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Como saber se a bactéria H. pylori morreu?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Existem três exames que podem ser realizados após o tratamento da H. pylori para saber se a bactéria foi eliminada. A recomendação é realizar estes exames depois de 4 semanas após o fim do tratamento.

Os exames que podem ser solicitados para saber se a bactéria morreu, são:

  • Teste respiratório com ureia: é o teste mais comum a ser realizado após o tratamento da H. pylori. É um exame não invasivo e seguro, que é feito ingerindo-se uma cápsula ou um líquido contendo uréia marcada com carbono. Depois, a pessoa deve soprar em um aparelho. Se a bactéria estiver no estômago, ela quebra a ureia e faz o carbono ser detectado pelo aparelho.
  • Teste de antígeno fecal: este teste também pode ser utilizado, e costuma ser a segunda escolha para avaliar a persistência da bactéria após o tratamento. Também é um exame simples e seguro. Consiste na recolha de uma amostra de fezes, e na pesquisa da bactéria nesta amostra.
  • Endoscopia digestiva alta: este exame é invasivo, por isso é reservado apenas para casos mais complexos, em que existem mais fatores de risco como presença de úlcera péptica, sangramento ou suspeita de câncer no estômago. O exame é feito inserindo-se um tubo fino desde a boca até o estômago, que retira uma pequena amostra do estômago, que depois é testada em laboratório para a avaliar a presença da bactéria.

Caso mantenha sintomas de azia, queimação, dor no estômago mesmo após o tratamento da H. pylori é importante consultar o seu médico de família, clínico geral ou gastroenterologista.

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7 causas de hemorragia menstrual, o que fazer em cada caso
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Diversas situações podem dar origem a esse sangramento, mas as mais comuns são o sangramento disfuncional, que não tem causa definida, alterações uterinas, coagulopatias, problemas hormonais, infecção, complicação na gravidez (gravidez ectópica ou aborto), e traumas.

A hemorragia menstrual se caracteriza por um sangramento vaginal abundante, que exige uma troca excessiva de absorventes por dia, interferindo na qualidade de vida da mulher naquele período, acompanhado ou não de outros sintomas.

Entenda um pouco mais sobre cada uma das 7 causas e o que fazer em cada caso.

1. Sangramento uterino disfuncional (SUD)

O sangramento uterino disfuncional, não tem causa conhecida. Na verdade é um sangramento abundante, anormal, sem alterações nos exames. Ou seja, para confirmar esse diagnóstico, é precisa descartar todas as outras causas.

Nesse caso, acredita-se que o problema seja um descontrole hormonal, mais frequentes nas extremidades de vida reprodutiva, quando os ovários estão começando a liberar seus óvulos, nas primeiras menstruações (menacme) ou próximo à menopausa.

O sangramento é controlado com o uso de anti-inflamatórios, ácido tranexâmico e anticoncepcionais orais, para as mulheres que não tem contraindicação. O ginecologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento, nesses casos.

2. Alterações uterinas

As alterações encontrados dentro do útero, como pólipos, miomas, adenomiomas e os tumores, são problemas estruturais, que aumentam a produção de células e vasos sanguíneos da parede uterina, com isso resultando no maior volume de sangue durante a sua descamação.

Os pólipos e os tumores, costumam sangrar com menor intensidade, fora do período menstrual. Os miomas e adenomiomas, apresentam um sangramento mais volumoso, durante o período menstrual e quase sempre vem acompanhado por cólica menstrual.

O tratamento pode ser feito com anticoncepcionais e acompanhamento apenas, especialmente nos casos de miomas pequenos ou com poucos sintomas. Contudo, na suspeita de um tumor, pode ser indicada cirurgia, para a ressecação da lesão e estudo anatomopatológico. Em casos de câncer, o ginecologista e oncologista deverão analisar em conjunto, a necessidade de complementar o tratamento com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapias.

3. Coagulopatias

O sangramento vaginal anormal em meninas jovens, podem ser um sintoma inicial de doenças hematológicas, como leucemia, purpura trombocitopênica idiopática (PTI) e doença de Von Willebrand (DVW). Por isso, o sangramento fora do período menstrual, sem cólicas ou corrimento, é fundamental fazer uma investigação laboratorial detalhada para essas patologias.

O exame clínico e exame de imagem, como a ultrassonografia transvaginal ou pélvica, complementam a investigação. O tratamento deve ser definido e acompanhado de acordo com esses resultados, pelo hematologista e/ou oncologista.

4. Problemas hormonais

Distúrbios hormonais, como o hipotireoidismo, adenoma de hipófise, inteferem na produção e liberação dos hormônios, ocasionando irregularidade menstrual, como maior duração, frequência e volume de sangue.

Os exames laboratoriais, com pesquisa de hormônios da tireoide (T4 e TSH), prolactina, estrogênio e progesterona, além do exame de imagem do crânio, para analisar a glândula hipofisária, confirmam esse diagnóstico.

O tratamento no caso de hipotiroidismo é a reposição do hormônio. No caso de doença na hipófise, o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo do tamanho e tipo da lesão. Cabe ao endocrinologista essa definição.

5. Doença inflamatória pélvica (DIP)

A doença inflamatória pélvica é uma inflamação dos órgãos femininos, geralmente causada por infecção sexualmente transmissível, como a clamídia e a gonorreia. Os sintomas são de corrimento, cólicas, ardência ao urinar e sangramento vaginal.

O diagnóstico é confirmado pelo ginecologista, durante o exame ginecológico, onde pode colher amostra da secreção para confirmar o germe e definir o antibiótico apropriado. Deve ser tratada o quanto antes, para evitar complicações como a infertilidade.

6. Gravidez ectópica, aborto

A gravidez fora da cavidade uterina, chamada gravidez ectópica, se apresenta com sangramento vaginal, dor abdominal e atraso na menstruação. Nos casos de aborto, os sintomas são parecidos, com presença de cólica intensa e coágulos no sangramento.

Ambos são situações de risco para a mulher, portanto, durante a gravidez, ou na suspeita de gravidez, a presença de sangramento abundante, com ou sem coágulos, deve ser comunicado imediatamente ao ginecologista e a mulher deverá procurar um atendimento de emergência.

7. Traumas

Os traumas são causa frequente de sangramento vaginal, ou mesmo anal, que pode ser confundido pela mulher. Geralmente são sangramentos fora do período menstrual, com dor local e de coloração vermelho vivo, associado a história de queda ou traumatismo na região.

Esses casos podem precisar de curativos, procedimentos cirúrgicos ou tratamento local, com suturas, dependendo da ferida e do volume de sangramento.

Como parar o sangramento uterino anormal?

Interromper o sangramento depende da causa do problema. Para identificar a causa e planejar o melhor tratamento para cada caso, é preciso passar por uma consulta com ginecologista, que deverá avaliar a história de início, características do sangramento, além de histórico de saúde e exames complementares.

O que é sangramento uterino anormal?

O sangramento uterino anormal é caracterizado pelos seguintes achados:

  • Volume de sangue maior que 80 ml no período
  • Período menstrual que dura mais de 7 dias
  • Necessidade de trocar o absorvente antes de 3h
  • Usar mais de 20 absorventes em um ciclo menstrual
  • Presença de coágulos, ou coágulo maior de 1 cm
  • Necessidade de se levantar a noite para trocar o absorvente

Na suspeita de um SUA, converse com ginecologista. Todo sangramento anormal deve ser investigado e pode ser tratado, melhorando a qualidade de vida da mulher, e principalmente, identificando um problema precocemente.

Conheça ainda mais sobre o tema, nos artigos abaixo:

Como distinguir sangramento de menstruação?

O que significa ter sangramento durante a relação sexual?

Referências:

  • Andrew M Kaunitz, et al.; Approach to abnormal uterine bleeding in nonpregnant reproductive-age patients. UpToDate, Dec 19, 2019.
  • Sara Kvitko de Moura, et al.; SANGRAMENTO VAGINAL ANORMAL NA EMERGÊNCIA. bvsalud.org. 2014.
  • FIGO - Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia
  • IFF - Instituto Nacional Fernandes Figueira
Giárdia: quais os sintomas, tratamento e como ocorre a transmissão?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A giárdia é um parasita que provoca uma infecção intestinal denominada giardíase. A Giardia lamblia, também conhecida como Giardia intestinalis ou Giardia duodenalis, habita o intestino de seres humanos e animais, podendo sobreviver durante meses no intestino sob a forma de cistos. Depois, o parasita é eliminado para o ambiente através das fezes.

A infecção por giárdia ocorre principalmente através da ingestão de água contaminada pelo parasita. A transmissão da giardíase também pode acontecer pela ingestão de alimentos contaminados ou de pessoa para pessoa, através do contato direto com as fezes de uma pessoa infectada ou relação anal sem proteção.

Giárdia

A contaminação dos alimentos geralmente ocorre ao manipular os mesmos sem antes lavar adequadamente as mãos. Porém, o calor da preparação do alimento mata a giárdia, por isso essa é uma forma de transmissão da giardíase menos frequente.

A ingestão de água contaminada também é uma forma frequente de transmissão da doença. O cloro utilizado para o tratamento da água não mata os cistos da Giardia, principalmente se a água for fria. Por isso, é fundamental filtrar ou ferver a água antes de consumi-lá.

As crianças e pessoas com HIV, AIDS ou com o sistema imunológico comprometido são as mais afetadas pela infecção por giárdia. Os grupos considerados de risco incluem as crianças, as pessoas que cuidam delas e as populações que vivem em locais sem saneamento básico.

Quais são os sintomas da infecção por giárdia?

A giardíase pode não manifestar sinais e sintomas em alguns casos. Na fase aguda, a infecção por giárdia pode causar diarreia, dores abdominais, náuseas e gases. Os sintomas da giardíase crônica incluem distensão abdominal, falta de apetite, cansaço, emagrecimento e diarreia bem líquida com odor fétido. Outro sinal da infecção por giárdia é a anemia causada pela má absorção de ferro.

Vale lembrar que, mesmo sem manifestar sinais e sintomas, a pessoa infectada pela Giardia lamblia pode transmitir o parasita pelas fezes.

Quando presentes, os sintomas costumam se manifestar depois de uma a duas semanas que ocorreu a contaminação pela giárdia. O tempo de duração dos sintomas da giardíase varia de duas a quatro semanas, podendo persistir por mais tempo ou haver recaídas.

As complicações mais frequentes da infecção por giárdia são a desidratação e a anemia. Quando acomete crianças, a giardíase pode causar ainda atraso no desenvolvimento.

Qual é o tratamento para a infecção por giárdia?

O tratamento da infecção por giárdia é feito com medicamentos específicos que matam o parasita, como tinidazol, metronidazol ou secnidazol.

A giardíase normalmente resolve-se espontaneamente depois de algumas semanas. Na ausência de sinais e sintomas, não é necessário realizar nenhum tratamento, exceto nos casos em que há risco de transmissão da giárdia.

O tratamento é realizado em pessoas que manifestam os sintomas da doença, pacientes com imunidade baixa e indivíduos infectados que não manifestam sintomas mas podem transmitir a giárdia, principalmente para gestantes.

Como prevenir a infecção por giárdia?

A prevenção da giardíase é feita principalmente pela lavagem adequada das mãos depois de ir ao banheiro e após mudar fraldas, e antes de comer ou manusear alimentos. Também deve-se beber apenas água filtrada ou fervida.

A água de piscinas pode estar contaminada, por isso deve-se ter cuidado para não beber essa água sem querer, mantendo a boca fechada.

Em lugares sem um abastecimento seguro de água, deve-se consumir água engarrafada, fervida ou filtrada, que também deve ser usada para escovar os dentes. Nesses lugares, não é recomendável usar gelo em bebidas nem comer frutas ou vegetais crus.

Uma vez que a giárdia também pode ser transmitida por relação anal sem proteção, é importante usar preservativos para prevenir não só a giardíase como também as demais doenças sexualmente transmissíveis.

Na presença de sinais e sintomas de giardíase, procure um médico de família ou um clínico geral para receber um diagnóstico e tratamento adequado.

Fiz um Raio X e apareceu uma "bola de pus" na barriga, do lado direito, pode ser apendicite?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Pode ser, embora seja esperado que um quadro de apendicite apresente outros sintomas associados, como mal-estar, falta de apetite e febre, nem sempre isso acontece, principalmente no início da doença.

O Raio X é um exame que emite radiações, as quais são melhor absorvidas por tecidos como os ossos, e menos absorvidas por tecidos moles, como músculos ou líquidos, por isso fica mais difícil o diagnóstico de abscesso, ou "bola de pus" apenas com esse exame.

Entretanto, algumas vezes, imagens como o simples Raio X, sugerem um processo infeccioso ou abscesso, e devido aos riscos conhecidos de um diagnóstico "atrasado" de apendicite, nesses casos é mandatório continuar a investigação, com avaliação médica criteriosa e se necessário, complementar com exames mais específicos.

Portanto, deve procurar uma emergência médica, para ser avaliado por cirurgião/ã geral, de preferência, e seguir suas orientações de tratamento.

Leia também:

Insuficiência hepática tem cura? Quais as possíveis complicações?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A insuficiência hepática aguda pode ter cura dependendo da causa, e da condição clínica do paciente. Pacientes com doença hepática prévia, ou muitas doenças associadas, tem uma chance menor de cura.

Entretanto, a regeneração do fígado em pacientes que desenvolvem insuficiência hepática aguda parece estar mais relacionada com a causa. Entre as causas mais comuns estão as hepatites virais e intoxicação por medicamentos, sendo o paracetamol o mais frequente.

Nos casos de hepatite tipo B, as chances de cura variam entre 40 a 50%, na tipo A, 50 a 70%. Nos casos de intoxicação por paracetamol, 50 a 55% apresentam melhora, porém, nos casos de intoxicação medicamentosa por anti-inflamatórios ou certos antibióticos, a chance de cura não ultrapassa os 25%.

Complicações da Insuficiência hepática

As complicações mais temidas e que reduzem as chance de cura do paciente são:

  • Edema cerebral (acúmulo de líquido ne cérebro)
  • Ascite (acúmulo de líquido na barriga)
  • Distúrbios da coagulação (sangramentos)
  • Insuficiência renal aguda
  • Predisposição à infecções (Pneumonia, Sepse)
  • Falência de múltiplos órgãos

O acúmulo de líquido no cérebro (edema cerebral), distúrbios na coagulação e a falência múltipla de órgãos são as principais causas de morte nos casos de insuficiência hepática.

Outras complicações

A hipoglicemia, que se caracteriza pela baixa concentração de açúcar (glicose) no sangue, pode estar presente numa quantidade significativa de casos de insuficiência hepática. Esta alteração está relacionada à deficiência de produção e liberação de glicose pelo fígado doente.

A bradicardia (frequência cardíaca baixa) e a hipotensão (pressão baixa), são complicações cardiovasculares também possíveis e temidas nesses pacientes.

O diagnóstico e tratamento da insuficiência hepática é da responsabilidade do/a médico/a hepatologista e cirurgião, quando houver necessidade de transplante hepático.

Saiba mais em:

Qual é o tratamento para insuficiência hepática?

Quais os sintomas da insuficiência hepática?

O que pode causar insuficiência hepática?

Bartolinite pode causar infertilidade?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Bartolinite não causa esterilidade. Bartolinite é a inflamação de uma ou ambas as glândulas de Bartholin, e tem cura, com um tratamento relativamente simples.

As glândulas de Bartholin são duas glândulas acessórias dos genitais externos femininos (localizadas uma de cada lado da vagina). Têm a função de lubrificar a região da vagina, principalmente durante a relação sexual.

Às vezes, a abertura de uma ou ambas estas glândulas fica obstruída, fazendo com que o líquido produzido volte para dentro da glândula. O resultado é relativamente indolor, muitas vezes sem sintomas quaisquer, e é chamado de cisto de Bartholin.

Às vezes, o líquido dentro do cisto pode ser infectado (invasão bacteriana), com formação de pus rodeado por tecido infectado e inflamado (abscesso), o que é denominado de Bartolinite aguda. Quando isso ocorre, surgem os sintomas.

A falta de lubrificação também não é causa de infertilidade. Se você está tentando engravidar há um tempo e não consegue, é importante procurar o médico ginecologista para uma avaliação juntamente com seu parceiro.

Leia mais em:

Nistatina serve para corrimento?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A nistatina pode ser usada para tratar corrimento, quando a causa é candidíase. Além do corrimento esbranquiçado e grosso, a candidíase pode causar coceira na vagina e na vulva. Esses sintomas podem piorar um pouco antes do início da menstruação.

Normalmente a nistatina é usada na forma de creme para tratar a candidíase vaginal. A aplicação do creme com nistatina deve ser intravaginal, com o aplicador que vem com o medicamento.

O aplicador deve ser preenchido com o creme como se fosse uma seringa. Depois, deve ser introduzido com delicadeza na vagina e o conteúdo aplicado lentamente (principalmente em caso de gravidez). Normalmente o procedimento deve ser realizado à noite, para que o creme tenha mais tempo para agir.

Quando o corrimento ocorre devido a outros fatores, a nistatina não funciona como tratamento. Por isso, no caso de ter corrimento, o indicado é procurar um ginecologista ou um médico de família para identificar a causa e iniciar o tratamento mais adequado.

Se quiser saber mais sobre corrimento e tratamentos, leia também:

Referências:

Nistatina creme Teuto. Bula do medicamento.

Goje O. Candidíase vaginal (infecção fúngica vaginal. Manual MSD.

Dor de barriga na gravidez, o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor de barriga na gravidez é um sintoma comum entre as gestantes, devido às mudanças hormonais desse período. Uma dessas mudanças é a lentificação do trânsito intestinal, o que facilita o acúmulo de gases, constipação e por vezes, diarreia.

O uso de vitaminas e suplementos nutricionais, utilizados para fortalecer a mãe e o bebê, podem desencadear náuseas e diarreia. Porém, são sintomas que não duram muito tempo e melhoram espontaneamente.

Já as dores de barriga associadas a febre, vômitos, sangramento ou mal-estar, sugerem uma infecção, por isso devem ser avaliadas pelo obstetra, ou num serviço de urgência, sem demora.

Causas de dor de barriga (tipo diarreia) na gravidez
  • Mudanças hormonais - Na gestação, as alterações hormonais são normais e por isso as alterações intestinais são esperadas, sem significar um problema de saúde.
  • Infecção intestinal - Dor na barriga associada a fezes líquidas ou pastosas, cólica, mal-estar e febre. Na suspeita de infecção, procure imediatamente o seu obstetra, para tratar com antibióticos e evitar complicações.
  • Uso de medicamentos - o uso de vitaminas, medicamentos ou suplementos na gestação podem ter como efeito colateral a diarreia, que dura um ou dois dias, sem mais sintomas.
Dor no pé da barriga na gravidez
  • Aumento do fluxo de sangue no útero - A dor no pé da barriga que ocorre no início da gestação, é comum e está relacionada com o aumento do fluxo sanguíneo na região pélvica, para nutrir o bebê até o final da gestação.
  • Aumento do volume uterino - Próximo do final da gestação, a dor pélvica pode ocorrer pelo aumento de tamanho do útero e do bebê. Ambas são modificações naturais do corpo da gestante, necessárias para dar continuidade à gestação.
  • Infecção urinária - A dor vem associada a ardência ao urinar, com ou sem cheiro forte. A infecção urinária aumenta o risco de complicações graves como abortamento, por isso nesse caso entre em contato com o seu obstetra, o quanto antes.
Dor do lado direito da barriga na gravidez
  • Excesso de gases - A dor localizada à direita da barriga, sem mais sintomas, geralmente ocorre pelo excesso de gases.
  • Apendicite - Dor localizada na região inferior, direita da barriga, que só piora com o passar do tempo, associada a febre, rigidez abdominal, náuseas e vômitos. Trata-se de uma urgência médica. Na suspeita de apendicite, procure imediatamente o seu obstetra ou um serviço de emergência.
Dor do lado esquerdo da barriga na gravidez
  • Excesso de gases - Assim como a dor à direita, a dor à esquerda sem mais sintomas, tem maior relação com excesso de gases ou constipação.

A alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas, ajuda na digestão e evita o acúmulo excessivo dos gases.

Dor na parte de cima da barriga na gravidez
  • Azia, gastrite e refluxo gástrico - A dor localizada na parte superior da barriga e mais central, chamada de "boca do estômago", é frequente entre as grávidas, devido às mudanças hormonais, o aumento da produção do ácido gástrico e as mudanças anatômicas dessa fase, como a redução do estômago devido a compressão pelo tamanho do bebê, especialmente no último trimestre da gravidez.

Para aliviar os sintomas de azia e refluxo, a gestante deve se alimentar com mais frequência e em menor quantidade, manter uma boa hidratação para repor os líquidos que estão sendo perdidos e frituras, doces e alimentos gordurosos.

É normal ter dor na barriga na gravidez?

Pode ser normal, desde que não venha associado a outros sintomas. Na dúvida, entre em contato com o obstetra e informe sobre os sintomas que surgiram.

Conheça mais sobre o assunto nos artigos abaixo:

Dor no estômago na gravidez é normal?

Referências:

G.C.F. et al. Gastrointestinal diseases during pregnancy: what does the gastroenterologist need to know?. Annals of Gastroenterology, 31(4): 385-394, 2018.

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO.

O remédio Belisato de Anlodipino é para tratamento de pressão alta?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, o Besilato de Anlodipino é um fármaco da classe dos bloqueadores do canal de cálcio, comumente utilizado no tratamento da hipertensão arterial (pressão alta). Pode ser utilizado de maneira isolada ou associado a outra medicamento anti-hipertensivo, como a losartana.

Apresenta alta eficácia no controle da pressão alta, por isso está entre os medicamentos considerados de primeira linha, ou seja, medicamentos que costumam ser a primeira escolha do médico no início do tratamento pelo fato de serem mais eficazes, principalmente quando indicada no tratamento de hipertensão em grupos de idoso ou negros. 

Leia também: Pode tomar Losartana Potássica com Besilato de Anlodipino?

O Anlodipino também é comumente utilizada no tratamento da angina estável, que é um quadro de dor no peito de origem coronariana, principalmente, em conjunto com medicamentos da classe dos beta-bloqueadores. 

É importante lembrar que o Besilato de Anlodipino é um fármaco que o uso está recomendado apenas sobre prescrição médica. Portanto, caso precise de mais informações consulte o seu médico de família ou clínico geral.

Pode também ser do seu interesse:

Quais os sintomas da pressão alta?

Qual o tratamento e prevenção para hipertensão arterial?

Crise de ansiedade: o que é, como identificar os sintomas e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A crise de ansiedade é uma situação incontrolável de medo, sensação de morte e falta de ar, que começa subitamente, após um forte aborrecimento ou estresse. Podem haver ainda mais sintomas como palpitação, "bolo na garganta", dormências, entre outros.

Quais são os principais sintomas de crise de ansiedade?

Os principais sintomas encontrados na crise de ansiedade, podem se dividir em sintomas mentais e sintomas físicos. Os sintomas mentais não podem ser vistos, por isso são menos valorizados, porém causam tanto ou mais mal-estar para a pessoa.

Sintomas mentais

Os sintomas mentais ou psicológicos de uma crise de ansiedade incluem sensação de sufocamento ou falta de ar; dificuldade em engolir ("sensação de bolo na garganta"); formigamento no corpo, principalmente nas mãos; dormência no rosto, braços, e pernas); desmaio ou sensação de desmaio; tontura; dor no estômago; náuseas; medos e sensação de morte.

Sintomas físicos

Durante uma crise de ansiedade podem ocorrer sintomas físicos como tremores; tensão muscular; pele fria e pálida; suor frio; boca seca; palpitação, "coração disparado"; aumento da pressão arterial; diarreia e aumento da frequência urinária.

Como saber se o que tenho é uma crise de ansiedade?

Nem sempre é fácil diagnosticar uma crise de ansiedade. Contudo, podemos dizer que as caraterísticas típicas da crise são:

  • Sintomas típicos: medo incontrolável, dor no peito, falta de ar, tontura, suor frio, dormência, tensão muscular e sensação de morte iminente;
  • Dura em média 10 a 15 minutos, com melhora dos sintomas após esse período;
  • Costuma ter história de aborrecimento e estresse forte antes do início da crise.
O que fazer diante de uma crise de ansiedade?

É preciso pedir ajuda e tentar controlar a sua respiração. Respirar fundo e buscar pensamentos bons, ouvir música agradável e se movimentar, caminhar ou falar com pessoas também favorece a melhora dos sintomas desagradáveis.

A meditação, yoga, para quem já pratica é outra maneira eficaz de aliviar mais rapidamente a crise.

Pessoas que já têm diagnóstico de ansiedade ou pânico não devem temer os sintomas, pois a crise tem um tempo limitado de duração e não causa maiores danos.

Contudo, se a pessoa ainda não tem diagnóstico de ansiedade, será preciso descartar outras doenças e situações de saúde, como os problemas cardíacos, doenças na tireoide ou carência de vitaminas.

O que fazer para ajudar uma pessoa durante uma crise de ansiedade? 1. Conheça um pouco sobre crise de ansiedade

É importante que você que está perto de uma pessoa em crise de ansiedade saiba que a crise chega ao seu pico em 10 minutos e que não dura mais do que 30 minutos. Além disso, os primeiros minutos da crise são os piores momentos, pois os sintomas se apresentam com maior intensidade. A medida em que o tempo vai passando os sintomas reduzem até que passam completamente.

2. Mantenha a calma

Mantenha-se calmo para ajudar a pessoa em crise. A calma transmite segurança para o paciente e a certeza de que a crise passará. Não tente resolver a crise rapidamente, pois não há meios para tal. Ao contrário, tentar fazer com que a crise passe rápido aumenta a ansiedade da pessoa em crise.

3. Evite perguntar sobre os sintomas

Evite perguntar o que a pessoa está sentindo, uma vez que toda a atenção do paciente está nos sintomas e percebe que não consegue controlar. Insistir nas perguntas pode prolongar a crise.

4. Ajude a redirecionar a atenção para a respiração

Ajude a redirecionar lentamente a atenção da pessoa em crise para a própria respiração. Você pode respirar de forma lenta junto com ela, contando 2 tempos em cada inspiração e 2 tempos a cada expiração. O foco na respiração é a medida mais eficaz para aliviar a ansiedade durante a crise.

5. Evite justificativas racionais no momento da crise

Evite buscar motivos racionais durante a crise para que a pessoa não se sinta ainda mais ansiosa. Não faça afirmações como “você está seguro” ou “você não tem motivos para estar ansioso”. As crises de ansiedade e os seus sintomas são incontroláveis.

6. Tratamento das crises de ansiedade

Não existe tratamento para as crises de ansiedade. É preciso, quando ocorrer a primeira crise, buscar um médico para realizar uma avaliação do estado mental e um exame físico e laboratoriais para diagnosticar possíveis distúrbios cardíacos, de tireoide ou alterações nos níveis de algumas vitaminas.

Quando o diagnóstico do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) ou Síndrome do Pânico for definido, os tratamentos específicos para cada caso serão estabelecidos pelo médico.

Crise de ansiedade tem cura?

Sim, a crise tem cura. A crise acaba por se resolver espontaneamente após os 10 ou 15 minutos.Para evitar novas crises, será preciso confirmar o diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), para dar início ao seu tratamento específico.

Se você segue os tratamentos corretamente e conhece os fatores que disparam as crises, estas se tornam menos frequentes.

Em caso de angústia e transtorno mental, procure ajuda em um serviço de saúde mental especializado como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou diretamente com um/a psiquiatra e psicólogo.

Entenda mais um pouco sobre o Transtorno de ansiedade generalizada no artigo: Transtorno de ansiedade generalizada tem cura? Qual é o tratamento?

Referências

González,M.G.;Martín,P.F. Protocol diagnosis and treatment of anxiety disorder. Medicine: Programa de Formación Médica Continuada Acreditado,v.12 ,n.84, p. 4957-4961,2019.

Marrero,R.R.; DelRivero,E.P.F. Transtornos de ansiedad. Medicine: Programa de Formación Médica Continuada Acreditado,v.12 ,n.84, p. 4911-491,2019.

Herpes Labial: 3 principais sintomas que você não pode ignorar
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas mais comuns do herpes labial são o formigamento, ou coceira nos lábios, e a presença de bolhas nesta região, quase sempre acompanhados de dor e ardor.

Embora seja menos frequente, a infecção por herpes pode afetar também as gengivas, a língua, o "céu da boca", parte interna das bochechas, regiões da face e pescoço.

1. Formigamento ou coceira

O desconforto causado pelo formigamento na região dos lábios ou em torno da boca, são sintomas iniciais da doença e, geralmente, ocorrem antes que as feridas e bolhas apareçam.

Os sintomas podem vir acompanhados de mal-estar, febre, dor de cabeça e dores no corpo.

2. Bolhas e/ou feridas na boca Herpes labial: bolhas agrupadas no lábio superior.

As bolhas típicas do herpes, são aglomerdas, cheias de líquido e aparecem nos lábios e em volta da boca. Quando as bolhas se rompem liberam o líquido que é altamente contagioso. Por este motivo, para evitar transmitir herpes para outras pessoas, você deve separar copos, talheres e toalhas para seu uso, individual.

Estas lesões levam de 7 e 10 dias para cicatrizar, especialmente quando não tratadas. Nesta fase a pessoa apresenta muita dificuldade de comer e beber líquidos, porque o contato piora os sintomas de dor e ardência local.

3. Dor e ardor

A bolhas provocadas pelo herpes labial provocam dor intensa e ardência, que podem ser aliviados com compressas geladas ou analgésicos.

Herpes labial tem cura?

Não. Não há cura para a infecção causada pelo herpes labial. Mesmo após o tratamento e desaparecimento das lesões com pomadas labiais ou medicamentos antivirais (aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir), o vírus permanece adormecido no organismo, o chamado estado de latência, e pode retornar a qualquer momento.

Entretanto, alguns cuidados podem evitar futuras crises:

  • Usar filtro solar ou protetor labial que contenha óxido de zinco,
  • Usar hidratantes labiais para evitar o ressecamento dos lábios,
  • Evitar exposição solar e
  • Reduzir estresse e ansiedade.
O que é herpes labial?

O herpes labial é uma doença contagiosa provocada pelo vírus herpes simples tipo-1. Geralmente, a primeira infecção causa o surgimento de feridas (ulcerações) dolorosas dentro da boca chamada de gengivoestomatite herpética, muito comuns nas crianças.

Complicações do herpes labial

Quando não tratado adequadamente, o herpes labial pode apresentar complicações sérias que incluem:

  • Crises repetidas de herpes durante o ano (herpes labial recorrente);
  • Infecções em outras regiões da pele,
  • Disseminação do herpes para outras áreas do corpo como, por exemplo, os olhos,
  • Cegueira: nos casos em que o herpes atinge os olhos e não é efetuado nenhum tratamento e
  • Infecção generalizada (sepse): esta complicação é mais frequente em pessoas com imunidade comprometida, como portadores de HIV ou câncer.

Ao perceber os sintomas de herpes labial, você deve procurar um médico de família ou clínico geral. Estes profissionais orientarão o melhor tratamento a ser feito para aliviar os sintomas e acelerar a cicatrização.

Se você quer saber mais sobre herpes labial e o seu tratamento, leia:

Herpes labial: o que é, quais as causas, sintomas e tratamento?

Herpes labial: 4 formas de tratar

Referências

  • Johnston, C.; Hirsch, M.S.; Mitty, J. Epidemiology, clinical manifestations, and diagnosis of herpes simplex virus type 1 infection, 2020. UpToDate.
  • Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral.
  • Sociedade Brasileira de Infectologia.
Tenho muita dor de cabeça entre os olhos, qual médico ir?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Pode procurar o otorrinolaringologista, conforme indicado pelo oftalmologista, provavelmente encontrou alguma alteração no seu exame que sugeriu um problema dessa área, como por exemplo uma sinusite, e por isso o indicou.

No entanto, também pode procurar um médico clínico geral ou médico de família, ambos são capacitados para diagnosticar e tratar um caso de sinusite. Assim como são capazes de identificar e tratar outras causas comuns de dores de cabeça.

Após avaliação, se entenderem necessário, será orientado a procurar um especialista.

Causas de dores de cabeça

Dentre causas comuns de dores de cabeça, temos:

  • Distúrbios visuais (miopia, astigmatismo, entre outros);
  • Uso irregular de óculos;
  • Enxaqueca;
  • Sinusite;
  • Alergias respiratórias;
  • Pressão arterial elevada;
  • Estresse, ansiedade.

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Como diagnosticar uma dor de cabeça?

Para o diagnóstico correto de uma dor de cabeça, é preciso colher uma história detalhada dessa queixa, como o tempo de início da dor, as suas características, doenças associadas, uso de medicamentos, entre outros. Chamamos a história clínica de anamnese, e uma boa anamnese corresponde a 70% do diagnóstico.

Após a anamnese, o exame físico deve ser o próximo passo. Quando o médico examina o paciente, consegue encontrar ou descartar alterações nos sistemas avaliados.

Por fim, munido de suas suspeitas diagnósticas, o médico poderá solicitar os exames que complementam, confirmando ou excluindo as suas suspeitas.

O tratamento será baseado no diagnóstico definitivo.

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