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Células epiteliais raras ou bactérias raras na urina: o que significam?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Células epiteliais raras na urina é um achado normal do exame de urina, não tendo nenhum significado em especial.

Já as bactérias raras na urina podem corresponder a contaminação da amostra da urina ou infecção urinária, se estiverem presentes outras alterações na urina como leucócitos ou nitrito positivo.

O que são células epiteliais?

As células epiteliais são células que revestem os órgãos do trato urinário internamente.

Também podem ser chamadas de células descamativas, já que são oriundas da descamação do revestimento interno dos canais e túbulos do sistema urinário.

As células epiteliais podem aparecer no exame de urina, na parte denominada de sedimentoscopia. Podem estar em pequena ou grande quantidade na urina.

Células epiteliais raras ou em pequena quantidade

Quando estão presentes em baixíssimas quantidades são descritas como células epiteliais raras. Também pode aparecer no exame o termo "algumas" células epiteliais, quando foram encontradas poucas células.

Células epiteliais raras na urina é considerado um achado normal e benigno, portanto, não correspondem a nenhuma doença.

Células epiteliais numerosas ou em grande quantidade

Já quando as células epiteliais estão em maior quantidade, apresentando um valor alto e formam estruturas chamadas cilindros, podem indicar diferentes doenças e condições como:

  • Infecções,
  • Insuficiência renal e
  • Disfunção tubular renal.
Principais tipos de células epiteliais

Existem três tipos de células epiteliais:

Células epiteliais tubulares

São células que revestem os túbulos renais, estruturas presentes dentro do rim, quando presentes na urina em forma de cilindros indicam doenças que causam lesão tubular, como:

  • Pielonefrites,
  • Reações tóxicas,
  • Infecções virais e
  • Rejeição a transplante.
Células epiteliais escamosas (ou pavimentosas)

São células provenientes das paredes vaginais ou do revestimento da uretra (canal por onde sai a urina).

Quando se apresentam em grande quantidade na urina sugerem que a amostra foi contaminada, devido a higienização inadequada antes da coleta da urina, não refletindo, portanto, nenhuma doença ou condição específica.

Células epiteliais transicionais

São originarias da bexiga, de uma parte do rim chamada de pelve renal e da porção superior da uretra. São mais frequentemente observadas no exame de urina de idosos.

Bactérias raras na urina

A presença de bactérias raras na urina também é um achado comum e pode indicar contaminação da amostra. Se não houver outras alterações no exame de urinário e a quantidade for mesmo muito pequena, dificilmente trata-se de uma infecção urinária.

Já a presença de grande quantidade de bactérias associada ao aumento dos leucócitos na urina ou nitrito positivo, podem indicar infecção urinária.

Lembre-se que todo exame deve ser sempre analisado pelo médico que o solicitou, que irá integrar o resultado com a história clínica de cada indivíduo. Por isso, para maiores orientações, leve o seu exame para ser visto pelo seu médico.

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Referências

SBN. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Biomarcadores na Nefrologia.

Tem problema em tomar a injeção 2 dias após a data?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Deve evitar ao máximo postergar a tomada da injeção para um período superior a 7 dias, sob o risco de engravidar. Tomar a injeção 2 dias após a data prevista não interfere na sua eficácia. No entanto, se esse período for superior a 7 dias, o risco de gravidez aumenta, caso tenha tido relações sexuais desprotegidas.

A mulher pode aplicar a injeção anticoncepcional até 1 semana antes ou 1 semana depois da data prevista para a nova aplicação.

O que fazer caso atrase a injeção mais de 7 dias?

Caso atrase a próxima injeção por mais de 7 dias, é recomendado o uso de método complementares como camisinha, diafragma ou espermicida até conseguir tomar a próxima injeção. Nessa situação, a mulher também pode usar a pílula seguinte, caso não tenha usado nenhum método complementar.

O uso do método contraceptivo complementar deve permanecer por mais uma semana após a tomada da injeção em atraso.

As mulheres que deixaram de tomar a injeção por mais de 7 dias da data prevista e mantiveram relação sexual desprotegida, precisam verificar se estão grávidas antes de voltar a realizar o anticoncepcional injetável. Neste caso, é indicada a realização de um teste de gravidez.

Caso ela não tenha tido relações sexuais ou caso tenha usado algum outro método contraceptivo nesse período ela pode tomar a nova injeção imediatamente.

Mesigyna é eficaz?

A Mesigyna® é um contraceptivo injetável mensal composto de enantato de noretisterona e valerato de estradiol, ou seja, por um progestágeno e um estrógeno. É um método eficaz se usado corretamente, apresenta um índice de falha de 1%, ou seja, a cada 100 mulheres que usam o método durante um ano somente uma engravida.

Para maiores orientações consulte o seu médico de família ou ginecologista.

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Referência:

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

O que fazer em caso de aplicação intramuscular no glúteo errada?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Algumas complicações podem ocorrer após a aplicação de uma injeção intramuscular glútea. Elas podem estar associadas a erros ou não. É importante conhecer o que pode dar errado para procurar ajuda rapidamente. Veja abaixo o que pode acontecer e o que fazer nestes casos.

Dor ou perda de movimentos podem indicar lesão do nervo ciático

Quando o nervo ciático é atingido pela agulha durante a aplicação da injeção, você pode sentir uma pequena dor passageira, dor mais intensa, dormência ou até a perda de movimento da perna. A lesão pode causar paralisia ou dormência permanentes da perna no lado onde a aplicação foi feita.

A lesão do nervo é a complicação mais comum após a injeção intramuscular. O nervo ciático é o nervo mais frequentemente afetado.

O que fazer?

É importante procurar um médico para reduzir a gravidade do dano e iniciar o tratamento quanto antes, aumentando as chances de recuperação. O tratamento da lesão inclui o uso de medicamentos para dor, fisioterapia, uso de dispositivos auxiliares e exploração cirúrgica.

Limitação de movimentos pode ser sinal de contratura do músculo glúteo

Quando fazemos um esforço com o músculo e sentimos que ele "endurece", ele está contraído. Quando relaxamos, ele deixa de ficar duro. Se você percebe que o músculo está sempre rígido e não relaxa, isso não é normal. Pode ser o caso da contratura do músculo glúteo.

A pessoa com esse problema apresenta uma rigidez no quadril que a impede de trazer ambos os joelhos juntos durante o agachamento.

Muitas causas são atribuídas à contratura do músculo glúteo, sendo que a aplicação repetida de injeção intramuscular glútea no mesmo músculo é a mais comum.

O que fazer?

Caso você sinta que o seu músculo está rígido e tem limitação de movimentos após uma ou mais injeções, procure um médico. Exames radiológicos conseguem detectar o problema e descartar outras causas. O tratamento com fisioterapia é indicado, mas pode ser necessário fazer cirurgia para corrigir o problema.

Alteração do efeito esperado para a injeção

Pessoas obesas, com sobrepeso e mulheres têm uma camada mais grossa de gordura na região do glúteo. Nestas pessoas a aplicação pode ser feita acidentalmente na região subcutânea. Isto afeta o efeito do medicamento feito para ser injetado no músculo, além de aumentar o risco de complicações.

Se o medicamento vazou depois da aplicação, o efeito pode ser afetado também. Consulte o médico para saber o que fazer neste caso.

Outras complicações mais rarasInfecções

Nos casos de infecção, você pode observar bolha ou abscesso (pode sair líquido ou não), vermelhidão, inchaço. Pode sentir dor intensa e ter febre nas 24 horas depois da injeção.

Mal-estar e outros sintomas como confusão, pressão baixa, hipotermia ou febre podem estar associados. Pode levar à necrose (morte de tecidos) no local e à infecção generalizada.

Evolui rapidamente e precisa de diagnóstico rápido. Por isso você deve procurar um médico com urgência caso tenha os sintomas descritos.

A fasciíte necrosante é uma complicação, não um erro. Ela é uma infecção rara e grave que pode estar associada à aplicação intramuscular de medicamentos. Infecção (por exemplo, na garganta), o uso de anti-inflamatórios ou de corticoides podem aumentar a chance de fasciíte.

Outras consequências de infecção após a aplicação de injeção são a gangrena gasosa e a formação de abscesso. Elas também são muito raras. A falta de cuidados de higiene na aplicação também pode causar infecções e suas consequências.

Exames de sangue e de imagem são utilizados para diagnóstico e avaliação da gravidade. Requer cirurgia imediata, tratamento de suporte com antibióticos e hemodinâmico.

Mancha roxa que pulsa (psedoaneurisma)

Se você sente dor intensa, com inchaço, endurecimento (formação de “caroço”) no local da aplicação da injeção e vê hematoma (mancha roxa) que pulsa (em alguns casos), pode ser um caso de psedoaneurisma.

O caroço que se forma pode comprimir o nervo ciático, causando sintomas como dor, dormência ou perda de movimento na perna do lado correspondente ao local da aplicação. Pode causar anemia e necrose (morte de tecidos).

Você precisa procurar um médico com urgência.

O pseudoaneurisma é uma lesão rara e pode ser causada pela perfuração durante a aplicação da injeção intramuscular glútea. Devido à perfuração, o sangue sai da artéria e causa como uma hemorragia interna.

Exames de imagem, como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética conseguem detectar o problema. O tratamento consiste em fazer parar o sangramento e na drenagem do hematoma para diminuir a necrose e aliviar a dor.

Quem está sob maior risco de ser vítima de ocorrência de erros e complicações?

Atenção maior durante e após a aplicação intramuscular glútea em:

  • Crianças;
  • Idosos;
  • Pacientes com baixo peso.

Eles têm um risco maior de lesão do nervo ciático devido à aplicação. As crianças e os idosos podem não perceber o problema ou não se queixar.

As pessoas com problemas de imunidade são mais suscetíveis a infecções. Por isso, há maior risco de complicações como a fasciíte necrosante, abscessos e a gangrena gasosa nestes casos, apesar de serem raras.

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Referências

Kim HJ, Park SH. Sciatic nerve injection injury. Journal of International Medical Research 2014; 42(4): 887–897

Rai S , Meng C, Wang X, Chaudhary N, Jin S, Yang S, Wang H. Gluteal muscle contracture: diagnosis and management options. SICOT J. 2017; 3, 1

Mendoza C, Salvo S, Luque P, Condado H, Gonzalo MA, Algarate S. Fascitis necrotizante y síndrome del shock tóxico por Streptococcus pyogenes tras inyección intramuscular. Rev Esp Quimioter. 2019; 32(5): 473-474

Saad PF, Saad KR, Armstrong DMFO, Soares BLF, Almeida PHF, Razuk Filho A. Inferior gluteal artery pseudoaneurysm related to intramuscular injection. Int J Surg Case Rep. 2015; 6: 29–32.

Dayananda L, Belaval V V, Raina A, Chandana R. Intended intramuscular gluteal injections: Are they truly intramuscular?. J Postgrad Med 2014;60:175-8

Dor no fígado: 6 sintomas que indicam problemas no fígado
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas que indicam problemas no fígado são principalmente a dor no lado direito da barriga, cansaço, barriga "inchada" e coloração amarelada na pele e nos olhos.

Outras queixas comuns são as manchas roxas na pele, coceira no corpo, urina escura e fezes esbranquiçadas. Sintomas menos específicos como náusea, mal-estar, febre baixa, perda de apetite, sensação de boca amarga e emagrecimento, também podem estar presentes.

1. Dor do lado direito da barriga

A dor abdominal localizada no lado direito da barriga, na região mais superior, próxima das costelas, é o sintoma mais comum de doença hepática. Geralmente acontece devido ao aumento de tamanho do fígado.

O fígado aumentado comprime estruturas vizinhas e terminações nervosas, causando desconforto nessa região. Conforme a doença evolui, o desconforto aumenta e começa então a surgir a dor, com intensidades variadas.

2. Cansaço

O cansaço sem motivo aparente, desânimo e falta de motivação, pode ser um sinal de doença hepática, devido a sua participação no metabolismo do corpo. É um sintoma descrito por muitas pessoas como "falta de energia".

É um sintoma bastante frequente em pacientes com cirrose hepática, hepatites ou esteatose hepática. Quanto maior for a lesão no fígado, mais forte é a sensação de cansaço.

3. Barriga inchada ("barriga d'água")

O aumento do volume da barriga, conhecido popularmente como "barriga d’água", cientificamente é chamado ascite. A ascite se caracteriza pelo acúmulo de líquido na cavidade abdominal, dando um aspecto de barriga inchada.

A barriga fica tensa e o umbigo pode se apresentar achatado ou protuberante. Trata-se de um sinal bastante característico de doença hepática avançada, como a cirrose hepática.

Nestes casos, é importante procurar um gastroenterologista ou hepatologista quanto antes, para iniciar o tratamento e evitar complicações como a infecção desse líquido.

Ascite: acúmulo de líquido na cavidade abdominal. 4. Pele e olhos amarelados

A coloração amarelada da pele e dos olhos é chamada icterícia. A icterícia é resultado do acúmulo de bilirrubina no sangue, uma substância produzida no baço, que é metabolizada pelo fígado, para ser eliminada na urina.

Nas doenças hepáticas, o fígado não é capaz de metabolizar essa substância adequadamente. Com isso a bilirrubina se acumula na pele e mucosas, dando essa coloração amarelada, além de coceira no corpo. Por outro lado, a ausência da bilirrubina na urina e nas fezes é responsável pela cor escura da urina, semelhante à coca-cola e fezes claras (acolia fecal).

As doenças que mais provocam a icterícia são as hepatites e a cirrose hepática, embora possa ocorrer também nas doenças da vesícula biliar, leptospirose e malária.

Icterícia: coloração amarelada de olhos e pele. 5. Sangramento

Os episódios de sangramento podem ocorrer porque o fígado participa ativamente do processo de coagulação, com a produção de proteínas. Como na deficiência hepática, a produção das proteínas é menor, aumenta o risco de pequenos sangramentos.

Por isso, pessoas com doença hepática presentam uma maior predisposição em desenvolver manchas arroxeadas na pele, chamadas equimoses, por pequenos traumatismos ou pequenas pancadas.

6. Varizes

As doenças hepáticas mais avançadas, como a cirrose, aumentam a pressão venosa, levando a formação de varizes, especialmente no esôfago e estômago. São veias mais frágeis, com alto risco de rutura e sangramento.

Portanto, a hemorragia digestiva alta, sangramento do esôfago ou estômago, é uma manifestação clínica, que se caracteriza por episódios de vômitos com sangue.

Quando o sangramento ocorre pelas veias do intestino ou do reto, os sintomas são de hemorroidas e sangramento anal, com sangue vermelho vivo nas fezes, mais facilmente identificado.

Como saber se tenho alguma doença no fígado?

Para saber se você tem alguma doença no fígado, é preciso estar atento aos sinais e sintomas que aparecem, como a dor na barriga e aumento do volume abdominal. Mas para confirmar uma doença hepática, é preciso de uma avaliação médica e realização de exames complementares.

Os exames laboratoriais, com hemograma, bilirrubina, albumina, enzimas hepáticas e coagulograma, avaliam a função do órgão. Os exames de imagem, como a ultrassonografia e tomografia abdominal, identificam alterações macroscópicas, como tumores, cistos ou gordura no fígado.

A interpretação dos exames, em conjunto com o exame físico, permitem ao médico determinar o diagnóstico e correto tratamento, para cada caso.

Como é feito o tratamento?

O tratamento é feito conforme o problema encontrado. No entanto, de forma geral, envolve mudanças na alimentação e o uso de medicamentos para aliviar os sintomas. A dieta deve ser orientada por um profissional capacitado.

1. Dieta e recomendações
  • Beber bastante água (pelo menos 2 litros por dia);
  • Preferir alimentos com menos gordura: carnes magras, peixes, queijos magros e leite desnatado;
  • Evitar o consumo de frituras;
  • Evitar bebidas alcoólicas;
  • Consumir mais alimentos cozidos, assados e grelhados: os alimentos cozidos, mesmo os legumes e verduras, têm uma digestão mais fácil e evitam a sobrecarga do fígado;
  • Não consumir alimentos industrializados e processados como refrigerantes, biscoitos recheados, salsichas, bacon, linguiça e doces em geral,
  • Praticar atividade física pelo menos 4x por semana, de 30 a 40 minutos ao dia.
2. Medicamentos

Os medicamentos serão definidos de forma individualizada. Pessoas com colesterol aumentado, podem precisar usar estatinas. Pessoas com glicemia aumentada, avaliar o início precoce de hipoglicemiante oral, e para pessoas com alteração de coagulação, evitar anticoagulantes e antiagregante plaquetários, como o AAS.

O uso de diuréticos também pode ser indicado para casos de edema e ascite importante.

Portanto, se você está sentindo dor no fígado, barriga inchada, ou sintomas como os descritos, recomendamos que procure um médico de família, gastroenterologista ou hepatologista para uma avaliação. Não use nenhum medicamento sem orientação médica.

Veja também:

Como se pega herpes genital?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O herpes genital é transmitido pela via sexual. Trata-se de uma infecção causada principalmente pelo vírus Herpes simplex tipo 2, que é transmitido pelo contato com uma pessoa que esteja com lesões ativas, isto é, com feridas eliminando secreção.

Portanto, a pessoa pega herpes genital através de relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada. O contato íntimo pode ser vaginal, oral ou anal. Sem uso de preservativo masculino ou feminino, o Herpes simplex pode ser transmitido.

Por ser uma infecção sexualmente transmissível (IST) muito contagiosa, é importante evitar o contato direto com as bolhas e as feridas, sobretudo se estiverem eliminando secreção, que está repleta de vírus.

A transmissão do herpes genital tem muito mais chances de acontecer durante o aparecimento das bolhas. Contudo, o contágio também pode ocorrer na ausência de sinais e sintomas, ou seja, sem a presença de lesões.

Posso pegar herpes genital no vaso sanitário?

O vírus é altamente transmissível e a infecção também pode ocorrer através do contato com objetos contaminados. Contudo, essa forma de contágio é mais rara, já que fora das células, os vírus não sobrevivem.

Por isso, a transmissão do herpes genital através do uso de vasos sanitários, banheiros, toalhas e outros objetos contaminados raramente acontece. Mesmo assim, recomenda-se evitar compartilhar objetos pessoais ou íntimos que possam estar infectados.

Se a mãe tiver herpes genital, o bebê pode pegar herpes na gravidez?

Uma outra forma de contágio do vírus do herpes genital é quando a mulher apresenta lesões ativas de herpes durante a gravidez, principalmente no momento do parto. Nesse caso, por contato direto com as lesões, o bebê pode se infectar e desenvolver sequelas graves futuramente uma vez que a sua imunidade ainda não está totalmente desenvolvida.

Se a gestante estiver com lesões ativas de herpes genital próximo ao período do parto, podem ser indicados medicamentos antivirais específicos para combater o vírus ou, dependendo do caso, ser indicado o parto por cesariana para evitar que o bebê seja infectado.

Mulheres portadoras de herpes genital que pretendem engravidar devem sempre informar à/ao médica/o que possuem o vírus, mesmo na ausência de lesões.

Se pegar herpes genital, quanto tempo demora para aparecer os sintomas?

O vírus do herpes genital tem um período de incubação de até duas semanas. Depois dessa fase, começam a surgir os primeiros sintomas da doença, como vermelhidão e dor no local de contato, além da famosa lesão em vesículas (bolhas), que são típicas do herpes. Elas podem aparecer na vulva e na vagina, no ânus ou na boca.

A primeira manifestação do herpes genital normalmente é mais agressiva, dolorosa e permanece por mais tempo quando comparada com os surtos seguintes. Nesses casos, os sintomas podem incluir febre e mal estar.

Em geral, a infecção se limita aos sintomas de pele, mas pode haver complicações graves. Uma delas é a encefalite herpética, que é a infecção cerebral pelo vírus do herpes. Ela pode ocorrer nas pessoas com imunodeficiências, como por exemplo em portadores do vírus HIV/AIDS com doença ativa.

Quanto tempo os sintomas do herpes genital levam para aparecer?

O vírus do herpes genital tem um período de incubação de até duas semanas. Depois dessa fase, começam a surgir os primeiros sintomas da doença, como vermelhidão e dor no local de contato, além da famosa lesão em vesículas (bolhas), que são típicas do herpes. Elas podem aparecer na vulva e na vagina, no ânus ou na boca.

A primeira manifestação do herpes genital normalmente é mais agressiva, dolorosa e permanece por mais tempo quando comparada com os surtos seguintes. Nesses casos, os sintomas podem incluir febre e mal estar.

Como prevenir o herpes genital?

A forma mais eficaz de prevenir o herpes genital é não ter relações sexuais com pessoas infectadas. O uso de preservativo diminui o risco de infecção, mas ainda assim não é totalmente eficaz para proteger a transmissão da doença, já que as lesões podem surgir em locais próximos aos órgãos genitais e pode haver o contágio.

A infecção não tem cura, e o tratamento com pomada ou comprimidos antivirais serve somente para acabar com as lesões visíveis e os sintomas. Porém, o vírus continua para sempre alojado nas células nervosas do indivíduo, e os sintomas podem reaparecer em momentos de estresse ou baixa imunidade. A cada nova recorrência, é preciso repetir o tratamento.

Para saber qual é o melhor método de tratamento em cada caso, é necessário consultar o/a clínico/a geral, médico/a de família, urologista ou ginecologista.

Para saber mais sobre herpes, você pode ler:

Herpes Labial: 4 formas eficazes de tratar

Herpes na gravidez é perigoso? Como tratar?

Quem tem herpes pode engravidar?

Referências

Cole, S. Herpes Simplex Virus: Epidemiology, Diagnosis, and Treatment. Nursing Clinics of North America, 55(3):337-345, 2020.

Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral.

Sociedade Brasileira de Infectologia.

Piercing no tragus inflamado: o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Se o local do piercing no tragus estiver inflamado, não retire o piercing e procure imediatamente um médico, de preferência dermatologista.

Qualquer tipo de infecção na cartilagem da orelha, neste caso no tragus, deve ser tratada rapidamente, pois pode evoluir e tornar-se grave.

Medicamentos para tragus inflamado
  • Pomada cicatrizante
  • Pomada com antibiótico
  • Antibióticos orais

Na maioria das vezes aplicar uma pomada cicatrizante ou mesmo com antibiótico, pode não ser suficiente, mesmo quando indicada pelo próprio profissional que fez o piercing. Se o local estiver infectado por bactérias, pode ser necessário aplicar pomadas com antibióticos específicos.

O grande problema das inflamações ou infecções em piercings no tragus, e na orelha em geral, é que a cartilagem possui poucos vasos sanguíneos. Por isso, o tratamento de qualquer infecção no local pode se tornar difícil, porque havendo pouco sangue, diminui o fluxo de anticorpos e células de defesa que poderiam combater a infecção.

Da mesma forma, o fluxo de antibióticos tomados por via oral também pode ser insuficiente. Daí a importância em iniciar o tratamento o quanto antes.

Uma infecção não tratada no tragus pode provocar a morte do tecido (necrose) ou, celulite de face, em casos mais graves, evoluir para uma septicemia (infecção generalizada).

Em caso de inflamação no local do piercing, procure um médico dermatologista (de preferência) ou um clínico geral ou médico de família.

Inflamação do tragus: área do piercing inchada e avermelhada.

Pode lhe interessar também:

Referência

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Barriga inchada e dura: 6 causas mais comuns e o que fazer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A barriga inchada e dura, geralmente associada à dor, pode ter diversas causas, dentre as quais a mais comuns incluem gastrite, prisão de ventre, síndrome do intestino irritável, ascite, aumento dos órgão abdominais e tumores.

O tratamento varia de acordo com a causa, necessita de avaliação médica para ser iniciado e pode envolver o uso de antibióticos, anti-inflamatórios e outros medicamentos. Além disso, adotar uma alimentação saudável e equilibrada, evitar a ingestão de álcool e reduzir o consumo de sal são algumas medidas que você pode fazer para aliviar a sensação de barriga inchada e dura.

1. Gastrite

A gastrite consiste na inflamação da mucosa interna do estômago. A sensação de inchaço na barriga e de estômago cheio, endurecimento e dor acima do umbigo na região do estômago, azia, queimação perda de apetite, náuseas e vômitos são os seus sintomas mais frequentes.

O que posso fazer? Faça pequenas refeições ao longo do dia, mastigue bem os alimentos e procure dar preferência a verduras, frutas menos ácidas e carnes magras. Evite jejuns prolongados e a ingestão de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas e medicamentos anti-inflamatórios. Antiácidos e antibióticos podem ser indicados em alguns casos, sob orientação médica.

2. Prisão de ventre

A prisão de ventre (constipação intestinal) é uma causa comum de barriga inchada, dura e de dor abdominal. Quanto mais intensa for a prisão de ventre, mais fortes serão os sintomas.

A constipação pode estar associada a alimentação, sedentarismo e a problemas de saúde como diabetes, diabetes, divertículos ou tumores intestinais.

O que posso fazer? Adote uma alimentação rica em fibras presentes nas verduras e alimentos integrais e aumente a ingestão de água. Se a prisão de ventre não melhorar em 2 ou 3 dias e os sintomas piorem busque um médico de família ou gastroenterologista para diagnóstico e tratamento adequados.

3. Gravidez

A gravidez provoca a sensação de inchaço e barriga dura, especialmente, na região abaixo do umbigo pelo aumento do volume do útero. Fique atenta se estas sensações de barriga inchada e dura estão associadas ao atraso no período menstrual.

O que posso fazer? A menstruarão estiver atrasada por, pelo menos, 15 dias você pode realizar o teste de gravidez de farmácia. É importante também procurar o médico de família para realização de Beta-HCG e, na presença de gravidez, iniciar o pré-natal.

4. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é um distúrbio do sistema digestivo que provoca inchaço, dor e enrijecimento na barriga, além de períodos alternados de prisão de ventre e diarreia. Geralmente os sintomas pioram após o consumo de determinados alimentos e episódios de estresse emocional.

O que posso fazer? Consuma alimentos normalmente observando os alimentos que pioram os sintomas para evitá-los em outras refeições. Evite alimentos que produzem gases (feijões e repolho) ou que provoquem diarreia. Aumente o consumo de fibras na alimentação e de água, nos casos de prisão de ventre. Após avaliação médica podem ser indicado medicamentos para dor abdominal, diarreia e prisão de ventre.

5. Ascite

Ascite, popularmente conhecida como barriga d’água, é o acúmulo de líquido dentro do abdome.

Quando o volume de líquido dentro da cavidade abdominal é grande, a pessoa apresenta barriga inchada e dura, desconforto no abdome, umbigo achatado ou protuberante, perda de apetite e, nos casos mais graves, falta de ar.

O que posso fazer? Faça uma dieta com pouco sal e evite o consumo de bebidas alcoólicas. Nos casos de ascite com grande quantidade de líquido, são recomendados o uso de diuréticos, albumina e antibióticos. Pode ser necessária a retirada do líquido por meio de punção com uma agulha e instalação de dreno. Para isto a pessoa precisa estar internada.

6. Aumento dos órgãos abdominais e tumores

Quando os órgãos da cavidade abdominal ou pélvica aumentam o seu tamanho, podem provocar inchaço na barriga, endurecimento na região do órgão afetado e, em alguns casos, dor.

Alguns exemplos de órgãos aumentados são: fígado aumentado em pessoas com esquistossomose, cirrose, hepatites, miomas, obstrução de bexiga provocado pelo aumento do tamanho da próstata, tumores de ovários ou de órgãos abdominais.

O que posso fazer? Nestes casos é indicado procurar atendimento hospitalar para que o diagnóstico seja feito o mais rapidamente possível. Podem ser necessários exames de sangue e exames de imagem como ultrassonografia abdominal ou tomografia abdominal.

Quando devo me preocupar?

Fiquei atento se você sentir, além da barriga inchada e dura, sintomas como:

  • Dor abdominal intensa e persistente,
  • Presença de sangue no vômito ou nas fezes,
  • Sangramento vaginal anormal, na suspeita de gravidez e
  • Falta de ar ou dificuldade de respirar.

Ao perceber estes sinais busque atendimento em uma emergência hospitalar o quanto antes.

Para saber mais sobre barriga inchada, você pode ler:

Barriga inchada: o que pode ser e o que fazer?

6 dicas para desinchar a barriga rapidamente

Estou com a barriga inchada, dor e pontadas. O que pode ser e o que fazer?

Referências

IFGD - International Foundation for Gastrointestinal Disorders. Understanding Bloating and Distension.

FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Coceira na vagina, dor ao urinar e com um corrimento...
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Coceira na vagina, dor ao urinar, atraso menstrual e corrimento branco ou esverdeado podem ter explicações diferentes. Você pode estar com mais de um acometimento ao mesmo tempo, como, por exemplo, infecção urinária e infecção vaginal.

A maioria desses sintomas pode ser justificado por uma infecção vaginal. Essa infecção vaginal é conhecida como vulvovaginite e, as mais comuns são:

  • Candidíase
  • Vaginose bacteriana
  • Tricomoníase

A presença de alguma dessas infecções pode explicar os seus sintomas.

No entanto, nenhuma dessas infecções causa atraso menstrual. Por isso, se o seu atraso menstrual for maior de 15 dias da data esperada de vir a menstruação, é recomendado fazer um teste de gravidez.

Coceira na vagina

A coceira na vagina pode ter diversas causas:

  • desajuste na flora normal vaginal
  • infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
  • alergia ao látex da camisinha
  • redução de estrógeno
  • alergia a produtos de higiene

A coceira na vagina precisa ser avaliada pelo médico ginecologista ou médico de família. Com a história clínica e o exame físico, o médico poderá avaliar se a paciente está com alguma alergia no campo exterior à vagina ou se há alguma infecção na parte interna da vagina.

Como posso aliviar a coceira na vagina?

Para aliviar a coceira, é necessário identificar a causa da infecção e fazer o tratamento correto e completo.

Caso a coceira na vagina seja causada por alergia, é necessário identificar o que está provocando a reação alérgica e afastar o agente irritante para acabar com a coceira.

Além disso, é importante usar calcinhas de algodão e evitar o uso de calça jeans apertada.

Antes de tomar qualquer medicação, é muito importante passar por uma avaliação médica para que haja a identificação do que está causando a coceira. A partir da avaliação, o medico poderá indicar o melhor tratamento para o seu caso. Isso pode ser feito com o uso de pomada interna vaginal ou com comprimidos que devem ser tomados via oral.

Candidíase

Candidíase é uma infecção vaginal causada pelo fungo Candida.

Os principais sintomas são:

  • Corrimento vaginal branco e espesso
  • Coceira e irritação na vagina
  • Dor ao urinar
  • Dor durante a relação sexual

A candidíase não deve ser tratada quando a mulher está sem sintomas. Porém, na presença deles, é importante fazer uma consulta médica para melhor indicação de qual medicação usar. Em geral, o tratamento consiste no uso de pomada vaginal medicamentosa utilizada por 7 a 14 dias.

Vaginose bacteriana

Além de coceira na vagina, a vaginose bacteriana provoca corrimento vaginal cinzento e normalmente com mau cheiro (peixe podre), dor durante as relações sexuais e ardência ao urinar.

A vaginose surge quando ocorre um desequilíbrio nas bactérias que compõem a flora vaginal.

Relações sexuais frequentes, uso de duchas vaginais ou período pré-menstrual favorecem a alteração da flora bacteriana vaginal, podendo desencadear a vaginose.

O tratamento da vaginose pode ser feito com medicamentos antibióticos orais ou pomada vaginal com antibiótico. A vaginose pode ser transmitida para o parceiro, por isso ele também pode precisar receber tratamento.

Tricomoníase

É uma infecção transmitida durante as relações sexuais e causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Na mulher, ele causa vulvovaginite e, no homem, uretrite.

Em alguns casos ela não provoca sintomas. Quando estão presentes, os sintomas podem ser:

  • coceira vaginal intensa
  • corrimento vaginal abundante
  • odor fétido
  • sangramento após a relação sexual

O tratamento dessa infecção (feito com antibióticos orais) é de extrema importância principalmente em mulheres grávidas. Ela pode causar efeitos adversos na gestação inclusive perda gestacional.

Dor ao urinar

A dor ao urinar pode estar presente nos casos dessas infecções vaginais como a candidíase, a vaginose bacteriana ou a tricomoníase. Porém, uma infecção urinária pode ser uma outra explicação do seu problema.

Infecção urinária é muito comum entre mulheres sexualmente ativas. Essa infecção deve ser devidamente tratada uma vez que pode evoluir para uma infecção nos rins ou sistêmica.

Corrimento branco e esverdeado

Esse tipo de corrimento é comum nas vulvovaginites explicadas acima. É muito importante prestar atenção no tipo do corrimento, no cheiro, na cor e na quantidade. Essas informações são úteis para caracterizar qual agentes está causando a infecção.

Coceira antes da menstruação

No período pré menstrual, as alterações hormonais provocam mudanças no pH interno da vagina e isso pode favorecer a proliferação da flora habitual da vagina. Com isso, é comum as mulheres apresentarem sintomas de candidíase, como a coceira, antes da menstruação.

Busque ajuda profissional

Consulte um ginecologista ou médico de família para essa avaliação e indicação do melhor tratamento para seu caso. Esses sintomas são bem irritativos e podem impactar a qualidade de vida da mulher.

Vale a pena ressaltar que o tratamento recomendado deve ser seguido corretamente e pelos dias indicados. Quando o tratamento não é realizado dessa forma, há chances da coceira não desaparecer.

Referência:

FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia