul 12, 2020.
  • Katsuyuki Yoshida, et al.; Dysosmia and dysgeusia associated with duloxetine. BMJ Case Rep. 2017 Nov 23.
Dor no bico da mama esquerda, o que pode ser? Quando me preocupar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dor no bico da mama está geralmente relacionada com a variação dos hormônios femininos, natural do ciclo menstrual, que acompanha cerca de 70% das mulheres.

Entretanto, existem outras causas para essa dor, que devem ser investigadas, especialmente quando afeta apenas uma das mamas.

Na presença de dor em apenas em dos mamilos, associado a coceira, febre, vermelhidão, massa palpável, alterações na pele, ou saída de secreção sanguinolenta, procure imediatamente um médico para avaliação.

Quais as causas de dor no bico da mama esquerda 1. Variação hormonal

As variações hormonais são a causa mais frequente desse sintomas, e embora seja mais comum ocorrer nas duas mamas ao mesmo tempo, pode acontecer em apenas uma das mamas. O aumento das taxas de estrogênio, progesterona e prolactina, no preparo do corpo da mulher para uma possível gravidez, estimula o crescimento dos ductos e tecido mamário, causando a dor e incômodo nas mamas.

Neste caso, a dor está relacionada ao ciclo menstrual, ocorre mensalmente sempre no mesmo período e resolve-se espontaneamente. Se a dor permanecer ou quando for tão intensa a ponto de interferir nas atividades diárias de vida da mulher, pode ser tratada com anti-inflamatórios não hormonais ou inibidores de estrogênio, como o Tamoxifeno.

2. Mama esquerda mais volumosa

As mamas volumosas também podem causar dor na mama ou localizada no bico da mama, devido ao peso e pressão que exerce entre essa região e o tecido das roupas em uso. Como o tamanho das mamas nem sempre é idêntico, pode haver sintoma mais expressivo em apenas uma das mamas.

Geralmente, a dor neste caso é vem associada a dores nas costas, ombros e dores de cabeça, devido a postura curvada, anormal, que a mulher adota sem perceber, devido ao peso das mamas.

O uso de sutiã adequado ao seu tipo de mama e roupas que sustentem bem o seu volume, ajudam no alívio da dor. No entanto, algumas vezes não é suficiente e para evitar complicações de coluna e dor crônica, pode ser indicado cirurgia para redução da mama.

3. Alergia no bico da mama esquerda

Os produtos de higiene e cuidados com a pele, podem conter substâncias irritativas para alguns tipos de pele, desenvolvendo uma reação alérgica. A alergia se apresenta com pequenas bolinhas avermelhadas, coceira e ardência no bico da mama. Pode ocorrer em um ou nos dois lados.

O tratamento neste caso deve ser com uso de creme a base de corticoide e antialérgicos, além de suspender o uso do produto que causou a irritação.

4. Mastite no bico da mama esquerda

A mastite, inflamação na mama, é mais frequente durante a amamentação, especialmente quando acontece uma ferida no bico do seio ou obstrução nos ductos mamários por acúmulo de leite.

Os sintomas são de dor em apenas uma das mamas, associada a vermelhidão, calor local e febre alta. O tratamento é realizado com o início rápido de compressas mornas e antibiótico oral. Na suspeita de mastite, procure o seu ginecologista.

5. Nódulos ou cistos na mama esquerda

A presença de um nódulo ou cisto na mama nem sempre indica um problema grave. O fibroadenoma, por exemplo, é a presença de nódulos benignos na mama e tem uma alta prevalência na população feminina.

Neste caso, a mulher sente dor na mama ou bico da mama, além de nódulo palpável e por vezes, doloroso. O tratamento pode ser de retirada do cisto ou acompanhamento.

6. Tumor na mama esquerda

O tumor de mama não costuma se apresentar com dor, inicialmente, mas quando acontece acomete também apenas uma das mamas e a dor é bem localizada em um ponto.

As características típicas de um tumor de mama são: modificações na pele, alteração na coloração, retração de mamilo, pele áspera, como "casca de laranja" e saída de secreção sanguinolenta pelo mamilo.

7. Doença de Paget da mama esquerda

A doença de Paget da mama é um tipo raro de câncer de mama, que tem como características, dor forte, coceira, vermelhidão no bico do seio, de uma das mamas e saída de secreção pelo mamilo. Outros sintomas inerentes a esta doença são, feridas no bico do seio, de difícil cicatrização, pele espessa e áspera, ardência, pequenas bolinhas.

Os sintomas são facilmente confundidos com uma alergia nos primeiros dias. Por isso, se os sintomas não melhoram após uso de pomadas ou pioram, procure imediatamente um ginecologista ou mastologista para avaliação e início de tratamento.

Quando devo me preocupar?

Se, junto com a dor, você sentir um ou mais dos sintomas abaixo, é preciso procurar um atendimento médico o mais rápido possível, para uma avaliação mais detalhada.

  • Febre alta (acima de 38 graus)
  • Vermelhidão em apenas um dos bicos do seio
  • Palpar um nódulo ou massa
  • Coceira e feridas de difícil cicatrização no bico do seio
  • Modificações na pele (pele áspera, presença de manchas, rachaduras ou retração)
  • Secreção pelo mamilo (clara ou sanguinolenta)

Para avaliação e maiores esclarecimentos, converse com um ginecologista ou mastologista, os médicos especialistas neste assunto.

Saiba mais sobre os sintomas de câncer de mama no artigo: Quais os sintomas do câncer de mama?

Referências:

  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Mehra Golshan, et al.; Breast pain. May. UpToDate. Jun 26, 2020.
  • Azin Niazi, et al.; Effective Medicinal Plants in the Treatment of the Cyclic Mastalgia (Breast Pain): A Review. J Pharmacopuncture. 2019 Sep;22(3):131-139.
8 causas de diarreia com sangue e como tratar
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A diarreia com sangue costuma ocorrer na presença de infecção intestinal (gastroenterite), junto com dor na barriga e febre. No entanto, pode acontecer também na presença de vermes, úlceras, inflamação, diverticulite, nos casos de tumor ou como efeito colateral de certos medicamentos.

O sangramento tem uma coloração mais escura e um cheiro forte, por ser parcialmente digerido na passagem pelo intestino. Já nos casos de sangue vivo, as causas mais comuns são as feridas no ânus e hemorroidas.

O tratamento varia de acordo com a causa e gravidade dos sintomas, mas na maioria das vezes, a presença de sangue nas fezes é um sinal de alerta, por isso deve ser avaliado por um médico.

1. Gastroenterite

As infecções intestinais podem ser causadas por vírus e bactérias por meio da ingestão de alimentos e/ou água contaminados. Geralmente, as infecções bacterianas são mais intensas e as mais comuns são causadas pela Escherichia coli e Shigella spp.

Os sintomas incluem diarreia sanguinolenta, dor abdominal intensa e febre. No caso da Shigella spp., também vem acompanhada de muco nas fezes. A infecção dura em torno de 5 a 7 dias.

O tratamento é feito com medicamentos para dor e antibióticos. Neste período, você deve ingerir alimentos de fácil digestão, de preferência cozidos, e pode utilizar alimentos ou suplementos probióticos que ajudarão a reequilibrar a sua flora intestinal.

Não utilize medicamentos para evitar a diarreia, pois isto pode piorar o quadro. Apesar de incômoda a diarreia é uma forma de o nosso próprio organismo eliminar as bactérias.

2. Parasitas intestinais (vermes)

A presença de parasitas ou vermes intestinais pode provocar diarreia com sangue, especialmente, se existem muitos vermes no intestino (carga parasitária alta). Nestes casos, é comum que você tenha também sensação de inchaço e dor na barriga, náuseas, vômitos, falta de apetite e perda de peso.

O tratamento é simples e feito com medicamentos específicos para o tipo de verme que está causando a infecção. Pode ser necessário realizar um exame de sangue e/ou fezes para verificar o grau da verminose.

Além do uso do medicamento indicado conforme orientação médica, é importante que você se alimente de forma adequada e priorize alimentos que possam recompor a flora intestinal como iogurtes e leites fermentados.

3. Doença de Crohn e colite ulcerativa

Nas doenças inflamatórias, o intestino fica inflamado e geralmente leva a dor abdominal e diarreias recorrentes (diarreia que cessa, mas volta). Os dois tipos principais de doenças inflamatórias intestinais são a doença de Crohn e a colite ulcerativa.

Embora seja difícil de diferenciar as duas doenças, algumas características são típicas:

  • Doença de Crohn: afeta qualquer parte do trato digestivo e o paciente apresenta diarreia crônica e dor abdominal.
  • Colite ulcerativa: afeta quase sempre somente o intestino grosso e pessoa sente episódios intermitentes (que vai e volta) de dores abdominais e diarreia sanguinolenta.

A doença de Crohn e a colite ulcerativa ainda não têm cura, mas medicamentos como anti-inflamatórios, corticoides e antibióticos são utilizados, de acordo com a avaliação médica, para aliviar os sintomas.

A alimentação saudável rica em fibras e com baixo teor de gordura ajudam a reduzir as crises de dor e diarreia. Além disso, controlar o estresse, praticar atividade física regularmente, exercícios de respiração e a meditação podem ser importantes aliados.

4. Diverticulite

A diverticulite é uma inflamação ou infecção dos divertículos, bolsas em formato de balão que se localizam no intestino e que retém pequenas quantidades de fezes.

Os sintomas variam de acordo com a gravidade da doença e incluem: diarreia com sangue, dor abaixo do umbigo (principalmente do lado esquerdo do abdome), febre, náuseas e vômitos. Mais raramente pode apresentar também certa dificuldade de urinar.

Nos casos mais leves, a diverticulite pode ser tratada com analgésicos, antibióticos e alimentação leve. Entretanto, nos casos mais graves pode ser necessário uma cirurgia de urgência. Por este motivo, se você perceber sintomas de diverticulite, procure uma emergência hospitalar.

5. Úlcera gástrica

A úlcera gástrica é uma ferida no revestimento do estômago ou na parte inicial do intestino que provoca sensação de dor e queimação na região superior do abdome, que corresponde à localização do estômago.

Quando não tratadas, as úlceras podem se agravar e causar sangramento volumoso, com risco de complicações como óbito, devido à hemorragia. A diarreia é caracterizada por fezes pastosas, de cor muito escura, quase negras, cheiro forte e aspecto brilhoso. Pode haver ainda, vômitos com sinais de sangue.

Trata-se de uma emergência médica, na suspeita de úlcera gástrica procure um serviço de emergência. O tratamento é feito por endoscopia e quando não for possível, cirurgia de urgência.

6. Câncer de intestino

A presença de um câncer de intestino pode provocar sangramento e, por vezes, diarreia com sangue. Entretanto, é possível que o sangramento ocorra em pouca quantidade e não seja percebido.

Por este motivo, fique também atento aos seguintes sintomas: fezes em fita (fezes finas), constipação, dor abdominal, anemia e emagrecimento.

Nestes casos, é importante procurar atendimento de um médico de família, clínico geral ou proctologista. Provavelmente será solicitada uma colonoscopia para avaliar o seu intestino, efetuar o diagnóstico e definir o melhor tratamento.

7. Uso de medicamentos

Medicamentos como anti-inflamatórios e antibióticos podem desencadear diarreia sanguinolenta, como efeito colateral. Os antiinflamatórios estão ainda relacionados com formação de úlceras ou piora dessas feridas.

Sendo assim, não deve ser usado em pacientes sabidamente portadores de feridas no estômago.

Neste caso, na presença de diarreia sanguinolenta após o início de um novo tratamento, entre em contato imediatamente com o médico que o prescrever a medicação, para avaliar a suspensão ou troca da medicação

8. Hemorroidas

A hemorroida não é exatamente uma causa de diarreia com sangue, mas é uma causa comum de sangue vivo nas fezes, em casos de diarreia frequente.

Neste caso, o sangue é vermelho vivo, visto que o problema está bem próximo da saída das fezes, e por isso não passou por processo de digestão. O sangramento costuma ser em pequena quantidade e está presente quando a higiene é feita com papel higiênico.

O tratamento pode ser local, através de banho de assento, pomadas cicatrizantes e supositórios, ou cirúrgica, nos casos de hemorroida volumosa ou sangramento frequente. O proctologista é responsável por avaliar e definir o melhor tratamento.

Quando devo procurar o médico?

Em todos os casos de diarreia com sangue. Na presença desse sintomas, entre em contato imediatamente com um médico de família, clínico geral ou gastroenterologista, especialmente os casos associados aos seguintes sinais:

  • 3 ou mais episódios de diarreia com sangue (no mesmo dia ou mesma semana)
  • Vômito com sangue vivo ou escuro
  • Febre acima de 38,0oC
  • Calafrios
  • Suor frio
  • Pele pálida
  • Rigidez no abdome
  • Dificuldade de respirar
  • Desmaio

Estes sinais indicam sangramento intenso que coloca a sua vida em risco. Por este motivo, procure o mais rapidamente possível uma emergência hospitalar.

Não utilize medicamentos sem orientação médica.

Para saber mais sobre sangue nas fezes, leia também

Referências

  • Federação Brasileira de Gastroenterologia
Corrimento rosado na gravidez: o que pode ser? Quais os sinais de alerta?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O corrimento rosado no início da gravidez, pode ocorrer pela fixação do embrião na parede do útero, um processo natural chamado nidação. Pode ser ainda decorrente de esforço físico ou relações sexuais, situações que não oferecem risco a mãe ou ao bebê.

Porém, o corrimento pode significar ainda situações de risco, como gravidez ectópica (gravidez fora do útero) ou aborto espontâneo. Por isso é importante reconhecer os sinais de alerta para nessa situação, procurar imediatamente um serviço de urgência.

Os sinais são de risco a mãe e o bebê são principalmente:

  • Sangue vermelho vivo,
  • Presença de coágulos,
  • Cólica intensa e
  • Febre.

Entenda um pouco mais de cada uma das possibilidades de sangramento rosado, o que pode auxiliar na identificação do problema. Contudo, todo o sangramento percebido durante uma gestação, deve ser rapidamente informado ao seu médico obstetra.

1. Nidação

A nidação é a implantação do embrião na parede do útero, o que provoca um sangramento rosado em pouca quantidade, sem cheiro e que dura de 1 a 3 dias. Este sangramento é considerado normal e é um sinal inicial de gravidez.

Nem sempre sangramento de nidação é percebido pelas mulheres. Ele pode apenas sujar a roupa íntima ou ser observado como um sangramento rosa claro no papel higiênico após limpar-se. Além disso, pode vir acompanhado de uma cólica leve ou sensação de cólica com algumas pontadas na região do baixo ventre.

Se este corrimento rosado aumentar em quantidade, durar mais de 3 dias ou se tornar vermelho vivo, procure um ginecologista ou obstetra.

2. Fixação da placenta no útero

Na medida em que a gravidez avança, a placenta também vai se desenvolvendo para oferecer nutrientes e oxigênio para o bebê.

O corrimento rosado também pode acontecer devido à ruptura de vasos sanguíneos que acontecem enquanto a placenta se desenvolve e invade a camada muscular do útero para se fixar.

Nestes casos, o sangramento ocorre em pouca quantidade e deve durar até 3 dias.

3. Esforço físico e relações sexuais

O esforço físico e as relações sexuais, especialmente no 1o trimestre de gravidez, podem causar a ruptura de um pequeno caso sanguíneo, o que pode levar à presença do corrimento rosado durante a gravidez.

Nestes casos, o sangramento cessa espontaneamente sem a necessidade de intervenção médica. Entretanto, se você perceber aumento do volume de sangramento ou sentir cólica, busque um ginecologista ou obstetra.

4. Gravidez ectópica

A gravidez ectópica acontece quando o óvulo fecundado não consegue chegar à cavidade uterina para implantação e se implanta nos ovários, nas tubas uterinas, no colo do útero, ou no abdome. O mais comum é implantar-se nas tubas uterinas, ao que chamamos de gravidez tubária.

Os sintomas geralmente só ocorrem quando e estrutura (ovários, tuba uterina, colo do útero ou abdome) que contém a gravidez ectópica se rompem. As mulheres podem apresentar sangramento vaginal que podem ser manchas de sangue ou um corrimento rosado, no início, mas que aumenta de volume e se torna vermelho vivo. Além disso, podem sentir cólicas ou dor forte na região inferior do abdome.

A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica, pois o sangramento pode ser fatal para a mulher. Nestes casos, busque urgente um serviço de emergência.

5. Aborto espontâneo

O aborto espontâneo é comum nas 10 primeiras semanas de gestação. Seus sintomas se iniciam com um corrimento rosado que evolui subitamente para um sangramento mais forte com perda de coágulos pela vagina.

A mulher também pode sentir fortes dores abdominais, febre e dor de cabeça.

Nestes casos, é importante buscar atendimento em uma emergência hospitalar o mais rapidamente possível.

Quando devo me preocupar?

Se você está grávida e percebe um sangramento rosa, fique atenta aos seguintes sinais de alerta:

  • Corrimento rosa com mais de 3 dias de duração
  • Sangramento abundante: se, por exemplo, você precisa usar absorvente e trocá-lo de 2 em 2 horas ou de 3 em 3 horas
  • Mudança de coloração para sangramento vermelho vivo
  • Presença de cólicas fortes
  • Dor abdominal intensa
  • Presença de contrações uterinas
  • Febre
  • Dor de cabeça

Nestes casos, procure o mais rapidamente possível um serviço de atendimento hospitalar.

Para saber mais sobre corrimento rosado, leia o artigo: Corrimento rosado, o que pode ser?

Referência:

  • Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
10 causas de ardência no bico da mama
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A ardência no bico da mama é uma situação comum para as mulheres, devido à constante variação hormonal, natural do organismo.

O período de puberdade, período pré-menstrual, ovulação, gravidez, amamentação e a menopausa ocorrem pela oscilação dos hormônios: estrogênio, progesterona e prolactina, que preparam o organismo da mulher mensalmente, para a gravidez e amamentação.

O estímulo nos ductos mamários, para aumento das mamas e produção de leite, são responsáveis pelo incômodo e dores no bico das mamas na maioria dos casos. Contudo, pode ocorrer também em situações de inflamação, alergia, traumas, entre outros.

1. Período pré-menstrual

No período pré-menstrual, em geral uma semana antes do sangramento, é comum a presença de maior sensibilidade no bico das mamas, sensação de mamas "pesadas" devido o aumento dos hormônios no sangue.

O estrogênio, a progesterona e a prolactina agem diretamente nos ductos mamários, preparando corpo da mulher para a lactação, caso ocorra a gravidez, e esse estímulo nos ductos causa os sintomas de ardência no bico do seio, sensação de peso e incômodo nas duas mamas.

Neste caso, é recomendado que faça uso de sutiã com boa sustentação, para aliviar o incômodo e para diminuir o risco de flacidez. Se não for suficiente, o médico poderá prescrever um analgésico comum ou medicamento inibidor de estrogênio (tamoxifeno).

2. Menopausa

Na menopausa, embora ocorra uma redução dos níveis de hormônios no sangue, a mulher percebe ardência e dor no bico do seio, nos períodos próximos ao final do ciclo menstrual. As mamas continuam mais sensíveis, de forma semelhante, dos dois lados.

Neste caso, quando a dor é muito intensa, pode ser prescrito um medicamento analgésico ou medicamento inibidor de estrogênio (tamoxifeno).

3. Gravidez

Durante a gravidez, especialmente em seu início, a mulher desenvolve uma sensibilidade aumentada no bico dos seios, descrita como uma ardência importante que dificulta inclusive o toque, fazer a higiene, vestir um sutiã ou uma roupa mais justa.

Por isso é descrito como um dos primeiros sintomas da gestação. Não é preciso qualquer tratamento, os sintomas costumam desaparecer no fim do primeiro trimestre. Entretanto, em alguns casos, esses sintomas permanecem durante toda a gravidez, sem que sinalize um problema.

4. Amamentação

Na amamentação, os hormônios aumentados e as mudanças ocorridas no corpo da mulher para essa etapa, causam o aumento da sensibilidade das mamas, principalmente no bico das mamas.

A adaptação natural e sucção constante do bebê podem causar ardência no bico da mama, rachaduras e feridas, nos primeiros dias da amamentação.

Para evitar essa situação, durante a gravidez, a equipe de saúde orienta a gestante a adotar algumas medidas como exposição ao sol, massagens e cremes fortificantes, além do posicionamento e "pega" adequada do bebê.

5. Mastite

A mastite é uma inflamação da mama, mais frequente durante a amamentação, porém pode ocorrer fora desse período. A inflamação acomete apenas uma das mamas, e causa ardência no bico do seio, dor em fisgadas ou pontadas, vermelhidão, calor e febre alta,

Na suspeita de mastite, a princípio não é preciso interromper a amamentação, mas deve evitar oferecer a mama inflamada ao bebê, até a realizar do tratamento com o uso de antibióticos. Por isso, procure o seu ginecologista para avaliação e orientações adequadas, o quanto antes.

6. Alergia

Produtos de higiene e de beleza podem causar uma reação alérgica na pele, levando a pequenas feridas e ardência no bico dos seios. Neste caso, os sintomas são de ardência, vermelhidão, coceira e pequenas bolinhas na região.

O tratamento deve ser feito com a suspensão desses produtos, pomadas antialérgicas, e quando preciso, medicamento antialérgico oral. O ginecologista ou alergista são os médicos responsáveis por esse tratamento e acompanhamento.

7. Trauma / Roupas apertadas

Um trauma na mama ou uso de roupas apertadas, especialmente em mulheres com o seio grande, causa uma pressão no bico da mama, que se permanecer por períodos longos, leva a uma irritação na pele, ardência e incômodo no bico da mama.

Nesse caso, o recomendado é fazer uso de roupas íntimas mais confortáveis e adequadas ao seu tipo de mama, evitando novos episódios de dor.

Se mesmo assim os sintomas permanecerem ou se evolui com vermelhidão, coceira e calor local, procure um médico para avaliação.

8. Mudança climática

A mudança climática brusca, é mais um motivo comum de reação nessa região. O frio repentino causa uma contração no bico do seio, que se torna tenso, endurecido e mais sensível, que pode ser descrito como ardência, dor ou apenas um incômodo, durante pouco tempo.

O sintoma ocorre nas duas mamas ao mesmo tempo e desaparece espontaneamente quando aquecido.

9. Tumor de mama

Um tumor na mama não costuma causar dor, mas quando ocorre, a dor é apenas em uma das mamas e em um local específico, que pode ser o bico do seio.

Os sintomas mais característicos de um tumor de mama, são as alterações na pele, como retração, mudança de cor e pele mais espessa, por vezes semelhante a uma "casca de laranja" e presença de secreção serossanguinolenta pelo mamilo.

A doença de paget da mama, um tipo de tumor raro no bico do seio, apresenta ainda a queixa de coceira, vermelhidão e bolinhas no mamilo, sendo facilmente confundida com alergia.

10. Uso de medicamentos

Diversos medicamentos apresentam como efeito colateral a dor ou ardência nos mamilos, após início da medicação. Por exemplo, medicamentos a base de hormônios, antidepressivos (inibidores de recaptação de serotonina), anti-hipertensivos e certos antibióticos.

Lembrando que nenhuma medicação deve ser suspensa sem informar e conversar com o médico que a prescreveu, para evitar efeitos adversos graves ou complicações da doença em tratamento.

A mastalgia, como é chamada a dor nas mamas, ou mamilos, também pode ocorrer em homens, mas é bem menos frequente. O médico responsável pela investigação, tratamento e acompanhamento é o ginecologista, obstetra ou mastologista.

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Referências:

  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Mehra Golshan, et al.; Breast pain. May. UpToDate. Jun 26, 2020.
  • Aysun Genç , et al.; The effects of exercise on mastalgia. Phys Sportsmed, 2017 Feb;45(1):17-21.
Estou com corrimento marrom mesmo tomando anticoncepcional: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As mulheres que usam anticoncepcional hormonal oral (pílula), especialmente as que estão iniciando o seu uso, podem apresentar um corrimento marrom chamado de escape ou spotting, devido à variação das concentrações de hormônio no corpo.

Este tipo de corrimento (sangramento) ocorre em pouca quantidade e cessa espontaneamente. É também comum no início e no final da menstruação e após as relações sexuais. Geralmente, não está ligado a gravidez.

Se você está apresentando corrimento marrom (sangramento de escape) deve manter o uso do seu anticoncepcional até o final da cartela e conversar com o ginecologista.

Corrimento marrom pode ser gravidez?

O corrimento marrom geralmente não é um sinal de gravidez, principalmente, se você usa anticoncepcional regularmente conforme orientação médica.

No entanto, no início da gestação pode haver um pequeno sangramento, chamado sangramento de nidação, que corresponde à implantação do embrião na parede do útero.

Esse sangramento é de cor rosada, de pequena quantidade e que dura de 2 a 3 dias no máximo. Acredita-se que apenas 20% das mulheres percebam o sangramento de nidação.

Se você está grávida e apresenta corrimento marrom é importante entrar em contato com o obstetra para investigar a sua causa.

Se estou usando anticoncepcional, por que o corrimento marrom acontece?

Este corrimento marrom (sangramento de escape) se deve aos hormônios presentes no anticoncepcional e não oferece riscos à saúde. Ele é bastante comum se você:

  • Está se adaptando ao uso da pílula anticoncepcional,
  • Está trocando de anticoncepcional ou
  • Parou de usar pílula e está retomando o uso.

Nestes casos, ocorre uma variação da quantidade de hormônios, especialmente a progesterona, no corpo da mulher o que provoca o sangramento marrom.

O que devo fazer?

Mesmo que você esteja apresentando sangramento, é importante que mantenha o uso do anticoncepcional de acordo com a orientação do ginecologista.

A tendência é que o corpo se adapte ao medicamento e o sangramento de escape cesse de forma espontânea. Isto ocorre cerca de três meses após o início do uso do anticoncepcional, após a sua troca ou retomada.

Esquecer de tomar o anticoncepcional é um fator que pode fazer com que o sangramento permaneça por mais tempo. Para evitar que isto aconteça, tome a medicação diariamente no mesmo horário. Isto reduz a chance de esquecê-lo.

No caso do sangramento não cessar ou esse efeito colateral causar grande impacto na sua qualidade de vida, converse com o ginecologista para avaliar a troca da medicação.

Quando devo me preocupar?

Você deve procurar um ginecologista ou médico de família se:

  • O corrimento marrom (sangramento de escape) incomodar muito e você pensar em suspender o uso do anticoncepcional,
  • Se o corrimento tiver cheiro mau cheiro,
  • Se apresentar coceira na vagina,
  • Se o sangramento for abundante e acompanhado de sangue vermelho vivo e/ou
  • Se sentir cólica ou dor abdominal.

Nestas situações é possível, através do exame ginecológico, que o médico observe o canal vaginal, o colo do útero e o aspecto do corrimento para definir o tratamento mais adequado para você.

Não utilize creme vaginais ou outros medicamentos sem indicação médica.

Para saber mais sobre corrimento marrom e sangramentos de escape pode ler:

Tomo injeção e começou a sair uma borra marrom... o que é isso, há algum problema?

Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...

Corrimento marrom, o que pode ser?

Referência:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.