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Ferritina baixa: o que significa e o que fazer para aumentar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A ferritina é uma molécula de proteína que armazena ferro. Portanto, quando a ferritina está baixa indica que as reservas de ferro também estão baixas, sendo um possível indício de anemia atual ou futura.

Se a ferritina baixa de fato corresponder a uma anemia por deficiência de ferro, o tratamento é feito com a administração de ferro de modo a repor os estoques de ferritina e ferro no organismo. O objetivo é alcançar uma ferritina maior que 50 ng/ml. O consumo de alimentos ricos em ferro também contribui para o aumento da ferritina.

Quais os sintomas da ferritina baixa?

A ferritina baixa ocasiona sintomas de anemia por deficiência de ferro, os principais sintomas são:

  • Fadiga;
  • Falta de ar aos esforços;
  • Perda de força e sensação de fraqueza;
  • Dor de estômago;
  • Queda de cabelo;
  • Ccomer terra ou chupar gelo (pica).
O que tomar para aumentar a ferritina?

O tratamento da anemia ferropriva é feito basicamente pelo uso de ferro, que pode ser administrada por via oral, através de comprimidos ou através da toma de ferro pela veia. Diferentes formas e composições de ferro podem ser usadas.

Os medicamentos que são tomados por via oral mais comuns são:

  • Sulfato ferroso (Vitafer®, Ferronir®): é a formulação de ferro mais conhecida e usualmente prescrita no tratamento da anemia por deficiência de ferro. Está disponível gratuitamente na rede pública.
  • Ferripolimaltose (Noripurum®, Endofer®, Ultrafer®):

O tratamento da anemia ferropriva também pode ser feito através do uso de ferro endovenoso. Esta via de administração está indicada quando existe intolerância ao uso do ferro por via oral, quando não se consegue uma boa resposta ao tratamento por via oral ou ainda quando se deseja a reposição rápida do ferro.

Nesse caso a opção de ferro comumente utilizada é o:

  • Sacarato de hidróxido férrico: é um formulação de ferro administrada por via venosa. Cada ampola de 5ml contém 100 mg de ferro.

É importante lembrar que o tratamento da anemia por deficiência de ferro deve sempre ser orientado por um médico, visto que é importante acompanhar a quantidade de ferro no organismo e também investigar a causa da anemia.

Doenças que provocam sangramento, como úlceras, divertículos, tumores ou aumento do sangramento menstrual podem ser a causa da anemia ferropriva e devem ser diagnosticadas e tratadas para evitar que a anemia persista.

O que comer para aumentar a ferritina?

O consumo de alimentos ricos em ferros também pode contribuir para a reposição do ferro no organismo e aumento da ferritina. Alguns alimentos que contém ferro e podem ser consumidos para aumentar a ferritina são:

Alimentos de origem animal:
  • Carne de vaca, aves ou porco
  • Peixes (sardinha, atum, salmão)
  • Fígado e vísceras
  • Mariscos
Alimentos de origem vegetal
  • Feijões e lentilhas
  • Vegetais de folha escura (espinafres, couves, brócolis)
  • Frutos secos, sementes

Existe também a recomendação de preparar alimentos em panelas de ferro, que quando utilizadas liberam pequenas quantidades de ferro na comida, aumentando assim a ingesta deste mineral.

Quanto tempo para aumentar a ferritina?

O tratamento da anemia ferropriva dura de 2 a 6 meses, geralmente esse é o tempo para repor os índices de ferro no sangue e também aumentar o estoque de ferritina, evitando assim uma recidiva da anemia.

Caso tenha notado que a sua ferritina está baixa procure um médico de família ou clínico geral para avaliar o seu caso e iniciar o tratamento o mais rapidamente possível.

Também pode ser do seu interesse:

Ferritina baixa é grave, quais os sintomas?

Referências bibliográficas

Treatment of iron deficiency anemia in adults. Uptodate. 2021

Cançado, Rodolfo D. e Chiattone, Carlos S.Anemia ferropênica no adulto: causas, diagnóstico e tratamento. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia [online]. 2010

Anemia por deficiência de ferro. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas. 2014

Tipos de menstruação: o que significam as diferentes cores?
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

A sangue menstrual de cor marrom, marrom escuro (com ou sem coágulos), preta, rosa e vermelho vivo são, em geral, consideradas normais. Deste modo, não necessariamente estão relacionadas a doenças.

Entretanto, na presença de outros sintomas associados tais como cheiro fétido, febre, dor pélvica se faz necessário a avaliação de um médico de família ou ginecologista.

Sangramento menstrual marrom

A menstruação marrom ou marrom escuro, semelhante à borra de café, é comum no início ou no final do ciclo menstrual. É uma condição normal que ocorre devido a sangramentos antigos que demoraram a sair pelo canal vaginal, no período pós-parto e em situações de grande estresse emocional.

Se você observar que a sua menstruação se encontra escura e com pedaços (coágulos), saiba que isto é considerado normal nos dias em que sangramento é mais intenso. Estes coágulos podem também apresentar coloração vermelho escura ou preta e correspondem a pedaços do revestimento interno do útero (endométrio) que descama durante a menstruação.

O sangramento marrom escuro acompanhado de dor ou odor fétido, pode indicar endometriose ou a presença de infecções sexualmente transmissíveis. Nestes casos, é preciso buscar avaliação médica.

Sangramento menstrual preto

Quando você observa que o sangue menstrual se encontra preto, igualmente indica sangramento antigo que ficou retido mais tempo no útero e demorou a chegar ao meio externo pela vagina. Na verdade, este sangramento é de cor marrom escuro e se deve ao uso de anticoncepcional ou pílula do dia seguinte, proximidade da menopausa,

A presença do sangramento preto é considerada normal se não estiver associado a nenhum outro sintoma como dor, odor fétido, febre, entre outros.

Sangramento menstrual rosa

O sangramento menstrual rosado indica sangramento de escape ou de ovulação. Este tipo de sangramento acontece no meio do ciclo e, por se misturar com os fluidos produzidos no período fértil, apresenta coloração rosada.

Entretanto, ao observar sangramento rosa e aguado fora do seu ciclo menstrual normal, é importante que você procure um médico de família ou ginecologista. Este tipo de sangramento pode indicar câncer cervical.

Sangramento menstrual vermelho vivo

O sangue menstrual vermelho vivo é um indica que o sangue teve pouco contato com o oxigênio e que saiu rapidamente do canal vaginal. Isso ocorre com maior frequência nos dias em que o fluxo menstrual é mais intenso, normalmente, em torno do segundo e terceiro dia de menstruação.

Quando devo procurar um médico?

Os diferentes tipos de menstruação com suas diferentes cores são, como vimos, considerados normais. No entanto, procure um médico se você perceber os seguintes sinais:

  • Dor pélvica,
  • Corrimento marrom antes e depois da menstruação,
  • Odor fétido,
  • Febre superior a 38º C,
  • Menstruação com mais de 7 dias de duração e
  • Sangramentos fora do ciclo menstrual (sangramentos de escape).

Para saber mais sobre os tipos de menstruação, você pode ler:

Minha menstruação é uma secreção escura, é normal?

Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...

Menstruação aguada: o que pode ser?

Referências

Davies J, Kadir RA. Endometrial haemostasis and menstruation. Rev Endocr Metab Disord. 2018;13(4):289-99.

Garry R, Hart R, Karthigasu KA, Burke C. A reappraisal of the morphological changes within the endometrium during menstruation: a hysteroscopic, histological and scanning electron microscopic study. Hum Reprod. 2019;24(6):1393-1401.

FEBRASGO. Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

Supositório infantil: para que serve e como usar
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

O supositório infantil é indicado para o tratamento da prisão de ventre, febre, dor e expectoração. É usado, especialmente, em bebês ou em crianças que não aceitam a medicação por via oral.

Este medicamento deve ser introduzido no ânus por via retal e precisa permanecer no reto até que faça efeito e os sintomas (prisão de ventre, dor, febre ou expectoração) melhorem.

Prisão de ventre

Nos casos de prisão de ventre (constipação) é recomendado o supositório de glicerina infantil. Este tipo de supositório aumenta a quantidade de água no intestino e estimula os movimentos intestinais e a eliminação das fezes.

Além disso, a glicerina amolece e lubrifica as fezes ressecadas e endurecidas sem causar danos à flora intestinal.

Como usar: A dose indicada para crianças e bebês é de um supositório por dia, se necessário, ou de acordo com a orientação médica. Deve ser utilizado para estimular 1 evacuação por dia por, no máximo, 7 dias consecutivos.

Os supositórios de glicerina usados em crianças e bebês são mais finos e compridos, o que facilita o seu uso. Antes de aplicar, umedeça o supositório com água para facilitar a sua introdução no ânus e evitar a irritação da mucosa intestinal.

Nos bebês o supositório deve ser inserido no ânus pela parte mais fina e deve ser conservado no reto com a ponta do dedo até que a evacuação ocorra.

Dor e febre

Para aliviar a dor e reduzir a febre provocadas, principalmente, por gripes e resfriados, são indicados os supositórios de dipirona (Novalgina®). Entretanto, este medicamento não deve ser usado em crianças com menos de 4 anos.

Como usar: O supositório de dipirona pode ser usado na dose máxima de 4 vezes ao dia, ou seja, a cada seis horas.

Expectoração

O supositório de Transpulmin® é indicado para crianças com idade superior a 2 anos que estão apresentando tosse com catarro.

Como usar: Transpulmin® deve ser administrado na dosagem de 1 a 2 supositórios por dia (dose máxima), ou seja, de seis em seis horas.

Passo a passo para colocar o supositório em bebês e crianças

Para colocar o supositório em bebês e crianças, você pode seguir os seguintes passos:

  1. Lave bem as mãos antes de realizar o procedimento;
  2. Deite a criança ou o bebê de lado;
  3. Afaste as nádegas da criança com o polegar e o indicador de uma das mãos deixando a outra mão livre;
  4. Lubrifique a região anal com gel lubrificante à base de água;
  5. Introduza a ponta mais fina do supositório no ânus do bebê ou da criança empurrando lentamente na direção do umbigo, ou seja, na mesma direção do reto.

Se o supositório voltar, você deve aplicar novamente exercendo um pouco mais de pressão. Entretanto, é preciso ter cuidado para não machucar a criança ou o bebê.

Ao concluir a introdução do medicamento mantenha criança em repouso na mesma posição e observe se os sintomas desaparecem. Nos casos, em que sintomas persistem, entre em contato com médico de família ou pediatra.

O uso dos supositórios infantis deve ser orientado por um médico de família ou pediatra e o modo de usar pode variar conforme a recomendação profissional.

Para saber mais sobre o uso de supositórios, você pode ler:

Supositório de glicerina pode ser usado em bebês?

Para que serve e como usar o supositório de glicerina?

O supositório de glicerina faz mal?

Referências

SBP. Sociedade Brasileira de Pediatria.

Quais são os sintomas de ascite (barriga d’água)?
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

A ascite ou barriga d'água é o acúmulo anormal de líquido no abdome e tem como principal sinal o crescimento progressivo da barriga. A depender do volume de líquido que se acumula na cavidade abdominal, o abdome se torna globoso (arredondado) e outros sintomas como dor na barriga, dificuldade de respirar e perda de apetite podem surgir.

Inicialmente, é comum que a pessoa não apresente sintomas. Entretanto, com a evolução da ascite a pessoa pode apresentar os seguintes sinais ou sintomas:

Crescimento da barriga

O crescimento da barriga e o alargamento da cintura são os sintomas mais característicos da ascite e ocorrem na medida em que o líquido anormal (líquido ascítico) se acumula no interior do abdome. Deste modo, quanto mais líquido se acumula, maior fica a barriga.

Ascite: caracterizada pelo crescimento da barriga e alargamento da cintura. Dor abdominal

A presença do líquido na barriga distende a parede do abdome e provoca dor. Quanto maior a quantidade de “água na barriga”, maior será a intensidade da dor. A dor pode vir ainda acompanhada de sensação de peso na barriga e pressão no abdome.

Ganho de peso, perda de apetite e inchaço

A pessoa com ascite pode ainda apresentar ganho de peso, apesar da perda de apetite que essa condição provoca. Neste caso, o aumento de peso ocorre devido à presença anormal de líquidos na barriga e inchaço (edema) das pernas e tornozelos.

Vontade de urinar com frequência

A grande quantidade de líquido no abdome faz pressão sobre a bexiga o que leva a pessoa a ter vontade de urinar frequentemente.

Prisão de ventre

A prisão de ventre em pessoas com ascite se deve à pressão do líquido abdominal (líquido ascítico) sobre os intestinos, o que dificulta a passagem e saída das fezes.

Dificuldade de respirar

A dificuldade de respirar, que geralmente piora quando a pessoa se deita, acontece devido à pressão que o líquido abdominal anormal exerce sobre o diafragma. O diafragma é um importante músculo que participa da respiração.

Ascite (barriga d’água) tem cura?

A ascite somente tem cura se a doença que a está provocando for tratada, uma vez que ela acontece em decorrência de alguns distúrbios de saúde. Deste modo, a ascite não é, em si, uma doença.

Para além do tratamento da sua causa, a ascite pode ser tratada por meio da redução da ingestão de sal, abstinência de bebida alcoólica, uso de medicamentos, a exemplo dos diuréticos.

Quando estas medidas são insuficientes para reduzir ou eliminar ascite, é avaliada a necessidade de drenagem do líquido abdominal. Estes tratamentos têm o objetivo de reduzir a quantidade de líquido acumulado na barriga e de diminuir o inchaço em outras partes do corpo.

Causas da ascite

As causas mais comuns de ascite envolvem doenças que afetam o fígado, rins, coração, alguns tipos de câncer e doenças infecciosas. Estas doenças incluem:

  • Cirrose hepática (principal causa da ascite),
  • Esquistossomose,
  • Síndrome nefrótica (doença que atinge os rins),
  • Insuficiência cardíaca,
  • Tuberculose peritoneal,
  • Pancreatite,
  • Câncer em outros órgãos como estômago, intestino e ovários com metástase para o peritônio.

Na suspeita de ascite, busque um médico de família ou clínico geral. Se você sentir dificuldade de respirar, recorra urgentemente à um serviço de emergência.

Para saber mais sobre ascite, você pode ler:

Barriga d'água (Ascite) tem cura? Qual é o tratamento?

O que é barriga d’água?

Referências

FBG. Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Runyon, B. A. Evaluation of adults with ascites. UpToDate, 2019.

Coletor menstrual: o que é, vantagens, desvantagens e como usar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O coletor menstrual ou copo menstrual é um suporte usado na vagina que coleta o sangue da menstruação, impedindo que se exteriorize pela vulva, é assim uma alternativa ao uso de absorventes externos e tampões.

O coletor é colocado na vagina e pode permanecer aí por no máximo 12 horas. Ao contrário dos tampões ele não fica no fundo da vagina próximo ao colo, fica um pouco mais para baixo próximo da entrada da vagina. Quando bem colocado e encaixado não causa nenhum incomodo e não provoca vazamentos de sangue.

Exemplo de coletor ou copo menstrual Quais as vantagens do coletor menstrual? Durabilidade

Ao contrário dos absorventes e tampões, os coletores menstruais podem ser reutilizados inúmeras vezes. A validade de um coletor menstrual é de 5 a 10 anos, pois é feito de silicone medicinal, um material durável e lavável.

Sustentabilidade

Os absorvente e tampões descartáveis são uma grande fonte de lixo não reciclável e poluente, enquanto que os coletores são uma alternativa mais ecológica já que um único coletor pode durar muito tempo.

Praticidade de uso

Os coletores são muito práticos de serem usados, precisam ser trocados poucas vezes e podem ser utilizados em diferentes situações, como na piscina, praia e durante práticas esportivas.

Não alérgenos

Os coletores não causam reações alérgicas na pele, por isso são uma alternativa a mulheres que apresentam alergias ao material dos absorventes.

Sem cheiro e higienizáveis

O sangue coletado no copo menstrual não fica exposto ao ar e bactérias do ambiente externo, por isso não adquire nenhum mal odor, algo que acontece frequentemente com os absorventes externos. Além disso, os coletores podem ser facilmente lavados com água e higienizados mais profundamente uma vez por ciclo com água fervente.

Quais as desvantagens do coletor menstrual?
  • Dificuldade em inserir e retirar. Para mulheres que não estão habituadas, pode ser difícil introduzir e retirar o coletor menstrual, é preciso não ter receio de tocar a própria vulva e vagina.
  • Dor e desconforto ao usar. Embora não seja comum ocorrer dor ou desconforto com o uso do coletor, esses sintomas podem acontecer se o coletor estiver mal encaixado, muito ao fundo ou muito na entrada da vagina. Algumas mulheres podem queixar-se de cólicas durante o uso do copo menstrual. Geralmente, o ajuste do tamanho ou do posicionamento do coletor resolve esses sintomas.
  • Risco de vazamento. O coletor menstrual pode não ser o suficiente para reter todo o sangue de mulheres que apresentam fluxo intenso. Muitas mulheres podem necessitar esvaziar o coletor muitas vezes ao dia, o que pode tornar o seu uso mais incômodo.
Como usar o coletor menstrual?

Colocar e retirar o coletor menstrual pode ser um desafio para muitas mulheres que nunca tiveram contato com esse método, mas com a prática torna-se cada vez mais fácil utilizá-lo.

Lembre-se de adquirir o coletor menstrual com o tamanho mais adequado ao seu corpo. Cada marca possui diferentes tamanhos e recomendações, geralmente a idade e quantidade de filhos interfere nessa escolha.

Informe-se antes de comprar, já que coletores muito pequenos ou grandes podem causar vazamentos e desconforto quando utilizados. Vejamos passo a passo como utilizar o coletor menstrual.

Como colocar o coletor menstrual?
  1. Primeiramente lave bem as mãos antes de inserir o coletor vaginal.
  2. Dobre o coletor vaginal. O coletor é feito de um formato maleável, portanto, é fácil dobrá-lo para que se encaixe na abertura da vagina. Existem diferentes formas de dobrar o coletor vaginal para que fique mais fácil introduzi-lo. A forma mais comum é em U, ou seja, dobrar o coletor sobre ele mesmo.
  3. Procure uma posição confortável para colocá-lo, pode tentar introduzi-lo sentada, em pé ou deitada.
  4. Introduza o coletor dobrado cuidadosamente, solte-o lentamente. O coletor deve ficar completamente inserido na vagina com a haste na altura da entrada da vagina, Não coloque muito fundo nem deixe a haste do coletor para fora.
  5. Certifique-se que o coletor menstrual está bem encaixado. Pode tentar passar o dedo em voltar do coletor e ver se não está dobrado, também pode puxar levemente a haste para senti-lo preso. Caso note que o coletor não foi bem colocado, retire-o e repita o procedimento.
Diferentes formas de dobrar o coletor menstrual Como retirar o coletor?
  1. Lave bem as mãos.
  2. Procure uma posição confortável para retirá-lo. Caso não o alcance tente agachar ou se estiver em pé dobre mais os joelhos para ficar mais fácil alcançar a haste.
  3. Empurre a parede do coletor menstrual para que assim consiga tirar o vácuo.
  4. Puxe-o gentilmente pela haste para fora da vagina com o cuidado de não dobrá-lo muito.
  5. Derrame o resto do sangue e lave o coletor com água, se água não estiver disponível basta limpá-lo com papel higiênico. Volte a reintroduzi-lo, se ainda estiver menstruada.
O que fazer se não conseguir tirar o coletor menstrual?

Algumas mulheres podem ter dificuldade em retirar o coletor, caso isso aconteça lembre-se retirar o vácuo, apertando a lateral do copinho, até sentir que ficou o coletor ficou mais solto.

Caso o coletor tenha subido muito e não o consiga alcança-lo tente agachar, assim a vagina fica mais encurtada e torna-se mais fácil alcançar o coletor para retirá-lo.

Para mais informações sobre o coletor menstrual converse com o seu ginecologista ou médico de família.

Leia também:

Coletor menstrual: como escolher e como usar corretamente?

Referências bibliográficas

Eijik et al. Menstrual cup use, leakage, acceptability, safety, and availability: a systematic review and meta-analysis. Lancet. 2019

Barriga inchada e dura: 6 causas mais comuns e o que fazer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A barriga inchada e dura, geralmente associada à dor, pode ter diversas causas, dentre as quais a mais comuns incluem gastrite, prisão de ventre, síndrome do intestino irritável, ascite, aumento dos órgão abdominais e tumores.

O tratamento varia de acordo com a causa, necessita de avaliação médica para ser iniciado e pode envolver o uso de antibióticos, anti-inflamatórios e outros medicamentos. Além disso, adotar uma alimentação saudável e equilibrada, evitar a ingestão de álcool e reduzir o consumo de sal são algumas medidas que você pode fazer para aliviar a sensação de barriga inchada e dura.

1. Gastrite

A gastrite consiste na inflamação da mucosa interna do estômago. A sensação de inchaço na barriga e de estômago cheio, endurecimento e dor acima do umbigo na região do estômago, azia, queimação perda de apetite, náuseas e vômitos são os seus sintomas mais frequentes.

O que posso fazer? Faça pequenas refeições ao longo do dia, mastigue bem os alimentos e procure dar preferência a verduras, frutas menos ácidas e carnes magras. Evite jejuns prolongados e a ingestão de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas e medicamentos anti-inflamatórios. Antiácidos e antibióticos podem ser indicados em alguns casos, sob orientação médica.

2. Prisão de ventre

A prisão de ventre (constipação intestinal) é uma causa comum de barriga inchada, dura e de dor abdominal. Quanto mais intensa for a prisão de ventre, mais fortes serão os sintomas.

A constipação pode estar associada a alimentação, sedentarismo e a problemas de saúde como diabetes, diabetes, divertículos ou tumores intestinais.

O que posso fazer? Adote uma alimentação rica em fibras presentes nas verduras e alimentos integrais e aumente a ingestão de água. Se a prisão de ventre não melhorar em 2 ou 3 dias e os sintomas piorem busque um médico de família ou gastroenterologista para diagnóstico e tratamento adequados.

3. Gravidez

A gravidez provoca a sensação de inchaço e barriga dura, especialmente, na região abaixo do umbigo pelo aumento do volume do útero. Fique atenta se estas sensações de barriga inchada e dura estão associadas ao atraso no período menstrual.

O que posso fazer? A menstruarão estiver atrasada por, pelo menos, 15 dias você pode realizar o teste de gravidez de farmácia. É importante também procurar o médico de família para realização de Beta-HCG e, na presença de gravidez, iniciar o pré-natal.

4. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é um distúrbio do sistema digestivo que provoca inchaço, dor e enrijecimento na barriga, além de períodos alternados de prisão de ventre e diarreia. Geralmente os sintomas pioram após o consumo de determinados alimentos e episódios de estresse emocional.

O que posso fazer? Consuma alimentos normalmente observando os alimentos que pioram os sintomas para evitá-los em outras refeições. Evite alimentos que produzem gases (feijões e repolho) ou que provoquem diarreia. Aumente o consumo de fibras na alimentação e de água, nos casos de prisão de ventre. Após avaliação médica podem ser indicado medicamentos para dor abdominal, diarreia e prisão de ventre.

5. Ascite

Ascite, popularmente conhecida como barriga d’água, é o acúmulo de líquido dentro do abdome.

Quando o volume de líquido dentro da cavidade abdominal é grande, a pessoa apresenta barriga inchada e dura, desconforto no abdome, umbigo achatado ou protuberante, perda de apetite e, nos casos mais graves, falta de ar.

O que posso fazer? Faça uma dieta com pouco sal e evite o consumo de bebidas alcoólicas. Nos casos de ascite com grande quantidade de líquido, são recomendados o uso de diuréticos, albumina e antibióticos. Pode ser necessária a retirada do líquido por meio de punção com uma agulha e instalação de dreno. Para isto a pessoa precisa estar internada.

6. Aumento dos órgãos abdominais e tumores

Quando os órgãos da cavidade abdominal ou pélvica aumentam o seu tamanho, podem provocar inchaço na barriga, endurecimento na região do órgão afetado e, em alguns casos, dor.

Alguns exemplos de órgãos aumentados são: fígado aumentado em pessoas com esquistossomose, cirrose, hepatites, miomas, obstrução de bexiga provocado pelo aumento do tamanho da próstata, tumores de ovários ou de órgãos abdominais.

O que posso fazer? Nestes casos é indicado procurar atendimento hospitalar para que o diagnóstico seja feito o mais rapidamente possível. Podem ser necessários exames de sangue e exames de imagem como ultrassonografia abdominal ou tomografia abdominal.

Quando devo me preocupar?

Fiquei atento se você sentir, além da barriga inchada e dura, sintomas como:

  • Dor abdominal intensa e persistente,
  • Presença de sangue no vômito ou nas fezes,
  • Sangramento vaginal anormal, na suspeita de gravidez e
  • Falta de ar ou dificuldade de respirar.

Ao perceber estes sinais busque atendimento em uma emergência hospitalar o quanto antes.

Para saber mais sobre barriga inchada, você pode ler:

Barriga inchada: o que pode ser e o que fazer?

6 dicas para desinchar a barriga rapidamente

Estou com a barriga inchada, dor e pontadas. O que pode ser e o que fazer?

Referências

IFGD - International Foundation for Gastrointestinal Disorders. Understanding Bloating and Distension.

FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Quais doenças podem causar manchas na língua?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Diferentes doenças e condições podem causar manchas na língua. Leucoplasia, eritroplasia, aftas, líquen plano ou candidíase são situações que podem causar o aparecimento de manchas na língua.

Vejamos algumas causas de manchas na língua.

Leucoplasia

A leucoplasia consiste em placas brancas que podem acometer a língua e outras áreas da boca como as bochechas e gengivas. Não há uma causa específica para o aparecimento dessas manchas, mas podem estar relacionadas a hábitos como o tabagismo ou alcoolismo e doenças infecciosas.

A leucoplasia é uma condição que não causa sintomas e é geralmente benigna, no entanto, em algumas pessoas essas lesões brancas podem evoluir para câncer. Por isso, a leucoplasia é considerada uma lesão pré-cancerosa.

Existe uma forma específica de leucoplasia chamada de leucoplasia pilosa. Esta forma está relacionada a infecção pelo vírus de Epstein-Barr e HIV e não tem relação com o câncer de boca.

Lesões de leucoplasia que apresentam alto risco de malignização são retiradas cirurgicamente.

Leucoplasia Eritroplasia

Eritroplasia é uma mancha de coloração vermelha bem demarcada, que pode atingir a língua e outras áreas da boca como o palato e a região abaixo da língua. Pessoas tabagistas ou que fazem uso abusivo de álcool abusivo tem maior risco de desenvolver essas lesões.

Está fortemente associada ao câncer de boca, por ter alto risco de se tornar uma lesão maligna.

O tratamento é efetuado através da retirada cirúrgica da lesão.

Aftas

As aftas são lesões ulceradas muito dolorosas, que no princípio podem aparecer apenas como manchas vermelhas que depois se ulceram e ficam brancas.

Múltiplos fatores contribuem para o aparecimento de aftas, entre eles destacam-se o estresse, trauma na boca, dieta com alimentos ácidos, consumo de álcool, deficiências nutricionais.

O tratamento inclui higiene oral, afastar causas relacionadas ao aparecimento das aftas como trauma, estresse ou alimentos ácidos. O alívio da dor pode ser alcançado através do uso de soluções anestésicas aplicadas localmente. O uso de corticoesteroides tópicos também podem ser benéficos em casos de aftas muito frequentes.

Afta Líquen plano oral

O líquen plano é uma doença inflamatória crônica que pode atingir a boca ou a pele. Quando ocorre na boca chama-se líquen plano oral e é caracterizado por lesões brancas ou vermelhas, que formam placas.

Há um risco de lesões de líquen plano oral também se malignizarem e transformarem-se em câncer, mas este risco é baixo.

Algumas lesões pequenas e assintomáticas não necessitam ser tratadas. Quando o tratamento é necessário, geralmente, é feito através do uso de corticosteroides aplicados localmente, através de bochechos ou pomadas.

Líquen plano oral Candidíase

A candidíase é uma infecção fúngica que pode acontecer em diferentes partes do corpo e inclusive na língua. Esta infecção causa manchas brancas.

É uma doença mais comum em bebês, idosos e pessoas com imunodeficiências, decorrente de tratamentos com quimioterapia, radioterapia, ou infecção por HIV

No casos menos graves, o tratamento da candidíase oral é feito com antifúngicos aplicados localmente. Já nas situações de candidíase mais extensa, os antifúngicos são administrados em comprimidos por via oral.

Candidíase oral

Consulte um médico de família, clínico geral ou dentista, caso note manchas na sua língua ou boca, que não melhoram.

Também pode ser do seu interesse:

Língua branca é sinal de doença?

Como tratar língua branca?

Referências bibliográficas:

1. Giovanni Lodi. Oral leukoplakia. Uptodate. 2021

2. Giovanni Lodi. Oral lesions. Uptodate. 2021

3. Nico M. et al. Líquen plano oral. Anais brasileiro de dermatologia. 2011.

6 dicas para desinchar a barriga rapidamente
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

Algumas medidas simples como adotar uma alimentação saudável e equilibrada, evitar o consumo de alimentos muito salgados e aumentar a ingestão de água podem ajudar a desinchar a barriga rapidamente.

Além destas medidas a ingestão de alguns chás como o chá de hortelã, erva-cidreira e erva-doce também auxiliam na redução da sensação de inchaço na barriga.

1. Aumente a ingestão de água

Quando bebemos pouca água o corpo tende a armazená-la para não ficar desidratado, o que leva à retenção de líquidos e pode aumentar a sensação de inchaço na barriga. O consumo de, pelo menos, 1,5 a 2 litros de água por dia favorece a circulação do sangue, acelera o metabolismo e ajuda não só a reduzir a retenção de líquidos, como também diminui o inchaço abdominal.

2. Adote uma alimentação saudável

Procure fazer uma alimentação saudável rica em fibras, legumes, verduras, frutas e carnes magras e proteínas vegetais presentes, por exemplo, na lentilha, no grão de bico, e em ervilhas. Priorize alimentos frescos e naturais evitando os processados como salsichas e linguiça.

Dê preferência a frutas como melão, morango e laranja, pois elas têm menos açúcar a mais água. Observe se você produz mais gases ao comer vegetais como brócolis e couve-flor uma vez que ao elevar a produção de gases, tendem a agravar o inchaço na barriga. A abobrinha e pepino são vegetais com alto teor de água e reduzem a sensação de inchaço.

3. Reduza o consumo de sal

Alimentos muito salgados, ricos em sódio, favorecem a retenção de líquidos e aumentam a sensação de inchaço na barriga. Por este motivo, procure consumir menos de 2.400 miligramas de sódio ao dia e mantenha o aumento do consumo de água para diminuir o inchaço e eliminar o excesso de sódio na corrente sanguínea.

4. Consuma probióticos

Os probióticos presentes em iogurtes naturais, por exemplo, auxiliam a equilibrar a flora intestinal e reduzem a sensação de inchaço na barriga e a formação de gases.

5. Pratique atividade física

A prática de atividade física auxilia a estimular o funcionamento intestinal e, além disso, promove a redução do acúmulo de líquidos no organismo, porque aceleram o metabolismo. Estes dois benefícios juntos ajudam a reduzir a sensação de inchaço na barriga.

6. Consuma chás de cavalinha, erva-doce, erva cidreira e hortelã

Os chás de erva-doce, erva cidreira e hortelã podem tomados durante o dia para reduzir a produção de gases intestinais e auxiliar na sua eliminação. Já o chá de cavalinha tem ação diurética e promove a redução da retenção de líquidos.

O que causa o inchaço na barriga?

As causas mais comuns de inchaço na barriga são o acúmulo de gases, prisão de ventre, menstruação e retenção de líquidos. Estas causas tendem a cessar rapidamente com as medidas simples que indicamos aqui.

Entretanto, quando associada à indigestão, gastrite, síndrome do intestino irritável e quando o inchaço na barriga vem acompanhada de dor persistente e frequente, é importante que você busque avaliação de um médico de família, clínico geral ou gastroenterologista para avaliação e tratamento adequados.

Para saber mais sobre inchaço na barriga, você pode ler:

Barriga inchada: o que pode ser e o que fazer?

Dor no estômago e barriga inchada, o que pode ser?

Barriga inchada e dura: 6 causas mais comuns e o que fazer

Estou com a barriga inchada, dor e pontadas. O que pode ser e o que fazer?

Referências:

Ministério da Saúde

FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia

Abaulamento discal: o que é, quais os sintomas e como tratar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Abaulamento discal difuso ou protrusão discal é o desgaste associado à perda de elasticidade do disco intervertebral, disco gelatinoso que fica localizado entre uma vértebra e tem como função amortecer impactos na coluna vertebral e facilitar os movimentos.

Seus principais sintomas incluem dor, dormência e sensação de formigamento.

O tratamento da protusão discal consiste no de analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e fisioterapia. A cirurgia somente é indicada quando a dor e a limitação de movimentos compromete a realização das atividades da rotina diária e não melhoram com outros tratamentos.

Abaulamento discal difuso: área de desgaste e perda de elasticidade do disco intervertebral. É também o início da formação da hérnia discal. Sintomas de abaulamento (protusão) discal difusa

Os sintomas de abaulamento (protusão) discal variam de acordo com o local em que ela ocorre e se manifestam no trajeto do nervo que está sendo comprimido, por exemplo, se a protusão atingir a região lombar do lado direito, o comum é que os sintomas ocorram na perna direita.

De forma geral os sintomas incluem:

  • Dor,
  • Dormência,
  • Sensação de formigamento,
  • Redução da força muscular.

É comum que o abaulamento aconteça na região lombar ou região cervical.

Abaulamento na coluna lombar

Ao ocorrer abaulamento na coluna lombar, a dor pode irradiar desta região para a perna do mesmo lado da protusão. Além da dor, a pessoa sentirá formigamento, dormência e perda de força muscular no membro afetado. São comuns a dificuldade de manter-se em pé ou sentado por longo período e de praticar atividades que requeiram força nas pernas.

O abaulamento discal L4-L5 ocorre especificamente entre a 4ª vértebra lombar e 5ª lombar 5 (L4 – L5) e entre a quinta lombar e primeira sacral 1 (L5 - S1).

O abaulamento discal L5-S1 se dá entre as vértebras da região lombar e sacra da coluna vertebral, particularmente entre a quinta vértebra lombar e a primeira sacral 1 (L5 - S1). Neste tipo de protusão, pode ocorrer compressão do nervo ciático e a pessoa pode apresentar dor lombar e dor ciática.

Abaulamento na coluna cervical

No abaulamento na coluna cervical (pescoço), a dor irradia para o braço do mesmo lado da protusão e pode ocorrer perda de força muscular, dificuldade de movimentar o braço, além de formigamento.

Neste caso, a coluna cervical também pode ser acometida, e os sintomas são de dor no pescoço, conhecida como dor cervical ou cervicalgia.

Tratamento do abaulamento discal

O tratamento do abaulamento ou protusão discal, depende do grau de desconforto e limitação que ele provoca, da sua localização e da sua gravidade. Pode ser efetuado com medicamentos, exercícios de alongamento, fisioterapia e cirurgia.

  • Medicamentos: os analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ser indicados pelo médico para reduzir a dor, inchaço e reduzir a tensão muscular. É possível também o uso de medicamentos tópicos como sprays de gelo e adesivos anestésicos para alívio da dor e inflamação.
  • Aplicação de calor: o uso de bolsas de água quente serve para reduzir o espasmo muscular e produzir o efeito anestésico para redução da dor.
  • Fisioterapia: indicada para corrigir a postura e estrutura da coluna, fortalecer a musculatura e alongamento da região posterior do corpo para que a dor não se torne crônica.
  • Cirurgia: é efetuada em casos mais severos, especialmente quando a hérnia de disco está presente. Pode ser indicada também quando há muitas limitações de movimentos e quando as outras formas de tratamento não tiveram efeito.

A protusão discal corresponde à fase inicial das hérnias de disco. Isto indica que, quando não tratado, o abaulamento discal difuso pode evoluir para a hérnia de disco.

Ao sentir os sintomas de abaulamento ou protusão discal, procure o médico de família, ortopedista ou reumatologista para avaliação e tratamento adequados.

Para saber mais sobre abaulamento discal e hérnia de disco, você pode ler:

O que é abaulamento discal e que sintomas pode causar?

Abaulamento discal tem cura? Como é o tratamento?

Hérnia de disco tem cura? Qual o tratamento?

Quando a cirurgia de hérnia de disco é indicada?

Referências

Peng B, DePalma MJ. Cervical disc degeneration and neck pain. Journal of pain research. 2018;11:2853.

Will JS, Bury DC, Miller JA. Mechanical low back pain. American family physician. 2018 Oct 1;98(7):421-8.

SBR. Sociedade Brasileira de Reumatologia.

SBOT. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Sintomas pré-menstruais e como saber se a menstruação está perto de vir
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Muitas mulheres apresentam sintomas e notam mudanças no corpo que se iniciam alguns dias antes da menstruação vir e podem persistir durante os primeiros dias da menstruação.

Alguns sintomas pré-menstruais comumente relatados são cólicas, dores nas mamas, sensação de inchaço e irritabilidade.

Esses sintomas variam de mulher para mulher e podem ainda variar de ciclo para ciclo a depender de hábitos de estilo de vida, alimentação e fatores hormonais.

Uma característica importante dos sintomas pré-menstruais é que eles tendem a melhorar e desaparecer com a vinda da menstruação, essa característica permite diferenciar sintomas da síndrome pré-menstrual de outras condições.

Como saber se a menstruação está perto?

A observação dos sintomas que antecedem a menstruação é uma das principais formas de avaliar se a menstruação está se aproximando ou não. É essencial anotá-los para assim criar um diário e compreender melhor as alterações que ocorrem no corpo.

Vejamos então três etapas para avaliar se a menstruação está perto.

1 - Observe os sintomas pré-menstruais durante três ou mais ciclos.

Para saber se a menstruação está próxima é importante estar atenta a estes sintomas e pequenas mudanças no corpo que podem vir antes do período menstrual.

Observe os sintomas físicos que possam surgir, como:

  • Cólicas uterinas,
  • Sensibilidade ou dor mamária,
  • Dores de cabeça,
  • Sensação de inchaço,
  • Peso nas pernas,
  • Dor nas costas,
  • Ondas de calor,
  • Tontura.

Também esteja atenta a mudanças de humor e sintomas psicológicos, que antecedem o período menstrual:

  • Irritabilidade,
  • Ansiedade ou sensação de tensão,
  • Tristeza ou desanimo,
  • Aumento do apetite, desejo de comer doces ou comidas,
  • Diminuição do interesse em atividades gerais.

Nem sempre os mesmo sintomas se repetem todos os ciclos, mas é comum que alguns sejam mais marcados e frequentes.

2 - Anote os sintomas mais comuns e frequente.

Não se esqueça de anotar os seus sintomas, a intensidade e quando ocorrem e anote também os dias da menstruação. Acompanhe os seus ciclos por pelo menos 6 meses.

É importante ter essa informação organizada para conseguir encontrar padrões que se repetem e assim tornar-se mais familiarizada com as mudanças que ocorrem no seu corpo antes da menstruação.

3 -Conheça o seu ciclo menstrual

É muito importante conhecer a duração do ciclo menstrual, ou seja, a quantidade média de dias entre uma menstruação e outra, assim é possível prever quando irá ocorrer a próxima menstruação.

Há mulheres que apresentam ciclos mais curtos, por exemplo, de 28 dias, e outras apresentam ciclos mais longos, por exemplo, de 34 dias.

Saber a média da duração do ciclo também ajuda a tentar prever sempre as próximas menstruações. Por exemplo, se o seu ciclo dura 30 dias é esperado que sua menstruação venha sempre a cada 30 dias, podendo ainda ocorrer pequenas variações de 1 a 3 dias antes ou depois.

Caso apresente sintomas pré-menstruais importantes ou queira saber mais sobre a menstruação consulte um ginecologista, ou médico de família.

Também pode ser do seu interesse:

Quais são os sintomas de TPM?

Sintomas de TPM após a menstruação é normal? O que pode ser?

Referências bibliográficas

Clinical manifestations and diagnosis of premenstrual syndrome and premenstrual dysphoric disorder. Uptodate.

As 5 principais causas de dor abaixo do umbigo e o que fazer
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

A dor abaixo do umbigo pode ocorrer por diversas causas como apendicite, diverticulite, infecção urinária e prisão de ventre. Pode acontecer durante a gravidez devido ao aumento do tamanho do útero. Em homens a dor embaixo do umbigo é frequentemente provocada por prostatite.

O tratamento é efetuado de acordo com a causa podendo ser utilizados medicamentos como antibiótico, anti-inflamatórios, medicação para dor e medidas simples como alimentação leve e pobre em gorduras e aumento da ingestão de líquidos.

1. Apendicite

É a inflamação do apêndice e, geralmente, se manifesta como dor intensa na região inferior direita do abdome, abaixo do umbigo que piora ao espirrar ou tossir. Além disso, inclui como sintomas náuseas, vômitos, perda de apetite, inchaço abdominal, prisão de ventre ou diarreia, febre baixa e dificuldade de eliminar gases.

O que posso fazer: A apendicite é uma emergência médica e o seu tratamento é cirúrgico. Por este motivo, ao perceber os sintomas é necessário buscar atendimento em emergência hospitalar imediatamente.

2. Infecção urinária

É qualquer infecção no sistema urinário e pode afetar a bexiga (cistite), uretra (uretrite) e os rins (pielonefrite), geralmente, provocada por bactérias.

Os principais sintomas incluem dor abaixo do umbigo na região da bexiga, vontade de urinar com frequência, ardor ao urinar, eliminação de urina em pouca quantidade a cada micção, febre e, nas situações mais graves, sangue na urina.

O que posso fazer: Aumente a ingestão de água, pois o líquido ajuda a eliminar as bactérias do sistema urinário. É importante a avaliação do médico de família, ginecologista ou urologista para identificação da bactéria que está causando a infecção e indicação do melhor antibiótico para tratamento.

3. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável pode desencadear dor abaixo do umbigo, entretanto o desconforto em todo o abdome é bastante comum. Além da dor abaixo do umbigo pode ocorrer cólicas, alternância entre diarreia e prisão de ventre, sensação de esvaziamento incompleto do intestino e flatulência.

O que posso fazer: Evite ingerir bebidas alcoólicas, cafeína, açúcar, leite e derivados e alimentos picantes, gordurosos ou que produzem gases (repolho, couve-flor, feijão). Dê preferência à uma dieta leve e rica em fibras (peixe, frango grelhado, arroz, espinafre.

A síndrome do intestino irritável não tem cura. Por isso, é preciso avaliação de um médico de família ou gastroenterologista para controlar as crises com antiespasmódicos e anti-inflamatórios.

4. Prisão de ventre

Pessoas com prisão de ventre tendem a apresentar dor abaixo do umbigo e inchaço no abdome, ambos associados ao excesso de gases intestinais.

O que posso fazer: Consuma alimentos ricos em fibra e pobres em gordura e aumente a ingestão de água. A prática de atividade física também é importante para estimular a motilidade intestinal e saída das fezes. A avaliação de um médico de família e nutricionista podem resolver a prisão de ventre de forma mais específica.

5. Diverticulite

Diverculite é uma doença que ocorre quando os divertículos, pequenas bolsas intestinais que acumulam pequenas quantidades de fezes) inflamam ou ficam infectados.

Os sintomas mais comuns da diveticulite são dor abaixo do umbigo do lado esquerdo do abdome, febre, náuseas, vômitos, dificuldade de urinar, prisão de ventre, diarreia, presença de sangue nas fezes.

O que posso fazer: O tratamento inicial da diverticulite ocorre em casa com dieta leve e líquida e uso de anestésicos e antibióticos. Entretanto, nos casos graves em que a pessoa apresenta febre acima de 38,3 °C, dor abdominal intensa e não há melhora com o uso de antibióticos, é necessário hospitalização para tratamento cirúrgico.

Causas de dor abaixo do umbigo na gravidez

É bastante comum que as mulheres sintam dor abaixo do umbigo durante a gravidez devido às alterações no corpo para se adaptar ao crescimento do bebê. Este tipo de dor é transitória e cessa espontaneamente.

É mais frequente nos três últimos meses de gestação devido ao maior desenvolvimento do tamanho do útero e, por este motivo, menor espaço para o bebê no ventre da mãe.

Entretanto, se dor abaixo do umbigo for persistente e intensa, vier acompanhada de sangramento e/ou contrações uterinas busque atendimento de emergência o quanto antes. Estes sintomas podem ser sinais de gravidez ectópica, aborto espontâneo entre outras condições que oferecem risco à mulher e ao bebê.

Causas de dor abaixo do umbigo em homens

A prostatite é a inflamação ou infecção da próstata e costuma ser causa frequente de dor embaixo do umbigo em homens. Embora seja mais comum que a dor ocorra entre os testículos e o ânus (períneo), pode se manifestar também sobre a região da bexiga.

Além da dor no períneo e região baixa do abdome, podem ocorrer sintomas como calafrios, febre, ardor e sensação de queimação ao urinar, incapacidade para esvaziar a bexiga, dor nos testículos e pênis e ejaculação dolorosa.

Ao perceber estes sintomas, tome banho quente para aliviar a dor, evite consumir alimentos condimentados e bebidas ácidas e com cafeína. Evite também andar de bicicleta e outras atividades semelhantes que exercem pressão sobre a próstata.

Uma avaliação do urologista é importante para que seja efetuado o melhor tratamento.

Nos casos de dor abdominal, esteja atento aos sintomas e procure avaliação de um médico de família, urologista, ginecologista ou obstetra. São sinais de gravidade:

  • Dor abdominal intensa,
  • Presença de sangue nas fezes ou urina,
  • Febre acima de 38,3 °C,
  • Em mulheres grávidas: contrações uterinas e perda de sangue pela vagina,
  • Em homens: ejaculação dolorosa, dor nos testículos e pênis.

Na presença destes sinais busque imediatamente atendimento em um serviço de emergência.

Para saber mais sobre dor no umbigo abdominal, você pode ler:

Dor no umbigo: o que pode ser?

Dor no pé da barriga: o que pode ser?

Dor do lado direito da barriga: o que pode ser?

FBG. Federação Brasileira de Gastroenterologia.

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

SBU. Sociedade Brasileira de Urologia.

Queimaduras de 2º grau: como identificar e o que fazer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As queimaduras de segundo grau têm como características principais a presença de bolhas e dor intensa devido a exposição das terminações nervosas. São segundo tipo mais grave de queimadura e podem ser superficiais ou profundas.

A primeira medida a ser tomada no tratamento da queimadura é retirar o corpo do contato com a fonte de calor que a produz e colocar a área queimada em água fresca e corrente pelo máximo de tempo possível como, por exemplo, embaixo da torneira.

As queimaduras de 2º grau ocorrem frequentemente no ambiente doméstico causadas por chama de fogo, contato com água fervente ou outros líquidos quentes e o contato com objetos aquecidos.

Características das queimaduras de segundo grau Queimadura de 2º grau superficial: observe a área avermelhada em volta da bolha. Ambas caracterizam este tipo de queimadura.

As queimaduras de 2º grau se classificam em superficiais e profundas. Os sinais mais comuns das queimaduras de segundo grau superficiais incluem:

  • Presença de bolhas,
  • Dor intensa e
  • Vermelhidão e/ou inchaço no local da queimadura.

Nas queimaduras de segundo grau profundas as lesões são menos dolorosas e as bolhas são esbranquiçadas e secas.

O que posso fazer?

O tratamento das queimaduras de segundo grau varia de acordo com a sua profundidade e tamanho.

Queimaduras Superficiais

As queimaduras superficiais podem ter seu tratamento iniciado no momento em que ela acontece em casa ou no local em que você estiver. Alguns passos simples podem ser imediatamente efetuados:

  1. Resfrie queimadura: coloque a área do corpo queimada em água corrente por até 15 minutos. Não use água gelada e nem gelo nas queimaduras,
  2. Mantenha as bolhas intactas: não estoure as bolhas, pois elas servem como proteção e curativo biológico para a pele que está logo abaixo delas,
  3. Se a pele na área da queimadura apresentar ferimento, envolva a lesão com compressas ou gazes úmidas, de preferência, estéreis. Não use tecidos de algodão ou qualquer outro material que possa aderir à queimadura,
  4. Em caso de dor intensa, você pode tomar um paracetamol ou dipirona para aliviá-la,
  5. Evite aplicar qualquer substância na queimadura: não passe manteiga, pasta de dentes, borra de café ou qualquer outra substância sobre a queimadura.

Após seguir esses passos, é importante que você busque atendimento hospitalar para avaliação e tratamento correto da queimadura. No hospital, o médico de plantão fará a drenagem da bolha e, logo após, será efetuada a limpeza da queimadura e a aplicação de curativo fechado com sulfadiazina de prata.

Você deve seguir as orientações deste profissional quanto aos cuidados com o curativo.

Queimaduras Profundas

Quando a queimadura é profunda e extensa, é importante que você busque uma emergência hospitalar, pois geralmente, é necessária a internação. Nestes casos pode ser indicado:

  • Reposição de eletrólitos como sódio, potássio e/ou cálcio perdidos por desidratação provocada pela queimadura,
  • Limpeza cirúrgica com uso de anestesia e aplicação de enxertos para recuperação da área queimada,
  • Vacinação contra o tétano.

Estes são alguns dos cuidados prestados às pessoas com queimaduras graves.

Pessoas que sofrem queimaduras no rosto, mãos, pés, genitais, narinas (vias aéreas superiores) ou queimaduras elétricas devem ser levadas imediatamente para uma emergência hospitalar.

Para saber mais sobre queimaduras, você pode consultar:

Como tratar uma queimadura?

O que fazer em caso de queimadura?

Qual o tempo de cicatrização de queimadura?

Referências

SBQ- Sociedade Brasileira de Queimaduras.

Romanowski, K.S. et al. American Burn Association Guidelines on the Management of Acute Pain in the Adult Burn Patient: a review of the literature, a compilation of expert opinion, and next syeps. J Buran Care Res, 41(6):1129-1151, 2020.