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Transtorno de personalidade é uma doença mental?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os transtornos de personalidade não são propriamente doenças mentais. Se referem a um conjunto de características e traços de personalidade muito intensos, rígidos e que podem trazer prejuízos a vida da pessoa.

Por isso, os transtornos de personalidade estão no limite entre a normalidade e as doenças mentais. Tais transtornos apresentam características específicas que os diferencia dos transtornos mentais propriamente ditos.

Inclusive essa forma de classificação é um tanto quanto controversa entre os especialistas em saúde mental, isto porque os próprios profissionais da saúde podem discordar do significado de um transtorno mental.

Além disso, muitas pessoas podem se encaixar em mais de um tipo ou mesmo serem erroneamente diagnosticada com um transtorno de personalidade. O diagnóstico pode ainda reforçar rótulos e estigmas das pessoas que apresentam esse padrão de comportamento, dificultando ainda mais a adaptação dessas pessoas a sociedade.

Geralmente, uma pessoa com transtorno de personalidade tem dificuldade em se ajustarao seu meio, vivendo fora das normas básicas dos grupos da sociedade. Esse desajuste ao meio em que se vive pode manifestar-se sob a forma de agressividade, excesso de introversão, exibicionismo exagerado, desconfiança sem razão, entre outras.

Esse processo pode provocar sofrimento e transtorno às pessoas do círculo pessoal e familiar da pessoa com esse tipo de problema, sendo ela própria vítima de suas próprias atitudes.

Portanto, embora não sejam doenças mentais propriamente ditas, os transtornos de personalidade podem trazer sofrimento e distúrbios no dia a dia, quando isso ocorre comumente são considerados um quadro psiquiátrico.

Nesse tipo de situação o tratamento pode ser necessário, e é feito principalmente com psicoterapia, em algumas situações o uso de medicamentos também é necessário.

Saiba mais em:

Quais os tipos de transtorno de personalidade e suas características?

Quais os sintomas dos transtornos de personalidade?

Qual é o tratamento para os transtornos de personalidade?

Quais os sintomas do transtorno de personalidade esquizóide?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O transtorno de personalidade esquizóide tem como principais sintomas:

  • Desinteresse em se relacionar
  • Preferência por atividades solitárias
  • Frieza
  • Apatia

Segundo os critérios do Manual de desordens mentais mais atual, a 5ªedição [DSM-5], para o diagnóstico do transtorno de personalidade esquizoide, os pacientes precisam apresentar um distanciamento persistente e desinteresse geral nos relacionamentos sociais e expressões. Preenchendo pelo menos 4 (ou mais), das características descritas abaixo:

  1. Nenhum desejo ou prazer com relacionamentos íntimos, incluindo aqueles com membros da família
  2. Forte preferência por atividades solitárias
  3. Pouco, ou nenhum interesse em atividade sexual com outra pessoa
  4. Pouco, ou nenhum prazer com atividade física ou de lazer
  5. Não ter amigos íntimos ou confidentes, exceto, algumas vezes, um parente de primeiro grau
  6. Indiferença quanto a elogios ou críticas sobre si mesmo
  7. Frieza emocional, distanciamento ou pouco afeto em geral

As pessoas com personalidade esquizóide não desejam ter relações íntimas ou constituir família, preferindo atividades solitárias, em que raramente sentem prazer. As atividades preferencialmente escolhidas por elas são jogos de computador ou matemática. As experiências sensoriais, como tomar sol, abraçar ou ter contato íntimo com terceiros são reduzidas ou dão pouco prazer.

Por isso dificilmente têm amigos próximos, se aproximando poucas vezes, de um parente de primeiro grau. A raiva e a alegria geralmente não são experimentadas, muitas vezes têm dificuldade em expressar a raiva, mesmo quando são diretamente atacados ou provocados. Assim como a alegria, mesmo que algo muito bom aconteça em sua vida.

Entretanto, o transtorno pode ser tratado amenizando os sintomas e visando uma melhor qualidade de vida para a pessoa e seus familiares.

O/A médico/a psiquiatra é o/a responsável pelo diagnóstico e orientação do tratamento, que deve ser iniciado o quanto antes para um melhor resultado.

Saiba mais em:

Quais as causas do transtorno de personalidade esquizóide?

Qual é o tratamento para o transtorno de personalidade esquizóide?

Transtorno desintegrativo da infância é grave?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O transtorno desintegrativo da infância (TDI), também conhecido como síndrome de Heller, é uma doença grave, rara, de causa desconhecida, que provoca perda das habilidades já adquiridas nas áreas da linguagem, interação social e capacidades motoras.

Crianças com transtorno desintegrativo da infância apresentam um desenvolvimento aparentemente normal nos primeiros 2 anos de vida, mas antes de completarem 10 anos de idade começam a manifestar uma profunda regressão na comunicação e nas habilidades sociais.

A causa do transtorno não é conhecida, mas acredita-se que a sua origem esteja associada a fatores genéticos, acidentes antes ou durante o parto, infecções e doenças neurológicas.

A doença causa retardo mental grave, epilepsia, prejudica severamente o funcionamento global da criança e o seu desenvolvimento durante toda a vida.

O transtorno desintegrativo da infância é raro, com cerca de 1,5 casos em cada 100.000 nascimentos, sendo bem mais comum em meninos do que em meninas. Apresenta algumas semelhança com o autismo, porém, trata-se de um quadro bem diferente no início, na evolução e nas consequências.

O tratamento do transtorno desintegrativo da infância deve começar o mais cedo possível, com abordagem multidisciplinar na área educacional, social e psicológica, é possível em algumas crianças recuperar até 20% das capacidades e habilidades perdidas.

Os pais também merecem apoio psicológico, pois costuma ser muito difícil saber que o filho que até então vinha desenvolvendo-se normalmente está a perder capacidades e habilidades de maneira quase totalmente irreversível.

Saiba mais em: Transtorno desintegrativo da infância: Quais os sintomas e como tratar?

Qual é o tratamento para transtorno dissociativo de identidade?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento do transtorno dissociativo de identidade é feito geralmente com psicoterapia e medicamentos.

O papel da psicoterapia é fundamental no sucesso do tratamento do transtorno dissociativo de identidade, pois permite reduzir as crises em que ocorrem as mudanças de personalidade.

O objetivo é ajudar a pessoa a identificar o seu problema, mudar os seus comportamentos, vigiar a sua instabilidade e desenvolver o autocontrole.

Contudo, se o paciente for resistente em aceitar o tratamento psicoterápico, os resultados e as mudanças de personalidades podem ser muito limitados.

Os medicamentos servem para tratar e controlar outros transtornos psiquiátricos que podem estar associados à personalidade múltipla, como ataques de pânico, tendências suicidas, depressão, ansiedade, psicoses, entre outros.

Sintomas

O transtorno dissociativo de identidade, também conhecido como transtorno de dupla personalidade ou personalidade múltipla, tem como principal sintoma a presença de pelo menos duas personalidades diferentes que assumem o controle do corpo da pessoa de tempos em tempos.

Essas personalidades muitas vezes não têm conhecimento uma da outra e quando uma está no controle a outra não interfere. Em média, essas pessoas apresentam de 10 a 15 personalidades, embora o número de identidades possa variar muito e chegar a 80, como já foi verificado.

As personalidades costumam ter características bem diferentes, com comportamentos, pensamentos, valores e atitudes próprias.

Algumas personalidades podem identificar familiares, amigos, colegas, trabalho, enquanto outras não chegam nem a reconhecer os da própria família.

Leia também: Quais os sintomas do transtorno dissociativo de identidade?

Diagnóstico

Para que o transtorno dissociativo de identidade seja identificado, a pessoa precisa necessariamente apresentar pelo menos duas personalidades diferentes.

Isso significa que o comportamento, os princípios e os pensamentos esperados do indivíduo sejam diferentes em várias situações.

Para que o transtorno dissociativo de identidade seja diagnostico, também é essencial que pelo menos duas personalidades assumam o controle da consciência e do corpo da pessoa em determinados períodos de tempo.

Vale lembrar que os sintomas não devem ser associados ao consumo de álcool, medicamentos, drogas ou outras substâncias.

O diagnóstico e tratamento do transtorno dissociativo de identidade é da responsabilidade do médico psiquiatra.

Saiba mais em:

Quais as causas do transtorno dissociativo de identidade?

Transtorno dissociativo de identidade significa ter dupla personalidade?

Quetiapina (hemifumarato de quetiapina): quais os efeitos colaterais e que cuidados preciso ter quanto ao seu uso?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Hemifumarato de quetiapina é um antipsicótico utilizado para tratar transtornos mentais como esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar em seus episódios de mania e de depressão.

Efeito colaterais de quetiapina

Os efeitos colaterais muito frequentes do hemifumarato de quetiapina, que ocorrem em 1 de cada 10 utilizadores desse medicamento, são:

  • Boca seca
  • Ganho de peso
  • Tontura
  • Sonolência
  • Dores de cabeça
  • Sensação de sonolência
  • Sintomas de descontinuação (sintomas que ocorrem após a suspensão abrupta do medicamento): insônia, náusea, cefaleia, diarreia, vômito, tontura e irritabilidade.

Outros efeitos frequentes, que ocorrem de 1 a 10 pessoas em cada 100 utilizadores desse medicamento, são:

  • Taquicardia (aumento na frequência dos batimentos do coração) e palpitações
  • Visão borrada
  • Constipação (prisão de ventre) e dispepsia (má digestão)
  • Astenia leve (sensação de fraqueza), que pode levar a quedas
  • Edema periférico (inchaço nas extremidades)
  • Disartria (dificuldade na fala)
  • Aumento do apetite
  • Congestão nasal
  • Hipotensão ortostática (queda da pressão arterial na posição em pé), pode causar tontura ou desmaior
  • Sonhos anormais e pesadelos
  • Sintomas extrapiramidais: movimentos involuntários (tremores, contrações musculares, entre outros), dificuldade de andar, lentificação dos movimentos, inquietude.
Efeitos colaterais em crianças e adolescentes (10 a 17 anos de idade)

Neste grupo etário as reações adversas são as mesmas apresentadas pelos adultos. Entretanto, as que ocorrem com mais frequência são:

  • Aumento do apetite
  • Aumento na pressão arterial
  • Vômito
  • Rinite
  • Síncope (desmaio)
  • Raramente ocorrem: inchaço dos seios e produção inesperada de leite em meninos e meninas e, nas meninas, os ciclos menstruais podem não ocorrer ou ocorrerem de forma irregular.
Precauções quanto ao uso de quetiapina

Hemifumarato de quetiapina deve ser usado com cautela em caso de:

  • Presença de sinais e sintomas de infecção
  • Diabéticos ou pessoas com risco de desenvolver diabetes
  • Pessoas que sabem ter triglicérides ou colesterol elevado
  • Portadores de doenças cardíacas ou doenças cerebrovasculares
  • Pessoas com tendência à redução de pressão arterial
  • Portadores de apneia do sono
  • Pacientes em uso de medicamentos depressores do sistema nervoso central
  • Pessoas com risco de pneumonia por aspiração
  • Pacientes com história de convulsões
  • Portadores de discinesia tardia (alterações de movimentos)
  • Pessoas com distúrbios urinários, prostáticos ou intestinais
  • Pacientes com síndrome neuroléptica maligna (se caracteriza por alteração do estado mental, rigidez muscular, elevação da temperatura corporal e hiperatividade autonômica: diminuição da senso-percepção acompanhada de tremores, suor excessivo, ansiedade, agitação, insônia, náuseas e vômitos).

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Quetiapina (hemifumarato de quetiapina): para que serve, como usar e quais as suas contraindicações?

O consumo de álcool não é recomendado enquanto você estiver em tratamento com hemifumarato de quetiapina.

Esta medicação pode reduzir a sua capacidade de atenção e sua habilidade motora. Por este motivo, não conduza veículos ou opere máquinas quando estiver utilizando hemifumarato de quetiapina.

Hemifumarato de quetiapina somente deve ser usado sob orientação médica.

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Nó e bolo na garganta: saiba se é ansiedade e o que fazer
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Nó na garganta pode ter outras causas, mas está normalmente associado à ansiedade. Não é à toa que o termo aparece em muitas músicas e poemas, associado a outras manifestações, como o aperto no peito.

Além do nó na garganta e do aperto no peito, outros sintomas comuns de ansiedade são:

  • O coração bate muito rápido;
  • Tremores;
  • Medo intenso;
  • Suor intenso.

Ela também pode causar falta de ar, enjoo, frio na barriga e dor de estômago.

Algumas manifestações da ansiedade são mais leves, outras mais graves.

Sentir ansiedade em alguns momentos é normal. Se está iniciando uma nova atividade, um novo emprego, um novo relacionamento, vai senti-la como uma excitação, associada à alegria.

Também é normal sentir alguma ansiedade em situações que causam desconforto, como foi o caso da pandemia.

Ela passa a ser um problema quando for frequente, por um período prolongado e / ou se for muito intensa. Isto pode fazer com que apareçam sintomas como o nó ou bolo na garganta, falta de ar, dor de estômago e insônia, entre outros.

O que você pode fazer quando o nó na garganta aparece?

Muitas pessoas conseguem resolver o problema e viver sem grandes prejuízos sociais e profissionais apenas usando essas dicas para controlar a ansiedade:

Respire profundamente

Respirar calmamente é uma técnica infalível para controlar uma crise de ansiedade que está começando. Você só respira calma e profundamente quando está calmo e quando faz isso o seu cérebro acredita que esteja tudo bem. A respiração pode ser feita da seguinte maneira: inspire lentamente contando até 3; conte até 3 e retenha o ar; expire lentamente, contando até 6. Você deve manter essa respiração por pelo menos 2 minutos. Feche os olhos durante a prática, se puder.

Morda a língua

Há outra forma de controlar uma crise de ansiedade: morda levemente a ponta da língua. É uma técnica baseada nos conhecimentos da acupuntura e do do-in. Funciona!

Mude o foco

A ansiedade vem como um mecanismo natural do ser humano de tentar evitar a dor. Tente mudar o foco. Busque o que pode lhe dar prazer. Inclua em sua rotina caminhar, entrar em contato com a natureza, ler um bom livro, ouvir boa música, escrever, desenhar, pintar, fazer exercícios físicos ou artesanato, estar com pessoas queridas ou com seus animais de estimação.

Meditação e ioga

As práticas de meditação e de ioga requerem disciplina, pois leva algum tempo para sentir seus resultados.

A meditação ajuda no controle dos sintomas da ansiedade tanto quanto um tratamento com medicamentos. Há vídeos e aplicativos que ajudam a começar.

A prática de ioga traz benefícios para além do exercício físico. Técnicas de respiração, relaxamento, meditação e foco no agora são os pontos que ajudam a controlar a ansiedade e são trabalhados nas aulas.

O que pode causar a ansiedade?

É muito difícil especificar quando o transtorno de ansiedade tem início. Por isso, você pode ter dificuldade para perceber como ele começou e se há uma ou mais causas para isso.

A ocorrência de vários eventos negativos na vida aumenta muito a chance da ansiedade se tornar um problema. Doenças graves como câncer e problemas cardíacos também podem ser responsáveis pelo aumento da ansiedade.

O problema muitas vezes começa na infância e persiste na vida adulta. A ansiedade é um problema de saúde mental comum para crianças e adolescentes.

Manifestações mais graves da ansiedade

Algumas manifestações de ansiedade podem ser disfuncionais, ou seja, atrapalhar seu rendimento nas atividades e sua vida. Neste caso, são problemas de saúde mental que podem causar doenças como a depressão, hipertensão e problemas cardíacos quando persistem por muito tempo. Se você se identificou com o problema, precisa descobrir o que fazer para aliviar os sintomas psicológicos e físicos que ele causa.

São manifestações graves da ansiedade:

Transtornos de ansiedade generalizada

Você pode identificar que está sofrendo um transtorno de ansiedade generalizada se sentir com frequência e por um período prolongado:

  • Apreensão: preocupação excessiva com o futuro; medo do desconhecido; sentir-se “no limite”;
  • Tensão muscular: inquietação, tremores ou dificuldade para relaxar. Pode sentir dores no corpo como consequência;
  • Tontura; sensação de nó ou bolo na garganta; dor ou frio no estômago;
  • Taquicardia, suor excessivo ou respiração ofegante (sem ter feito exercício físico).
Crise de pânico

Uma crise de pânico se caracteriza por uma ansiedade muito intensa em um dado momento. Ela manifesta-se como medo intenso, palpitação, sudorese, dor no peito, tremedeira, enjoo, frio na barriga e medo de morrer. O mal-estar é tão intenso que a pessoa sente necessidade de procurar um médico.

Fobia

É o medo persistente que não tem sentido e que “trava” você em certas situações. São fobias comuns o medo de multidões ou de estar só fora de casa; de sangue; lugares altos, abertos ou fechados; viagens de trem, carro ou avião. Quem tem uma fobia faz de tudo para evitar a situação que causa o medo.

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

A pessoa com transtorno de obsessão tem pensamentos indesejáveis. Podem ser dúvidas, pensamentos negativos, sobre contaminação, sexo ou religião, entre outros. Eles causam sofrimento e perda de tempo, atrapalhando a vida da pessoa.

A pessoa com transtorno compulsivo tem comportamentos que não consegue controlar. São as manias de contar, verificar, repetir, tocar em objetos e fazer movimentos. Comer, comprar e beber em excesso também são compulsões. Isto acontece devido à ansiedade. A falta de controle gera ainda mais ansiedade e sentimento de culpa.

No transtorno obsessivo-compulsivo, a pessoa age para aliviar os pensamentos obsessivos. Um exemplo de TOC é lavar as mãos o tempo todo, sem necessidade.

Estresse pós-traumático

Algo muito grave acontece (física ou psicologicamente) como “gatilho” para essa manifestação da ansiedade. A pessoa tem recordações perturbadoras do que aconteceu, pesadelos e até alucinações. Isso causa grande estresse físico e psicológico. As consequências são reações assustadas e irritabilidade, dificuldades de concentração e para se relacionar, falta de motivação e problemas para dormir.

O que fazer quando a ansiedade vai além do nó na garganta?

Se você percebe que a ansiedade atrapalha muito no seu trabalho, na sua vida familiar ou social, é necessário recorrer à avaliação de um médico de família, psicólogo ou psiquiatra para ter certeza do diagnóstico e estabelecer o tratamento mais adequado. As alternativas para tratar os transtornos de ansiedade são:

Psicoterapia

A psicoterapia é usada como tratamento não farmacológico (sem medicamentos). Normalmente é por onde se começa. Ela é considerada fundamental mesmo para quem precisa usar medicamentos.

Há muitas opções. Entre elas, a terapia cognitivo-comportamental se destaca. É muito efetiva, principalmente para os pacientes com ansiedade crônica. São necessárias pelo menos de 8 a 10 sessões. O trabalho consiste em modificar pensamentos e crenças negativas que a pessoa tem e desencadeiam os sintomas físicos.

Farmacoterapia

Alguns dos medicamentos que podem ser indicados são antidepressivos e ansiolíticos. Os antiarrítmicos podem ser indicados para o tratamento de alguns sintomas.

Os ansiolíticos e antidepressivos devem ser receitados por um psiquiatra. Em muitos casos, o tratamento com antidepressivos dura de 6 a 12 meses, mas pode ser mais longo.

O tratamento farmacológico deve estar aliado a tratamento psicológico e psicossocial.

Intervenção psicossocial

As intervenções psicossociais consistem na tentativa de agir sobre fatores sociais e psicológicos externos que podem causar ou acentuar a ansiedade. Problemas familiares, econômicos, de saúde e escolares são os alvos das intervenções.

Envolver as pessoas que convivem com o paciente para que auxiliem na melhora é fundamental para trabalhar estas questões e diminuir a ansiedade que causam.

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Referências:

Gautam S, Jain A, Gautam M, Vahia VN, GautamIndian A. Clinical Practice Guidelines for the Management of Generalised Anxiety Disorder (GAD) and Panic Disorder (PD). J Psychiatry. 2017; 59(Suppl 1): S67–S73.

Narmandakh A, Roest AM, de Jonge P, Oldehinkel AJ. Psychosocial and biological risk factors of anxiety disorders in adolescents: a TRAILS report. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2021; 30(12): 1969–1982.

Aktar E, Bögels SM. Exposure to Parents’ Negative Emotions as a Developmental Pathway to the Family Aggregation of Depression and Anxiety in the First Year of

Life. Clin Child Fam Psychol Rev. 2017; 20(4): 369–390.

Como controlar a ansiedade. Tadashi Kadomoto. Youtube

Existe um botão anti-pânico e ansiedade no seu corpo. Peter Liu. Youtube

O que é vigorexia e quais são os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Vigorexia é um transtorno psicológico no qual a pessoa desenvolve uma obsessão em ter um corpo musculoso. Indivíduos com vigorexia, também chamada de Síndrome de Adônis ou Transtorno Dismórfico Muscular, têm uma visão distorcida da sua autoimagem e, por isso, estão constantemente insatisfeitos com o corpo e obcecados por músculos. Essa insatisfação e obsessão levam a pessoa a dedicar muito tempo aos exercícios, deixando-a dependente da atividade física.

Assim como na anorexia, em que a pessoa está magra mas vê-se gorda quando se olha ao espelho, na vigorexia o indivíduo acha que está “fraco” ou “franzino” mesmo quando tem uma constituição física adequada ou já está com os músculos bem desenvolvidos. Ele sempre se vê bem menos musculoso do que realmente é.

A maioria dos casos de vigorexia ocorre em homens com idade entre 20 e 40 anos. Em geral, ocorre em indivíduos que não se encaixam nos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade e buscam aceitação através de um corpo musculoso.

Muitas vezes, o indivíduo chega a se esconder e evitar se expor perante a sociedade devido aos graves problemas psicológicos que tem, causados pela distorção da sua autoimagem.

Quais são os sintomas da vigorexia?

Os principais sinais de alerta que podem indicar que a pessoa sofra de vigorexia incluem:

  • Excesso de preocupação com o exercício físico devido à insatisfação com a imagem corporal;
  • Abandonar atividades pessoais, profissionais e cotidianas para se dedicar à prática exaustiva de atividade física, podendo permanecer horas na academia;
  • Ansiedade intensa ao expor o corpo;
  • Preocupação com a forma dos músculos;
  • Uso de suplementos alimentares (proteínas, aminoácidos, vitaminas, hipercalóricos);
  • Preocupação com a imagem corporal.
Sintomas psicológicos da vigorexia

Os sintomas psicológicos da vigorexia incluem distorção da autoimagem (o indivíduo se olha no espelho e acha que não está bem, mesmo que já esteja musculoso), irritabilidade, insatisfação, ansiedade, baixa autoestima e até depressão.

Sintomas físicos da vigorexia

Os sintomas físicos da vigorexia são decorrentes do excesso de treino, como dores e lesões musculares constantes, queda da imunidade, falta de apetite, cansaço e ainda impotência.

A pessoa também pode usar anabolizantes e fazer dietas com grandes quantidades de proteínas para ganhar mais massa muscular e aliviar o seu sofrimento interno.

O uso de hormônios anabolizantes pode gerar ainda outros sintomas e complicações, como agressividade, dificuldade de concentração, delírios, ciúmes doentio, impulsividade, pensamentos delirantes de grandeza, tremores, acne, aumento de pressão arterial, crescimento de pelos, impotência, alterações no funcionamento do fígado, crescimento das mamas e da próstata e câncer de fígado.

Qual é o tratamento para vigorexia?

O tratamento da vigorexia é feito com psicoterapia, sendo a terapia cognitivo-comportamental a técnica mais indicada, além de medicamentos antidepressivos.

O tratamento da vigorexia tem como objetivo fazer com que a pessoa aceite o seu corpo como ele é e pode incluir vários profissionais, como nutricionista, endocrinologista, psiquiatra e psicólogo.

Como saber se meu filho é hiperativo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para saber se seu filho(a) tem hiperatividade será necessário passar por uma consulta com Neuropediatra, Psiquiatra e/ou Neuropsicólogo/a.

Os sintomas que caracterizam uma criança hiperativa são a falta de atenção, a hiperatividade e a impulsividade. Porém, é comum a associação de outros sinais e sintomas, como:

  • Dificuldade em terminar tarefas e dificuldade na aprendizagem;
  • Dificuldade para se concentrar, distraindo-se facilmente - os pais costumam dizer que o filho está sempre "no mundo da lua";
  • Desorganização e indisciplina;
  • Falar muito e não esperar a conclusão da pergunta para respondê-la;
  • Concentração adequada quando a informação ou tarefa são do seu interesse ou estimula-o (a);
  • Inteligência e criatividade acima da média, porém com fraco desempenho na escola;
  • Aprende com mais facilidade se tiver ajudas visuais ou movimento;
  • Está sempre procurando novidades e aventuras;
  • Ansiedade;
  • Ficar batendo o pé ou o calcanhar no chão, cruzar e descruzar as pernas a todo momento, bater os dedos ou outros objetos na mesa, como canetas;
  • Dificuldade para dormir, como sono ruim, pouco reparador;
  • Diz tudo o que vem à cabeça, sem pensar;
  • Rápidas mudanças de humor;
  • Tiques nervosos, sobretudo nas pernas, durante a noite, na cama.

Para diagnosticar a hiperatividade e classificá-la, os médicos utilizam as referências do DSM IV, o manual de diagnóstico e estatística de perturbações mentais da Associação Americana de Psiquiatria, que aponta 9 sinais e sintomas de déficit de atenção e mais 9 de hiperatividade/impulsividade.

A hiperatividade é detectada quando ocorrem vários desses sinais (ao menos 6 dos 9 itens), em pelo menos 2 ambientes diferentes (casa e escola, por exemplo), durante mais de 6 meses e com intensidade que provoque prejuízos nas relações sociais, familiares ou escolares da criança.

Uma vez que não existem exames específicos para identificar a hiperatividade, o diagnóstico geralmente não é simples, sendo baseado no histórico do paciente junto a todos os critérios mencionados acima. Por isso é tão Importante que seja avaliado por um profissional experiente no assunto.

Além disso, mais da metade dessas pessoas apresentam também dislexia, transtorno bipolar, ansiedade ou depressão.

Caso seu/sua filho/a apresente alguns dos sintomas descritos, é recomendado que agende uma consulta com um/a médico/a psiquiatra ou neuropediatra com experiência no tratamento da hiperatividade.

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