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É possível engravidar fazendo coito interrompido?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Se a mulher estiver no período fértil, a gravidez pode ocorrer quando o casal faz o coito interrompido. A chance de gravidez existe porque o líquido lubrificante (líquido seminal), que sai do pênis antes da ejaculação, pode conter espermatozoides capazes de fecundar o óvulo.

O coito interrompido é um método contraceptivo com taxa de falha de 20%. Podemos dizer então, que não é eficaz para prevenir a gravidez. Além disso, este método também não protege contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), como HIV, sífilis e clamídia.

Coito interrompido e o líquido seminal

É importante que você e seu parceiro saibam que o líquido seminal, também responsável pela lubrificação durante o ato sexual, pode conter esperma, o que permite que a gravidez ocorra. Outro aspecto importante de ressaltar, é que a percepção da ejaculação para o homem nem sempre vem antes da saída do esperma, pode ocorrer no mesmo tempo.

Se a mulher estiver próxima de ovular e receber mesmo que uma pequena quantidade de esperma, no coito interrompido, já possibilita uma gravidez.

Deste modo, recomenda-se o uso de um método de barreira como a camisinha masculina ou feminina. Estes métodos são mais eficazes tanto para evitar uma gravidez indesejada, como para prevenir infecções sexualmente transmissíveis.

O que é coito interrompido?

O coito interrompido é quando, durante a relação sexual, o homem retira o pênis antes de ejacular e, deste modo, a ejaculação ocorre fora da vagina.

A ideia é a de que ao retirar o pênis e ejacular fora do canal vaginal ou “gozar fora”, como se diz popularmente, o espermatozoide não consegue chegar ao óvulo e assim a gravidez não ocorre.

No entanto, vários fatores podem contribuir para uma falha, e apesar de ser um dos métodos contraceptivos mais antigos que existem, tornando o método pouco eficaz contra uma gravidez.

Quero fazer coito interrompido, que cuidados devo ter?

Se você e seu parceiro pretendem optar pelo coito interrompido, alguns cuidados são indicados:

  • Evite a relação com esse método próximo ao seu período fértil,
  • Procure manter parceiro fixo: variar parceiros sexuais aumenta o risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s);
  • Faça exames de IST’s antes de praticar o método: se os resultados dos seus exames forem negativos, significa que ambos não têm doenças transmissíveis por via sexual, o que torna segura a prática de sexo sem camisinha entre o casal,
  • Esteja preparado para uma possível gravidez.

Como já vimos até aqui, o coito interrompido não é um método seguro e pouco eficaz para evitar a gravidez. Para evitar de forma segura e eficaz, devem consultar o médico de família ou ginecologista para escolher um método apropriado ao estilo de vida do casal, e manter a relação mais saudável e prazerosa.

Para saber mais sobre coito interrompido, você pode ler:

Referências

  • Hatcher RA, Nelson AL, Trussell J, et al. Contraceptive Technology (21st edition). New York :Ayer Company Publishers. 2018
  • World Health Organization. Family planning/contraception. Fact sheet 351. 2017, July. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs351/en/
  • Killick SR, Leary C, Trussell J, Guthrie KA. Sperm content of pre-ejaculatory fluid. Human Fertility. 2011 Mar 1;14(1):48–52.
Gravidez ectópica: o que é e quais são os seus sintomas? O feto sobrevive?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A gravidez ectópica é a gravidez que acontece fora do útero, por isso não consegue se desenvolver até o fim. Apenas no útero é possível receber o embrião, nutrir e acomodar um bebê durante a gestação.

Inicialmente, pode não haver sintomas, mas por volta da 6ª a 8ª semana de gestação os sintomas começam a aparecer, sendo os principais, o sangramento vaginal, dor na barriga de forte intensidade e o atraso menstrual.

A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica, pois a ruptura da tuba uterina, ovário e colo do útero pode provocar sangramento intenso e a morte materna. Por este motivo, é importante que seja feito diagnóstico precoce, ou seja, antes da ruptura destas estruturas por meio do pré-natal.

1. Sangramento vaginal

A mulher pode apresentar sangramento vaginal ou relatar a presença de manchas de sangue na roupa íntima, sem razão aparente.

2. Dor abdominal

É comum que as mulheres com gravidez ectópica sintam dor intensa do lado afetado pela gravidez ectópica. Por exemplo: se for uma gravidez tubária localizada na tuba uterina direita, a dor se manifestará com maior intensidade do lado direito do abdome.

3. Atraso menstrual ou menstruação ausente

É possível que a mulher perceba atraso menstrual ou ausência da menstruação. Por vezes, ainda nem sabem que estão grávidas.

Estes sintomas podem não ocorrer ao mesmo tempo, mas são os mais comuns de uma gravidez ectópica.

Gravidez ectópica, o bebê sobrevive?

Infelizmente, não. Por vezes o feto consegue se manter vivo até a 16a semana de gestação fora do útero como no caso da gravidez nas trompas. Entretanto, os tecidos fora do útero não conseguem fornecer sangue e nutrientes necessários para a manutenção da vida e para o desenvolvimento do bebê.

Além disso, geralmente em torno da 16ª semana, a estrutura que contém a gravidez ectópica se rompe e o feto não é mais capaz de sobreviver sozinho.

A ruptura de uma gravidez ectópica pode ser fatal para a mãe se não for tratada rapidamente.

Quando devo procurar uma emergência?

Uma gravidez ectópica pode apresentar sintomas apenas no momento da ruptura da trompa, o que traz grande risco de vida para a mulher. Por este motivo, esteja atenta aos seguintes sintomas, especialmente se associados a um atraso menstrual:

  • Dor forte e constante na parte inferior do abdome,
  • Perda volumosa de sangue de cor vermelho vivo ou bem escuro e diferente do sangue menstrual,
  • Tontura,
  • Sudorese fria e úmida (suor frio e pele úmida),
  • Queda da pressão arterial.

Nestes casos, busque imediatamente atendimento em uma emergência hospitalar. O exame de Beta-HCG e ultrassonografia transvaginal auxiliam a confirmar o diagnóstico.

Como tratar uma gravidez ectópica?

O tratamento mais comum para a gravidez é cirúrgico. Nestes casos, a mulher é submetida a uma cirurgia para retirar o embrião, a placenta e reconstruir a tuba uterina, por exemplo, nos casos de gravidez tubária.

Nos casos de gravidez ectópica sem ruptura e descoberta precoce, o tratamento pode ser feito com o uso de um medicamento, que promove a redução e desaparecimento da gravidez ectópica.

Cabe ao ginecologista/obstetra avaliar o caso, e definir o melhor tratamento, caso a caso.

Tive uma gravidez tubária, é possível engravidar de novo?

Um bebê formado nas trompas ou no ovário pode sobreviver?

Referências

  • Diádica, J.M.; PATEL, J.M. Cervical Ectopic Pregnancy: A Rare Site of Implantation. The Journal of Emergency Medicine, v.56(6):e123-e125, 2019.
  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Protocolos FEBRASGO: Gravidez Ectópica. FEBRASGO, 2018.
  • LAYDEN, E.; MADHRA, M. Ectopic pregnancy. Obstetrics, Gynaecology & Reproductive Medicine, 30(7):205-212, 2020.
Menstruação escura é normal? O que pode causar o sangramento marrom?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, a menstruação escura, tipo borra de café, pode ser normal quando ocorre ao final da menstruação ou em mulheres que fazem uso regular de anticoncepcionais hormonais.

O sangramento marrom pode ainda representar um sinal precoce de gravidez, uma doença sexualmente transmissível, distúrbios hormonais, e mais raramente, uma doença mais grave como o câncer.

Conheça um pouco mais sobre essas situações, o que fazer em cada uma delas, e quando procurar um médico, na sequência desse artigo.

1. Menstruação borra de café do final da menstruação

O término da menstruação se caracteriza por pequena quantidade de sangue, de coloração amarronzada, muitas vezes descrita como borra de café, que não acompanha outros sintomas. Não apresenta cheiro, ardência ou coceira local.

Pode acontecer também ao início da menstruação ou na fase pós parto. Nesse caso, não é preciso tomar nenhuma medida. O sangramento termina espontaneamente, ao início da nova fase do ciclo menstrual.

2. Uso de anticoncepcional hormonal

O uso de anticoncepcionais induz diversas mudanças nas características da menstruação. Em geral, o volume de sangue é menor, e a coloração mais escura, amarronzada.

Essas alterações são normais e esperadas, quando associada ao uso da medicação. O efeito é temporário e desaparece após a interrupção da medicação, o que não indica nenhum tratamento em específico.

3. Gravidez

O sangramento marrom ou rosado, discreto, associado ao atraso menstrual, pode significar um dos primeiros sinais de gravidez, é o chamado sangramento de nidação. Esse sangramento ocorre devido à penetração do embrião na parede do útero.

Porém, é tão discreto, que pode apenas sujar a roupa íntima, ou nem ser percebido. O sangramento de nidação não causa dor, não tem cheiro e dura no máximo 3 dias.

Na suspeita de gravidez, procure o quanto antes um posto de saúde para dar início ao pré-natal e promover uma gestação saudável.

4. Infecção sexualmente transmissível (IST)

As ISTs, como a clamídia e a gonorreia, podem ter como sintoma inicial, um sangramento amarronzado, associado a cólica, cheiro desagradável e vermelhidão na vagina. Algumas mulheres apresentam ainda febre, dor ao urinar, ardência e desconforto nas relações sexuais.

Na suspeita de infecção, procure imediatamente um atendimento médico, para dar início ao tratamento correto, com antibióticos, e para evitar complicações graves, como a sepse e a infertilidade. As infecções pélvicas, estão diretamente relacionadas com casos de infertilidade.

5. Endometriose

Endometriose é uma doença causada pela presença do endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero) fora do útero, ou seja, são encontradas "ilhas" de tecido endometrial em outros órgãos que não o útero, causando inflamação.

Essa inflamação desencadeia diferentes sintomas, como menstruação marrom, cólica menstrual, dores contínuas no baixo ventre, desconforto nas relações, mesma fora do período menstrual, e dificuldade para engravidar (30 a 40% dos casos).

6. Mioma

Miomas são tumores benignos, que se formam na parede do útero, únicos ou múltiplos. São bastante vascularizados, por isso podem causar sangramento abundante, período menstrual prolongado, menstruação escura, cólicas menstruais, dor e desconforto nas relações, além de anemia e maior dificuldade de engravidar.

Dependendo do tamanho, volume de sangramento e condições de saúde da mulher, pode ser indicado tratamento cirúrgico para a retirada do tumor. Raramente essa lesão evolui para câncer.

7. Câncer

O câncer de vagina, colo de útero ou de cavidade uterina, podem apresentar como primeiro sintoma, um sangramento escuro, fora do período menstrual, associado a perda de apetite e perda de peso. A dor não é um sintoma comum nos tumores malignos, em estágios iniciais.

O médico responsável pela avaliação, tratamento e acompanhamento para essas situações de sangramento na mulher, é o ginecologista. Para maiores esclarecimentos, converse com o seu médico.

Quando se preocupar?
  • Sangramento por mais de 7 dias
  • Sangramento vivo ou volumoso
  • Febre (temperatura acima de 38º)
  • Perda de peso, sem motivo aparente

Na presença de menstruação escura, associada a um desses sintomas, procure imediatamente atendimento médico.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Corrimento branco pastoso, é normal? Quando devo me preocupar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, um corrimento branco pastoso, pode ser normal, desde que sem outros sintomas. A mulher produz secreção vaginal naturalmente todos os dias, para lubrificar e proteger a vagina.

De acordo com a fase do ciclo menstrual, essa secreção pode ser mais ou menos volume e ter variações de cor e elasticidade. No período fértil, por exemplo, o aumento dos níveis de progesterona, estimula uma maior produção de secreção, de coloração transparente, semelhante à clara de ovo e bastante elástica.

No entanto, o corrimento branco, com outros sintomas, como: cheiro forte, presença de grumos, vermelhidão na vagina, coceira ou ardência ao urinar, preocupa e pode indicar uma infecção vaginal. Nesse caso, é preciso procurar um ginecologista para avaliação e tratamento.

Corrimento branco líquido, sem cheiro

O corrimento ou apenas, secreção vaginal esbranquiçada e sem cheiro, de consistência líquida e sem mais sintomas, significa a lubrificação natural, que tem como objetivo principal proteger a vagina. No período fértil, essa secreção se torna mais espessa e tem o objetivo de facilitar a passagem dos espermatozoides e nutri-los, para uma maior vitalidade.

Sendo assim, não é preciso qualquer intervenção ou tratamento.

Corrimento branco pastoso, leitoso, "coalhado", com grumos

A presença de corrimento branco leitoso, pastoso e/ou com grumos, com ou sem cheiro, acompanhado de coceira intensa e vermelhidão vaginal, sugere a candidíase, uma infecção fúngica comum entre as mulheres, especialmente quando em situação de estresse.

A candidíase deve ser tratada com cremes antifúngicos tópicos, aplicados diretamente na vagina, com ou sem comprimidos orais. O ginecologista é o responsável por esse tratamento.

Corrimento branco com mau cheiro

Embora as infecções bacterianas nessa região, apresentem uma coloração mais esverdeada ou acinzentada, como a tricomoníase e a clamídia, pode vir inicialmente com aspecto mais esbranquiçado.

Por isso, na presença de corrimento branco, em quantidade abundante, associado a mau cheiro, dor, ardência na urina e coceira local, é preciso passar por uma avaliação médica, para identificar o agente causador (se fungo ou bactéria), e então iniciar o quanto antes o tratamento adequado, para evitar complicações graves, como a infertilidade feminina.

Na vaginose bacteriana, o tratamento é baseado em antibióticos tópicos, na forma de creme ou pomadas, além de medicamento oral, como o metronidazol. Cabe ao ginecologista avaliar a causa e o melhor medicamento, caso a caso.

Corrimento branco pode ser sinal de gravidez?

Sim, no início da gravidez, a mulher pode apresentar um corrimento esbranquiçado, devido à penetração do embrião na parede do útero, embora a coloração esperada seja rosada ou marrom-claro.

Neste caso, o corrimento não tem cheiro, e a mulher não deve sentir coceira, dor ou ardência vaginal. Em contrapartida, é comum que apresente outros sinais comuns do primeiro trimestre da gestação, como náuseas, vômitos, maior sensibilidade nas mamas e sonolência.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos:

Referências:

UpToDate. Patient education: Vaginal discharge in women (The Basics). Sep 28, 2020

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Candidíase vaginal: tratamentos com medicamentos e remédios caseiros
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento da candidíase deverá ser feito com a aplicação de pomadas antifúngicas na vagina ou por medicamentos antifúngicos administrados por via oral.

Geralmente, a melhora dos sintomas ocorre entre três a cinco dias, porém é importante que não suspenda o tratamento e siga as recomendações do ginecologista rigorosamente, para evitar a recorrência da doença.

Conheça um pouco mais sobre os tratamentos para candidíase:

Pomadas ou cremes vaginais

As pomadas ou cremes vaginais mais utilizados no tratamento da candidíase são:

  • Clotrimazol (gino-canesten®),
  • Miconazol,
  • Nistatina,
  • Terconazol,
  • Butoconazol e
  • Tioconazol.

Estes medicamentos são aplicados diretamente na vagina, à noite por 3 a 14 dias a depender do medicamento. Durante estes dias, é aconselhado não manter relações sexuais, para proteger a mucosa vaginal e favorecer a absorção completa da medicação aplicada.

Comprimidos vaginais ou óvulos

Os comprimidos vaginais e os óvulos são administrados da mesma forma, inseridos na vagina, à noite. Os medicamentos mais usados incluem:

  • Clotrimazol (gino-canesten®),
  • Miconazol e
  • Terconazol.

Dependendo da dose, e da opção escolhida, pode ser administrado em dose única ou durante 3 a 6 dias. Do mesmo modo que as pomadas e cremes vaginais, as relações sexuais devem ser evitadas durante o tratamento com os comprimidos vaginais ou óvulos.

Comprimidos orais

O fluconazol e o itraconazol são os remédios indicados para o tratamento por via oral da candidíase.

  • Fluconazol é a substância mais utilizada quando o tratamento da candidíase é feito por via oral. Geralmente é administrado 150 mg em dose única. Em mulheres com candidíase recorrente, o uso do fluconazol é indicado 1 vez por semana por, pelo menos, 6 dias.
  • Itraconazol: este medicamento é administrado em doses de 200 mg por dia, durante, 3 dias.

O alívio completo dos sintomas com o uso dos comprimidos ou óvulos, costuma levar um pouco mais de tempo, por volta de 24 a 48 horas, quando comparados ao uso de pomadas.

Ao usar comprimidos orais, é possível que você sinta efeitos colaterais como diarreia, dores de cabeça e náuseas.

Tratamentos caseiros para candidíase vaginal

Não há comprovação científica de que os tratamentos caseiros como banhos de acento com vinagre e o uso de óleo de coco na vagina sejam capazes de curar a candidíase.

A utilização de alho intravaginal vem sendo bastante empregada, entretanto, apesar das propriedades antifúngicas, antimicrobianas, antivirais e antioxidantes já reconhecidas do alho, mais estudos científicos precisam ser efetuados para confirmar a sua eficácia contra essa doença em específico.

Em contrapartida, ao tentar tratar a candidíase com receitas caseiras, você pode retardar o início do tratamento adequado e correr o risco de agravar a doença.

Quais os sintomas da candidíase?

Os sintomas da candidíase, infecção causada por um fungo chamado Candida albicans, incluem:

  • Corrimento esbranquiçado com grumos, parecido com leite talhado,
  • Coceira vaginal intensa e constante,
  • Vermelhidão e inchaço na região íntima,
  • Placas esbranquiçadas na vagina e
  • Dor e sensação de queimação ao urinar e durante o ato sexual.
Cuidados que você deve ter para candidíase vaginal

Se você está com candidíase, alguns cuidados simples podem ser efetuados para aliviar os sintomas e ajudar no tratamento.

  • Mantenha a região limpa e seca, especialmente antes de dormir,
  • Durma sem calcinha, se possível,
  • Use roupas frouxas e, de preferência, calcinhas de algodão,
  • Evite usar produtos como sabonetes com químicos e desodorantes vaginais,
  • Se alimente de forma saudável: priorize a ingestão de probióticos e iogurtes evite comer alimentos ricos em açúcar, gordura e carboidratos.
Quando devo me preocupar?

Em alguns casos, a candidíase é considerada recorrente ou de repetição. Isto quer dizer que a candidíase vai e volta diversas vezes. Para identificar estas situações, esteja atento aos seguintes sinais:

  • Mais de 4 episódios de candidíase por ano,
  • Presença de sintomas muito intensos e
  • Acometimento de mulheres grávidas, mulheres com diabetes mal controladas ou qualquer outra doença que cause depressão do sistema imunológico, como mulheres em tratamento de câncer ou portadoras de HIV.

Para o tratamento da candidíase, tanto as pomadas, cremes, comprimidos vaginais e óvulos como os comprimidos orais são eficazes. Entretanto, os sintomas reduzem mais rapidamente com os medicamentos locais de aplicação vaginal (pomadas e cremes vaginais, comprimidos e óvulos).

Converse com o seu ginecologista para a escolha do melhor tratamento. Conheça também um pouco mais sobre esse assunto, nos artigos abaixo:

O que é candidíase?

Candidíase na gravidez é perigoso?

Estou com candidíase, meu parceiro deve tratar também?

Referências

  • Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO
  • Fonseca, G.M.; Passos, T.C.; Ninahuaman, M.F.M.L.; Caroci, A.S.; Costa, L.S. Avaliação da atividade antimicrobiana do alho (Allium sativum Liliaceae) e de seu extrato aquoso. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.16, n.3, supl. I, p.679-684, 2014.
Mastite: o que é, sintomas, como tratar e prevenir
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A mastite é a inflamação da mama, que pode ser acompanhada por infecção bacteriana ou não. Esse quadro atinge principalmente mulheres na faixa etária do 15 aos 45 anos e é mais frequente em mulheres que estão amamentando (lactantes).

Quando atinge puérperas que amamentam chama-se mastite lactacional ou puerperal, aparecendo geralmente nos primeiros três meses após o parto. A mastite pode causar grande dificuldade de amamentação e cuidados ao recém-nascido.

O que causa a mastite?

Todos os fatores que contribuem para a estagnação do leite materno podem aumentar o risco de ingurgitação mamária, caracterizada pelo acúmulo de leite nas mamas, e assim levar ao quadro de mastite.

Algumas situações aumentam o risco de apresentar mastite durante a amamentação, como:

  • Produção de leite maior do que a demanda de amamentação do bebê;
  • Começar tardiamente a amamentar;
  • Restrição de horários de amamentação;
  • Intervalos longos entre uma mamada e outra;
  • Dificuldade de sucção do bebê;
  • Traumas mamilares, que ocorrem principalmente quando o bebê é mal posicionado durante a amamentação;
  • Não esvaziamento da mama;
  • Separação da mãe e do bebê;
  • Dor ao amamentar;
  • Problemas emocionais.
Quais os sintomas da mastite?

A mastite causa sintomas variados decorrentes da inflamação ou infecção das estruturas que compõem a mama como os ductos e glândulas mamárias.

Os sintomas iniciais da mastite são: dor, vermelhidão e inchaço da mama. A mama pode tornar-se endurecida e com o tecido distendido. A dor da mastite costuma ser muito intensa, causando desconforto e dificuldade de realizar as atividades diárias.

Em situações em que ocorre infecção pode acontecer episódios de febre, mal-estar e prostação. A chance de infecção da mama é maior quando ocorrem fissuras e escoriações decorrentes da amamentação.

Em algumas situações a mastite infecciosa pode formar um abcesso mamário, que se apresenta como um nódulo endurecido na mama.

Em situações mais graves de infecção da mama é possível ocorrer septicemia, que consiste em um quadro infeccioso com repercussão em todo o organismo, levando a necessidade de internação hospitalar para tratamento.

Qual é o tratamento da mastite?

O tratamento da mastite lactacional é feito basicamente através do esvaziamento da mama, uso de antibióticos e cuidados locais.

1. Esvaziamento da mama

O esvaziamento mamário é a principal medida no tratamento da mastite. Preferencialmente, deve ser o próprio bebê que está sendo amamentado a esvaziar a mama, portanto durante o episódio de mastite é essencial tentar manter a amamentação.

Mesmo que a mãe esteja com mastite infecciosa não há nenhum risco para o recém-nascido ou criança que esteja sendo amamentada em consumir o leite da mama com mastite.

Quando apenas a amamentação não for suficiente para esvaziar completamente a mama, é necessário fazer a retirada manual do leite materno após a amamentação.

A retirada do leite acumulado costuma levar a melhora dos sintomas, em cerca de 12 a 24 horas, por isso, o esvaziamento mamário é uma medida importante a ser feita.

2. Uso de antibióticos

Quando os sintomas são muito importantes desde o início, ou há presença de fissuras e lesões na mama, ou quando não há melhora dos sintomas após o esvaziamento mamário, está indicado o uso de antibióticos, pela possibilidade de haver infecção bacteriana associada a mastite.

Na presença de abcessos mamários, que são coleções de pus dentro da mama, o uso de antibióticos também é necessário, além da drenagem do pus acumulado.

Não se deve suspender a amamentação mesmo que seja necessário o uso de antibióticos, o esvaziamento mamário é importante para o sucesso do tratamento e para a saúde do bebê. No entanto, apenas se deve usar antibióticos sob prescrição médica, já que nem todos são seguros durante a amamentação.

3. Cuidados locais

Alguns cuidados são importantes para a recuperação do quadro:

  • Repouso durante o tratamento da mastite, ingesta de líquidos e alimentação balanceada durante o tratamento.
  • Uso de sutiã firme que garanta a sustentação da mama
  • Uso de analgésicos para aliviar a dor.
Como prevenir a mastite?

A prevenção da mastite lactacional é feita através de medidas que evitam a ingurgitação da mama, devido ao acumulo de leite, além de medidas que evitam a ocorrência de lesões e fissuras durante a amamentação.

Portanto, para prevenir a mastite puerperal é importante:

  • Amamentar em livre demanda. É essencial amamentar frequentemente, mas sem horários estabelecidos ou fixos, conforme a demanda do bebê.
  • Se o bebê não conseguir sugar é importante fazer a ordenha manual da mama para evitar o acúmulo de leite.
  • Se a aréola ou a mama estiverem tensas, antes da amamentação pode-se ordenhá-la manualmente deixando-a macia e facilitando a pega do bebê.
  • Posicionar adequadamente o bebê durante a amamentação. Existem diferentes posições que podem ser tentadas. Alguns pontos chaves são: manter o rosto do bebê de frente para a mama, manter o corpo do bebê bem próximo ao da mãe, manter a cabeça do bebê alinhada com a coluna e deixá-lo bem apoiado.
  • Garantir que o bebê tenha uma pega adequada, fazendo com que a boca do bebê permaneça bem aberta, com o lábio inferior virado para fora e o queixo tocando a mama.
  • Se notar que a mama está ingurgitada, a realização de massagem com movimentos circulares pode estimular a saída do leite.
  • A mama ingurgitada também pode ser aliviada com a aplicação de compressas frias por no máximo 10 minutos. Não ultrapasse esse tempo por risco de efeito rebote. E evite a aplicação de compressas quentes, que podem piorar a ingurgitação.
Outras formas de mastite

Também existem quadros de mastite que ocorrem em mulheres que não estão amamentando, chamadas de mastites não-lactacionais.

As mastites não lactacionais são raras, e existem duas formas principais: a mastite periductal e mastite granulomatosa idiopática.

A mastite periductal corresponde a inflamação dos ductos subareolares, de causa desconhecida, atingindo principalmente mulheres jovens. Já a mastite granulomatosa idiopática é uma doença inflamatória da mama, benigna e também é de causa desconhecida.

Na presença de sintomas sugestivos de mastite contacte o seu médico de família para uma avaliação.

Também pode ser do seu interesse:

O que pode causar leite empedrado?

Referências bibliográficas

1. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.

2. Promoção do leite materno na atenção básica. Universidade Federal de Santa Catarina. Organizadores: Marcia Sueli Del Castanhel; Carmem Regina Delziovo; Lylian Dalete de Araújo. Florianópolis: UFSC, 2016.

3. Dixon J. M. Lactational mastitis. Uptodate. 2020

Quantos dias é normal a menstruação atrasar? Quais são as causas principais?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Até 15 dias, pode ser considerado um atraso menstrual normal, inclusive a irregularidade menstrual é comum para a maioria das mulheres. No entanto, para aquelas que apresentam um ciclo regular, um atraso de 5 a 7 dias, já pode significar o primeiro sinal de uma gravidez ou de algum problema.

O ciclo menstrual normal varia de 21 a 35 dias, com uma média de 28 dias. Nos casos de atrasos frequentes ou com sintomas associados, é importante procurar um ginecologista, para uma investigação clínica.

As causas mais comuns de atraso menstrual são a gravidez, estresse ou problemas endocrinológicos. Conheça um pouco mais sobre as principais causas de menstruação atrasada:

1. Gravidez (primeira causa a ser excluída)

A gravidez é sempre a primeira causa a ser excluída, porque estando gestante, é preciso ter cuidado com alimentação, uso de medicamentos e hábitos de vida. Além de ser recomendado iniciar o quanto antes o acompanhamento pré-natal.

Na gravidez é comum o atraso vir associado a náuseas e vômitos matinais, sonolência, maior sensibilidade nas mamas e a história de relações sem proteção contraceptiva.

2. Amamentação

Durante esse período, as alterações hormonais resultam em atraso menstrual ou irregularidade menstrual, o que não quer dizer que está protegida contra uma nova gravidez nesse período.

Para evitar uma nova gestação, a mulher deve se proteger com uso de camisinha ou mini pilulas, de acordo com a orientação do ginecologista.

3. Uso de anticoncepcionais

O uso de anticoncepcionais hormonais tem como efeito colateral esperado a redução do volume de sangue durante a menstruação e, por vezes, ausência da menstruação (atraso).

Isso ocorre pela ação dos hormônios na parede do útero, que impedem a proliferação celular do endométrio. Interrompendo o uso da medicação, a menstruação deverá regularizar em poucos meses.

4. Menarca ou menopausa

A primeira menstruação (menarca) ou próximo à falência ovariana (menopausa), as oscilações hormonais causam irregularidades ou atraso menstrual.

5. Estresse e ansiedade

O estresse, a ansiedade e outros transtornos de humor, interferem diretamente na produção de hormônios, com isso podem descontrolar o ciclo menstrual da mulher. A ausência ou atraso da menstruação, é um do sinais frequentes dessa situação.

6. Sobrepeso, obesidade ou magreza extrema

O aumento de peso aumenta a produção de estrogênio, hormônio que participa da proliferação da parede do útero, por isso pode estar associado a alterações nas características menstruais. Da mesma forma, a magreza em excesso, pela falta de estrogênio, interfere também nos ciclos menstruais.

7. Exercícios físicos extenuantes

O excesso de atividades físicas é responsável pela redução da liberação de hormônios, LH e FSH, que estimulam o ciclo menstrual, com isso, é comum atletas mulheres apresentarem ausência de menstruação e posteriormente, alguns casos de dificuldade para engravidar.

8. Síndrome dos ovários policísticos

Doença endocrinológica bastante comum entre as mulheres, apresenta como sintomas: alterações nos ciclos menstruais, infertilidade, acne, aumento de peso, queda de cabelo, alterações na glicose, hipertensão arterial, excesso de pelos no corpo, alteração no humor, crescimento de pelos no rosto, peito e abdômen.

9. Uso de medicamentos

Certos medicamentos, como antibióticos, corticoide e antidepressivos, podem interferir na produção hormonal, causando atraso menstrual ou irregularidade da menstruação.

10. Doenças da tireoide

As doenças da tireoide estão associadas a quadro de atraso menstrual, especialmente o hipotireoidismo.

O que fazer no caso de atraso menstrual?

O tratamento depende exclusivamente da causa desse atraso.

Na gravidez é preciso iniciar o acompanhamento pré-natal no serviço de saúde próximo a sua residência, e não usar medicamentos antes de receber todas as orientações.

Mulheres que fazem atividade física de alto rendimento ou de forma exagerada, com ou sem uso de suplementos para melhorar o seu desempenho, se recomenda procurar um acompanhamento médico, com médico do esporte ou nutrólogo, para receber as orientações adequadas, manter a sua atividade, porém sem causar prejuízos a sua saúde.

Nas situações de doenças endocrinológicas, como problemas na tireoide ou ovários policísticos, o médico endocrinologista é o responsável por iniciar o tratamento e acompanhamento adequados.

Quando devo me preocupar com a menstruação atrasada?

Alguns sintomas, associados a menstruação atrasada, são sinais considerados de alerta, por isso, se perceber algum desses sinais, procure imediatamente atendimento médico. São eles:

  • Febre (temperatura acima de 38 graus),
  • Cólica intensa,
  • Corrimento vaginal (amarelado, com mau cheiro e coceira) e
  • Dor ou ardência ao urinar.

Pode lhe interessar também:

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Ovários policísticos têm cura? Qual o tratamento?

Referência:

  • FIGO -International Federation of Gynecology and Obstetrics.
  • Corrine K Welt,, et al.; Evaluation and management of secondary amenorrhea. UpToDate: Jun 28, 2020.
  • Malcolm G. Munro, et al. The two FIGO systems for normal and abnormal uterine. Int J Gynecol Obstet 2018; 143: 393–408.
Água com gás faz mal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Á água com gás não faz mal, se for bebida com moderação, visto que não há nenhuma evidência científica clara sobre os riscos da ingestão de bebidas gaseificada.

No entanto, é válido ressaltar que o consumo excessivo de água gaseificada pode levar ao aumento transitório dos gases no sistema gastrointestinal. Fazendo com que algumas pessoas possam sentir distensão, dor ou desconforto abdominal e apresentar aumento dos gases se consumir água com gás em excesso.

Pessoas que apresentam doença do refluxo gastroesofágico podem apresentar piora dos sintomas de refluxo, como azia e regurgitação, se ingerirem uma grande quantidade de água ou outros líquidos gaseificados.

Ao contrário do que se costuma pensar a água com gás não causa alterações na massa óssea, nem aumenta o risco de osteoporose. Esse efeito apenas foi observado com o consumo de bebidas derivadas da cola, devido a grande quantidade de fósforo nessas bebidas.

Riscos da água com gás, rica em açúcar

Por outro lado, a água com gás que também recebe açúcar na sua composição pode apresentar maiores riscos a saúde, diferentemente da água com gás sem açúcar.

Os riscos são os mesmos decorrentes do consumo excessivo de açúcar, como o aumento do risco ou descompensação do diabetes e de danos aos dentes, provocando o aparecimento de cáries.

Por isso, bebida açucaradas com gás não devem ser consumidas rotineiramente e jamais se deve substituir totalmente a água natural por esses líquidos ricos em açúcar.

Beber água com gás tem algum benefício?

Á água com gás possui os mesmos benefícios que a água mineral sem gás, permitindo a hidratação e ingestão de sais minerais.

Não há ainda evidências científicas consistentes que a água com gás tenha algum benefício além dos da água comum.

Alguns pequenos estudos sugerem que a água com gás pode ajudar na digestão e no alívio dos sintomas de constipação. No entanto, mais investigações sobre esses efeitos são necessárias.

Também quando consumida com moderação a água com gás pode ajudar a promover a saciedade, fazendo com que se coma menos, o que pode ser benéfico para pessoas que desejam emagrecer.

Em conclusão, a água com gás não causa grandes danos ao organismo, nem aumenta o risco de doenças, entretanto deve-se evitar o seu consumo excessivo e as bebidas que contenham gás e açúcar.

Referências bibliográficas

1. Cuomo R, Grasso R, Sarnelli G, Capuano G, Nicolai E, Nardone G, Pomponi D, Budillon G, Ierardi E. Effects of carbonated water on functional dyspepsia and constipation. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2002 Sep;14(9):991-9.

2. Mun JH, Jun SS. [Effects of carbonated water intake on constipation in elderly patients following a cerebrovascular accident]. J Korean Acad Nurs. 2011 Apr;41(2):269-75. Korean.

3. Cheng, R., Yang, H., Shao, M. Y., Hu, T., & Zhou, X. D. (2009). Dental erosion and severe tooth decay related to soft drinks: a case report and literature review. Journal of Zhejiang University. Science. B, 10(5), 395–399.

7 causas de hemorragia menstrual, o que fazer em cada caso
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Diversas situações podem dar origem a esse sangramento, mas as mais comuns são o sangramento disfuncional, que não tem causa definida, alterações uterinas, coagulopatias, problemas hormonais, infecção, complicação na gravidez (gravidez ectópica ou aborto), e traumas.

A hemorragia menstrual se caracteriza por um sangramento vaginal abundante, que exige uma troca excessiva de absorventes por dia, interferindo na qualidade de vida da mulher naquele período, acompanhado ou não de outros sintomas.

Entenda um pouco mais sobre cada uma das 7 causas e o que fazer em cada caso.

1. Sangramento uterino disfuncional (SUD)

O sangramento uterino disfuncional, não tem causa conhecida. Na verdade é um sangramento abundante, anormal, sem alterações nos exames. Ou seja, para confirmar esse diagnóstico, é precisa descartar todas as outras causas.

Nesse caso, acredita-se que o problema seja um descontrole hormonal, mais frequentes nas extremidades de vida reprodutiva, quando os ovários estão começando a liberar seus óvulos, nas primeiras menstruações (menacme) ou próximo à menopausa.

O sangramento é controlado com o uso de anti-inflamatórios, ácido tranexâmico e anticoncepcionais orais, para as mulheres que não tem contraindicação. O ginecologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento, nesses casos.

2. Alterações uterinas

As alterações encontrados dentro do útero, como pólipos, miomas, adenomiomas e os tumores, são problemas estruturais, que aumentam a produção de células e vasos sanguíneos da parede uterina, com isso resultando no maior volume de sangue durante a sua descamação.

Os pólipos e os tumores, costumam sangrar com menor intensidade, fora do período menstrual. Os miomas e adenomiomas, apresentam um sangramento mais volumoso, durante o período menstrual e quase sempre vem acompanhado por cólica menstrual.

O tratamento pode ser feito com anticoncepcionais e acompanhamento apenas, especialmente nos casos de miomas pequenos ou com poucos sintomas. Contudo, na suspeita de um tumor, pode ser indicada cirurgia, para a ressecação da lesão e estudo anatomopatológico. Em casos de câncer, o ginecologista e oncologista deverão analisar em conjunto, a necessidade de complementar o tratamento com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapias.

3. Coagulopatias

O sangramento vaginal anormal em meninas jovens, podem ser um sintoma inicial de doenças hematológicas, como leucemia, purpura trombocitopênica idiopática (PTI) e doença de Von Willebrand (DVW). Por isso, o sangramento fora do período menstrual, sem cólicas ou corrimento, é fundamental fazer uma investigação laboratorial detalhada para essas patologias.

O exame clínico e exame de imagem, como a ultrassonografia transvaginal ou pélvica, complementam a investigação. O tratamento deve ser definido e acompanhado de acordo com esses resultados, pelo hematologista e/ou oncologista.

4. Problemas hormonais

Distúrbios hormonais, como o hipotireoidismo, adenoma de hipófise, inteferem na produção e liberação dos hormônios, ocasionando irregularidade menstrual, como maior duração, frequência e volume de sangue.

Os exames laboratoriais, com pesquisa de hormônios da tireoide (T4 e TSH), prolactina, estrogênio e progesterona, além do exame de imagem do crânio, para analisar a glândula hipofisária, confirmam esse diagnóstico.

O tratamento no caso de hipotiroidismo é a reposição do hormônio. No caso de doença na hipófise, o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo do tamanho e tipo da lesão. Cabe ao endocrinologista essa definição.

5. Doença inflamatória pélvica (DIP)

A doença inflamatória pélvica é uma inflamação dos órgãos femininos, geralmente causada por infecção sexualmente transmissível, como a clamídia e a gonorreia. Os sintomas são de corrimento, cólicas, ardência ao urinar e sangramento vaginal.

O diagnóstico é confirmado pelo ginecologista, durante o exame ginecológico, onde pode colher amostra da secreção para confirmar o germe e definir o antibiótico apropriado. Deve ser tratada o quanto antes, para evitar complicações como a infertilidade.

6. Gravidez ectópica, aborto

A gravidez fora da cavidade uterina, chamada gravidez ectópica, se apresenta com sangramento vaginal, dor abdominal e atraso na menstruação. Nos casos de aborto, os sintomas são parecidos, com presença de cólica intensa e coágulos no sangramento.

Ambos são situações de risco para a mulher, portanto, durante a gravidez, ou na suspeita de gravidez, a presença de sangramento abundante, com ou sem coágulos, deve ser comunicado imediatamente ao ginecologista e a mulher deverá procurar um atendimento de emergência.

7. Traumas

Os traumas são causa frequente de sangramento vaginal, ou mesmo anal, que pode ser confundido pela mulher. Geralmente são sangramentos fora do período menstrual, com dor local e de coloração vermelho vivo, associado a história de queda ou traumatismo na região.

Esses casos podem precisar de curativos, procedimentos cirúrgicos ou tratamento local, com suturas, dependendo da ferida e do volume de sangramento.

Como parar o sangramento uterino anormal?

Interromper o sangramento depende da causa do problema. Para identificar a causa e planejar o melhor tratamento para cada caso, é preciso passar por uma consulta com ginecologista, que deverá avaliar a história de início, características do sangramento, além de histórico de saúde e exames complementares.

O que é sangramento uterino anormal?

O sangramento uterino anormal é caracterizado pelos seguintes achados:

  • Volume de sangue maior que 80 ml no período
  • Período menstrual que dura mais de 7 dias
  • Necessidade de trocar o absorvente antes de 3h
  • Usar mais de 20 absorventes em um ciclo menstrual
  • Presença de coágulos, ou coágulo maior de 1 cm
  • Necessidade de se levantar a noite para trocar o absorvente

Na suspeita de um SUA, converse com ginecologista. Todo sangramento anormal deve ser investigado e pode ser tratado, melhorando a qualidade de vida da mulher, e principalmente, identificando um problema precocemente.

Conheça ainda mais sobre o tema, nos artigos abaixo:

Como distinguir sangramento de menstruação?

O que significa ter sangramento durante a relação sexual?

Referências:

  • Andrew M Kaunitz, et al.; Approach to abnormal uterine bleeding in nonpregnant reproductive-age patients. UpToDate, Dec 19, 2019.
  • Sara Kvitko de Moura, et al.; SANGRAMENTO VAGINAL ANORMAL NA EMERGÊNCIA. bvsalud.org. 2014.
  • FIGO - Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia
  • IFF - Instituto Nacional Fernandes Figueira
Sintomas da menstruação: quais os sinais físicos e psicológicos e como aliviar
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas mais comuns da menstruação são as cólicas, seios doloridos e inchados, dores de cabeça e alterações de humor. Estes sinais costumam aparecer de 7 a 10 dias antes da menstruação e, geralmente, passam algumas horas depois que a menstruação desce.

A prática de atividade física, a redução de cafeína, açúcar, sal e o uso de medicamentos analgésicos são alguns dos cuidados que ajudam a aliviar os sintomas, tanto na fase pré-menstrual quanto durante o período de sangramento.

Sintomas físicos da menstruação
  • Cólicas
  • Seios doloridos e inchados
  • Dor de cabeça
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Sensação de inchaço abdominal
  • Ganho de peso
  • Dor muscular ou nas articulações
  • Problemas de pele como, por exemplo, a presença de espinhas (acne)
Sintomas psicológicos da menstruação
  • Oscilações de humor: irritabilidade, raiva, tristeza, crise de choro
  • Ansiedade / Depressão
  • Necessidade de isolamento social
  • Dificuldade de concentração
  • Esquecimento ou perda de memória
  • Distúrbios do sono
  • Mudanças no apetite (desejo por determinados alimentos, especialmente doces).
Como aliviar os sintomas da menstruação?
  • Busque descansar e dormir, pelo menos, 7 horas por noite,
  • Pratique atividade física regularmente: pode ajudar a reduzir o inchaço, a irritabilidade, a ansiedade e a insônia. Fazer ioga também pode ajudar,
  • Tente reduzir o estresse do dia a dia: meditação e exercícios de relaxamento podem ser ferramentas importantes para que consiga relaxar,
  • Alimente-se de forma saudável: consuma carnes magras, frutas, verduras e leite (alimentos ricos em cálcio e vitamina D),
  • Diminua o consumo de açúcar e cafeína, evite doces,
  • Reduza o consumo de sal: ajuda a reduzir a retenção de líquidos e a sensação de inchaço,
  • Aplique bolsa de água morna 2 a 3x por dia, se tiver dor (lombar ou cólicas).
Medicamentos para sintomas de menstruação

Os medicamentos mais usados são os analgésicos, anti-inflamatórios ou anticoncepcionais.

  • Ponstan®
  • Buscopan®
  • Atroveran®
  • Anticoncepcionais orais
  • Anel vaginal
  • Injeção trimestral
  • DIU

A dose e tempo de uso deve ser definida pelo médico, de acordo com a intensidade dos sintomas, e com as condições de saúde de cada uma.

É importante uma consulta com o seu ginecologista para escolher o melhor tratamento.

Os sintomas da menstruação ou a tensão pré-menstrual ocorrem devido às variações hormonais de estrogênio e progesterona durante o ciclo menstrual. Em algumas mulheres, a origem dos sintomas pode ser também genética.

Estes sintomas variam de mulher para mulher porque algumas mulheres são mais sensíveis a essas variações hormonais. Se você sofre com os sintomas da menstruação a ponto de alterar ou atrapalhar a sua rotina diária, converse com um ginecologista ou médico de família para efetuar cuidados e/ou tratamento mais adequados.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos abaixo:

Sintomas de TPM após a menstruação é normal? O que pode ser?

Fases do ciclo menstrual: o que você precisa saber

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Qual o tipo de sangue mais raro no mundo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O Rh nulo, ou sangue dourado é o tipo mais raro de sangue no mundo. Apenas 43 pessoas, até hoje, foram identificadas com esse tipo sanguíneo. Depois do sangue dourado, os tipos menos comuns são: AB- e B-.

O sangue tipo O+ e o tipo A+ são os mais comuns tanto na população brasileira, como na maioria dos países.

O que é o tipo sanguíneo Rh nulo?

Rh nulo, ou sangue dourado, é o tipo sanguíneo que não apresenta nenhuma expressão de Rh. Situação extremamente rara.

O fator Rh é um antígeno (ou proteína), encontrada na superfície da hemácia. Existem cerca de 45 diferentes tipos de Rh, sendo o principal, a proteína D, que determina a positividade do sangue. Portanto, pessoas que possuem o RhD são consideradas Rh positivo, as que não apresentam essa proteína, são consideradas Rh negativo, mesmo havendo outro tipo de proteína Rh.

O Rh nulo, são pessoas que não apresentam nenhuma das 45 famílias de proteínas do sistema Rh no sangue. A causa parece ser uma mutação genética, que impede a síntese dessas proteínas.

A grande importância em identificar o tipo de sangue e fator é RH, é evitar complicações no caso de contato com outro tipo de sangue, que não seja compatível. Por exemplo, nos casos de transfusão sanguínea ou durante uma gestação de mãe e bebê, com tipo de sangue diferente.

Tipos de sangue

O grupo sanguíneo é determinado de acordo com o conjunto de antígenos presentes na superfície da hemácia. Os antígenos determinam os tipos A, B, AB e O, e ainda, o fator Rh, se positivo, negativo ou nulo.

Na presença de RhD, o sangue é definido como Rh positivo, se não apresentar essa proteína, é definido como Rh negativo.

Sendo assim, os tipos de sangue e os antígenos que cada um apresenta, são:

Tipo sanguíneo Antígenos
Tipo A Antígeno A
Tipo B Antígeno B
Tipo AB Antígenos A e B
Tipo O Não apresente antígenos
Rh + Antígeno RhD
Rh - Ausência de RhD
Rh nulo Nenhuma expressão Rh
Quais os tipos de sangue que combinam?

O tipo de sangue que combina com todos é o tipo O negativo, doador universal, porque não possui nenhum antígeno, então não desencadeia reação contrária. Pode ser usado para pessoas com tipo A, B, AB e O. Porém, só pode receber dele mesmo, pois não reconhece os antígenos, nem o A nem o B, ou RhD.

O tipo AB+ pode receber de todos, pois possui todas as proteínas em seu sangue, não reagindo contra nenhuma delas. Conhecido portanto como receptor universa. Já o AB- não pode receber que nenhum sangue positivo, pois irá reagir contra a proteína Rh+.

Os tipos iguais também combinam, pois se reconhecem. Depois cada tipo sanguíneo deve ser cuidadosamente analisado, e sendo preciso transfusão, deve ser feita uma análise e testagem, antes de iniciar a transfusão a um paciente.

Exemplos: Tipo A+ pode receber do Tipo A+, A-, O+ e O-; O tipo B- só pode receber do B- e O-, porque qualquer fator RhD, ou seja, B+ ou O+, irão desencadear reação, já que o organismo não reconhece essa proteína.

Sangue tipo O- (negativo) - o doador universal

O sangue tipo O negativo, é aquele que não possui nenhum antígeno, nem tipo A, nem tipo B, e nem RhD. Por isso quando transfundido, não reage contra nenhum outro tipo de sangue. Sendo denominado doador universal.

Por outro lado, essas pessoas só podem receber sangue de doadores do mesmo tipo sanguíneo, o tipo O-.

Sangue tipo O+ (positivo)

O sangue O positivo é o tipo sanguíneo mais comum na população brasileira, sem antígenos A nem B, porém possui antígeno RhD, portanto não pode ser doado para pessoas com fator Rh positivo.

Pode receber dos tipos O+ e O-.

Leia também os artigos:

Como saber meu tipo sanguíneo?

Casal com o mesmo tipo de sangue a criança nasce com problema?

Existem tipos de sangue incompatíveis?

Quais podem ser os tipos sanguíneos dos meus filhos?

Referência:

  • Lynne Uhl. Red blood cell antigens and antibodies. UpToDate. Sep 20, 2019.
  • ABHH - Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia celular.
Azia na gestação: como evitar e aliviar os sintomas
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas de azia e má digestão são comuns durante a gravidez. A ação hormonal da progesterona e o crescimento do útero podem dificultar a digestão e aumentar o risco de refluxo gastroesofágico.

Por isso, gestantes podem queixar-se de queimação, dor esofágica, ou sensação de estufamento após as refeições, com frequência.

Os sintomas podem piorar nos últimos meses da gestação, após 27 semanas, quando o bebê cresce e o útero exerce maior pressão sobre o estômago.

Como evitar crises de azia durante a gravidez?

Alguns cuidados podem ser tomados para evitar o aparecimento da azia após as refeições.

1. Comer de forma fracionada

É importante fazer pequenas refeições distribuídas ao longo do dia, ao invés de poucas em grande quantidade. Comer muito de uma única vez distende o estômago e torna a digestão mais demorada, o que favorece os sintomas de azia.

2. Comer saudável

Evite gorduras, alimentos apimentados e condimentados. Esses alimentos podem piorar os sintomas de azia e má digestão. Prefira alimentos leves, como frutas, legumes e vegetais.

3. Evitar o álcool

O álcool também ocasiona um maior relaxamento da musculatura do esôfago e estômago, favorecendo o refluxo e a azia, portanto, não consuma álcool.

4. Esperar uma hora antes deitar

Não se deite imediatamente após as refeições, a posição deitada pode dificultar o esvaziamento gástrico, favorecendo sintomas de desconforto abdominal e azia. Portanto, aguarde até 2 horas após as refeições para deitar-se.

O que fazer para aliviar a azia na gestação?

Caso mesmo com as medidas de prevenção você ainda tenha crises de azia, algumas medidas podem ser tomadas para aliviar o desconforto da sensação de queimação.

1. Beber água gelada

A água gelada alivia a azia. Se notar que vai começar a sentir este sintoma beba um copo de água fria ou gelada imediatamente.

2. Usar Hidróxido de alumínio ou magnésio

O hidróxido de alumínio e o hidróxido de magnésio são substâncias alcalinas, que aliviam os sintomas de desconforto gástrico, azia e má digestão. Em gestantes são substâncias seguras, não implicando em riscos para a mãe e o bebê.

Deve-se tomar uma colher de sopa após as principais refeições e ao deitar, ou conforme orientação médica.

3. Consulte um médico

Caso a azia persista mesmo com as medidas descritas acima, consulte um médico para uma avaliação.

Alguns medicamentos como omeprazol, pantoprazol e ranitidina, podem aliviar os sintomas da azia, que não é controlada de forma satisfatória com as medidas anteriores. No entanto, o seu uso deve ser realizado apenas sob orientação e supervisão médica.

Para mais informações sobre a azia na gestação consulte o seu médico de família ou obstetra.

Também pode ser do seu interesse:

Dor no estômago na gravidez é normal?

Quais remédios posso tomar na gravidez?

O que fazer para aliviar a azia?

Referências bibliográficas

1. Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro. PEQUENOS DISTÚRBIOS DA GRAVIDEZ.

2. Richter JE. Review article: the management of heartburn in pregnancy. Aliment Pharmacol Ther. 2005 Nov 1;22(9):749-57.

3. Phupong V. Hanprasertpong T. Intervenções para azia na gravidez. Cochrane Systematic Review - Intervention. 2015