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Principais tipos e como tratar a gastrite: infecciosa, autoimune e erosiva
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A gastrite é a inflamação da mucosa que reveste o estômago internamente. Existem diferentes tipos de gastrite, as principais são: gastrite infecciosa, gastrite autoimune e gastrite erosiva.

Além destes principais tipos, as gastrites também podem ser diferenciadas em duas formas: aguda e crônica.

  • Gastrite aguda: é a inflamação do estômago transitória, que apresenta lesões e alterações na mucosa gástrica reversíveis.
  • Gastrite crônica: é aquela que existe há mais tempo, por isso ocasiona lesões gástricas que não podem mais ser revertidas, como a atrofia da mucosa do estômago.

Vejamos as diferenças entre os principais tipos de gastrites.

Gastrite infecciosa

A presença de uma agente infeccioso pode causar tanto uma gastrite aguda quanto uma gastrite crônica. A principal causa de gastrite infecciosa é a bactéria Helicobacter pylori.

Algumas pessoas podem apresentar esta bactéria no estômago e não apresentar nenhum sintoma. No entanto, outras podem apresentar sintomas de dor, desconforto gástrico, azia e náuseas, caracterizando a gastrite.

Geralmente a gastrite causada pela H. pylori se inicia como uma gastrite aguda. Se não for tratada pode levar ao desenvolvimento de uma gastrite crônica, com persistência dos sintomas no decorrer do tempo.

Tratamento da gastrite infecciosa

O tratamento da gastrite infecciosa causada pelo Helicobacter pylori consiste no uso de medicamentos como o omeprazol, pantoprazol e outros, e também de antibióticos que visam erradicar a bactéria.

Gastrite autoimune

É uma forma de gastrite mais rara do que a gastrite infecciosa, mas sua incidência tem vindo a aumentar.

É causada por uma reação do sistema imune do próprio individuo contra células da mucosa do estômago.

A gastrite autoimune prejudica a absorção de nutrientes podendo levar ao desenvolvimento de anemia perniciosa, deficit de vitamina b12 e magnésio. Além disso, a gastrite autoimune também aumenta o risco de desenvolvimento de câncer do estômago.

Tratamento da gastrite autoimune

O tratamento é feito com medicamentos que aliviam os sintomas de desconforto estomacal, como antiácidos, e de suplementos vitamínicos como o ferro e a vitamina B12.

Gastrite erosiva

A gastrite erosiva é uma forma de gastrite aguda, que pode ser assintomática ou levar a sintomas de dor estomacal, azia e náuseas.

Pode ser causada pelo uso abusivo de medicamentos anti-inflamatórios, álcool ou por estresse persistente.

Tratamento da gastrite erosiva

O tratamento inclui a suspensão da causa da gastrite, portanto, pode ser necessário suspender o uso de anti-inflamatórios, ou do álcool, ou ainda reduzir os níveis de estresse.

Medicamentos antiácidos e do grupo dos inibidores de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, etc) também podem ser utilizados no tratamento.

Na presença de sintomas sugestivos de gastrite é importante consultar um médico para uma avaliação, diagnóstico do tipo de gastrite e realização do tratamento adequado.

Leia também:

Referências bibliográficas

Mark Feldman. Gastritis: Etiology and diagnosis. Uptodate. 2020

Pamela J Jensen. Acute and chronic gastritis due to Helicobacter pylori. Uptodate. 2020

Queimação no estômago: medidas caseiras e remédios para aliviar a azia
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para aliviar a queimação de estômago, você pode utilizar medidas caseiras, como chás naturais e hábitos de vida mais saudáveis. Para os casos de dor intensa ou não responder as medidas naturais, é preciso iniciar medicamentos, como o omeprazol e pantoprazol.

As plantas medicinais que descreveremos, foram testadas cientificamente e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Isto significa que o seu consumo é seguro e que pode prepará-las em casa, seguindo a dosagem máxima recomendada.

Os medicamentos devem ser orientados pelo médico que o acompanha, definindo a melhor dose e tempo de uso, caso a caso. Tanto o tratamento natural quanto os medicamentos, têm o objetivo de reduzir a produção de ácido gástrico no estômago, acelerar o seu esvaziamento e proteger a parede deste órgão.

1. Chás para queimação de estômago Alcachofra (Cynara scolymus L.)

O uso das folhas de alcachofra ameniza a sensação de queimação no estômago, dor, desconforto abdominal, gases e náuseas. Além das folhas secas e moídas, adequadas para fazer o chá, a alcachofra pode ser encontrada em cápsulas e comprimidos.

Como fazer: A alcachofra deve ser administrada por via oral. Se você preferir o chá, pode tomar de 1 a 2 g da folha seca por dia em 150 ml de água. Para tomar duas vezes ao dia: ferva 150ml de água em fervura e adicione 1 g de folhas de alcachofra. Para ingerir quatro vezes ao dia faça o mesmo procedimento colocando na água até 0,5g da planta.

Já os comprimidos ou cápsulas, podem ser ingeridos de duas a quatro vezes ao dia. Ao optar pelos comprimidos ou cápsulas, siga as instruções do fabricante.

Contraindicações: Mulheres grávidas ou amamentando e pessoas com obstrução do ducto biliar, não podem usar alcachofra em nenhuma das suas formas (chá, cápsulas ou comprimidos).

Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolia)

As folhas da espinheira santa funcionam no tratamento da queimação do estômago, como protetoras da mucosa gástrica e antiácido. Entretanto, é indicado apenas em casos em que não há presença de úlcera gástrica.

Como fazer: O chá de espinheira-santa deve ser feito com 3g de folhas secas em 150 ml de água quente. Deve ser tomado logo depois do preparo, de três a quatro vezes ao dia. Nos casos das cápsulas ou comprimidos se deve tomar 860mg de duas a três vezes ao dia, entretanto, não deixe de ler as orientações do fabricante.

Contraindicações: Não deve ser usado na gravidez e durante a amamentação, pois há indícios que o uso de espinheira-santa causa redução do leite materno. Crianças com menos de seis anos também não devem usar a planta.

Gengibre (Zingiber officinale)

O gengibre é indicado para queimação no estômago, azia e vômitos. A parte da planta utilizada é o caule subterrâneo chamado rizoma. Pode ser encontrado em forma de cápsulas ou comprimidos, em pó e em rizomas, que é a forma mais facilmente encontrada.

Rizoma: caule subterrâneo do gengibre utilizado para fazer chás.

Como fazer: Corte o rizoma do gengibre em pedaços de 0,5 a 1 g, junte 150 ml de água em uma panela com tampa e leve ao fogo. Ferva por cinco minutos. A seguir, desligue o fogo e aguarde de 3 a 5 minutos. Após esse tempo o chá estará pronto para beber.

O gengibre em pó deve ser usado na dose de uma colher de chá rasa para uma xícara de 150ml de água. Você dever ferver a mistura da água com o pó de gengibre durante 1 minuto em uma panela tampada. A seguir, apague o fogo e deixe em infusão por 5 minutos. Recomenda-se beber de 3 a 4 xícaras de chá por dia.

Ao usar cápsulas ou comprimidos de gengibre, siga as recomendações dos fabricantes. A dose máxima deve ser de 4g do rizoma por dia para fazer o chá.

Contraindicações: O gengibre é contraindicado para pessoas com pressão alta e cálculos biliares e menores de 12 anos. Pessoas que tomam anticoagulantes ou que apresentam distúrbios da coagulação sanguínea devem consultar o seu médico antes de usar gengibre.

2. Remédios para queimação de estômago Omeprazol, pantoprazol

Alguns dos medicamentos inibidores da produção de ácido clorídrico no estômago são indicados em doenças que provocam o aumento da secreção gástrica como, por exemplo, o refluxo. Nestes casos, os remédios mais usados são o omeprazol, pantoprazol, esoprazol e rabeprazol.

Efeitos colaterais: Náuseas, diarreia, dor de cabeça, dor abdominal, prisão de ventre, flatulência, erupções cutâneas.

Ranitidina, cimetidina

Existem também os medicamentos que inibem a secreção de ácidos no estômago induzidas pela histamina e gastrina, substâncias que provocam o aumento dos ácidos estomacais. A cimetidina, nizatidina e famotidina são os mais usados.

Efeitos colaterais: Cansaço, sonolência, dor de cabeça, dor muscular, diarreia e prisão de ventre.

Metoclopramida, domperidona

A queimação e dor no estômago, especialmente quando acompanhadas de sensação de estufamento e de dificuldade de digestão, pode ocorrer quando o estômago se encontra muito cheio.

Nestas situações, os medicamentos usados têm o objetivo de estimular a motilidade intestinal e promover o esvaziamento do estômago de forma mais rápida. Estes medicamentos são a metoclopramida, domperidona e cisaprida.

Efeitos colaterais: Fraqueza, sonolência ou agitação, queda da pressão arterial, sonolência e diarreia. Já o uso de domperidona e cisaprida, embora seja raro, pode causar diarreia ou prisão de ventre.

Sucralfato e os sais de bismuto

Os protetores gástricos são um grupo de medicamentos que formam uma barreira de proteção contra a ação dos ácidos no estômago e no esôfago. Esta proteção evita que a sensação de queimação no estômago ocorra. Os mais utilizados são o sucralfato e os sais de bismuto.

Efeitos colaterais: Prisão de ventre, boca seca, náuseas, vômitos, dor de cabeça e irritação de pele. Os sais de bismuto apresentam como efeitos colaterais: dor de cabeça, tontura, náuseas, vômitos, diarreia e fezes escuras.

Hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e bicarbonato de sódio

Embora sejam bastante populares, os antiácidos são pouco indicados para aliviar a queimação devido à sua ineficácia e ao risco de efeito rebote, ou seja, a pessoa melhora rapidamente quando ingere o medicamento e a seguir a queimação retorna de forma mais intensa.

Os antiácidos mais utilizados para inibir a ação ácido clorídrico do estômago são o hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e bicarbonato de sódio.

Efeitos colaterais: Prisão de ventre e diarreia.

Quando devo procurar atendimento de emergência?

Alguns sintomas servem de alerta de que algo mais grave pode estar acontecendo no seu organismo. Estes sintomas incluem:

  • Permanência da queimação e dor de estômago por mais de 2 semanas,
  • Febre,
  • Vômitos com sangue,
  • Perda de peso.

Na presença de qualquer um destes sinais de alerta, procure um atendimento médico em uma emergência hospitalar.

Para saber mais sobre queimação no estômago, você pode ler:

Como tratar queimação no estômago?

Um copo de água ou leite alivia a azia?

Senti uma dor muito forte com queimação no estômago...

Referências:

  • Angência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA, 2016.
  • Ganguly, S.; Roy, S. Medicinal Plants and Herbs: A Review. International Journal of Pharmacy & Life Sciences, 6(3):4288-4290, 2019.
  • Federação Brasileira de Gastroenterologia
Hemograma completo: o que avalia e quais doenças ajuda a detectar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O hemograma completo é um exame de sangue que avalia e mostra a quantidade das células sanguíneas. O hemograma serve principalmente para auxiliar o diagnóstico de diferentes doenças que podem cursar com alterações nas células sanguíneas.

Portanto, o hemograma completo pode ser solicitado na suspeita ou avaliação de doenças como:

  • Anemias: Na presença de um número mais baixo de hemácias e de hematócrito pode-se suspeitar de anemia.
  • Infecções: doenças infecciosas podem levar ao aumento dos leucócitos.
  • Câncer: alterações no número de células sanguíneas ou na forma das células podem aparecer no hemograma e levantar a suspeita de leucemias, linfomas e outros tumores sanguíneos.
  • Distúrbios plaquetários: a diminuição do número de plaquetas pode estar associado a doenças medulares como anemia aplásica, supressão medular. Já o aumento do número de plaquetas se vê em diferentes condições como doenças inflamatórias, infecções, anemia, câncer, e outras.

Existem três grande grupos de componentes do sangue, que são avaliadas no hemograma completo: os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas.

Eritrócitos ou série vermelha

Os eritrócitos são as hemácias ou glóbulos vermelhos. Estas células compõe um conjunto chamado de série vermelha no hemograma.

As hemácias contém um pigmento comporto por ferro chamado de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.

Por isso alterações no número de eritrócitos e hemoglobina podem ser um indicado de anemia.

Alguns parâmetros analisados da série vermelha são:

  • Hemácias: são os glóbulos vermelhos;
  • Hematócrito: é a porcentagem de sangue composto por hemácias;
  • Hemoglobina: é a molécula responsável pelo transporte de oxigênio que fica dentro da hemácia;
  • VCM: é uma medida do tamanho da hemácia;
  • HCM: é o peso da hemoglobina na hemácia;
  • CHCM: é a concentração da hemoglobina dentro da hemácia;
  • RDW: é um indice que mede a variação de tamanho entre as hemácias.
Leucócitos ou série branca

Os leucócitos incluem uma variedade de células diferentes como neutrófilos, linfócitos e eosinófilos. Também chamado de série branca.

São células envolvidas principalmente em respostas de defesa do sistema imune a agentes patogênicos, como vírus e bactérias. Por isso, algumas alterações no número de leucócitos pode sugerir infecções.

  • Neutrófilos: são os leucócitos mais comuns e prevalentes no sangue;
    • Segmentados: neutrófilos maduros;
    • Bastões: são neutrófilos jovens;
  • Linfócitos: são leucócitos importantes na proteção contra vírus e células tumorais;
  • Monócitos: também são leucócitos que se elevam em processos infecciosos.
  • Eosinófilos: são leucócitos importantes no combate a parasitas e envolvidos em quadros de alergia;
  • Basófilos: são os leucócitos que estão em menor quantidade no sangue, também se relacionam a proteção contra infecções.
Plaquetas

As plaquetas são fragmentos celulares que exercem importante função na coagulação sanguínea.

Qual o preparo para a realização do hemograma completo?

O hemograma completo é um exame que não exige nenhum preparo especial. Não precisa ser realizado em jejum.

O exame pode ser realizado em qualquer horário ou dia. Para a sua realização é coletada uma pequena quantidade de sangue da veia, através de uma agulha e seringa, sendo um procedimento rápido e pouco doloroso.

Após a realização do exame de sangue o resultado deve ser avaliado pelo médico que o solicitou, que irá relacionar o exame a outras informações clínicas e assim chegar ao melhor diagnóstico possível. Consulte o seu médico para mais informações.

Também pode lhe interessar:

Referências bibliográficas

Blood Count Tests – MedlinePlus – National Institutes of Health

Uptodate. 2020

As 8 principais causas de menstruação prolongada e como parar o sangramento
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As principais causas de menstruação prolongada são: os miomas, pólipos, distúrbios de coagulação, uso de medicamento, adenomiose e a presença de um tumor.

É considerada menstruação prolongada, a menstruação que dura mais de 8 dias, mesmo que com pouco fluxo, visto que a menstruação considerada normal tem a duração de 4 a 8 dias apenas.

Contudo, a menstruação prolongada também pode ser normal, se acontecer nos extremos da vida reprodutiva da mulher, como na adolescência, ou próximo à menopausa. Nesse caso, a melhora acontece naturalmente, quando os hormônios estabilizarem.

Para definir a causa e o tratamento, é preciso procurar um ginecologista, e por vezes, realizar exames complementares como ultrassonografia ou exames de sangue.

1. Pólipos

Os pólipos são formações anormais de tecido que se forma dentro do útero. São considerados tumores benignos, que podem não causar sintomas, mas quando apresentam, os sintomas principais são de menstruação prolongada, dolorosa, com ou sem presença de coágulos e também é comum, apresentar eventos de sangramento fora do período menstrual.

O tratamento definitivo dos pólipos é através de pequenas cirurgias, podendo ser realizadas em consultórios, quando pequenos, ou ambiente hospitalar, se o médico entender mais seguro.

2. Miomas

Os miomas são tumores benignos, encontrados especialmente nas mulheres em idade reprodutiva, que podem não causar sintomas, ou desencadear sangramento prolongado com presença de coágulos e cólicas durante a menstruação.

A regressão desse tumor pode ser conseguido com uso de medicamentos, como as pílulas anticoncepcionais, ou com cirurgia para a ressecção do tumor. Cabe ao médico, de acordo com as condições de saúde e intensidade dos sintomas, decidir o melhor tratamento.

3. Problemas de coagulação

Os distúrbios de coagulação, como a hemofilia, e doença de von willebrand, também têm como sintoma típico, o prolongamento dos dias de menstruação. Além disso, apresenta outros sinais de sangramento espontâneo, como sangramento gengival durante a escovação de dentes e manchas roxas em áreas de protuberância óssea.

Na suspeita de problemas de coagulação, procure um hematologista, para avaliação e planejamento do tratamento mais indicado, o mais rápido possível.

4. Distúrbios hormonais

Como citado no início do artigo, nos primeiros ciclos menstruais, devido a imaturidade e constantes oscilações hormonais, é comum que a menina menstrue por mais dias, e passe um ou dois meses sem menstruar. Após o primeiro ano, as irregularidades não devem mais ser entendidas como algo normal.

Da mesma forma, as mulheres que estão próximas da menopausa, experimentam irregularidades menstruais, principalmente a ausência da menstrual, devido a falência ovariana. Mesmo assim, episódios de menstruação prolongada também podem acontecer, e são eventos normais.

5. Câncer

O tumor maligno, é uma causa mais rara de menstruação prolongada, porém deverá ser descartada. Principalmente nos casos de mulher com história de falta de apetite, perda de peso ou sangramento espontâneo, sem motivo aparente.

Cabe ao ginecologista analisar todos esses fatores, avaliar a necessidade de pedir exames de sangue e, definindo a causa, planejar junto a paciente o melhor tratamento.

6. Medicamentos que "afinam" o sangue

Mulheres que usam medicamentos anticoagulantes, aqueles que "afinam" o sangue, podem ter como efeito colateral, o aumento do fluxo da menstruação ou prolonga o tempo de sangramento, semelhante ao que ocorre nas pessoas com doenças hematológicas.

É preciso manter o controle rigoroso das doses dos medicamentos e informar imediatamente ao seu médico, se observar piora ou prolongamento do seu sangramento na menstruação.

7. Adenomiose

A adenomiose é a presença de nódulos de endométrio (tecido da camada interior do útero), na camada exterior do útero, o miométrio. Caracterizada por aumento do fluxo menstrual, cólicas e infertilidade.

O tratamento da adenomiose pode ser feito com medicamentos hormonais, cirurgia para retirada dos nódulos (se estiverem localizados) ou ainda cirurgia para remoção total do útero.

8. Abortamento

Um sangramento prolongado, que não é habitual do ciclo da mulher, acompanhado de cólicas intensas e presença de coágulos, pode sinalizar um problema grave, como um abortamento. Por isso, se houver atraso menstrual, possibilidade de gravidez, e iniciar esse tipo de sangramento, procure imediatamente um atendimento médico para avaliação e devido tratamento.

Menstruação prologada pode ser gravidez?

Não. No início da gravidez, pode até acontecer um discreto sangramento rosado, de pequeno volume, referente ao momento da implantação do óvulo no útero. Um sangramento que não dura mais de 3 dias e não causa mais sintomas.

Portanto, na suspeita de gravidez e início de sangramento, com presença de coágulos e/ou cólica, entre em contato imediatamente com o seu médico, ou um serviço de emergência, para avaliação médica.

Como parar o sangramento prolongado?

Para interromper ou reduzir o sangramento de uma menstruação prolongada, pode ser indicado é preciso procurar um ginecologista para definir o motivo desse sangramento, e assim, planejar a melhor opção de tratamento.

Os medicamentos frequentemente usados são:

  • Pílulas anticoncepcionais,
  • Dispositivo intrauterino (DIU),
  • Ácido Tranexâmico,
  • Anti-inflamatórios não esteroidais (como o ibuprofeno),
  • Cirurgia, em casos que não respondem ao tratamento.

O mais importante, é procurar um ginecologista para diagnosticar e tratar o problema de forma correta e segura.

Quando procurar uma emergência?

Alguns sinais e sintomas são sugestivos de problemas mais graves, que devem ser avaliados rapidamente, em serviço de urgência médica. São eles:

  • dor abdominal,
  • febre alta,
  • sangramento com mau cheiro ou
  • suspeita de gravidez.

No entanto, se não houver sinais de alarme, mas a menstruação prolongada permanecer, procure um ginecologista para dar início a investigação do seu caso e oferecer as devidas orientações.

Conheça um pouco mais sobre esse assunto nos seguintes artigos:

Tenho menstruação abundante: posso fazer alguma coisa para diminuir?

Existe um remédio para diminuir a menstruação?

O que fazer para parar a menstruação?

Referência:

  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Andrew M Kaunitz, e cols.; Approach to abnormal uterine bleeding in nonpregnant reproductive-age patients. UpToDate; Oct 29, 2020.
  • Elizabeth A Stewart, et al.; Uterine fibroids (leiomyomas): Treatment overview. UpToDate; Jun 11, 2020.
Tenho diarreia verde, o que posso fazer? Quais são as causas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A principal medida para tratar uma diarreia, é procurar manter uma alimentação próxima do seu habitual, sem restrições de alimentos, evitando apenas comida gordurosa, frituras ou com grande quantidade de açúcar, e beber pelo menos 2 litros de água por dia.

Isso para garantir uma nutrição e hidratação adequadas. Em paralelo, é preciso investigar a causa da diarreia, que pode ser normal, se for esporádica e ocorrer após uma alimentação com grande quantidade de alimentos verdes e saladas.

Contudo, se a diarreia verde for recorrente ou vier acompanhada de outros sintomas como febre, dores na barriga e mal-estar, não é considerado normal. As causas mais comuns são: gastroenterite, alergias alimentares, doenças inflamatórias do intestino, ou ainda, pelo uso de medicamentos.

Saiba um pouco mais sobre as principais causas e o que fazer, nesse artigo.

Diarreia verde por consumo aumentado de alimentos verde-escuro

A alimentação rica em saladas, verduras e legumes, favorecem o equilíbrio do trânsito intestinal, evitando constipação e a diarreia. Mas se o consumo for excessivo, especialmente de folhas cruas, de cor verde-escuro, como agrião, alface, rúcula, espinafre e couve, por exemplo, pode, resultar em fezes amolecidas e até diarreia.

Tratamento: Nesse caso, recomenda-se variar mais a alimentação, inserindo carboidratos, proteínas e, sempre que possível, solicitar a avaliação de um profissional nutricionista, para orientar uma alimentação adequada ao seu organismo e estilo de vida.

Diarreia verde por gastroenterite

As doenças infecciosas, conhecidas por gastroenterite, causam inflamação e irritação na mucosa do intestino, dificultando a absorção de água e nutrientes, com isso dá origem a diarreia. Certos casos estão mais relacionados com a diarreia esverdeada como a salmonelose e a giardíase, mas qualquer infecção pode se apresentar com quadro de diarreia esverdeada.

Além da diarreia, a infecção intestinal causa dores abdominais, falta de apetite, vômitos e febre.

Tratamento: Se observar um desses sintomas, procure um atendimento médico para dar início ao tratamento correto, com uso de antibióticos e as demais orientações que forem necessárias.

Diarreia verde por doenças inflamatórias intestinais

As principais doenças que causam inflamação na mucosa do intestino, e dificuldade no processo de digestão, são a doença de Crohn, as intolerâncias alimentares, síndrome do intestino irritável e a doença celíaca. Mas nesse caso, acompanhado a diarreia, existem outros sintomas, dependendo da doença, como cólica, falta de apetite e perda de peso.

Tratamento: O tratamento para cada uma dessas doenças é específico, podendo incluir corticoides e imunossupressores. O médico gastroenterologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos casos.

Diarreia verde por uso de medicamentos

Medicamentos como os antibióticos e suplemento de ferro oral, podem ter a diarreia verde como um efeito colateral. O que não traz preocupação, é apenas a eliminação do composto do produto.

Tratamento: Nesse caso, é importante ingerir bastante água e alimentar-se bem, para evitar a desidratação e a desnutrição, especialmente em crianças. Após o término do tratamento, se a diarreia ou a coloração anormal permanecerem, procure um médico para avaliação mais detalhada.

Se nenhuma dessas condições se aplicam ao seu caso, deve consultar o médico clínico geral, médico de família ou procurar diretamente o gastroenterologista para uma avaliação mais detalhada.

Conheça mais sobre esse assunto nos seguintes artigos:

Cocô verde em crianças ou adultos, o que pode ser?

Quando muco nas fezes é preocupante?

Tipos de fezes: o que o cocô revela sobre a sua saúde?

Referências:

  • FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia
  • Anna Nowak-Węgrzyn, et al.; Food protein-induced enterocolitis syndrome (FPIES). UpToDate. Apr 10, 2019.
  • Michael Auerbach, et al.; Treatment of iron deficiency anemia in adults. UpToDate. Oct 07, 2020.
Sangrar durante a relação, é normal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O sangramento durante ou mesmo após a relação sexual pode ser considerado normal a depender da sua causa. Em situações como o rompimento do hímen na primeira relação sexual, por exemplo, o sangramento é dito normal.

Entretanto, também pode indicar algumas doenças como pólipos, miomas, infecções vaginais e até mesmo o câncer de colo de útero. Por isso, se você vem apresentando sangramento durante as relações sexuais, procure um ginecologista para verificar a causa e realizar o melhor tratamento.

1. Causas normais de sangramento durante a relação Rompimento do hímen

O rompimento do hímen, membrana fina que fica na entrada da vagina, ocorre frequentemente durante a primeira relação sexual da mulher e provoca um pequeno sangramento. Este sangramento apenas suja a roupa e cessa rápida e espontaneamente sem qualquer intervenção.

Hímen complacente

O hímen complacente é mais resistente e flexível e, por estes motivos, geralmente não se rompe na primeira relação sexual. Nesse caso, a mulher pode sangrar durante cada relação até que ele se rompa completamente. Pode haver ainda a presença de dor durante o ato sexual.

O ginecologista é o profissional indicado para identificar este tipo de hímen e orientar adequadamente.

Gravidez

Sangramentos leves durante a relação são comuns no início da gravidez, especialmente, quando a mulher ainda não sabe que está grávida. Estes pequenos sangramentos ocorrem porque na gravidez, novos vasos sanguíneos se formam e ao encostar no colo do útero, o pênis pode desencadear o sangramento.

Apesar de serem frequentes e nem sempre associados a complicações, qualquer sangramento durante a gravidez deve ser avaliado pelo ginecologista para possíveis orientações e investigação adequada, quando necessário.

Menopausa

Na menopausa o ressecamento vaginal é uma causa comum do sangramento durante o ato sexual e é mais frequente em mulheres que não fazem reposição hormonal.

Se este for o seu caso, é possível usar lubrificantes durante a relação vaginal ou optar pela reposição hormonal. Converse com o ginecologista para juntos encontrarem a melhor solução.

Relação sexual intensa

Uma relação sexual muito intensa pode provocar pequenos traumas e criar feridas na vagina de uma mulher, o que pode provocar o sangramento após a relação acompanhado de dor.

Nestes casos é preciso que você lave a região e tenha cuidados para evitar infecções. Caso o sangramento demore a passar ou você perceba a presença de corrimento com odor, é importante consultar o ginecologista.

2. Causas de sangramento durante a relação, que não são consideradas normais Pólipos e miomas uterinos

Os pólipos e mioma uterinos são tumores benignos, caracterizados pelo crescimento anormal de células do útero. Quando os pólipos ou miomas estão localizados mais próximo ao colo do útero, o atrito com pênis nesta região durante as relações sexuais, podem causar sangramento.

O tratamento varia de acordo com o tamanho do tumor e os sintomas. Na maioria das vezes p médico opta por acompanhar, mas em casos de sangramento volumoso pode ser preciso passar por uma cirurgia de urgência.

Feridas no colo do útero

As feridas no colo do útero, chamadas de ectopia cervical, são a exposição de células do colo de dentro do colo do útero para a vagina. A região no meio do colo uterino que contém estas “feridinhas” fica mais avermelhada, sensível e tende a sangrar durante as relações sexuais.

Nem sempre precisam de tratamento, porém é necessária uma consulta ao ginecologista quando está associada a corrimentos vaginais e infecções sexualmente transmissíveis.

Infecções vaginais e infecções sexualmente transmissíveis

A doença inflamatória pélvica (DIP), inflamação que afeta a vagina, trompa útero e ovário, e infecções vaginais como a candidíase são doenças que podem provocar sangramento durante a relação sexual.

As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) igualmente provocam sangramento durante ou após a relação. Clamídia e gonorreia são a IST’s mais comuns. Observe, além do sangramento durante a relação, a presença de sintomas como coceira local, vermelhidão e corrimento amarelo-esverdeado com ou sem odor ruim.

O tratamento das infecções vaginais ou IST’s é feito com antibiótico e/ou antifúngicos de acordo com a prescrição médica. É importante que não mantenha relações sexuais durante o tratamento para que a cura definitiva seja alcançada e para evitar a transmissão da doença para outras pessoas em casos de IST’s.

Endometriose

A endometriose ocorre quando tecido endometrial (camada muscular mais interna do útero) cresce fora do útero. As regiões mais comuns para esse crescimento acontecem em torno dos ovários, útero e tubas uterinas.

Os sintomas mais comuns são dores antes e depois da menstruação e durante a relação sexual. Embora seja mais raro, o sangramento durante a relação sexual pode ocorrer.

O ginecologista é o profissional mais indicado para o tratamento da endometriose que envolve o uso de anticoncepcionais ou quando, o sangramento é intenso, pode ser indicado cirurgia para remoção das lesões.

Vaginismo

O vaginismo é a contração involuntária da musculatura da vagina, o que impede a penetração e provoca muita dor. A maioria das mulheres que têm vaginismo não consegue ter relações sexuais devido a dor. No entanto, quando conseguem o atrito aumentado pela contração vaginal com o pênis pode provocar traumas na vagina, o que leva ao sangramento durante a relação.

Nestes casos, é preciso uma avaliação ginecológica e, algumas vezes, psicológica para descobrir a causa da doença e efetuar o tratamento mais adequado.

Câncer de colo de útero

O câncer de colo de útero embora seja a causa mais grave, raramente provoca sangramento durante a relação sexual. É caracterizado por ser um tumor maligno associado à infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano).

Geralmente o câncer de colo uterino evolui lentamente e quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de cura.

O uso de camisinha masculina ou feminina é o método mais eficaz para evitar a transmissão do HPV e prevenir o câncer de colo de útero. O exame Papanicolau ou preventivo, de acordo com as orientações do ginecologista também é importante na prevenção e/ou identificação precoce da doença.

Quando devo procurar o médico?

Você deve se preocupar com o sangramento durante as relações sexuais se estiverem presentes os seguintes sinais de alerta:

  • Sangramento frequente que ocorre em muitas relações seguidas,
  • Sangramento que perdura por mais de uma hora após a relação,
  • Dor intensa,
  • Sangramento volumoso e
  • Presença de corrimento com ou sem mau cheiro.

É importante que você use métodos de barreira (camisinha masculina ou feminina) para minimizar as chances de contrair doenças, entre elas as que provocam sangramento na relação.

Em caso de sangramento na relação é importante que procure um médico de família ou ginecologista.

Para saber mais sobre sangramento na relação sexual, você pode ler:

O que significa ter sangramento durante a relação sexual?

Sangramento durante relação, não houve penetração...

Tive sangramento depois da relação sexual. O que pode ser?

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

5 dúvidas sobre o hímen complacente
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O hímen complacente se caracteriza por ser bastante elástico. Por este motivo, ele pode não se romper na primeira relação com a penetração vaginal e retornar à sua forma normal.

Uma característica comum entre as mulheres com hímen complacente é a dor ou desconforto durante a penetração. Apesar disso, é importante que você saiba que ter o hímen complacente não é uma doença e nem indica problemas de saúde.

Esclarecemos aqui as 5 dúvidas mais comuns de quem tem hímen complacente.

1. Como posso saber se tenho o hímen complacente?

Não existe uma forma de se ter a certeza de que o seu hímen é complacente. Durante o exame ginecológico, o ginecologista pode verificar a presença do hímen na entrada da vagina e identificar o seu formato, mas não tem como avaliar a sua elasticidade.

Entretanto, o seu hímen pode ser complacente se você:

  • Já teve relações sexuais com penetração vaginal e ainda tem hímen: por ser muito elástico é normal que o hímen complacente não se rompa na primeira penetração, e
  • Sente dor durante a penetração: a dor ocorre pela não ruptura do hímen.
2. É possível romper um hímen complacente?

O hímen complacente sempre se rompe em algum momento. Devido à sua elasticidade, a sua ruptura é apenas um pouco mais difícil. O indicado é que você mantenha as relações sexuais para que o rompimento ocorra de forma natural.

É importante que você converse com o seu parceiro para que vocês continuem tentando o rompimento do hímen por meio do ato sexual. Investir nas preliminares aumenta a excitação da mulher e torna a penetração mais confortável.

Se mesmo após várias penetrações o hímen não se romper, esta ruptura ocorrerá se a mulher tiver um parto normal. Nos casos em que ocorre dor muito intensa durante o ato sexual, converse com o ginecologista sobre a possibilidade de cirurgia para o rompimento hímen complacente.

3. Quais os sintomas de rompimento do hímen complacente?

Um pequeno sangramento vermelho vivo é o sintoma mais frequente quando o hímen se rompe, no entanto, nem todas as mulheres sangram.

Para as mulheres com hímen complacente, é comum que o sangramento não ocorra porque o hímen não se rompe ou não sofre ruptura total. Pode também acontecer um pequeno sangramento a cada relação sexual, o que significa que o hímen está se rompendo gradualmente a cada penetração.

Devido à dificuldade de ruptura deste tipo de hímen, a dor também é um sintoma habitual. Pode ser amenizada com preliminares mais efetivas antes da penetração.

4. O hímen complacente se rompe com o uso de absorventes internos?

Embora seja bastante raro, é possível que o hímen complacente se rompa com o uso de absorventes internos sim, ou mesmo pela utilização dos copos menstruais. Contudo, o mais comum é que a ruptura ocorra gradativamente a cada uso.

5. É indicado cirurgia para as mulheres com hímen complacente?

Existe a indicação mas não é frequente. A cirurgia consiste em um procedimento chamado himenotomia simples, no qual o hímen é cortado ou retirado.

Muitas vezes a dor pela presença do hímen complacente é confundida com vaginismo, uma disfunção sexual que causa espasmos nos músculos da vagina e provoca dor intensa durante a relação sexual.

Este diagnóstico diferencial pode ser feito em uma consulta com o ginecologista na qual ele fará uma entrevista para compreender as suas queixas e fará um exame ginecológico. Este é também o momento ideal para que você possa retirar suas dúvidas sobre a presença do hímen, o seu tipo sobre a ruptura do himenal.

Para saber mais sobre este assunto você pode ler:

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Corrimento esverdeado: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Uma das causas mais frequentes de corrimento esverdeado é a tricomoníase, uma infecção que afeta a vulva e vagina (vulvovaginite), causada por um protozoário: o Trichomonas vaginallis.

Mais raramente o corrimento esverdeado também pode ser decorrente da infecção por clamídia ou gonococo, ou ocorrer pela presença de corpo estranho na vagina, como tampões higiênicos.

Tricomoníase: causa frequente de corrimento esverdeado

A tricomoníase causa corrimento vaginal esverdeado, amarelo ou cinzento, com a formação de bolhas. Em algumas situações, o corrimento vaginal pode ser abundante e apresentar mau odor.

O trichomonas causa uma reação inflamatória na região da vulva, vagina, uretra e colo do útero. Além do corrimento, essa infecção pode causar os seguintes sintomas:

  • Coceira;
  • Ardência na região da vulva e vagina;
  • Ardência para urinar;
  • Dor ou desconforto durante as relações sexuais.

A infecção causada pelo Trichomonas vaginallis deve ser tratada com antibiótico, geralmente o metronidazol. O tratamento com antibiótico é a única forma eficaz de melhorar os sintomas e combater o protozoário causador deste problema.

Embora, a presença de corrimento verde seja muito sugestivo de tricomoníase, nem sempre esta vulvovaginite causa esse sintoma. Em algumas situações, a tricomoníase pode causar sintomas leves ou ser totalmente assintomática.

O que fazer se notar corrimento esverdeado?

Na presença de alguma das situações acima, é importante procurar a avaliação de um médico, pois o corrimento esverdeado pode ser sinal de uma infecção vulvovaginal, como a tricomoníase ou outras.

Se for confirmado o diagnóstico de tricomoníase ou infecção por clamídia ou gonococo o tratamento precisar ser realizado com o uso de antibiótico.

É importante lembrar que estas três doenças são consideradas infecções sexualmente transmissíveis, por serem transmitidas através do contato sexual.

Por isso, é muito importante que todos os parceiros sexuais também sejam tratados para evitar chance de recorrência da infecção.

Além disso, é válido ressaltar que o uso de preservativos também previne a transmissão das infecções vaginais que podem causar corrimento esverdeado.

Causas menos frequentes de corrimento esverdeado Infecção por clamídia ou gonococo

A clamídia e o gonococo são bactérias capazes de causar corrimento e outros sintomas como dor pélvica, dor durante as relações sexuais, sangramento vaginal, dou ou ardência para urinar.

Esta infecção também pode desenvolver uma condição chamada doença inflamatória pélvica, que pode atingir órgãos pélvicos, como útero, tubas uterinas e ovários e cursar com sintomas de dor, sangramento ou febre.

O tratamento da infecção por clamídia ou gonococo é feito com antibióticos.

Presença de corpo estranho na vagina

Objetos que podem ser deixados e esquecidos na vagina podem causar secreção esverdeada, pelo acumulo de secreção e proliferação de bactérias.

Comumente ocorre com tampões que ficam mais tempo do que o recomendado na vagina, mas também pode ocorrer com preservativos ou outros objetos.

Quando devo me preocupar com o corrimento esverdeado?

O corrimento pode ficar eventualmente um pouco esverdeado e não necessariamente indicar uma infecção vulvovaginal.

No entanto, em algumas situações deve-se ter maior atenção porque o corrimento verde pode indicar uma doença. As seguintes situações indicam maior possibilidade de infecção:

  • Corrimento esverdeado abundante ou constante;
  • Coceira;
  • Ardência ou dor para urinar;
  • Desconforto ou dor durante a relação sexual;
  • Dor pélvica;
  • Presença de febre ou mal-estar.
Corrimento esverdeado na gravidez

O corrimento esverdeado na gravidez também pode indicar a presença de da vulvovaginite causada pelo protozoário Trichomonas vaginallis.

Durante a gravidez algumas mulheres podem queixar-se do aumento do corrimento vaginal. A presença mais abundante de corrimento pode ser um efeito fisiológico da própria gravidez. No entanto, o mais comum é que o corrimento gestacional seja amarelo ou branco.

Por isso, não é esperado que ocorra corrimento verde frequentemente durante a gestação. Caso esteja grávida e apresente corrimento verde, é importante passar em uma avaliação médica.

O tratamento do corrimento esverdado irá depender da causa, se for confirmada uma infecção vaginal o uso de antibióticos é necessário.

Para mais informações sobre corrimento esverdeado e tricomoníase consulte o seu médico de família ou ginecologista.

Leia também:

Corrimento esverdeado durante a gravidez o que pode ser?

Corrimento esverdeado sem cheiro e sem coceira, o que pode ser?

Referências bibliográficas

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 2020

2. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de Orientação Trato Genital Inferior. Capítulo 6. Vulvovaginites. 2010.

Menstruação veio duas vezes no mês: posso estar grávida?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Provavelmente não. Se você menstruou duas vezes em um mesmo mês, o mais comum é ser um efeito adverso do anticoncepcional, ou mesmo esquecimento de tomar o anticoncepcional.

O sangramento que ocorre no início da gravidez é percebido em apenas 20% das mulheres e se chama sangramento de nidação. A diferença é que ocorre no meio do ciclo, em pequena quantidade, apenas suja a roupa íntima, e dura de 2 a 3 dias. Corresponde à implantação do embrião na parede do útero.

Uma vez que você suspeite que está grávida e apresente duas menstruações em mesmo mês, procure um ginecologista para fazer exame de gravidez (Beta HCG) ou para investigar outras causas possíveis do sangramento.

6 causas de menstruação duas vezes ao mês

Algumas alterações psicológicas e emocionais ou doenças podem fazer com que a menstruação ocorra duas vezes ou mais em um mesmo mês. As mais comuns são:

  1. Estresse em excesso, distúrbios de humor e alterações emocionais,
  2. Problemas hormonais (síndrome do ovário policístico, endometriose),
  3. Uso de medicamentos como os anticoncepcionais,
  4. Problemas uterinos (pólios, miomas, cistos, câncer)
  5. Cirurgias e pós-operatórios (laqueadura, ressecção de miomas, cirurgias nos ovários),
  6. Gravidez (sangramento de nidação, embora mais raro).
Sangramento de nidação - sinal de gravidez

Quando o embrião se fixa na parede do útero, pode ocorrer um sangramento chamado de nidação. Este sangramento é considerado um dos primeiros sinais de gravidez, mas raramente é percebido pelas mulheres.

Tem cor rosada, mais clara que a menstruação e dura até 3 dias. Na maior parte das vezes ele apenas suja um pouco a calcinha ou a mulher só percebe ao secar-se com o papel higiênico.

Além do sangramento de nidação, é importante que você esteja atenta a outros sinais mais frequentes de gravidez:

  • Atraso menstrual (15 dias de atraso),
  • Enjoos, especialmente pela manhã,
  • Tonturas,
  • Sonolência.

Lembre-se que a menstruação tem duração de 3 a 7 dias, vem com maior quantidade de sangue, especialmente nos primeiros dias, sendo necessário o uso de absorventes. Além disso, a coloração é mais avermelhada ou mesmo marrom escuro.

Menstruar duas vezes ao mês é normal?

Depende. A menstruação duas vezes é normal em adolescentes, em mulheres na pré-menopausa e em mulheres com ciclo menstrual curto.

Nas adolescentes a menstruação duas vezes ao mês ocorre devido à imaturidade das glândulas reprodutivas. Com o tempo a produção dos hormônios (estrógeno e progesterona) se tornam regulares e a menstruação também.

As mulheres em pré-menopausa apresentam irregularidades menstruais. A menstruação passa a oscilar entre a frequência e volume de sangue. Pode vir duas ou três vezes no mesmo mês, ou vir em grande volume e ainda, mais escassa do que o habitual. Isto varia de mulher para mulher e acontece devido às variações hormonais próprias deste período. Outros sintomas incluem: fogachos, alterações do sono, humor e libido.

Já o ciclo menstrual curto, se caracteriza por ser inferior a 28 dias de duração e pode fazer com que a mulher menstrue duas vezes ao mês.

Por exemplo: Se uma mulher tem ciclo regular de 25 dias e ela menstruou no 1º dia do mês, a próxima menstruação ocorrerá novamente no 25º dia do mesmo mês e isto é considerado normal.

Fora destas condições é preciso perceber se há outros sintomas e comunicar-se com o ginecologista para investigar as possíveis causas.

Quando devo me preocupar?

Alguns sinais servem de alerta de que algo mais grave pode estar acontecendo no seu organismo. Por este motivo, fique atenta aos seguintes sintomas:

  • Sangramento anormal que dura mais de 3 dias,
  • Aumento da frequência do sangramento (3 a 4 vezes ao mês ou mais),
  • Presença de dores abdominais ou cólicas intensas,
  • Sangue com odor,
  • Coloração anormal do sangue, especialmente vermelho vivo e
  • Sangramento abundante.

Diante de qualquer um destes sintomas, você deve buscar atendimento médico em uma emergência hospitalar.

É importante que você acompanhe e conheça as características do seu ciclo menstrual como duração e volume do sangramento para saber identificar alterações que possam acontecer. Ao perceber qualquer irregularidade, busque um ginecologista para diagnóstico e tratamento adequados.

Para saber mais sobre sangramentos e gravidez, leia:

Referências

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Quais tipos de sangue combinam? Tipos de sangue e compatibilidade sanguínea
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Para saber se uma transfusão sanguínea pode ser realizada sem riscos de reações de incompatibilidade, que podem ser prejudiciais à pessoa que recebe o sangue doado, os tipos sanguíneos entre doador e receptor devem ser compatíveis.

As duas formas mais comuns de avaliar a compatibilidade entre diferentes tipos sanguíneos é através do Sistema ABO e do sistema Rh.

O sistema ABO classifica o sangue em quatro grupos ou tipos: A, B, AB e O. Já no sistema Rh há dois tipos de sangue Rh + (positivo) e Rh - (negativo).

De maneira geral o sangue tipo A pode ser doado para pessoas com o mesmo tipo sanguíneo e sangue AB.

Já alguém com sangue tipo B também pode doar para o mesmo tipo sanguíneo B e para pessoas com sangue tipo AB.

Por sua vez, pessoas com sangue AB podem receber sangue dos quatro tipos, mas só podem doar para o próprio tipo AB.

Enquanto, o sangue tipo O pode ser doado para os quatro tipos, mas só pode receber sangue também tipo O.

Portanto, têm-se as seguintes possibilidades:

Compatibilidade Sistema ABO
Tipo de sangue Pode doar para Pode receber
A A, AB A, O
B B, AB B, O
AB AB A, B, AB, O
O A, B, AB, O O

Em relação ao fator sanguíneo, pessoas com o fator Rh + podem receber tanto sangue Rh positivo quanto Rh negativo, desde que haja compatibilidade também no sistema ABO. Entretanto, pessoas com fator Rh - apenas podem receber sangue que também é Rh negativo.

Portanto, se considerarmos essas duas formas de compatibilidades é possível saber quais tipos de sangue "combinam" e podem ser transfundidos.

A tabela abaixo exemplifica as possibilidades de compatibilidade sanguínea.

Compatibilidade sanguínea
Tipo de sangue Pode doar para Pode receber
A+ A+, AB+ A+, A-, O+ e O-
A- A+, A-, AB+ e AB- A- e O-

B+

B+ e AB+ B+, B-, O+ e O-
B- B+, B-, AB+ e AB- B- e O-
AB+ AB+ A+, B+, O+, AB+, A-, B-, O- e AB-
AB- AB+ e AB- A-, B-, O- e AB-
O+ A+, B+, O+ e AB+ O+ e O-
O- A+, B+, O+, AB+, A-, B-, O- e AB- O-
Classificação do tipo sanguíneo no sistema ABO

O sangue humano pode ser classificado em 4 grupos: tipo A, B, AB e O. Essa forma de classificar o sangue humano chama-se sistema ABO e é feita com base na presença de duas estruturas moleculares:

  • Os antígenos: estruturas moleculares presentes nas hemácias (glóbulos vermelhos).

  • Anticorpos: moléculas presentes no plasma, com função de defesa.

Por exemplo, o sangue tipo A contém glóbulos vermelhos que possuem na sua superfície antígenos A e no plasma possuem anticorpos anti-B, já o tipo sanguíneo B possui antígenos B e anticorpos do tipo anti-A.

Isto significa que se misturarmos ao sangue tipo A, o sangue tipo B os anticorpos anti-B presentes no sangue A irão reconhecer os antígenos presentes no sangue tipo B e causar uma reação que leva a destruição das hemácias.

Da mesma forma, se uma pessoa com sangue tipo B receber sangue tipo A, os anticorpos anti-A presentes no sangue B irão reconhecer os antígenos A presentes nas hemácias do sangue tipo A e destruí-las.

Tipo sanguíneo AB e O

Já o sangue tipo AB é um sangue que possui antígenos A e B nas suas hemácias e não possui nenhum anticorpo. Por isso, uma pessoa com sangue AB pode receber sangue de todos os outros tipos sanguíneos, já que não terá nenhum anticorpo capaz de interagir com as células do sangue doado.

O sangue tipo O, por sua vez, não possui antígenos, mas possui os dois tipos de anticorpos anti-A e anti-B no plasma. Portanto, pessoas de sangue tipo O só podem receber doações de sangue O.

Classificação do tipo sanguíneo no Sistema Rh

Outra forma de classificação envolve outro tipo de antígeno presente nas hemácias chamado de fator Rh. Há pessoas que tem o fator Rh, então o seu tipo sanguíneo é chamado de Rh + (positivo), e outras que não tem o Rh então o tipo sanguíneo é o Rh - (negativo).

Pessoas que não possuem o fator Rh no sangue, que tem o tipo sanguíneo Rh negativo, se recebem sangue com o fator Rh irão produzir anticorpos anti-Rh contra as células sanguíneas.

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Como saber meu tipo sanguíneo?

Irmãos podem ter tipo sanguíneo diferente?

Referência bibliográfica

ABHH - Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.

Corro risco de engravidar menstruada?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Embora seja muito raro, existe uma possibilidade de engravidar menstruada. Isso é possível no caso da mulher quem tem um ciclo menstrual curto, de 21 dias, por exemplo, e, ao mesmo tempo, uma duração prolongada de sangramento, de 7 dias ou mais.

Porque nesse caso, o período fértil fica muito próximo do final da menstruação, e sabendo que os espermatozoides sobrevivem por 3 dias ou mais, dentro do organismo da mulher, pode encontrar-se com o óvulo, e dar origem à gestação.

Vamos ver um exemplo: mulher que menstrua a cada 21 dias, tem o seu período fértil entre o 10º ou 11º dia. Se menstruar por 7 dias e tiver relação no dia 7, "ainda menstruada", o espermatozoide pode sobreviver até o 10º dia, alcançando o período fértil.

No entanto, a grande maioria das mulheres tem um ciclo de 28 dias e com duração média de 3 a 5 dias de sangramento. Por isso, dizemos que é tão improvável engravidar menstruada, porém como vimos, não é impossível.

Como saber se estou grávida?

O atraso menstrual é um dos primeiros sinais de gravidez e se caracteriza por 15 dias de atraso da menstruação, após a data esperada. Porém, para mulheres que têm o ciclo regular, o atraso de 5 dias já pode ser um sinal de gestação.

Fique atenta aos outros sinais típicos de gravidez, como:

  • Enjoo, principalmente pela manhã,
  • Maior sensibilidade nas mamas,
  • Sonolência durante o dia,
  • Aumento do apetite e
  • Aumento da frequência urinária.

Na suspeita de gravidez, procure um ginecologista para a confirmação e dar início ao acompanhamento regular do pré-natal.

Vale lembrar que além da gravidez, é importante se prevenir de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia, gonorreia, HPV (papilomavírus humano) e o HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). Doenças que nem sempre têm tratamento e podem causar danos irreparáveis a pessoa, como a infertilidade.

O único maneira de evitar a contaminação de ISTs, é o uso regular de contraceptivos de barreira, como a camisinha. Enquanto não estiver em uma relação segura, procure fazer uso desse método em todas as relações.

Para maiores esclarecimentos, converse com o seu ginecologista.

Saiba mais sobre esse tema nos seguintes artigos:

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Anticoncepcional durante a amamentação: o que e quando usar em segurança?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Existem diferentes métodos contraceptivos eficazes e seguros, que podem ser usados por mulheres que amamentam. Destacam-se as pílulas e injeções contraceptivas contendo progesterona, o dispositivo intrauterino (DIU) e o método da amenorreia lactacional. Este último é um método que consiste em usar o aleitamento materno exclusivo como forma de impedir a ovulação nos primeiros seis meses após o parto.

Outras possibilidades são: o uso de métodos de barreira, como os preservativos e diafragma ou a cirurgia de esterilização, caso haja indicação.

Além desses métodos, caso durante a amamentação se tenha relação sexual desprotegida e não se esteja usando nenhum anticoncepcional, é possível tomar a pílula do dia seguinte, desde que já se tenha passado 6 semanas do parto.

Vejamos as diferentes possibilidades de métodos anticoncepcionais que podem ser utilizados pelas puérperas e são considerados seguros para a mãe e o bebê.

Contraceptivos hormonais permitidos durante a amamentação

Há duas composições de anticoncepcionais: uma que inclui dois hormônios, o estrogênio e a progesterona e outra que inclui apenas a progesterona.

Durante os primeiros seis meses de amamentação está recomendado usar pílulas que contém apenas progesterona, caso o leite materno seja a principal fonte nutricional do bebê. Isto porque, a progesterona isoladamente não interfere na amamentação e não aumenta o risco de trombose significativamente.

Durante o período de aleitamento materno, é possível a utilização dos anticoncepcionais a base de progesterona através de pílula com progestágeno isolado em baixa dose (minipílula), pílula com progestágeno isolado em alta dose, injeção ou implante subcutâneo.

Pílulas com progestágenos isolados (Minipílula)

Nomes comerciais: Norestin, Micronor

Essas pílulas são compostas por progestógenos em baixas doses. São usadas continuamente, sem pausa, e também são conhecidas como minipílulas.

As minipílulas apenas são eficazes para mulheres que estão amamentando exclusivamente até 6 meses após o parto. Quando se cessa a amamentação a sua eficácia diminui e deixam de ser um método contraceptivo seguro.

  • Quando usar? Podem ser usadas entre a 6º semana e 6 meses após o parto.
Pílula com progestágeno em doses maiores

Nomes comerciais: Cerazzete, Nactali, Juliet

São pílulas que contém uma maior quantidade de progesterona (75 mcg de desogestrel), por isso são mais eficaz que as minipílulas. Também são de uso contínuo, como as minipílulas. Podem ser usadas mesmo com o término do aleitamento materno exclusivo e após 6 meses do parto.

  • Quando usar? Podem ser iniciadas a partir da 6º semana após o parto e permanecer o uso por tempo indeterminado.
Injeção trimestral de medroxiprogesterona

Nomes comerciais: Contracep, Depo-provera

A medroxiprogesterona é um progestágeno que atua no organismo durante três meses, por isso, a aplicação da injeção é trimestral. É um método muito eficaz.

  • Quando usar? Pode-se iniciar a aplicação das injeções trimestrais a partir de 6 semanas após o parto e manter o uso por tempo indeterminado.
Implante subdérmico

Nome comercial: Implanon

Os implantes subdérmicos são métodos seguros, compostos por progestágeno. Não interferem durante a amamentação e permitem contracepção de longa duração (3 anos).

  • Quando usar? Pode ser aplicado a partir da sexta semana após o parto e pode ser mantido por até 3 anos. Pode ser retirado antes, caso se deseje.
Pílulas combinadas com estrogênio e progesterona

Nomes comerciais: Diane 35, Ciclo 21, Yasmin, entre outras

Durante a amamentação evita-se o uso de contraceptivos contendo estrógenos, devido ao aumento do risco de trombose e formação de coágulos e pelo risco de interferência na amamentação, visto que o estrogênio pode interferir na qualidade e quantidade de leite materno.

Por isso, os anticoncepcionais combinados estão indicados apenas após 6 meses de vida do bebê. Após esse período, as mulheres, se desejarem, podem voltar a usar a pílula que usavam antes da gravidez.

  • Quando usar? Os anticoncepcionais hormonais combinados podem ser usados a partir do sexto mês de vida do bebê ou quando o leite materno já não for o alimento principal do bebê.
Dispositivo intrauterino

O dispositivo intrauterino é um método prático, altamente eficaz, duradouro e reversível, sendo seguro durante o período de amamentação. Consiste na introdução dentro do útero de uma haste em T, contendo ou cobre, ou hormônio, que são capazes de impedir por diferentes mecanismos a fecundação.

Existem dois modelos mais utilizados, o DIU de cobre, com eficácia de 10 anos, e o hormonal (Mirena), com eficácia de 5 anos.

Quando se pode começar a usar o dispositivo intrauterino?

Há dois períodos em que se pode fazer a inserção do DIU dentro do útero: em até 48 horas após o parto ou depois de 4 semanas após o parto. Em algumas maternidades ou casas de parto é possível inserir o DIU logo após o nascimento do bebê.

Se passar mais de dois dias do parto, deve-se aguardar então pelo menos um mês para colocá-lo.

Método da amenorreia lactacional

O processo de sucção do bebê durante a amamentação causa o aumento de um hormônio chamado prolactina. Quando a prolactina está alta interfere no eixo hormonal que leva a ovulação, impedindo que a mulher ovule e torne-se fértil enquanto amamenta.

Portanto, o aleitamento materno exclusivo pode ser considerado uma forma de contracepção. Porém, para que a amamentação de fato seja considerada um método seguro, a ponto de impedir eficazmente uma gravidez, duas condições devem ser cumpridas:

  1. O aleitamento deve ser exclusivo, ou seja, a mãe deve ofertar apenas leite materno para o bebê a livre demanda durante os seis primeiros meses. Se a criança consumir fórmulas infantis ou outros alimentos, a frequência das amamentações diminui e o efeito contraceptivo do aleitamento perde eficácia.
  2. A puérpera não pode ter menstruado ainda. Caso ocorra a primeira menstruação após o parto, o método da amenorreia lactacional deixa de ser considerado eficaz para a proteção contra a gravidez.
Quando se pode usar o método da amenorreia lactacional?

O método da amenorreia lactacional está indicado desde o retorno a atividade sexual até 6 meses após o parto, depois desse período perde-se a eficácia.

Métodos de barreira (camisinha e diafragma)

Os métodos de barreira são métodos seguros durante o puerpério, não interferem com a amamentação e podem ser eficazes se usados corretamente. Entre os métodos de barreira mais conhecidos estão a camisinha feminina, a camisinha masculina e o diafragma.

Além disso, os preservativos, tanto o masculino quanto o feminino, são capazes de proteger durante doenças sexualmente transmissíveis.

Os métodos de barreira são eficazes se forem usados em todas as relações sexuais durante todo o ato sexual, caso contrário pode-se atingir um grande índice de falha.

Quando se pode usar os métodos de barreira?

Os preservativos masculino e feminino podem ser usados a partir do retorno as atividades sexuais por tempo indefinido.

O diafragma só pode ser utilizado após 6 semanas do parto, que é o tempo para o útero e canal de parto voltarem à conformação antes da gravidez.

Quem amamenta pode tomar pílula do dia seguinte?

Sim, quem amamenta pode tomar pílula do dia seguinte desde que já tenham passadas 6 semanas do parto.

A pílula do dia seguinte apresenta em sua composição um progestágeno em alta dose, que não interfere na amamentação, por isso pode ser usada em segurança durante o período de aleitamento.

Caso apresente mais dúvidas sobre a escolha do melhor método contraceptivo durante a amamentação, consulte o seu médico de família ou ginecologista.

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Norestin é eficaz contra gravidez?

Dúvidas sobre anticoncepção e amamentação: Posso engravidar amamentando?

Referências bibliográficas

1 Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa (SRP) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Escola Bloomberg de Saúde Pública/Centro de Programas de Comunicação (CPC) da Universidade Johns Hopkins, Projeto INFO. Planejamento Familiar: Um Manual Global para Prestadores de Serviços de Saúde. Baltimore e Genebra: CPC e OMS, 2007.

2 Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Amamentação. Série Orientações e Recomendações. São Paulo 2018.