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Existe anticoncepcional ou contraceptivo masculino?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Anticoncepcional masculino ainda não, contraceptivos sim. Por enquanto, os únicos métodos contraceptivos existentes e aprovados para um homem, que asseguram evitar uma gravidez, são a camisinha (preservativos) e a vasectomia.

Embora diversos estudos sobre anticoncepcionais masculinos estejam bem avançados, em fase II e III (última fase), com respostas favoráveis, precisam ainda cumprir todas as normas que determinam eficácia e segurança, para posterior liberação do produto.

O primeiro método parece que será apresentado ainda em 2020. Pesquisadores da Índia prometem o lançamento do primeiro anticoncepcional masculino, após encerrar a última etapa de estudos, com um grande número de homens testados, que será o RISUG (anticoncepcional injetável).

Camisinha (preservativos)

A camisinha masculina, preservativo masculino ou condom, ainda é o único método contraceptivo masculino que não interfere na fertilidade, e é também o mais utilizado. Confere uma eficácia acima de 99%, quando usada de forma correta e protege da gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Portanto, é um método eficaz, simples, facilmente encontrado e disponibilizado no serviço público, que não deve ser desencorajado ou substituído mesmo com a chegada de novos métodos anticoncepcionais. Eles devem ser feitos em conjunto.

Vasectomia

A vasectomia é um método de contracepção definitiva, porque compromete a fertilidade do homem, portanto um método de esterilização. Embora exista a cirurgia para tentar reverter a vasectomia, quando é de desejo do homem, a resposta geralmente não é satisfatória.

A cirurgia se caracteriza pelo fechamento do ducto deferente, canal por onde passam os espermatozoides produzidos nos testículos, até o pênis. Com o bloqueio, os espermatozoides não chegam ao canal vaginal, encerrando qualquer possibilidade de uma gravidez.

Contraceptivos masculinos em estudo 1. Anticoncepional masculino injetável (RISUG)

A injeção RISUG, abreviação de reversible inhibition of sperm under guidance, deve ser o primeiro anticoncepcional reversível, lançado para os homens. Desenvolvido na Índia, encontra-se no final de fase II, entrando na fase III ainda no ano de 2020, e se obtiver os resultados favoráveis, poderá ser fabricado e disponibilizado no mercado até o final de 2020.

O produto deve ser injetado no ducto deferente, causando um bloqueio na passagem dos espermatozoides e promete incapacitar o espermatozoide que ultrapasse essa barreira, impedindo a fecundação do óvulo.

O método é semelhante a vasectomia, realizado por cirurgia sob anestesia local, e a sua maior vantagem é a possibilidade de reversão, caso seja o desejo do homem.

2. Gel anticoncepcional para homem (VASALGEL)

O Vasalgel, é um método contraceptivo para o homem, bastante semelhante ao RISUG, também em fase de estudo, com a diferença de ser um gel apenas de bloqueio do canal deferente, que impede, mas não interfere nas propriedades dos espermatozoides.

Aplicado por injeção nos testículos sob anestesia, pode ser facilmente revertido se por injeção de bicarbonato de sódio no ducto obstruído. O bicarbonato consegue dissolver o gel, revertendo a passagem dos espermatozoides e fertilização.

Os estudos precisam demonstrar ainda o tempo de proteção, comprovar grau de eficácia e efeitos colaterais.

3. Pílula anticoncepcional masculina

As pílulas hormonais e não hormonais para o homem vêm sendo estudadas há anos, porém não alcançaram a eficácia esperada, ou causam efeitos colaterais intoleráveis, interrompendo o estudo.

Os efeitos colaterais mais comuns apresentados, foram semelhantes às pílulas femininas, como a acne, distúrbios de humor, queda da libido, dores de cabeça, e nos homens, a dificuldade erétil.

4. Gel anticoncepcional tópico para homens

O anticoncepcional masculino na forma de gel tópico, é composto por uma associação de progesterona e testosterona. A progesterona reduz a produção de testosterona pelo organismo, inibindo a produção dos espermatozoides, enquanto a testosterona do gel, busca impedir os efeitos colaterais da falta desse hormônio, como perda da libido ou disfunção erétil.

O gel deve ser aplicado na região dos ombros ou das costas uma vez ao dia, e já vem sendo testado em homens voluntários, com resultados positivos e pouco relato de efeitos colaterais, até o momento.

Para maiores esclarecimentos, converse com o médico de família ou com o especialista, urologista.

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Referências:

Sociedade Brasileira de Urologia.

O cigarro eletrônico pode fazer tão mal a saúde quanto os cigarros comuns
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O cigarro eletrônico pode fazer tão mal a saúde quanto os cigarros comuns, dependendo do tipo e da forma de uso. Além disso, não sabemos ainda quais os efeitos do seu uso a longo prazo.

Desenvolvidos com intuito de apoio ao combate contra o tabagismo, por ser aparentemente mais seguro e com menor taxa de nicotina, os cigarros eletrônicos vêm apresentando resultados bastante controversos.

Sendo assim, enquanto os estudos não comprovam um benefício, o consumo e comercialização dos cigarros eletrônicos e demais dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), permanecem proibidos no Brasil.

Narguilé faz mal a saúde?

Sim. O narguilé (ou water pipe ou shisha ou hookah) é um dispositivo eletrônico para fumar (DEF), desenvolvido na Índia, e utilizado em grupos, com sessões que podem durar de 20 a 80 minutos.

O aparelho é aquecido por combustão de carvão ou madeira, que ativa a mistura do tabaco e produz a fumaça que será inalada após passar por um filtro de água e por uma longa mangueira. Essa fumaça é inalada por diversas pessoas, várias vezes, durante toda uma sessão.

Os malefícios se sobrepõe ao uso de cigarro devido aos seguintes fatores:

  • O tempo de exposição a essa fumaça é muito superior à exposição do uso de um cigarro comum, pois pode durar de 20 a 80 minutos, dependendo da sessão;
  • O filtro de água utilizado no dispositivo não é suficiente para impedir a passagem das substâncias tóxicas e cancerígenas para os pulmões, como fora defendido, e
  • A quantidade de substâncias tóxicas inaladas também podem ser superiores ao cigarro comum, de acordo com o composto escolhido, porque além das toxinas do composto, são produzidas toxinas da combustão do carvão ou madeira.

Portanto, fazer uso de narguilé não é seguro e comprovadamente aumenta o risco de doenças graves, como a dependência física e psíquica, câncer de pulmão, câncer de boca (lábios, língua, faringe) e doenças cardíacas.

Malefícios do cigarro eletrônico

Os malefícios do uso regular de um cigarro eletrônico, ainda não está totalmente esclarecido, pois faltam estudos com número maior de casos e de seguimento.

Os efeitos dependem da quantidade de uso, da concentração de nicotina líquida e das demais substâncias incluídas no composto utilizado. Varia também de acordo com o tempo de exposição ao cigarro e a fumaça produzida.

No entanto, o que já sabemos é que os malefícios são semelhantes aqueles conhecidos pelo consumo do cigarro comum, como o aumento do risco de:

  • Dependência química
  • Enfisema pulmonar
  • Asma brônquica
  • Câncer de pulmão
  • Infarto agudo do coração
  • Tromboembolismo pulmonar
  • Doenças do fígado
O que é cigarro eletrônico?

O cigarro eletrônico é um dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), que disponibiliza a nicotina líquida, em forma de vapor. Para isso dependem de uma bateria ou material de combustão, como madeira e carvão.

O dispositivo é abastecido com compostos que incluem, nicotina líquida, solvente como o glicerol, água, aromatizantes e outros aditivos. A nicotina pode ter diferentes intensidades e já existem opções sem a nicotina.

O uso parece mais confortável porque exala cheiro mais agradável, e a sua aparência é mais moderna. Em contrapartida, parece oferecer os mesmos riscos, de doenças respiratórias graves, problemas cardíacos, e ainda risco de danos físicos, como queimaduras, quando ocorre algum problema com o aparelho. Já foram relatados alguns casos de explosão do cigarro eletrônico causando queimaduras de face e mãos de adeptos a esse dispositivo.

Para buscar ajuda e interromper a dependência do cigarro, entre em contato com o Programa Nacional de Controle ao Tabagismo, do seu estado.

Referências:

  • Nancy A Rigotti, Sara Kalkhoran. Vaping and e-cigarettes. UpToDate. Aug 28, 2020.

  • MINISTÉRIO DA SAÚDE Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina. Rio de janeiro, 2016.

  • ANVISA - Agência Nacional de Vigilância de Saúde

  • INCA - Instituto Nacional de Câncer

7 passos simples para cuidar do piercing inflamado
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os cuidados gerais com o piercing inflamado incluem manter o local limpo e seco. Por isso, evitar atividades físicas nos primeiros dias, para reduzir o suor e preferir tecidos leves que ajudem na transpiração, são úteis para esse cuidado.

Até dois dias após a colocação do piercing no umbigo, orelha, nariz, língua, boca, é normal que ocorra um pequeno inchaço local, dor leve, vermelhidão e a presença de uma secreção transparente. Entretanto, se estes sinais se mantiverem por mais de 3 dias ou se tornarem mais intensos, é preciso procurar um médico de família ou clínico geral para avaliar a ferida.

Para evitar complicações, siga as seguintes recomendações:

1. Lave as mãos antes de tocar no piercing

Você deve lavar as mãos sempre que for tocar no local do piercing para não causar a piora da inflamação. Este cuidado também evita infecções.

2. Lave a área do piercing

Ao lavar o local do piercing, você retira, além da sujeira, secreções ou crostas acumuladas que podem agravar a inflamação e causar infecção. Por este motivo, manter o local do piercing limpo é um cuidado importante no tratamento. Você deve lavar a região com água e sabão neutro ou antibacteriano 3 vezes ao dia. Após lavar, seque a área suavemente com gazes ou toalha limpas.

3. Use soro fisiológico para limpeza local

Após a lavagem com água e sabão, use soro fisiológico para concluir a limpeza do local. O uso do soro fisiológico com ajuda de uma gaze ou algodão, auxilia na retirada de crostas e secreções acumuladas e/ou endurecidas.

4. Mantenha o local do piercing seco

A umidade provocada pela presença de secreções ou mesmo suor provocam a piora do quadro. É importante que você evite deixar a região do piercing úmida secando sempre que perceber umidade.

5. Evite o atrito com o piercing

O atrito com o piercing machuca ainda mais a região e pode contribuir para o agravamento da inflamação. Por isso, prefira usar roupas soltas e evite usar acessórios próximos ao piercing. Procure também não dormir friccionando o local perfurado.

6. Cuide da sua alimentação

O consumo de alimentos fritos, doces e refrigerantes podem atrapalhar ou dificultar o processo de cicatrização. Por este motivo, evite-os e priorize alimentos anti-inflamatórios como alho, gengibre, cebola, brócolis, atum, salmão, laranja e acerola.

7. Não use receitas caseiras, cosméticos ou maquiagens na região

Não utilize receitas caseiras com babosa, mel ou outros ingredientes, pois além de atrapalhar cicatrização também podem provocar contaminação da perfuração. Além disso, evite o uso de cosméticos e maquiagens na região. Estes produtos podem conter substância que causam irritação local.

Se mesmo com todos cuidados a inflamação não melhorar em dois ou três dias, é importante que você procure um médico de família ou clínico geral para que a necessidade de usar antibióticos seja avaliada.

Antibiótico para piercing infeccionado

O antibiótico deverá ser indicado pelo médico, que irá pesquisar o seu histórico de saúde, alergias e uso de medicamentos que possam interagir com esse antibiótico. A forma de uso e tempo necessário vão depender da gravidade da inflamação. Em geral, as orientações são:

  • Pomadas: devem ser aplicadas após a limpeza do local do piercing de acordo com a orientação médica. As mais utilizadas são Diprogenta ou Trok-G.
  • Antibióticos orais: dependendo do grau da infecção e do estado da ferida, pode ser necessário o uso de antibióticos orais como a cefalexina por 7 a 10 dias.
Quando devo me preocupar?

Alguns sinais funcionam como alerta para você saber se a inflamação está se tornando muito intensa ou mesmo se está se transformando em infecção. Estes sinais são:

  • Inchaço (edema) e vermelhidão que já dura mais de 3 dias,
  • Dor intensa no local que impede até mesmo toques leves na região,
  • Febre e sensação de fraqueza ou mal-estar,
  • Aumento da área avermelhada ao redor do piercing,
  • Secreção com pus (purulenta) de cor branca, amarelada ou esverdeada,
  • Presença de sangue no local.

Ao perceber qualquer um destes sintomas, procure um clínico geral ou médico de família para que um tratamento mais eficaz seja iniciado o mais rapidamente possível.

Complicações mais comuns do uso de piercing

As complicações mais comuns que ocorrem ao se colocar o piercing são:

1. Infecção

As infecções ocorrem geralmente de três a quatro dias após a colocação do piercing e podem ser tratadas com pomadas com antibióticos ou antibióticos orais de acordo com orientação médica,

2. Alergia

Em alguns casos pode acontecer a alergia ao piercing. Para evitar estas alergias, dê preferência a piercing de aço cirúrgico, prata ou ouro.

3. Queloides

Queloide é crescimento anormal do tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte, perfuração ou cirurgia na pele. Em alguns casos, as pessoas sentem dor, coceira leve e sensação de queimação ao redor da cicatriz.

Para evitar a inflamação e possíveis complicações, escolha um profissional confiável para colocar o seu piercing, observe as condições de higiene do local e exija o uso de produtos descartáveis para efetuar a perfuração.

Se você deseja saber mais sobre piercing, leia:

Referências

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Corrimento tipo clara de ovo: secreção vaginal normal que pode indicar o período fértil
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O corrimento tipo clara de ovo, é uma secreção vaginal normal, natural da mulher, que ocorre no período da ovulação, com objetivo de lubrificar a vagina e manter um ambiente favorável para a passagem dos espermatozoides.

A secreção pode ainda indicar o período fértil da mulher. Segundo o método de Billings, durante o período de ovulação, a mulher apresenta uma secreção transparente, tipo clara de ovo, sem cheiro e com consistência elástica, semelhante a uma gelatina.

O pico hormonal que induz a liberação do óvulo na trompa, é também o responsável pela formação desta secreção. Por isso, qualquer alteração hormonal, como a gravidez ou o uso regular de anticoncepcionais, podem alterar a sua produção e características.

Corrimento clara de ovo é sinal de gravidez?

Não. O corrimento clara de ovo costuma ser sinal de período fértil, período de maior chance para engravidar.

O corrimento considerado um dos primeiros sinais de gravidez, é o sangramento de nidação, um corrimento rosado, ou marrom, em pequena quantidade, que dura no máximo 3 dias, e por vezes nem é percebido pela mulher.

Isso ocorre porque o óvulo fecundado penetra a parede do útero, causando discreto sangramento, que pode ser evidenciado apenas na roupa íntima. Sem dor, cólicas, cheiro ou outro sintoma.

Tipos de corrimento

O corrimento, ou muco produzido pela parede (mucosa) da vagina, é uma secreção natural, que mantém a vagina lubrificada e protegida. Portanto, as mulheres apresentam "corrimento" diariamente, com características distintas de acordo com o período em que se encontra no ciclo menstrual, o que não significa um problema.

Contudo, nos casos de corrimento com cheiro desagradável, coloração diferente e associada a outros sintomas, como: vermelhidão, coceira, ardência e dor, sugere um problema, que deverá ser investigado e tratado, quando preciso, pelo ginecologista.

Tipos de corrimento
Coloração Características O que pode ser?
Clara de ovo Transparente, elástico, sem cheiro Normal. Indica período fértil.
Branco Com grumos e coceira na vagina Sugere candidíase
Rosado Pequena quantidade, sem mais sintomas Sinal de gravidez
Marrom Com cheiro forte, ardência ou coceira Sinal de infecção, alergia ou DIP
Cinza Com cheiro de "peixe podre", dor, coceira Sinal de infecção vulvovaginal
Esverdeado Abundante, cheiro forte e coceira Sugere infecção vulvovaginal
Vermelho A quantidade e mais sintomas auxiliam no diagnóstico Infecção, HPV, sangramento de "escape" (anticoncepcionais), risco de aborto.

(DIP - doença inflamatória pélvica. HPV - Papiloma vírus humano).

Quando o corrimento clara de ovo não é normal?

Quando o corrimento passa a apresentar cheiro, coloração amarelada ou esverdeada e sintomas de desconforto na vagina, como coceira e ardência, é sinal de um problema.

Uma infecção vulvovaginal é a principal causa de corrimentos com essas características, e deve ser tratada com antifúngicos ou antibióticos, o quanto antes, para evitar complicações para a mulher, como a infertilidade.

Portanto, na suspeita de uma infecção, procure um ginecologista para avaliação e tratamento adequados.

Pode lhe interessar também:

Referências:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

UpToDate. Patient education: Vaginal discharge in women (The Basics). Sep 28, 2020.

Como saber se o corrimento vaginal está normal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A presença de corrimento vaginal é algo completamente normal na maioria das mulheres. O corrimento que ocorre naturalmente é chamado de corrimento fisiológico e pode apresentar diferenças na sua aparência, conforme o momento do ciclo menstrual que a mulher está passando.

Entretanto, em algumas circunstâncias o corrimento também pode indicar alguma doença ou alteração da flora vaginal fisiológica. Algumas características, como mudanças na cor, no odor e na quantidade sugerem se o corrimento é fisiológico ou apresenta alguma alteração

Abaixo seguem as principais alterações que podem indicar alguma condição que merece uma avaliação por um médico:

1. Alterações na cor do corrimento

A cor do corrimento vaginal fisiológico varia entre o transparente, o branco e o amarelo-claro.

Tons muito fortes de amarelo, verde ou uma cor acinzentada merecem atenção, pois podem sugerir infecções vulvovaginais. A vaginose bacteriana pode causar um corrimento branco pálido ou cinza, já a tricomoníase pode causar corrimento esverdeado, acinzentado ou amarelo.

Infecções sexualmente transmissíveis e outros quadros infecciosos podem ainda ocasionar um corrimento de aspecto purulento, de cor bege.

Caso note um tom vermelho, rosado ou mesmo marrom pode ser que esteja apresentando algum pequeno sangramento, decorrente de diferentes possíveis causas como uso de anticoncepcionais, lesões por HPV, pólipos, entre outras.

2. Alterações no odor do corrimento

O corrimento vaginal natural não costuma ter nenhum odor específico ou muito forte. Varia um pouco de pessoa para pessoa, conforme as características da flora vaginal, no entanto, dificilmente é algo que incomoda.

Os produtos de higiene utilizados e o uso de roupas íntimas de tecido sintético também podem interferir no odor da região da vulva, no entanto, não necessariamente indicam algum problema de saúde.

Caso note alguma mudança no odor, que passa a ser mais forte que o usual ou que se assemelha ao odor de peixe, procure um médico para uma avaliação, pois pode se tratar de alguma vulvovaginite, como a vaginose bacteriana ou a tricomoníase.

3. Presença de grumos ou bolhas

O corrimento normal não apresenta mudanças na sua textura, geralmente tem uma cor e aparência homogênea.

A presença de grumos brancos ou amarelados, como papel higiênico molhado, associado a coceira na região da vulva e da vagina pode ser um indício de candidíase, uma infecção fúngica muito frequente.

Já na tricomoníase, o corrimento vaginal pode apresentar bolhas além de alterações na cor e na quantidade.

4. Aumento da quantidade

É normal durante o período fértil a mulher apresentar um pouco mais de corrimento. Algumas pessoas podem sentir uma sensação de umidade constante durante todo o período fértil. Em situações de excitação sexual também é normal o aumento da secreção vaginal.

Contudo, caso apresente um corrimento em grande quantidade de forma constante, diferente do que está habituada, associado a mudanças de cor ou odor, é importante estar atenta, pois algumas infecções vaginais também podem desencadear este aumento da quantidade do corrimento.

5. Presença de outros sintomas

Caso note alguma alteração no seu corrimento habitual e também passe a sentir outros sintomas como: dor pélvica, febre ou sangramento anormal, consulte um médico para uma avaliação.

Diversas condições de saúde como vulvovaginites, infecção urinária, doença inflamatória pélvica, pólipos ou mesmo o câncer de colo de útero podem causar diferentes sintomas, que precisam ser melhor avaliados.

6. Mudanças no padrão

Por fim, é importante estar atenta a mudanças no seu padrão de corrimento. Cada mulher possui um padrão de corrimento fisiológico que varia no decorrer do mês conforme a sua fertilidade ou proximidade da menstruação.

Durante o período fértil o muco fica transparente e elástico, em aspecto de clara de ovo. Depois a medida que se aproxima da menstruação o muco vaginal tende a ficar mais pegajoso, grosso e branco.

Aprender a observar e reconhecer o seu próprio muco vaginal é importante, porque permite reconhecer variações que só o seu corpo pode apresentar. Caso suspeite que algo tenha mudado e esteja preocupada, procure um médico de família ou ginecologista.

Também pode ser do seu interesse:

Corrimento vaginal, o que pode significa as diferentes cores?

Referências bibliográficas

1. FEBRASGO - Manual de Orientação em Doenças Infectocontagiosas. 2010.

2. FEBRASGO - Manual de Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia. 2010

Preparo para colonoscopia: o que devo fazer?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O preparo para a colonoscopia consiste em fazer uma dieta especial com pouca fibra e pouca cor, além de usar um laxante (também conhecido como purgante). Esse preparo tem o objetivo de deixar o intestino limpo para permitir que seja visualizado corretamente. As orientações de preparo para a colonoscopia normalmente são fornecidas ao agendar o exame e podem variar um pouco, principalmente em relação ao laxante indicado.

A dieta para a colonoscopia deve começar 2 dias antes do exame. Os alimentos permitidos são:

  • Arroz branco bem cozido;
  • Carnes claras ou peixe bem cozidos;
  • Pão branco ou torradas;
  • Macarrão sem molho;
  • Gelatina de coloração clara;
  • Gorduras, manteiga e margarina (moderadamente);
  • Ovo cozido ou pochê;
  • Queijo cottage ou cream cheese (pode colocar no macarrão, torradas ou no pão);
  • Batata cozida, amassada ou assada, sem casca;
  • Cereais matinais de arroz ou milho;
  • Água e chás (nada que seja vermelho);
  • Chá-preto e café.

Você pode preparar sopas com batata, macarrão ou arroz e carne de frango, por exemplo. Além do sal, pode colocar um pouco de azeite, mas evite salsinha ou cebolinha para temperar. Se colocar salsão, retire-o após o cozimento, para que apenas dê gosto ao alimento.

Já os alimentos que deve evitar são:

  • Leite;
  • Água de coco;
  • Carne vermelha;
  • Molhos;
  • Frutas, vegetais e saladas (principalmente os vermelhos, como a beterraba, e as cascas);
  • Pães integrais, macarrão integral, arroz integral e cereais integrais;
  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico e tudo que tenha casca);
  • Bolos, tortas, biscoitos e iogurtes;
  • Nozes, castanhas, avelãs e outros frutos secos.

O início do jejum depende de quando irá fazer a colonoscopia: pela manhã ou à tarde. Siga as instruções da ficha que lhe foi entregue quando agendou o exame. Geralmente, pede-se para parar de se alimentar até 2 horas após tomar o laxante pela primeira vez, ficando em jejum até a hora do exame.

Pode tomar água até 6 horas antes do exame. Beba ao menos 2 litros dos líquidos permitidos (água, chás…) por dia. Caso utilize algum medicamento, pode tomá-lo com pouca água até 2 horas antes. No caso de usar varfarina, clopidogrel, codeína, morfina ou enoxaparina, confirme com seu médico se deve ou não deve continuar a usá-los. Se for diabético, pergunte ao médico o que precisa fazer com os medicamentos para diabetes.

Na véspera e no dia do exame (dependendo do horário em que ele será realizado), deverá também tomar o laxante, do modo indicado na ficha que lhe foi entregue (geralmente manitol, bisacodil ou polietilenoglicol). Como o efeito esperado é a diarreia, é importante que você fique perto de um banheiro até duas horas após tomá-lo. O efeito do medicamento já terá terminado quando você sair de casa para fazer o exame.

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Referências:

Lonsdale MS, Ni L-C, Gu C, Twiddy M. Information design for bowel cancer detection: The impact of using information visualisation to help patients prepare for colonoscopy screening. Information Design J. 2019; 25 (2): 125-56.

Fleury. Exames. Colonoscopia com preparo em casa.

Anticoncepcional: como tomar os diferentes tipos de anticoncepcionais
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A forma de usar e o dia do início de cada tipo de anticoncepcional é diferente. Alguns são de uso diário, outros semanais, mensais ou trimestrais e até de 3 anos. A maioria deve ser iniciado no primeiro dia da menstruação, mas nem todos.

Sabendo que a eficácia dos anticoncepcionais depende do uso correto da medicação, é fundamental conhecer a forma correta de tomar o contraceptivo escolhido, dia de início e situações que possam interferir no seu mecanismo de contracepcão.

Como tomar um anticoncepcional oral?

Tomar 01 comprimido por dia, todos os dias, de preferência no mesmo horário. O primeiro comprimido é tomado no primeiro dia da menstruação e a cartela seguinte depende do tipo de anticoncepcional em uso.

Cartela de 21 comprimidos

Para as cartelas com 21 comprimidos, a mulher precisa fazer uma pausa de 7 dias, completando os 28 dias de ciclo, e depois recomeçar nova cartela. Durante esses 7 dias da pausa, é esperado que ocorra a menstruação. No entanto, a próxima cartela deverá ser iniciada no 8º dia independente do sangramento, até porque o uso regular de anticoncepcionais, tem como efeito comum, a irregularidade menstrual. Sendo assim, não é seguro se basear na menstruação.

Cartela de 28 comprimidos

Para as cartelas de 28 comprimidos, opção habitual para as mulheres que não desejam menstruar ou que tenham essa indicação, como no caso de anemia e enxaqueca severa, não é preciso fazer a pausa. Ou seja, terminando a cartela, no dia seguinte inicia a nova cartela. As medicações são compostas de forma diferente, para manter o ciclo normal, sem precisar interromper o seu uso.

Como devo usar o anticoncepcional em adesivo?

O anticoncepcional em adesivo (Evra®), deve ser aplicado 1vez por semana, durante 3 semanas. Depois é preciso fazer a pausa de 1 semana, e então recomeçar novo ciclo de adesivos.

Assim como os anticoncepcionais, o uso correto do produto é fundamental para assegurar a contracepção. Por isso é importante ter cuidado com as recomendações na sua aplicação, que incluem:

  • Aplicar o primeiro adesivo no primeiro dia da menstruação,
  • Trocar o adesivo sempre no mesmo dia da semana, após 7 dias de uso, ou seja, se o primeiro adesivo foi colocado no domingo, os demais devem ser colocados também no domingo,
  • Aplicar nas regiões indicadas na bula: regiões sem pelo, nádegas, abdome, braço (parte externa) ou dorso (parte superior),
  • Nunca aplicar na pele com vermelhidão, ou machucados,
  • Não colocar em região onde a roupa possa causar fricção e o seu deslocamento,
  • Se observar algum comprometimento do adesivo, como lateral levantada ou área descolando, deve ser trocado por um novo.

O adesivo não deve ser usado no caso de mulheres com contraindicações para uso de estrogênio, como historia de câncer de mama, tromboembolismo ou doenças tromboembólicas. Mulheres com peso acima de 90 kg também podem ter a absorção da medicação diminuída, reduzindo a eficácia do anticoncepcional.

Nesse caso é aconselhável conversar com o ginecologista para avaliar uma outra opção.

Como devo usar o anticoncepcional injetável?

Os anticoncepcionais injetáveis devem ser aplicados por um profissional de saúde, habilitado para essa administração, pois a aplicação incorreta reduz consideravelmente a eficácia do anticoncepcional.

Os anticoncepcionais mensais, são compostos por estrogênio e progesterona, e devem ser aplicados, por via intramuscular, 1 vez por mês. A primeira aplicação pode ser feita no primeiro dia da menstruação para algumas apresentações, já outras pedem que seja feito entre o 7º e o 10º dia do ciclo, como no caso do Perlutan®.

Os injetáveis trimestrais, como Depo® Provera®, são compostos apenas por progestágenos, e tem uma duração maior. São administrados, também por profissional habilitado, por via intramuscular, a cada 12 a 13 semanas, com o máximo de 91 dias de intervalo.

Lembrar ainda que não se deve apertar ou massagear o local, após a aplicação.

Como devo usar o implante subcutâneo (Implanon®)?

O implante subcutâneo, autorizado para uso no Brasil a menos tempo, é o Implanon®, método contraceptivo de alta eficácia e longa duração, que vem sendo muito utilizado.

Deve ser aplicado pelo médico, sob anestesia local, na região interna do braço, entre o primeiro e o quinto dia da menstruação. A sua duração é de 3 anos, ou um pouco menos para as mulheres com sobrepeso. Portanto, com a troca a cada 3 anos.

O que fazer se esquecer de tomar o anticoncepcional no dia certo?

Nesse caso, mais uma vez, dependerá do medicamento que faz uso. Na maioria das vezes, a medicação não perde o seu efeito se o esquecimento for de menos de 2 dias. Então, basta retornar a medicação.

No caso de anticoncepcionais injetáveis, se passar dos 30 dias, para os mensais ou, 91 dias para os trimestrais, é preciso fazer um teste de gravidez antes de aplicar a próxima dose.

Como escolher o melhor anticoncepcional?

Os anticoncepcionais devem ser escolhidos junto com o médico que a acompanha, para que possa receber as principais informações de cada opção, os seus riscos e benefícios, avaliação das suas características físicas, condições de saúde e estilo de vida.

A opção também deve ter como base os custos e pretensão de formação familiar, para que a adesão ao medicamento seja efetiva e não precise fazer trocas repetidas de anticoncepcionais, tornando essa questão um problema emocional.

São muitas as opções, por isso sempre haverá uma melhor indicação para cada caso.

Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre anticoncepcionais, leia também os artigos:

Dúvidas sobre anticoncepcional

7 dúvidas sobre o diafragma contraceptivo

Dúvidas sobre Anticoncepcional Injetável

Referências:

  • FEBRASGO - Federação Brasileira de Associações de Gineologia e Obstetrícia.
  • Christine Dehlendorf, et al.; Contraception: Counseling and selection. UpToDate. Aug 03, 2020.
Diferenças entre o diabetes tipo 1 e 2
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue (glicose). Ocorre ou pela falta ou pela incapacidade de ação da insulina, um hormônio essencial no controle dos índices de glicose.

Esse aumento da glicose sanguínea pode ser desencadeado por duas disfunções diferentes, uma que ocorre no diabetes tipo 1 e outra que ocorre no diabetes tipo 2.

No diabetes tipo 1 o pâncreas deixa de ser capaz de produzir insulina, devido a ação do próprio sistema imune contra as células que produzem este hormônio, por isso, o diabetes tipo 1 é considerado uma doença auto-imune.

Já no diabetes tipo 2, o corpo deixar de reconhecer a insulina ou a produz em quantidade insuficiente, também levando ao aumento do açúcar. Esta disfunção no reconhecimento da insulina é chamada de resistência insulínica.

Portanto, o diabetes tipo 1 e 2 são duas doenças que se desenvolvem por mecanismos diferentes. Além da causa, existem outras diferenças entre essas duas doenças. Na tabela abaixo estão representadas as principais diferenças entre o diabetes 1 e 2:

Diferenças entre o diabetes tipo 1 e tipo 2
Diabete tipo 1 Diabetes tipo 2
Início da doença

Pode começar na infância, adolescência ou começo da vida adulta.

Geralmente se inicia já na vida adulta, pode passar despercebida por anos.

Sintomas

Os sintomas surgem rapidamente. Pode ocorrer aumento da sede, aumento da frequência urinária, fraqueza, perda de peso.

Os sintomas podem ser muito leves no começo e demorar a aparecer. Após anos de doença os mesmos sintomas do diabetes tipo 1 podem surgir.
Tratamento

O tratamento é feito com insulina, porque o pâncreas é incapaz de produzir este hormônio desde o início da doença.

O tratamento no começo pode incluir diferentes classes de medicamentos antidiabéticos.

A perda de peso através de atividade física e dieta, faz parte do tratamento.

Em estágios mais avançados pode ser necessário o uso de insulina.

Fatores de risco Fatores genéticos.

Obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, Síndrome dos Ovários Polísticos, fatores genéticos.

Prevenção

Não é possível prevenir o aparecimento da doença.

As complicações podem ser prevenidas através do controle dos níveis de glicose no sangue.

Pode-se prevenir o aparecimento da doença através de hábitos de estilo de vida saudável, como controle do peso, prática regular de atividade física e dieta balanceada

As complicações também podem ser prevenidas através do controle dos níveis de glicose no sangue.

Além do diabetes tipo 1 e 2 existem outras formas raras de diabetes, causado por defeitos nas células pancreáticas, na ação da insulina, por conta de doenças no pâncreas ou outras doenças endocrinológicas.

Caso tenha mais dúvidas sobre as diferenças entre o diabetes tipo 1 e tipo 2 consulte um médico de família, clínico geral ou endocrinologista.

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Referências bibliográficas

Standards of Medical Care in Diabetes. American Diabetes Association. Diabetes Care Jan 2014, 37 (Supplement 1) S14-S80

Meningite: conheça os 8 principais sintomas
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas de meningite, seja ela bacteriana, viral ou fúngica, são bastante semelhantes. Por este motivo, ao perceber qualquer um destes sintomas, busque o mais rápido possível um atendimento em serviço de emergência hospitalar.

Os principais sintomas da meningite são a febre, dor de cabeça e rigidez de nuca, no entanto, são sintomas comuns a diversas outras situações e sendo a meningite uma doença grave, com elevado risco de morte, é preciso conhecer e estar atento as características dessa doença.

1. Febre alta

A febre é um sintoma inicial da meningite. Nestes casos, costuma ser alta (superior a 39oC) e, principalmente, nas meningites bacterianas tende a ser persistente. Se observar febre alta, associada a dor de cabeça e dificuldade em fletir a cabeça para frente, procure rapidamente atendimento médico para avaliação.

2. Dor de cabeça intensa

Na meningite a dor de cabeça é intensa, geralmente descrita como aperto em toda a cabeça, ou em "pressão" e não melhora com uso de analgésicos. Costuma ser um sintoma da fase inicial da doença.

3. Rigidez da nuca

A rigidez de nuca é a dificuldade ou mesmo impossibilidade de encostar o queixo no peito. Movimentar a cabeça em outras direções como, por exemplo, para o lado direito e esquerdo pode não ser tão difícil, embora alguns refiram incômodo e dor.

4. Náuseas e vômitos

De forma geral, as náuseas ocorrem primeiro e, em seguida, os vômitos. As náuseas e os vômitos são igualmente considerados sinais iniciais de meningite. Especialmente na meningite bacteriana, podem acontecer os vômitos "em jato" sem antes a pessoa tenha apresentado náuseas.

5. Dor muscular

As dores no corpo, mal-estar geral e falta de "energia", é um sintoma inespecífico, que pode acontecer em qualquer quadro viral ou de infecção. Na meningite não é diferente, porém pode ser tão intenso que dificulta a realização de atividades simples, como se alimentar ou escovar os dentes. As dores acabam por manter a pessoa deitada e com queixa de cansaço intenso.

6. Sensibilidade à luz

A sensibilidade à luz ou fotofobia é um sintoma bastante comum nas meningites, especialmente, na meningite bacteriana.

7. Irritação, confusão mental e sonolência

Na medida em que a doença progride, a pessoa pode ficar cada vez mais irritável, confusa e depois apresentar sonolência. Pode ocorrer um estado de indiferença em que o paciente não responde e precisa de um estímulo forte para despertar. Este estado é chamado estupor e exige intervenção médica de emergência.

8. Manchas roxas na pele Manchas avermelhadas e arroxeadas na pele provocadas pela meningite.

As manchas roxas na pele aparecem na fase mais grave da doença, geralmente na meningite meningocócica. Neste caso, a corrente sanguínea e outros órgãos do corpo podem ser afetados.

A infecção na corrente sanguínea se chama meningococemia e pode se tornar grave em algumas áreas. Este quadro pode provocar a morte de algumas regiões dos tecidos do organismo causando sangramento sob a pele, o que provoca o surgimento de pequenos pontos de cor roxa avermelhada ou manchas maiores.

Alguns sintomas menos específicos, ou seja, que não sinais clássicos da meningite podem surgir e devem ser valorizados. Como:

  • dor de estômago,
  • diarreia,
  • fadiga,
  • alterações do estado mental como agitação,
  • respiração ofegante e
  • cabeça e pescoço arqueados para trás.
Sintomas de meningite em bebês

Nos bebês, os sintomas aqui descritos podem estar ausentes ou podem ser mais difíceis de ser percebidos. Fique atento se o seu bebê:

  • Ficar irritado,
  • Chorar excessivamente ou ficar inquieto mesmo quando acalentados pela mãe, pai ou cuidador,
  • Apresentar temperatura corporal alta (acima de 37,8º) ou baixa (abaixo de 36º),
  • Apresentar tremores ou calafrios,
  • Vomitar, especialmente o vômito "em jato", devido à pressão que sai o líquido,
  • Alimentar-se mal ou recusar leite materno e/ou alimentação,
  • Mastigar involuntariamente, apertar os lábios, olhar em diferentes direções,
  • Apresentar moleira tensa quando palpa, ou mais inchada (fontanela abaulada),
  • Parecer mais lento ou mole, não responder a estímulos,
  • Apresentar sonolência exagerada, diferente do seu habitual.
O que fazer na suspeita de meningite?

Se houver suspeita de meningite, é fundamental que você se dirija ou leve o seu familiar com os sintomas o mais rapidamente possível a uma emergência hospitalar para que o tratamento seja iniciado.

O tratamento da meningite depende da sua causa e pode ser feito com antibióticos, medicamentos antivirais ou antifúngicos. Em alguns casos, pode ser também necessário o uso de corticoides e reposição de líquido. Deste modo, o paciente precisa estar internado no hospital.

Quanto antes for iniciado o tratamento da meningite, maior a chance de cura e menor o risco de sequelas graves.

O que é meningite?

A meningite é uma doença contagiosa caracterizada por inflamação nas membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal (meninges). É provocada com mais frequência por bactérias, vírus, fungos e medicamentos.

Para saber mais sobre meningite, leia também:

Referências:

  • Academia Brasileira de Neurologia.
  • Heckenberg, S.G.B.; Brouwer, M.C; Beek, D. Bacterial Minigitis. In: Biller, J.: Ferro, J.M. (organizadores). Handbook of Clinical Neurology, v.121, 2014. p. 1361-1375.
  • MedCurso. Infecto: principais infecções bacterianas. MedCurso, 2017.
O que comer na Síndrome do Intestino Irritável?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio que afeta a função do sistema gastrointestinal. Desencadeia diferentes sintomas, como: dor, distensão, desconforto abdominal e episódios de diarreia ou constipação.

O seu tratamento inclui mudanças dietéticas que ajudam a aliviar os sintomas. Basicamente deve-se reduzir a ingestão de alimentos que contenham moléculas fermentáveis de difícil digestão e preferir uma alimentação com alimentos com baixo teor deste tipo de moléculas.

Vejamos quais alimentos estão mais indicados para comer na Síndrome do Intestino Irritável em cada grupo alimentar.

Vegetais e legumes de fácil digestão

Prefira vegetais e grãos, como:

  • Alfafa, broto de feijão ou bambu,
  • Feijão verde,
  • Couve chinesa e acelga
  • Cenoura,
  • Cebolinha (apenas a parte verde)
  • Milho,
  • Pepino,
  • Alface,
  • Tomate,
  • Abobrinha e abóbora,
  • Berinjela.

Evite: aspargos, alcachofras, brócolis, cebola, alho-poró, alho, quiabo, ervilhas, beterraba, favas, couve-de-bruxelas, couve, erva-doce, cozido de feijão, grão de bico, lentilha, feijão vermelho, aipo, milho doce e cogumelos.

Frutas de fácil digestão

Também prefira frutas com teor de fibras de fácil digestão. Portanto, coma preferencialmente:

  • Banana,
  • Laranja, tangerina, grapefruit e limão
  • Uvas,
  • Melão,
  • Mirtilo, framboesa e morango
  • Carambola,
  • Kiwi,
  • Maracujá,
  • Mamão.

Evite: maçãs, manga, pêra, melancia, nectarina, pêssegos, damasco, abacate, cereja, lichia, ameixa, pinha, caqui, suco de fruta em conserva.

Leite e laticínios sem lactose

A principal dica em relação aos lacticínios é procurar consumir leite e derivados sem lactose, por isso prefira:

  • Leite sem lactose,
  • Iogurtes sem lactose,
  • Queijo duro,
  • Leite de arroz.

Evite: leite com lactose de vaca, cabra, ovelha, queijo fresco, creme, pudim, sorvete.

Pão, cereais e biscoitos sem glúten

Em relação a esse grupo de alimentos, prefira os pão e cereais sem glúten. Algumas pessoas podem sentir melhora dos sintomas quando consomem alimentos sem glúten. Portanto, priorize o consumo de:

  • Pão e biscoitos sem glúten,
  • Macarrão sem glúten,
  • Arroz,
  • Quinoa,
  • Aveia
  • Bolos de arroz,
  • Flocos de milho.

Evite: centeio e trigo quando consumidos em grandes quantidades.

Fontes de proteínas mais leves

Em relação a proteínas, na Síndrome do Intestino Irritável, você pode consumir:

  • Peixe,
  • Frango,
  • Tofu,
  • Tempeh.

Evite: carne vermelha.

A dieta indicada para a Síndrome do Intestino Irritável pode conforme os sintomas apresentados por cada pessoa. Embora, haja a recomendação geral de reduzir alimentos com fibras de alta fermentação, lactose e glúten, o resultado sobre os sintomas varia de pessoa para pessoa.

Por isso, o planejamento alimentar deve ser individualizado. Para isso consulte um nutricionista para auxiliar a elaborar um plano alimentar para o seu caso.

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Referências bibliográficas:

Andrade V. L et al. Dieta restrita de FODMEPs como opção terapêutica na síndrome do intestino irritável: revisão sistemática.GED gastroenterol. endosc. dig. 2014: 34(1): 34-41

McKenzie et al.,British Dietetic Association (BDA): Dietary management of irritable bowel syndrome in adults. 2016

World Gastroenterology Organisation Global Guidelines. Dieta e intestino. 2018

Torcicolo: lista de remédios e recomendações para aliviar mais rápido a dor
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para aliviar a dor e incômodo de um torcicolo, é preciso fazer uso de medicamentos com ação relaxante muscular, já que trata-se de uma contração muscular involuntária do pescoço.

Acrescentar ou associar medicamentos como os analgésicos, anti-inflamatórios, ou técnicas mais avançadas como acupuntura, osteopatia e as medidas caseiras, como o uso de colar cervical e massagens, promovem um alívio ainda mais rápido da dor e reduzem o tempo de uso de remédios.

1. Lista de remédios para tratar a dor de torcicolo

A escolha da substância, dose e tempo de uso, variam de acordo com as condições de saúde, estilo de vida e uso crônico de medicamentos. No entanto, podemos citar como os medicamentos mais utilizados para o alívio da dor do torcicolo:

  • Tandrilax® - composto por uma associação de substâncias com ação relaxante muscular, anti-inflamatório e analgésico;
  • Ciclobenzaprina - um potente relaxante muscular;
  • Miosan caf® - ciclobenzaprina com associação de cafeína, para reduzir o efeito colateral de sonolência desta medicação;
  • Voltaren® - anti-inflamatório com ação potente contra a dor;
  • Deocil Sl® (sublingual) - anti-inflamatório e analgésico de efeito mais rápido devido à absorção sublingual, além de não agredir o estômago, ideal para pessoas que já tenham problemas gástricos;
  • Dipirona - doses mais altas deste analgésico pode ser uma opção boa e mais acessível, para pessoas que não têm alergia e nem problemas gástricos;
  • Ibuprofeno - anti-inflamatório com resposta eficaz para casos de torcicolo, e dores musculares, em geral;
  • Benzodiazepínicos - como o clonazepam e diazepam, são indicados principalmente nos casos de tensão muscular por ansiedade ou estresse, porque relaxa a musculatura e ainda ajuda na origem do problema.
2. Acupuntura

A acupuntura é uma técnica realizada por profissional capacitado, através de agulhas, que são inseridas superficialmente na musculatura, para aliviar a dor, com resposta comprovadamente satisfatória.

3. Osteopatia

A osteopatia, outra técnica bastante consolidada para alívio da dor, sendo o torcicolo uma das principais indicações, tem abordagem apenas manual, aplicada por profissional habilitado. Nesse tratamento, a técnica é capaz de reduzir a dor, auxiliar no reequilíbrio e alongamento muscular.

4. Tratamento caseiro para aliviar a dor de torcicolo

Além das medicações, existem opções de tratamentos simples e que podemos fazer em casa, com boa resposta para o alívio da dor. São elas:

  • Repouso - manter o pescoço em repouso ajuda a relaxar a musculatura;
  • Massagem - a massagem deve ser feita de maneira leve, para não contrair ainda mais essa musculatura, apenas com objetivo de aliviar a dor e o inchaço (edema) que por vezes se forma no local;
  • Compressa morna - o calor local é outra maneira simples de relaxar os músculos do pescoço. Pode ser feito 3 a 4x ao dia, durante 20 minutos, sempre com compressas ou tecidos que evitem o contato direto com a pele, para não causar queimaduras;
  • Colar cervical em espuma - auxilia no repouso do pescoço e reduz o peso que a cabeça exerce sobre ele, facilitando também no relaxamento muscular.

Quando as medidas descritas não são suficientes, como no caso de torcicolo congênito e distonias crônicas (doença neurológica), pode ser feito ainda o uso de toxina botulínica tipo A e/ou cirurgias. Cabe ao médico neurologista, fazer essa avaliação e orientações.

O que é o torcicolo?

Torcicolo é uma contração involuntária da musculatura do pescoço, que causa muita dor e dificuldade em movimentar a cabeça. Tem uma duração de 3 a 5 dias em média, mas com o tratamento, a dor começa a aliviar nas primeiras 24h.

Quais os sintomas do torcicolo?

Os sintomas mais frequentes são:

  • Dor no pescoço,
  • Limitação de movimentação,
  • Rigidez,
  • Inchaço, caroços no pescoço,
  • Tremores e
  • Inclinação da cabeça.

No caso de torcicolo, converse com o seu médico de família ou clínico geral, que poderá confirmar o problema e indicar a melhor medicação para o seu caso.

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Referências:

  • Cynthia Comella, et al.; Treatment of dystonia. UpToDate. Mar 27, 2019.
  • Charles G Macias, et al.; Congenital muscular torticollis: Management and prognosis. UpToDate. Sep 25, 2019.
Quais são os principais sintomas do diabetes tipo 2?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O diabetes tipo 2 pode causar poucos ou mesmo nenhum sintoma, principalmente durante os primeiro meses ou anos da doença.

A doença pode ser pouco sintomática por anos, fazendo com que as suas manifestações só sejam visíveis no futuro devido a complicações.

Quando ocorrem, os sintomas mais frequentes dos diabetes tipo 2 são:

1. Aumento da frequência urinária e sede intensa constante

A poliúria, que é o aumento da frequência urinária, e a polidipsia, que é o aumento da sede, são dois sintomas muito característicos e típicos do diabetes. Acontece quando há uma grave descompensação dos níveis de açúcar no sangue.

No diabetes o organismo tenta liberar grande parte da glicose que está em excesso através da urina, sendo que para isso também elimina bastante água, por isso, o diabetes aumenta a frequência e volume urinários.

Em contrapartida, o organismo passa a precisar do volume de água que foi perdido pela urina. A pessoa com diabetes passa, então, a sentir mais sede e ingerir muito mais água.

2. Perda de peso apesar de ingesta normal de alimentos

O emagrecimento também é um sintoma frequente no diabetes avançado.

A dificuldade de reconhecimento e uso da glicose circulante no sangue, faz com que a pessoa não consiga aproveitar as calorias presentes na glicose, levando ao emagrecimento e perda de peso mesmo que a pessoa esteja se alimentando normalmente.

3. Fadiga e cansaço

O conjunto de desidratação, desnutrição e todo o desbalanço metabólico que ocorre no diabetes, pode desencadear um quadro de fadiga constante, aparentemente sem explicação.

A fadiga e sensação de cansaço pode inclusive ser um dos únicos sintomas relatados pelas pessoas com diabetes.

4. Aumento da fome

O aumento da fome também pode ocorrer em pessoas que apresentam diabetes descompensado, embora seja um sintoma menos comum.

No diabetes tipo 2 avançado, o organismo passa a apresentar uma dificuldade de identificar a glicose circulante no sangue, associado a isso há também uma grande perda de glicose pela urina.

Esses dois fatores fazem com que o corpo entenda que falta glicose, desencadeando o aumento do apetite e da fome, fazendo com que a pessoa com diabetes sinta mais fome e coma excessivamente.

5. Infecções recorrentes

A diabetes causa também alterações e deficiências no sistema imunológico. Com o sistema imune enfraquecido, ocorre um aumento da predisposição a infecções.

Nos diabéticos ocorrem um aumento do risco de infecção urinária, pulmonar e principalmente da pele.

6. Coceira vaginal

Os altos índices de glicose alteram o pH e microflora bacteriana da vagina, o que predispõe a proliferação de fungos e o aparecimento de sintomas da candidíase vaginal, como coceira e ardência vulvar.

A candidíase de repetição inclusive pode ser o único sintoma de mulheres com diabetes, portanto, é preciso estar atento quando este sintoma surge.

7. Dificuldade de cicatrização

A dificuldade de cicatrização é frequentemente associada com o diabetes. Ela ocorre devido principalmente a alterações na microcirculação dos tecidos.

Os vasos sanguíneos reduzem a sua capacidade de irrigar a região da ferida, dificultando a chegada de moléculas que são essenciais para a recuperação do tecido lesionado.

Essas alterações na vascularização associados a distúrbios no sistema imune e neurológico dificultam ainda mais o complexo sistema de recuperação de uma ferida. É por isso, que pessoas com diabetes descompensado apresentam um tempo de cicatrização maior.

8. Distúrbios visuais

Os distúrbios da visão, que podem se manifestar através de visão embaçada e dificuldade de enxergar, ocorrem em casos de diabetes avançado e descompensado em que os altos níveis de glicose afetam os pequenos vasos sanguíneos presentes na retina.

A retinopatia diabética é um distúrbio visual frequente na população diabética. Em casos severos pode levar a perda total da visão.

O adequado controle dos valores de glicose no sangue previne o aparecimento da retinopatia diabética, de outras alterações nos vasos sanguíneos e de muitos dos sintomas aqui descritos. Por isso, é essencial que as pessoas diabéticas mantenham um rigoroso controle dos níveis de açúcar no sangue.

Qual o tratamento do diabetes?

O tratamento do diabetes tipo 2 é feito através de medidas farmacológicas, que incluem medicamentos, e medidas não-farmacológicas, que se referem a mudanças nos hábitos e estilo de vida.

Tratamento farmacológico

O tratamento do diabetes do tipo 2 pode incluir no início remédios, como a metformina, glicazida, glibenclamida, entre outros.

Já quando se encontra em um estado mais avançado pode ser necessário também incluir a insulina como opção terapêutica.

Tratamento não-farmacológico

O tratamento não farmacológico inclui as seguintes medidas:

  • Mudanças na alimentação: redução da ingesta de carboidratos, evitar alimentos com açúcar comum e refinado, como doces e bolos. Ingesta de alimentos com fibras, como frutas, legumes e verduras.
  • Prática de atividade física: deve-se praticar atividade física regular pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana.
  • Perda de peso: para todas as pessoas com diabetes que apresentam sobrepeso ou obesidade está recomendada a perda de peso, que pode reduzir significativamente os índices de açúcar no sangue.

Se você apresenta sintomas sugestivos de diabetes não deixe de consultar um médico para uma avaliação.

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Referências bibliográficas

1. SILVIO E I., BEATRICE L..Clinical presentation, diagnosis, and initial evaluation of diabetes mellitus in adults. Uptodate. 2020. Acesso em 19 set 2020.

2. Diretrizes sociedade brasileira de diabetes. 2019-2020.