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Dor nas unhas: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Dor nas unhas pode ser sinal de diversos problemas que afetam as unhas dos pés ou das mãos. Sendo que as lesões provocadas por traumas ou compressões estão entre as principais causas de unhas doloridas, essas lesões muitas vezes decorrem do uso de calçados apertados e erros na hora de cortar as unhas.

Conheça alguns problemas comuns que podem causar dor nas unhas, os seus tratamentos e saiba o que fazer em cada situação. 

Uso de calçados apertados

Sapatos, botas e outros calçados muito apertados ou pontiagudos modificam a posição normal dos dedos e, quando usados demasiadamente, provocam lesões nas unhas, o que leva a muita dor.

O que fazer 

Usar calçados largos, maiores e mais abertos para não apertar os dedos.

Corte incorreto das unhas dos pés

Deixar as bordas das unhas dos dedos dos pés muito arredondadas pode provocar o encravamento do canto da unha. Uma unha encravada pode inflamar e resultar numa infecção extremamente dolorosa.

O que fazer

Cortar as unhas dos pés mantendo os cantos retos e visíveis.

Unha encravada

Trata-se da penetração de uma das pontas da unha na pele ao seu redor. As principais causas de unha encravada são o corte incorreto e o uso de calçados apertados ou pontiagudos.

O que fazer

O tratamento dos casos mais leves de unha encravada pode ser feito através de cuidados locais, higiene adequada, colocação de algodão entre a unha e a borda encravada, uso de órteses acrílicas e uso de medicamentos tópicos quando necessários.

Casos mais graves podem necessitar da realização de um procedimento cirúrgico para retirar a parte da unha que está encravada, a sua borda e o tecido inflamado. Tais procedimentos devem ser realizados por médicos ou profissionais habilitados como podólogos.

Unha em telha

Caracteriza-se pelo aumento da curvatura da unha, deixando-a parecida com uma telha.

O que fazer

O tratamento pode ser feito com lâminas flexíveis que pressionam a unha e diminuem a curvatura, ou através de cirurgia.

Unha em pinça

Apresenta uma hipercurvatura que provoca pinçamento dos tecidos moles nas extremidades da unha.

O que fazer

Colocar lâminas flexíveis ou realizar uma cirurgia, como na unha em telha.

Hematoma sub-ungueal

É provocado por algum trauma na região da unha, como uma pancada ou queda de objeto, que provoca dor intensa.

O que fazer

Aplicar gelo no local durante 20 minutos para aliviar a dor e diminuir o inchaço. Casos leves não precisam de outros tratamentos.

Verrugas

Tratam-se de tumores benignos causados pelo vírus HPV. As verrugas podem crescer em qualquer tecido mole ao redor da unha.

O que fazer

O tratamento das verrugas pode incluir aplicação local de ácidos tópicos ou outras técnicas como crioterapia ou imunoterapia.

Leia também: O que são Hifas nas unhas?; Unhas escuras, o que pode ser?

Caso esteja com dores nas unhas procure um médico de família ou dermatologista para uma melhor avaliação.

Saiba mais em: Unhas amareladas podem ser sinal de doença?

Dor e dificuldade ao engolir. O que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dor e dificuldade ao engolir podem ser sintomas de garganta inflamada. As infecções de garganta podem ser causadas por vírus ou bactérias e podem atingir as amígdalas (amigdalite), laringe (laringite) ou a faringe (faringite).

Os sintomas de garganta inflamada podem incluir:

  • Dor de garganta;
  • Dificuldade para engolir alimentos sólidos;
  • Febre;
  • Inchaço dos gânglios do pescoço e da mandíbula;
  • Irritação na garganta, que pode estar avermelhada;
  • Presença de placas de pus na garganta (amigdalite);
  • Rouquidão.

Para tratar a garganta inflamada é necessário primeiro saber se a infecção é bacteriana ou viral. Se for causada por vírus, o tratamento é feito com anti-inflamatórios e sintomáticos; se for causada por bactérias é preciso tomar antibióticos.

Leia também:

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O que fazer para aliviar a dor ao engolir?

Fazer gargarejos com água morna e sal ajuda a aliviar a dor de garganta, sobretudo se for causada por amigdalite, pois limpa a garganta e ajuda a soltar o muco que se forma pelo pus.

Basta misturar uma colher (chá) rasa de sal em um copo de água morna e fazer o gargarejo durante alguns minutos.

Os gargarejos devem ser feitos pelo menos 3 vezes ao dia e podem ser repetidos sempre que for necessário.

Não coloque vinagre nem limão na solução, pois são ácidos e podem irritar ainda mais a garganta.

É importante lembrar que os gargarejos apenas aliviam a dor e não tratam a inflamação ou a infecção.

Veja também: Tomar sorvete faz mal para quem está gripado ou com a garganta inflamada?

Por isso, procure um médico clínico geral, médico de família ou vá diretamente a um otorrinolaringologista para que sejam prescritos os medicamentos adequados e a causa da dor seja devidamente tratada.

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Qual a diferença entre gastrite e pangastrite?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Gastrite é um processo inflamatório da mucosa do estômago, geralmente causada por processo autoimune ou infeccioso, uso de medicamentos, reações de sensibilidade ou estresse. A gastrite pode ocorrer em determinadas partes do estômago (corpo, antro, cárdia). Quando ela está presente em todas as áreas do estômago, ela é chamada de pangastrite.

Portanto, a pangastrite é o processo inflamatório (gastrite) que ocorre na mucosa do estômago como um todo. Essa gastrite pode ser aguda, quando aparece de repente e dura um período curto de tempo. Quando a gastrite dura mais de meses, ela é classificada como crônica.

O estômago produz sucos digestivos ácidos e é a mucosa que reveste a sua parte interna que protege o órgão da acidez do suco gástrico. Porém, se a mucosa estiver danificada ou lesionada, o ácido estomacal penetra na mucosa, piorando a lesão.

Por isso, a gastrite e a pangastrite merecem tratamento e dieta adequados para evitar futuras complicações como úlceras, hemorragias, formação de pólipos e câncer de estômago.

Além disso, a mucosa que reveste o estômago produz várias substâncias fundamentais para a digestão. Por isso, em caso de inflamação de parte dela (gastrite) ou dela toda (pangastrite), a produção dessas substâncias fica prejudicada e, como consequência, o processo digestivo.

O risco de gastrite e pangastrite aumenta com a idade, uma vez que a mucosa gástrica vai ficando mais fina e frágil com o passar dos anos.

Qual a diferença entre gastrite ou pangastrite erosiva e enantematosa?

A gastrite ou a pangastrite pode ser erosiva ou enantematosa. Na gastrite ou pangastrite erosiva, ocorrem erosões na mucosa do estômago. Já a enantematosa caracteriza-se pela vermelhidão da mucosa gástrica. Tanto a gastrite como a pangastrite erosiva e enantematosa podem ser leve, moderada ou acentuada.

Quais as causas da gastrite e da pangastrite?Gastrite e pangastrite aguda

A principal causa de gastrite e pangastrite erosiva aguda é o uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios, como aspirina (AAS - ácido acetilsalicílico) ou ibuprofeno. O consumo de bebidas alcoólicas, cocaína ou ainda a exposição à radiação também podem causar gastrite ou pangastrite erosiva.

As gastrites e as pangastrites erosivas também podem ter como causas acidentes, doenças graves, queimaduras extensas ou cirurgias de grande porte.

A gastrite e a pangastrite também podem ser provocadas por doenças autoimunes, doença de Crohn e infecções virais, parasitárias ou bacterianas.

Gastrite e pangastrite crônica

A principal responsável pelos casos de gastrite e pangastrite crônica é a bactéria Helicobacter pylori. A H. pylori está presente no estômago de cerca de 90% das pessoas com mais de 50 anos de idade e a sua transmissão ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Porém, a grande maioria dos portadores da bactéria não manifesta sintomas.

Por outro lado, quando ocorre e não recebe tratamento adequado, a gastrite crônica pode durar anos ou permanecer até o fim da vida.

Quais os sintomas de gastrite e pangastrite?

O principal sintoma da gastrite e da pangastrite é a dor ou desconforto na porção superior esquerda do abdômen. Outros sintomas que podem estar presentes incluem náuseas, vômitos e sensação de enfartamento após as refeições. Contudo, em muitos casos, a gastrite e a pangastrite não manifestam sintomas.

Em casos de gastrite ou pangastrite erosiva, pode haver presença de sangue nos vômitos ou nas fezes.

Na gastrite e pangastrite crônica causadas por H. pylori, a mucosa pode ficar atrofiada e as células que produzem substâncias essenciais para a digestão são destruídas, podendo evoluir para câncer.

Gastrite e pangastrite têm cura? Qual é o tratamento?

Gastrite e pangastrite tem cura. O tratamento é feito através de medicamentos que diminuem a quantidade de ácido produzido pelo estômago, para aliviar a dor e o desconforto. Além da medicação, é fundamental ter uma dieta adequada, que deve ser seguida conforme orientação do médico gastroenterologista.

Quando a gastrite ou a pangastrite é provocada pelo uso de medicamentos anti-inflamatórios, pode ser necessário suspender a medicação, segundo avaliação médica.

Outra medida fundamental é tratar a infecção por H. pylori, mesmo quando a pessoa não manifesta sintomas, já que a infecção pela bactéria pode evoluir para úlceras ou câncer de estômago. O tratamento para erradicar a Helicobacter pylori é feito com a combinação de antibióticos e medicamentos específicos para o estômago.

O/a médico/a gastroenterologista é especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da gastrite e da pangastrite.

Leia também: O que é gastrite enantematosa leve do antro?

Hérnia hiatal tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, a hérnia hiatal tem cura. O tratamento varia de acordo com os sintomas e tamanho da hérnia. Podem ser indicados:

  • Mudanças nos hábitos de vida,
  • Medicamentos e ou
  • Cirurgia corretiva.

Nos casos mais leves de hérnia hiatal, em que a pessoa apresenta poucos sintomas, podem ser prescritos apenas mudanças nos hábitos de vida e orientações alimentares. Nos casos de hérnias volumosas ou que não respondem ao tratamento inicial será preciso a cirurgia corretiva.

Mudanças no estilo de vida

Não é fácil mudar os hábitos de vida, mas essas mudanças devem ser encaradas como um plano de tratamento sério, simples e a principal alternativa para que não seja preciso passar por uma cirurgia.

Por isso siga todas as recomendações médicas, com cuidado e perseverança.

  1. Evitar alimentos gordurosos, condimentados e frituras.
  2. Evitar doces e pão branco. Bebidas alcoólicas, café, cítricos e bebidas com gás também devem ser evitados.
  3. Não fumar!
  4. A dieta deve contemplar alimentos como frutas, verduras, vegetais e fibras.
  5. Evitar líquidos durante as refeições.
  6. Evitar comer em excesso próximo da hora de dormir e fazer a última refeição pelo menos duas horas antes de se deitar.
  7. Realizar refeições menores, mais leves e mais vezes durante o dia.
  8. Praticar exercícios físicos, pelo menos 40 minutos, 5 vezes por semana.
  9. Perder peso é outra medida importante, procurando manter o índice de massa corporal (IMC) igual ou menor que 25.
  10. Para dormir, prefira travesseiro mais alto, e mantenha a cabeceira da cama elevada cerca de 30º.
Tratamento medicamentoso da hérnia hiatal

Os medicamentos usados para tratar a hérnia hiatal são indicados quando a pessoa não apresenta melhora dos sintomas apenas com as mudanças nos hábitos.

Nesses casos o uso de antiácidos ou inibidores da bomba de prótons, colaboram no tratamento, porque reduzem a acidez gástrica. O tempo mínimo de uso, para alcançar o efeito desejado, são oito semanas.

Cirurgia para hérnia hiatal

O tratamento cirúrgico pode ser feito por vídeo, através da videolaparoscopia. A cirurgia é indicada para casos de hérnias de hiato volumosas ou quando não respondem ao tratamento inicial, como mudanças dos hábitos e tratamento clínico medicamentoso.

A cirurgia pode ser uma opção para pacientes que por outras razões, entendem que não são capazes de manter, seja por ordem pessoal, econômica ou intolerância aos medicamentos.

Casos de esofagite grave, estenose de esôfago ou esôfago de Barrett, também podem necessitar de cirurgia. O esôfago de Barret se caracteriza pela transformação das células do esôfago, devido às constantes lesões e agressões na mucosa, por refluxos.

O que é hérnia de hiato?

A hérnia do hiato é a passagem de uma parte do estômago pelo músculo diafragma, levando à formação de uma protuberância na cavidade torácica. O diafragma separa o abdômen do tórax. Por ele passa o esôfago, antes de se ligar ao estômago, através de uma abertura chamada hiato diafragmático.

Assim, o estômago está localizado abaixo do diafragma, na cavidade abdominal, enquanto o esôfago está acima do diafragma, no tórax.

O posicionamento do tubo digestivo em relação ao diafragma pode variar um pouco, conforme a posição do corpo, a pressão no abdômen e a respiração.

A hérnia hiatal ocorre quando uma parte do estômago sobe, ultrapassando o orifício por onde passa o esôfago, em direção a caixa torácica.

Quais as causas da hérnia de hiato?

A hérnia de hiato pode ser um defeito presente desde o nascimento, com a característica de um diafragma mais fraco, podendo levar à formação de um orifício mais largo do que o habitual, que permite a passagem de parte do estômago por ele.

Decorrentes de traumatismos no tórax ou no abdômen. Outros são causados por esôfago mais curto que o normal, ou mesmo pelo aumento da pressão abdominal, como na obesidade ou na gestação, por exemplo.

O esforço para vomitar pode levar à formação temporária de uma hérnia de hiato, assim como tosse intensa, espirros prolongados, esforço para evacuar e levantamento de peso. Todas essas situações aumentam a pressão no interior do abdômen, que empurra o estômago para cima, para o tórax.

Portanto, existem as hérnias de hiato que estão presentes desde o nascimento (congênitas), ou causadas por situações que aumentam a pressão dentro do abdomen, sendo mais comum em adultos com mais de 60 anos de idade e obesos.

Quais são os sintomas da hérnia de hiato?

Na maioria dos casos de hérnia de hiato não existem sintomas, ou quando estão presentes, costumam ser inespecíficos, por isso pouco relevantes.

Isso acontece porque para que ocorra a regurgitação é necessário que haja também um defeito no funcionamento do músculo localizado no final do esôfago (o esfíncter esofagiano inferior) que desempenha a função de impedir o retorno desse conteúdo.

Contudo, quando a hérnia é grande ou existe uma deficiência nesse esfíncter, encontramos como sintomas mais comuns a azia, mau hálito, dor no peito, a regurgitação (passagem de conteúdo do estômago para a garganta). Se a hérnia for grande, pode dificultar inclusive a passagem dos alimentos, causando dificuldade em engolir (disfagia).

A dor no peito às vezes é tão intensa que se assemelha à dor de um infarto agudo do miocárdio.

O refluxo do material ácido do estômago para o esôfago pode lesionar a parede do órgão, já que a parede do esôfago não está preparada para aquela acidez.

No entanto, se houver estrangulamento da hérnia, ou seja, se parte do estômago ficar encarcerada ou comprimida pelo diafragma, pode haver uma diminuição da irrigação sanguínea e consequente necrose da parede do órgão, que causa dor abdominal intensa e incapacitante. Trata-se de uma complicação grave, que provoca dor intensa e necessita de intervenção cirúrgica com urgência, podendo levar ao óbito se não tratada a tempo.

Raramente acontece quadros de lesão com hemorragia na parede da hérnia.

Em caso de suspeita de hérnia de hiato, um/a médico/a clínico/a geral, médico/a de família ou um gastroenterologista deverá ser consultado para avaliação, diagnóstico e tratamento correto.

Leia também:

Hérnia de hiato pode causar boca amarga?

O que é hérnia hiatal e quais os sintomas?

Referência:

FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Qual é o tratamento para cisto no rim?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para cisto no rim depende dos sinais e sintomas que a pessoa apresenta. Em geral, cistos renais simples que não causam sintomas não precisam de tratamento, apenas acompanhamento. Cistos grandes ou que causam dor podem ser drenados através de cirurgia ou punção. Já os cistos renais complexos malignos precisam ser retirados cirurgicamente com urgência.

A maioria dos casos de cisto renal simples (Bosniak I e II) precisa apenas de um acompanhamento regular com exames de imagem. O tratamento só é indicado se houver sintomas ou surgir alguma complicação, como sangue na urina, cálculo renal ou infecção.

O tratamento pode ser feito através da drenagem do conteúdo do cisto por meio de uma agulha (punção), introduzida através da pele. Em alguns casos, o esvaziamento do cisto precisa ser feito através de cirurgia, geralmente por videolaparoscopia.

Se o cisto estiver infeccionado devido a bactérias, é necessário realizar um tratamento com antibióticos antes de fazer a drenagem cirúrgica do mesmo.

Cistos renais complexos do tipo Bosniak IIF devem ser investigados minuciosamente. Na maioria dos casos é feito um acompanhamento regular com exames de imagem. Contudo, em algumas situações, pode ser necessário remover o cisto cirurgicamente.

Já os cistos complexos dos tipos Bosniak III e IV normalmente precisam de tratamento cirúrgico. Nesses casos, é feita a remoção completa do cisto renal com uma margem de segurança, já que esses cistos podem apresentar células cancerígenas.

O especialista responsável pelo tratamento do cisto no rim é o médico nefrologista.

Saiba mais em:

Cisto no rim pode virar câncer?

Cisto no rim: O que é e quais são os sintomas?

Como é a cirurgia de hérnia umbilical e qual é o tempo de recuperação?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A cirurgia de hérnia umbilical pode ser feita através de um corte na região umbilical (método aberto) ou por videolaparoscopia, através de "furinhos" no abdômen.

Cirurgia aberta de hérnia umbilical

O método aberto pode ser realizado com anestesia peridural. A cirurgia começa com uma incisão na região umbilical para localizar a hérnia. O corte geralmente é pequeno, mas varia conforme o tamanho da hérnia. Pessoas obesas podem precisar de uma incisão maior do que as magras.

Após a incisão, o médico empurra a hérnia umbilical para dentro do abdômen. A abertura da parede abdominal por onde saiu a hérnia é fechada com pontos. Em alguns casos, pode ser necessário reforçar o local com uma tela para diminuir as chances da hérnia umbilical voltar a aparecer.

Cirurgia de hérnia umbilical por videolaparoscopia

Já a cirurgia por videolaparoscopia geralmente é realizada com anestesia geral, embora também possa ser feita com epidural. A cirurgia por videolaparoscopia é considerado um procedimento pouco invasivo.

No início, injeta-se gás carbônico no abdômen do paciente para aumentar o espaço e facilitar o procedimento.

Depois, são feitos três furos com cerca de 1 cm no abdômen e uma pequena câmera é introduzida na parede abdominal através de um desses orifícios. A câmera permite ao cirurgião visualizar a hérnia umbilical em um monitor de vídeo.

Os outros furinhos no abdômen servem para o médico realizar o procedimento com os instrumentos cirúrgicos necessários. A hérnia umbilical é então empurrada para dentro da barriga e a abertura na parede abdominal que permitiu o extravasamento da hérnia é fechado com uma tela.

Qual é o tempo de recuperação da cirurgia de hérnia umbilical?

O tempo de recuperação da cirurgia de hérnia umbilical é relativamente rápido e depende da técnica utilizada. O tempo de internação é de 12 a 24 horas.

Geralmente, em cerca de 3 a 5 dias, a pessoa já pode voltar às atividades do seu dia a dia. Já o retorno às atividades profissionais pode acontecer após 1 a 2 semanas, desde que não tenha que levantar peso, o que deve ser evitado por 10 dias.

As possíveis complicações e reações da cirurgia de hérnia umbilical incluem dor, lesão de algum nervo, infecção e, em alguns casos raros, o reaparecimento da hérnia.

A cirurgia é a única forma de curar definitivamente a hérnia umbilical. Todos os outros tratamentos têm como objetivo apenas aliviar os sintomas. A escolha do tipo de tratamento cirúrgico para a hérnia umbilical depende da idade, do tamanho da hérnia, da presença de outras doenças ou obesidade, além da preferência do próprio paciente.

O que é seroma e como é o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Seroma é o acúmulo de líquido embaixo da pele, durante o pós-operatório de uma cirurgia, deixando a área da cicatriz mais alta que o normal. O seroma se forma devido ao extravasamento de plasma sanguíneo ou linfa (fluido que circula nos vasos linfáticos), surgindo nas primeiras semanas de pós-operatório.

A formação de seroma pode acontecer em qualquer cirurgia. Contudo, ele é mais frequente em operações que envolvem grandes descolamentos de tecidos, como as cirurgias plásticas de abdominoplastia, lipoaspiração, implante de prótese de silicone, redução mamária, entre outras.

Os sinais e sintomas do seroma incluem abaulamento local (região da cicatriz fica mais elevada que a pele ao redor), flutuação na área da cicatriz, sensação de líquido se deslocando na área da cirurgia, extravasamento de um líquido esbranquiçado através da cicatriz.

Outra característica do seroma é a ausência de sinais de inflamação, como dor e vermelhidão. Porém, se houver infecção, esses sinais poderão estar presentes e o líquido terá um odor característico. Também pode haver febre nesses casos.

O líquido também pode assumir uma coloração avermelhada se estiver misturado com sangue, enquanto seromas crônicos podem apresentar um tom mais achocolatado.

O tratamento do seroma pode ser necessário quando há dor e desconforto, e ele torna-se demasiadamente grande. Geralmente se realiza a aspiração do líquido acumulado através da aspiração com uma agulha de grosso calibre e seringa, ou através da colocação de um dreno, nos casos em que o seroma é mais extenso.

O médico pode prescrever antibióticos para prevenir possíveis infecções decorrentes da punção. Se o seroma estiver infeccionado, o tratamento também irá incluir o uso de antibióticos.

O tratamento do seroma deve ser efetuado, preferencialmente, pelo médico que realizou a cirurgia.

O que é hérnia inguinal e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Hérnia inguinal é o deslocamento de uma parte do intestino através de uma anomalia (orifício) na parede abdominal, na virilha. Ocorre geralmente quando o indivíduo se submete a elevadas pressões abdominais ao longo dos anos, o que leva a um aumento gradativo da fragilidade da musculatura abdominal, até que ocorre a herniação, normalmente através de "pontos fracos" nessa parede muscular, localizados no umbigo (hérnia umbilical) ou nas virilhas (hérnia inguinal).

Não é só a pressão provocada pelos exercícios que contraem a musculatura do abdômen. Também ocorre este aumento de pressão durante o esforço da evacuação, na hora do parto, para expulsar o feto do interior do útero, durante a gravidez, em casos de tosse crônica, ao levantar pesos, entre outras situações.

Hérnia inguinal

No homem, o local de fraqueza da parede abdominal costuma ser o canal inguinal, ocupado pelo cordão espermático proveniente do testículo. Na mulher, no mesmo canal está um ligamento que sustenta o útero na sua posição. Nesses casos, a hérnia pode surgir no local em que o útero se fixa no osso da bacia.

As hérnias inguinais diretas (herniação devido à fraqueza em pontos da parede abdominal) correspondem a 75% de todas as hérnias e são 25 vezes mais comuns em homens do que em mulheres.

A hérnia inguinal indireta é mais frequente em crianças e adultos jovens, e origina-se de um defeito anatômico, congênito, em que o canal inguinal não se fechou como deveria, e é através deste canal que ocorre a herniação das alças intestinais.

Apesar da hérnia inguinal não ser propriamente perigosa, trata-se de uma lesão que não regride espontaneamente. A cirurgia é indicada na maioria dos casos devido ao risco de complicações graves.

Quais são os sintomas da hérnia inguinal?

Os sinais e sintomas da hérnia inguinal incluem abaulamento local, desconforto leve até dores intensas, associadas a náuseas, vômitos e mal-estar generalizado. Porém, a hérnia inguinal pode não manifestar sintomas. No entanto, pode-se notar uma saliência no local da hérnia, principalmente ao tossir, ficar em pé ou realizar esforço físico.

Também pode haver sensação de ardência, peso, dor, desconforto ou fraqueza na virilha. Esses sintomas pioram ao tossir, levantar pesos ou inclinar o corpo para frente.

Os sintomas decorrem da constante entrada e saída do conteúdo abdominal através do defeito da parede abdominal. A dor pode piorar com o esforço na região pela tosse, evacuação, exercício ou levantamento de peso.

No caso do intestino descer para o saco escrotal, pode haver aumento da sensibilidade e inchaço nos testículos.

Os casos mais complicados são causados por encarceramento e estrangulamento. O encarceramento ocorre quando o conteúdo do abdômen é mantido no defeito da parede, fora da cavidade abdominal, sendo que não se verifica o regresso desse conteúdo para o local certo.

Frequentemente isso causa dor intensa e contínua, estufamento, distensão da barriga, paragem do funcionamento do intestino, perda de apetite, febre, enjoos, vômitos, além de alterar a aparência da hérnia, que fica mais vermelha ou escura.

No caso do estrangulamento, além do encarceramento, o intestino é prejudicado devido à falta de circulação do sangue.

O encarceramento é um caso urgente e uma cirurgia deve ser feita rapidamente para evitar graves consequências no intestino.

Para empurrar a hérnia para dentro do abdômen, o que é possível na maioria dos casos, a pessoa deve estar deitada de barriga para cima e empurrar a hérnia com movimentos suaves. A aplicação local de gelo ajuda a diminuir o inchaço e auxilia o movimento.

Se não for possível empurrar a hérnia para a cavidade abdominal, é um sinal de que a hérnia pode estar encarcerada. Nesses casos, a alça intestinal sofre um estrangulamento e a irrigação sanguínea é interrompida. Trata-se de uma complicação muito grave, que requer intervenção cirúrgica urgente.

Qual é o tratamento para hérnia inguinal?

Se a hérnia inguinal for pequena e não causar sintomas, o tratamento pode consistir apenas de um acompanhamento regular. No caso da hérnia inguinal ser grande e provocar sintomas, a cirurgia é o tratamento indicado. O procedimento cirúrgico pode ser feito por laparoscopia ou pelo método clássico.

A forma clássica da cirurgia é realizada por meio de um pequeno corte na virilha, através do qual a alça intestinal é colocada de volta no interior da cavidade abdominal. Depois, a musculatura é fechada e a porção frágil recebe um reforço com um material sintético.

O tempo de recuperação da cirurgia de hérnia inguinal é de aproximadamente 6 semanas. As atividades diárias vão sendo retomadas progressivamente.

Já a laparoscopia é feita através de pequenos cortes no abdômen, por meio dos quais a hérnia é corrigida e a parede muscular é reforçada. O tempo de recuperação da cirurgia por laparoscopia é menor e o pós-cirúrgico é mais confortável.

Em caso de suspeita de hérnia inguinal, um médico, preferencialmente um cirurgião geral ou um cirurgião especialista em trato digestivo, deverá ser consultado. Ele poderá dar o diagnóstico correto, após anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, orientar e prescrever o tratamento mais adequado, caso a caso.

Leia também:

Hérnia inguinal durante a gravidez é perigoso?

Quem teve hérnia inguinal pode ter filhos?