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Piercing: remédios para cicatrização, inflamação e infecção
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Como para a colocação do piercing é feito um furo em algum lugar do corpo, o uso de pomadas ou outros medicamentos pode ser necessário. Você pode optar por usar produtos para manter a pele saudável e hidratada, que ajudam na cicatrização.

Quando perceber que está inflamado (dor, inchaço, vermelhidão e calor no local), pode ser necessário o uso de um produto anti-inflamatório. Nestes casos, são normalmente usadas pomadas com corticoides.

Medicamentos com antibióticos podem ser necessários nos casos de infecção. Veja as opções de produtos para cada caso:

3 opções para cicatrização do local do piercing

O uso de pomadas, loções, cremes ou soluções cicatrizantes pode ajudar a acelerar o processo de regeneração, aliviando a coceira e prevenindo infecções. Não se esqueça de lavar as mãos e o local antes de aplicar o produto. Algumas opções são:

1. Bepantol® Baby / Derma Creme Multirrestaurador

O principal componente é a pró-vitamina B5 (dexpantenol) que é um eficiente agente de hidratação e auxilia na restauração natural da pele. Pode ser aplicado inclusive em regiões mais delicadas como os lábios, nariz, mamilos e genitais. O uso é indicado de 1 a 3 vezes ao dia ou conforme orientação médica.

2. Bepantol Sensicalm®

É o mais indicado para quem tem a pele seca, sensível e fácil de irritar. Ele hidrata e estimula a proteção da pele pelos microorganismos benéficos. Pode ser usado da mesma forma que o Bepantol.

3. Dersani Original®

Ela é uma loção oleosa à base de ácidos graxos e vitaminas A e E. A loção pode ser aplicada na pele a cada 12 horas, diretamente sobre o furo. É uma opção no caso de já ter em casa, pois é utilizado para auxiliar no processo de cicatrização de feridas mais graves.

Se tiver outro produto em casa que já tenha sido utilizado para o mesmo propósito (Saf Gel®, por exemplo), pode utilizá-lo. Verifique como usar na bula e não se esqueça de se certificar de que ainda está na validade. No caso do Saf Gel®, ele pode ser usado por até 28 dias após a abertura.

Cuidados especiais para o piercing na boca e língua

O uso de enxaguatórios bucais (como Listerine®) é recomendado para evitar infecção dos piercings feitos na boca e na língua.

No caso especial de inflamação em piercings feitos na boca, pode ser utilizada uma preparação de triancinolona acetonida em orabase (Omcilon®-A Orabase). É um medicamento anti-inflamatório para uso na parte interna da boca. Ele adere ao local, formando uma cobertura protetora que reduz a dor e faz com que o medicamento tenha tempo de agir.

Aplique uma pequena quantidade do medicamento no local inflamado, sem esfregar. Espere que seque e forme a película (a área ficará lisa e escorregadia). A aplicação deve ser feita preferencialmente antes de dormir e após as refeições e escovação dos dentes. É usado de 2 a 3 vezes ao dia, dependendo dos sintomas.

O medicamento só pode ser usado quando não houver infecção. Em caso de infecção ou se não perceber melhora após 7 dias de uso, consulte seu médico. Não deve ser usado por pessoas alérgicas aos componentes, por diabéticos e por mulheres grávidas.

Para inflamação e infecção devido ao piercing

Nos casos em que houver inflamação (inchaço, vermelhidão e dor) e infecção (pus) no local onde o piercing foi feito, é necessário o tratamento com pomadas ou cremes aplicados no local. Algumas vezes podam ser necessário também tomar antibióticos. Exemplos dos produtos que podem ser indicados para uso no local são:

1. Sulfato de neomicina / bacitracina zíncica (Nebacetin®)

É usada para tratar infecções de pele e de mucosas. Ela contém dois antibióticos que juntos inibem o crescimento de vários tipos de bactérias que costumam causar infecções nestes locais.

Após lavar as mãos e o local com água e sabão e secá-los, aplique uma camada fina da pomada no local. Repita a aplicação de 2 a 5 vezes ao dia. Mantenha o tratamento por até 3 dias, quando já deverá ser possível perceber a melhora dos sinais da infecção.

Não deve ser usada por quem tem alergia à neomicina, insuficiência renal, problemas de audição ou labirintite, próximo aos olhos, por quem está grávida ou amamentando.

2. Dipropionato de betametasona / sulfato de gentamicina (Trok-G®)

Contém um antibiótico e um anti-inflamatório corticoide em sua composição. Outra opção com composição muito semelhante é a Diprogenta®. São recomendadas quando o médico precisa de um medicamento para combater a infecção e a inflamação.

Pode ser aplicada 2 vezes ao dia (a cada 12 horas), após lavar o local com água e sabão. Não deve ser usada por quem tem alergia à betametasona ou à gentamicina, insuficiência renal, problemas de audição ou labirintite, próximo aos olhos, por quem está grávida ou amamentando.

A duração do tratamento indicada pelo médico deve ser respeitada para diminuir o risco de desenvolvimento de micoses no local.

3. Mupirocina (Bactroban®)

Pode ser indicada pelo médico para o tratamento de infecções causadas por piercings no nariz. Contém o antibiótico mupirocina. Siga o que está indicado na prescrição médica para saber como usar.

Não deve ser usado no interior do nariz, por pessoas alérgicas à mupirocina, mulheres grávidas ou amamentando. O medicamento deve ser usado com precaução se você tem problemas nos rins.

Cuidados durante o tratamento com antibióticos tópicos

Lave as mãos antes e após usar os medicamentos.

Quando o médico não especificou na receita, a escolha entre pomada ou creme deve ser feita segundo as características do local a ser tratado. Quando houver crosta, descamação ou o local estiver ressecado, usar pomada. Se houver secreção, usar o creme.

Passe a pomada no horário certo para garantir o efeito do produto.

Dependendo da reação do organismo, do local onde o piercing foi feito e da gravidade da infecção, pode ser necessário prolongar o tratamento. Mantenha seu médico informado caso não observe melhora dentro de 3 a 5 dias após o início do tratamento.

O médico também deve ser informado no caso de você perceber que o medicamento está causando irritação no local da aplicação.

Cuidados essenciais

A pele bem hidratada e saudável cicatriza mais rapidamente. Mantenha limpo o local onde o piercing foi feito para ajudar na cicatrização do furo e evitar inflamação e infecção. Para isso, lavá-lo com água e sabão e mexer nele com as mãos limpas é o suficiente.

Piercings na cartilagem superior da orelha, umbigo, mamilos e genitais muitas vezes demoram mais para cicatrizar. Por isso, nestes casos os cuidados devem ser mantidos por mais tempo.

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Referências:

Donna I Meltzer. Complications of body piercing. Am Fam Physician. 2005; 72(10): 2029-34.

A Paul Kelly. Medical and surgical therapies for keloids. Dermatol Ther. 2004; 17(2): 212-8.

Unha inflamada: o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Unha inflamada é uma condição chamada paroníquia. Trata-se de uma infecção de pele que ocorre ao redor das unhas, deixando a unha infeccionada e o dedo inflamado. A paroníquia ocorre devido a uma lesão no dedo ou na unha, como por exemplo, morder o canto dos dedos, “cutucar” a unha ou ainda tirar a cutícula. A unha pode ficar inflamada devido a uma infecção causada por bactérias ou fungos.

A paroníquia causada por fungos pode ocorrer em pessoas que têm uma infecção fúngica na unha, diabetes ou que deixam as mãos muito expostas à água.

Como saber se uma unha está inflamada? Quais os sintomas?

Quando a unha inflamada é causada por infecção bacteriana, os sintomas surgem repentinamente. Se a infecção é devida a um fungo, os sintomas se manifestam mais lentamente.

A área ao redor da unha infeccionada fica dolorosa, vermelha e inchada. A inflamação geralmente ocorre na região da cutícula, no canto da unha ou em outra parte do dedo que sofreu alguma lesão.

O dedo inflamado pode apresentar bolhas cheias de pus, especialmente quando a unha está infeccionada com bactérias. Também podem ocorrer alterações na unha, que pode ficar descolada, deformada ou adquirir uma outra cor.

Se a infecção na unha ou no dedo se espalhar para o resto do corpo, os sintomas podem incluir febre, calafrios, riscos vermelhos na pele, sensação de mal-estar, dor nas articulações e dor muscular.

Para identificar o fungo ou a bactéria responsável pela inflamação na unha, o pus ou o fluido que sai do local pode ser drenado e enviado para um laboratório para determinar que tipo de bactéria ou fungo está deixando a unha infeccionada e o dedo inflamado.

O que fazer em caso de unha inflamada?

Se a unha inflamada estiver infeccionada com bactérias, recomenda-se mergulhar a unha em água morna, durante 15 a 20 minutos, 2 ou 3 vezes ao dia, para ajudar a reduzir a dor e a inflamação.

Nos casos mais graves de unha e dedo inflamados, pode ser necessário fazer um pequeno corte para drenar o pus. Também pode ser necessário retirar uma parte da unha infeccionada.

O remédio usado para tratar unha inflamada depende da causa da infecção. Para infecções bacterianas, são indicados antibióticos. Quando a paroníquia é causada por infecção fúngica, o tratamento é feito com remédio antifúngico. Também podem ser indicados medicamentos tópicos, para serem aplicados diretamente na unha infeccionada.

Além dos medicamentos, é importante ter alguns cuidados durante o tratamento de uma unha infeccionada, que também ajudam a prevenir novas inflamações na unha ou no dedo:

  • Cuide bem das unhas e da pele ao redor;
  • Evite qualquer dano às unhas ou nas pontas dos dedos. Como as unhas crescem lentamente, uma lesão pode durar meses;
  • Não morda nem cutuque as unhas ou os cantos dos dedos;
  • Proteja as unhas da exposição a detergentes e produtos químicos usando luvas de proteção de borracha ou plástico;
  • Não tire as cutículas enquanto a unha estiver inflamada.

Para minimizar o risco de danos na unha e prevenir novas infecções:

  • Mantenha as unhas suavemente aparadas, cortando-as semanalmente;
  • Corte as unhas dos pés uma vez por mês;
  • Quando tratar das unhas dos pés e das mãos, use tesouras afiadas, cortadores de unhas ou uma lixa para suavizar os cantos das unhas;
  • Corte as unhas após o banho, pois estão mais amolecidas;
  • Apare as unhas mantendo os cantos ligeiramente arredondados;
  • Corte as unhas dos pés em linha reta e não muito curtas;
  • Não corte as cutículas nem use removedores de cutículas. Isso pode danificar a pele ao redor da unha. Tirar a cutícula causa danos à pele, permitindo a entrada de bactérias que podem causar uma infecção.

Em geral, não é difícil curar a unha inflamada, uma vez que a paroníquia responde bem ao tratamento. Contudo, as infecções causadas por fungos podem durar vários meses.

A inflamação na unha normalmente não traz complicações. Quando ocorrem, podem incluir formação de abscesso, alterações permanentes na forma da unha e propagação da infecção para tendões, ossos e circulação sanguínea.

O médico dermatologista, clínico geral ou médico de família são especialistas indicados para diagnosticar e tratar unha inflamada ou infeccionada.

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Referência

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O que é colpite e o que pode causar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Colpite é uma inflamação da mucosa que recobre o colo do útero e as paredes internas da vagina. Ela pode ser assintomática (sem sintomas) ou apresentar corrimento vaginal, odor, coceira e ardência.

A colpite pode ser causada por bactérias (Gardnerella vaginalis) - colpite bacteriana, fungos (Candida albicans) e protozoários (Trichomonas vaginalis), muitas vezes transmitidos através de relações sexuais sem preservativo.

A candidíase vulvovaginal é a principal causa de colpite causada por fungos. Estima-se que até 75% das mulheres tem pelo menos um caso de candidíase ao longo da vida. Os principais fatores de risco para desenvolver esse tipo de colpite incluem gravidez, uso de anticoncepcional hormonal, diabetes, uso de antibióticos e imunidade baixa.

Existe uma colpite bacteriana, denominada colpite inespecífica, mais comum na infância, cuja principal causa é a bactéria E. coli proveniente do intestino.

Que complicações a colpite pode causar?

Em caso de ausência de tratamento ou tratamento inadequado, a colpite pode causar endometriose, doença pélvica inflamatória (DIP), dor pélvica, infertilidade, gravidez ectópica ou problemas fetais caso ocorra durante a gestação.

Quais os sinais e sintomas de colpite?

A colpite pode não manifestar sintomas. Em outros casos, os sinais e sintomas podem incluir presença de corrimento vaginal branco e leitoso, esverdeado, marrom ou amarelado com odor desagradável, coceira e ardência na vagina.

A colpite bacteriana caracteriza-se pelo aparecimento de corrimento vaginal com cheiro desagradável, por vezes purulento, sangramento, coceira na vagina, inchaço e vermelhidão na vulva, dificuldade ou dor para urinar e dor durante as relações sexuais.

A colpite fúngica e parasitária provocam coceira vaginal, corrimento branco ou amarelado sem cheiro, queimação, ardência, dor ou desconforto para urinar, vontade urgente de urinar, inchaço na vulva e vermelhidão da mucosa vaginal.

Quais os tipos de colpite e como identificar?Colpite difusa

Caracteriza-se por pontilhado vermelho fino que cobre toda a mucosa vaginal e o colo uterino. Quanto maior o número de pontilhados, mais intensa e mais grave é a infecção.

Colpite focal

Provoca o aparecimento de pequenas áreas vermelhas arredondadas ou ovais, separadas do resto da mucosa, normalmente associada à colpite difusa.

Colpite aguda

Leva ao aparecimento de pontilhado vermelho com mucosa edemaciada (inchada).

Colpite crônica

Caracteriza-se por um pontilhado branco ao lado do vermelho.

Colpite por Trichomonas

É uma colpite difusa caracterizada por conteúdo vaginal esverdeado com bolhas gasosas.

Colpite por Candida

Colpite difusa ao lado de placas brancas.

Qual é o tratamento para colpite?

O tratamento da colpite é feito com administração de medicamentos orais e aplicação de cremes e pomadas vaginais. O tipo de medicação varia conforme o agente causador. A colpite bacteriana é tratada com antibióticos, a fúngica com antifúngicos e a parasitária com antibióticos e medicamento específico para o tipo de parasita.

A colpite é diagnosticada através do exame clínico e do exame preventivo. Esses exames devem ser realizados frequentemente por todas as mulheres sexualmente ativas. Caso você apresente algum sintoma de colpite, procure um/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral.

Para saber mais sobre colpite, você pode ler:

O que é e como tratar a colpite difusa? Tem cura?

Colpite tem cura? Qual o tratamento?

Referências

Centers for Disease Control and Prevention. CDC. Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2019. UpToDate®

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia. Guidelines Manual in the lower genital tract and colposcopy. FEBRASGO, 2018.

Primo, W.Q.S.P.; Corrêa, F.J.S.; Brasileiro, J.P.B. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. SBGO, 2017.

O teste de gravidez de farmácia pode dar falso negativo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. O teste de gravidez de farmácia pode dar falso negativo.

Falso negativo significa que o resultado do exame foi negativo, mas a mulher está grávida. Isso pode acontecer com o teste de gravidez de farmácia, principalmente nas primeiras semanas de gravidez quando o nível de hormônio beta hCG ainda não é detectável na urina.

O teste de gravidez pode dar errado?

O teste de farmácia pode dar errado, principalmente, quando é feito antes dos 8 dias de gravidez.

É com oito dias de fecundação que os níveis de beta hCG começam a subir, exatamente após a implantação do ovo (a união do espermatozoide com o óvulo) dentro do útero. Qualquer exame feito em uma fase anterior a esse momento resultará em um falso negativo. Isto acontece porque nesse caso ainda não houve tempo do hormônio ser produzido em quantidade suficiente para ser detectado no sangue. Nessas situações, o recomendável é aguardar alguns dias e repetir o teste ou então realizar o teste Beta hCG de sangue ou urina no laboratório.

Qual o melhor momento para fazer o teste de farmácia?

O ideal é que você realize o teste de gravidez de farmácia com, pelo menos, 8 dias de atraso menstrual e, de preferência com a primeira urina do dia. Isto porque somente a partir da segunda semana é possível detectar o hormônio da gravidez (Beta-HCG) na urina.

Além disso, é importante também que você siga as indicações do fabricante.

Entre o 12º e o 15º dia de atraso menstrual você pode fazer o exame de sangue, chamado de Beta HCG, para confirmar a gravidez. Este exame é mais preciso que os testes de urina de farmácia.

Leia também:

Referência

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Ovo faz mal ao fígado?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não, o ovo não faz mal ao fígado pois é um alimento de fácil digestão. O que pode prejudicar o fígado é o modo de preparar o ovo. Se for feito com muito óleo e gorduras, o alimento pode tornar-se indigesto. O ideal é consumir os ovos cozidos.

Porém, se a pessoa tiver algum problema na vesícula biliar, como pedras ou vesícula preguiçosa, a ingestão de ovo pode provocar mal-estar, náuseas e dores no lado direito do abdômen, próximo às costelas.

Isso acontece porque a gema do ovo tem gorduras e estimula a contração da vesícula biliar, que liberta substâncias importantes para a digestão de alguns tipos de alimentos. Essa contração, na presença de pedras dentro da vesícula, pode provocar dor.

Comer ovo pode aumentar o colesterol?

O aumento do colesterol no sangue devido à ingestão do ovo depende da capacidade do organismo de absorver esse colesterol, o que varia de pessoa para pessoa. O ovo contém na sua gema cerca de 50 a 250 mg de colesterol, dependendo do seu tamanho, sendo que o consumo diário de colesterol não deve ultrapassar os 300 mg.

Porém, a grande maioria da população é pouco sensível ao colesterol presente nos alimentos, como os ovos. Por isso, o consumo de ovos tem muito pouca influência no aumento dos níveis de colesterol no sangue.

Quais são os benefícios do ovo?

O ovo é um alimento rico em nutrientes como riboflavina, selênio, colina, proteínas de alta qualidade (presentes na clara do ovo), vitaminas A, D,E, K e B12, sais minerais e gorduras poli-insaturadas, que são boas para o organismo, além de ser rico em colesterol.

Caso você tenha algum problema de má digestão após comer ovos, você pode marcar uma consulta médica com o/a médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista para uma avaliação mais detalhada.

Uma avaliação com nutricionista também pode ser necessário para orientar a melhor forma de utilizar o ovo na dieta de acordo com as necessidades de cada pessoa. Além disso, uma dieta equilibrada contendo uma diversidade nos alimentos é fundamental para o bem-estar da pessoa.

O que fazer em caso de plaquetas baixas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A plaquetopenia, como chamamos as plaquetas baixas no sangue, devem ser tratadas conforme a sua causa. Situações como a gravidez, ou durante uma virose, a queda das plaquetas são temporários, por isso não existe um tratamento específico, mas devem seguir orientações, como evitar traumas e aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina K.

Entretanto, nos casos graves, pode ser preciso uma transfusão de plaquetas de urgência. Importante frisar ainda, que existem indivíduos saudáveis, que apresentam níveis discretamente baixos de plaquetas (usualmente próximos a 100.000/mm³), sem causar prejuízo à sua saúde. Nestes casos, nada deve ser feito, além de acompanhar com exames periódicos.

O hematologista é o médico capacitado para identificar a doença a ser tratada, dar início ao tratamento mais adequado e demais recomendações nos casos de plaquetopenia. Entenda um pouco mais cada etapa deste tratamento, a seguir.

1. Identificar a causa

Essa etapa é a mais importante, porque enquanto houver uma doença impedindo a formação ou destruindo as plaquetas existentes, a doença não será controlada.

2. Transfusão de plaquetas

Nos casos mais graves, de sangramento abundante e risco de vida, será indicado transfusão de plaquetas, que duram em média 3 dias. Havendo necessidade, a transfusão poderá ser repetida.

3. Medicamentos
  • Corticoides — são utilizados para aumentar a contagem de plaquetas, mas também com duração reduzida, geralmente indicado no tratamento da Púrpura Trombocitopênica Idiopática ou PTI;
  • Azatioprina — imunossupressor, diminui a produção de anticorpos pelo organismo sendo utilizado também nos casos de PTI;
  • Imunoglobulina endovenosa — indicada em situações de maior gravidade, como PTI refratária, infecção generalizada.
4. Alimentação

Não existem alimentos que aumentem a quantidade de plaquetas no sangue, entretanto, alimentos ricos em vitamina K são essenciais para a formação de fatores de coagulação, que contribuem para o controle de sangramento. Portanto, nesse caso, o consumo de alimentos ricos nessa vitamina pode ser benéfico.

Alimentos ricos em vitamina K: vegetais verde-escuros, como espinafre, couve, acelga, brócolis, agrião, ainda, fígado e ovos.

5. Cuidados gerais Escovar os dentes com cuidado

Usar escovas de dentes macias, adequadas e evitar movimentos grosseiros durante a escovação, além de não usar fio dental, são recomendações úteis para evitar sangramento oral.

Evitar bebidas alcoólicas e medicamentos sem orientação médica

As bebidas alcoólicas e medicamentos que interferem na coagulação, como anticoagulantes, anti-inflamatórios e alguns analgésicos, devem ser evitados, para não comprometer ainda mais a coagulação.

Evitar atividades físicas e atividades de lazer perigosas

Situações perigosas como atividades físicas de autodefesa, artes marciais, bicicleta ou alpinismo, devem ser desencorajadas, enquanto o problema não é resolvido, devido ao risco de ferimentos que exijam uma coagulação adequada.

Atenção com objetos cortantes

Ter atenção redobrada quando manusear objetos cortantes, como faca, tesoura ou lâminas.

Comprimir os ferimentos

Caso ocorra um corte ou ferimento com sangramento, é importante fazer uma compressão do local, por tempo prolongado, para auxiliar nessa coagulação e reduzir a perda de sangue.

Nos casos de cortes profundos ou sangramento volumoso, procure imediatamente um serviço de urgência, para evitar complicações mais graves.

O que é plaquetopenia, ou trombocitopenia?

Trombocitopenia ou plaquetopenia, é o nome dado ao caso de plaquetas baixas no sangue. O valor normal, com pequenas variações entre laboratórios, é de 150.000 a 400.000 plaquetas por mm³. Valores abaixo de 150.000 é considerado plaquetopenia ou trombocitopenia.

As plaquetas são células do sangue, que participam ativamente da coagulação. Portanto, valores abaixo de 150.000/mm³, aumentam o risco de sangramento. Por isso a necessidade de investigar a causar, iniciar quanto antes o seu tratamento, para evitar complicações maiores.

As principais complicações são os sangramentos gástricos e intra cerebrais (AVC hemorrágico).

Causas de plaquetopenia

A diminuição das plaquetas no sangue podem ser causadas de 2 formas, pela diminuição da sua produção, nas doenças da medula óssea, local onde as plaquetas são produzidas, ou pela destruição mais rápida das células existentes, como nos casos de viroses, doenças autoimunes, tratamento quimioterápico ou medicamentos.

As causas mais comuns são: trombocitopênica imune (PTI), infecções virais e bacterianas, uso de certos medicamentos, gravidez, doença do fígado, doenças do baço e doenças da medula óssea (órgão responsável pela sua produção).

Para cada uma das situações, existe um tratamento específico a ser indicado. O hematologista é o responsável por essa avaliação e tratamento.

Sintomas de plaquetopenia

Os sintomas de plaquetopenia, na maioria das vezes, aparecem apenas nos casos mais graves, quando as plaquetas estão abaixo de 50.000/mm³, como:

  • Petéquias (pequenos pontinhos avermelhados no corpo);
  • Sangramento gengival ao escovar os dentes ou passar fio dental;
  • Sangramento vaginal abundante ou fora do período menstrual;
  • Sangramento na urina ou nas fezes;
  • Sangramento espontâneo pelo nariz e
  • Dificuldade de coagulação em pequenos ferimentos.

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Referência:

ABHH - Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular.

Sinto coração acelerado e falta de ar, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Coração acelerado e falta de ar, sem motivo aparente, podem ser sintomas de doenças cardíacas ou respiratórias, como arritmia, insuficiência cardíaca, bronquite, asma, entre outras. Contudo, o aumento da frequência cardíaca e a falta de ar podem ter diversas causas e nem sempre indicam a presença de alguma doença ou problema de saúde.

O coração pode bater mais acelerado devido ao estresse, ansiedade, emoções fortes, uso de medicamentos, consumo de bebidas alcoólicas ou estimulantes, fumo, desidratação, exercício físico, entre outras situações. 

Já a falta de ar pode ser decorrente de ansiedade, angústia, síndrome do pânico, falta de condicionamento físico ou ainda fraqueza muscular.

No entanto, existem várias doenças e condições que podem causar aumento da frequência cardíaca (taquicardia), tais como arritmias, fatores genéticos, desidratação, falta de açúcar no sangue (hipoglicemia), febre, anemia, hipertireoidismo, infecções, entre outras. Nesses casos, o coração pode disparar mesmo quando a pessoa está em repouso, sem estímulos internos ou externos.

Se não estiver relacionada a fatores emocionais ou esforço físico, a falta de ar pode ser um sintoma de doenças cardíacas ou respiratórias, como insuficiência cardíaca, gripe, bronquite, asma, enfisema pulmonar, rinite, sinusite.

Veja também: Falta de ar constante: o que pode ser e o que fazer?

Portanto, sentir falta de ar e o coração batendo acelerado pode ser uma reação normal do corpo a determinados estímulos. Todavia, é importante observar se a falta de ar e o aumento do ritmo cardíaco ocorrem em repouso, na ausência de estímulos ou vêm acompanhados de outros sintomas.

Saiba mais em: Como saber se os batimentos cardíacos estão normais?

Os sinais de alerta que podem indicar a presença de algo mais grave incluem dificuldade para falar, aumento da frequência respiratória, esforço respiratório, interrupções do sono, cansaço ao executar tarefas simples, lábios roxos, tosse, chiado no peito ou dor no tórax.

Procure um médico de família ou um clínico geral na presença desses sintomas ou se sentir falta de ar e o coração acelerar sem motivo aparente.

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6 causas de mau cheiro no umbigo e como tratar
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O umbigo é uma região do corpo que quase sempre está fechado e úmido, por isso se não for limpo e seco adequadamente, pode causar mau cheiro e feridas no local.

Além da má higiene, outras situações que causam odor desagradável no umbigo são a foliculite (pelo inflamado), infecção, piercing inflamado, persistência do úraco e diabetes descompensada.

1. Má higiene

Como é a causa mais frequente do mau cheiro no umbigo, a primeira recomendação é sempre de lavar a região do umbigo com água corrente e sabão neutro no banho, diariamente.

Se mesmo assim o cheiro permanecer, ou se perceber outros sinais como vermelhidão e dor local, é preciso procurar atendimento médico, para pesquisar a presença de uma infecção ou inflamação local.

No caso de infecção é preciso iniciar antibiótico tópico, como neomicina®. A pomada deve ser aplicada após limpar e secar bem a região, e sempre em pequena quantidade, para não deixar a região ainda mais úmida.

2. Foliculite (pelo inflamado)

O umbigo possui pelos no seu interior, embora pequena quantidade. O acúmulo de umidade, restos de células mortas e fungos naturais da região, podem dar origem a uma inflamação nesse folículo piloso. Os sintomas são de dor e vermelhidão.

O tratamento deve ser feito com a mesma limpeza local, com cuidado, secar bem a região. Pode ser preciso ainda incluir pomada anti-inflamatória ou antibiótico, no caso de sinais de infecção (como secreção com mau cheiro).

3. Infecções

A infecção bacteriana se caracteriza pela proliferação de bactérias, geralmente após uma inflamação mal cuidada. Os sintomas nesse caso incluem secreção amarelada, com mau cheiro, dor intensa, calor e vermelhidão, algumas vezes, febre.

O tratamento é feito com antibióticos, em pomada e/ou comprimidos. Uma pomada bastante utilizada nesses casos é o Nebacetim®.

A infecção fúngica é desencadeada pelo crescimento desordenado da quantidade de fungos. A secreção tem aspecto mais esbranquiçado, com mau cheiro e grumos.

O tratamento deve ser feito com pomadas antifúngicas, como Cetoconazol® creme. Por vezes pode ser acrescentado medicamento oral antifúngico.

Pós-operatório, seja de uma pequena cirurgia, como correção de hérnia umbilical ou uma endometriose umbilical, podem evoluir com infecção da ferida, o que causa mau cheiro, dor e secreção purulenta na região.

Nesse caso, de infecção cirúrgica, pode ser preciso iniciar antibióticos, ou até avaliar uma possível drenagem do local.

4. Piercing inflamado

Pessoas com piercing no umbigo, precisam limpar diariamente o umbigo, aplicar pomadas cicatrizantes nos primeiros dias, como o Bepantol®, e pelo menos 1x por semana retirar o acessório, para uma limpeza mais criteriosa.

Limpar o orifício sem o piercing e enquanto faz a limpeza mantém o acessório um tempo imerso em água salgada ou álcool 70%, para evitar o acúmulo de bactérias.

Se, mesmo assim, permanecer com sinais de inflamação, dor, vermelhidão e calor local, procurar um médico para avaliar o início de medicamentos como anti-inflamatório e antibiótico tópico, como a Nebacetim® pomada.

5. Persistência do úraco

O úraco é uma ligação entre a bexiga que o umbigo, que durante a formação do bebê dentro do útero materno, é fundamental para levar os nutrientes até o bebê. Mas após o nascimento é naturalmente fechado. Quando esse canal se mantém, pode formar cistos e secreção com mau cheiro, devido a presença de urina.

O tratamento é feito com anti-inflamatório e antibiótico, se for confirmado sinal de infecção e cirurgia para o fechamento definitivo do canal.

6. Diabetes

Pessoas portadoras de diabetes tem uma maior tendência a proliferação de fungos, pois são germes que se alimentam do açúcar. Para evitar infecções fúngicas de repetição, é importante sempre ter atenção as regiões mais fechadas e úmidas, como o umbigo, virilhas, axilas e ente os dedos dos pés e adotar o hábito de limpar e secar diariamente.

Contudo, na presença de dor vermelhidão, coceira ou secreção, informar ao seu médico endocrinologista.

Mau cheiro em umbigo de criança, o que pode ser?

Na maioria das vezes também é uma situação de má higiene, porém, em crianças pequenas ou com umbigo mais profundo, é fundamental olhar com atenção no interior da cavidade, com o dedo ou com uma lanterna, porque podem em situação de brincadeira, colocar um objeto pequeno e esquecer, o que chamamos de corpo estranho, e o organismo em resposta, dá origem a uma infecção grave de pele ou até formação de abscesso local.

O tratamento pode ser feito com a retirada do objeto e limpeza local, ou quando preciso, drenagem do abscesso.

Para maiores esclarecimentos sobre mau cheiro no umbigo, converse também com o seu médico de família.

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Referência

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia.