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O que fazer em caso de tosse alérgica infantil?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A primeira coisa a fazer em caso de tosse alérgica infantil é afastar a criança da causa da alergia e manter a casa bem ventilada. Os medicamentos e xaropes antialérgicos devem ser usados apenas com indicação médica nos momentos de crise ou quando a tosse atrapalha as atividades da criança. Deve-se evitar o uso de antitussígenos, porque eles impedem o reflexo da tosse, que, na verdade, é um mecanismo de defesa e de proteção da via aérea.

Muitas vezes a tosse alérgica pode ser tratada em casa, com aplicação de soro fisiológico nas narinas várias vezes ao dia e inalação com soro fisiológico. Essas medidas ajudam a limpar e fluidificar as vias respiratórias, eliminando assim o agente causador da alergia.

Além disso, é importante oferecer muito líquido à criança, de preferência água, para favorecer a eliminação do muco. Elevar a cabeceira da cama também ajuda a aliviar a tosse alérgica durante a noite, para que a criança possa dormir melhor.

É importante realmente ter a certeza de que se trata de apenas um quadro simples de tosse alérgica, desencadeada pela presença de alérgenos como ácaros, pó, fumaça, e caracterizada por ser uma tosse seca, que pode vir acompanhada de outros sintomas alérgicos como vermelhidão nos olhos, espirros ou prurido nasal.

Em muitos casos, a tosse considerada alérgica pelos pais é, na verdade, um sintoma decorrente de outra doença como asma, rinossinusite ou tosse de origem infecciosa, quando isso ocorre deve-se tratar a doença em questão para de fato impedir a ocorrência da tosse.

A tosse é um mecanismo de defesa do corpo para expulsar agentes irritantes que estão em contato com a mucosa respiratória, porém, existem alguns sinais de alerta que devem fazer a família levar a criança imediatamente ao serviço de saúde, são eles:

  • Lábios ou pele azulados.
  • Dificuldade em respirar.
  • Ruído agudo quando a criança inspira (estridor).
  • Sequência de tosse incontrolável e repetitiva.
  • Febre alta.
  • Persistência e agravamento da tosse por mais de 10 dias.
  • Prostração, falta de apetite, dificuldade para dormir.

Na presença de qualquer um desses sintomas um médico deve avaliar a criança.

Leia também:

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Qual a diferença entre tosse alérgica e tosse normal?

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Referências

ODUWOLE O.; UDOL E.E.; OYO-ITA, A.; MEREMIKWU, M.N. Haney for acute cough in chlidren (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews, v.4, 2018.

SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria.

SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

O condiloma acuminado tem cura?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, o condiloma acuminado tem cura, ou melhor, as lesões causadas pelo HPV (vírus papiloma humano). tem tratamento e cura, embora não signifique que o vírus foi eliminado definitivamente do organismo, por isso pode haver recidivas das lesões.

Ainda não existe um medicamento capaz de eliminar definitivamente o HPV do organismo, que é o causador dessa doença sexualmente transmissível.

O tratamento pode incluir cirurgia para retirar as verrugas, aplicação de medicamento no local, uso de laser, eliminação das verrugas com nitrogênio líquido (crioterapia) e uso de medicação para melhorar a imunidade da pessoa, reduzindo os riscos de recidiva.

Os tratamentos para o condiloma acuminado podem ser utilizados isoladamente ou combinados, dependendo da avaliação médica.

A escolha do tratamento depende das condições de saúde da pessoa, se ela está grávida e do local do corpo onde o condiloma está presente, como cabeça do pênis (glande), região do ânus, vagina, vulva ou colo do útero.

O que é condiloma acuminado?

O condiloma acuminado, também conhecido como crista de galo, é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada pelo HPV (papiloma vírus humano). A doença caracteriza-se pela presença de verrugas nas regiões anal e genital.

Quais os sinais e sintomas do condiloma acuminado?

O condiloma acuminado provoca o aparecimento de verrugas genitais, com tamanhos variados, aspecto de couve-flor e coloração rosada.

Nos homens, o condiloma surge com mais frequência na glande (cabeça do pênis), prepúcio (pele que recobre a glande) e na região do ânus. Nas mulheres, as verrugas podem aparecer na vagina, na vulva, na região anal e no colo do útero. O condiloma pode surgir ainda na boca ou na garganta, em paciente com baixa imunidade.

Como ocorre a transmissão do condiloma acuminado?

A transmissão do HPV ocorre pelo contato direto com a pele ou mucosas de uma pessoa infectada. Sua principal forma de transmissão é através de relações sexuais sem preservativo. Vale lembrar que a pessoa pode estar infectada e portanto, transmitir o HPV, mesmo sem manifestar sintomas.

Contudo, mesmo com camisinha, o condiloma acuminado pode ser transmitido, uma vez que existem áreas que não ficam cobertas pelo preservativo, como a região do ânus, por exemplo. Dessa forma, estima-se que o uso de preservativo pode prevenir a transmissão do HPV em cerca de 75% dos casos.

Mulheres infectadas com HPV podem transmitir o vírus para o bebê no momento do parto. Para evitar a transmissão, é indicado o parto por cesariana.

O HPV pode ser transmitido ainda por meio de objetos contaminados, como vasos sanitários, toalhas, banheiras ou piscinas.

Após a infecção, os sinais e sintomas do condiloma acuminado podem levar de 1 a 6 meses para se manifestar. Há casos em que as verrugas genitais só aparecem depois de alguns anos.

Leia também: HPV: o que é e como se transmite?

Como se prevenir contra o condiloma acuminado?

A prevenção do contágio e da transmissão do HPV é feita através do uso de camisinha em todas as relações sexuais (anal, oral, vaginal), exames médicos periódicos (Papanicolau) e mais recentemente, com as vacinas.

A vacina pode prevenir a infecção pelo HPV 6 e 11, que são responsáveis por cerca de 90% dos casos de condiloma acuminado. A vacina também previne a infecção pelo HPV 16 e 18, que são a principal causa de câncer de colo de útero desencadeado pelo vírus.

O médico ginecologista ou urologista são os especialistas indicados para diagnosticar e definir o tratamento mais adequado para o condiloma acuminado.

Leia também: HPV tem cura definitiva?

O que fazer em caso de queimadura?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Nos casos de queimaduras provocadas por água quente, óleo quente, fogo ou qualquer fonte de calor, é necessário seguir os passos descritos abaixo. Esses primeiros socorros ajudam a aliviar a dor e o inchaço, além de limitar a extensão da queimadura:

1. Lavar a área afetada com água corrente à temperatura ambiente, até esfriar o local. Se puder mergulhar a queimadura na água, melhor. A água alivia a dor e ajuda a evitar o inchaço.

2. Se a queimadura for causada por produtos químicos, como ácido e soda cáustica, além de enxaguar o local com água corrente, por no mínimo 20 a 30 minutos, deve-se retirar a roupa contaminada com o produto, para evitar propagação da queimadura em outros locais.

3. Cubra o local com um pano limpo (evite tecidos ou materiais que grudam no ferimento, como algodão).

4. Procure um serviço de urgência ou posto de saúde o mais rápido possível. Se não houver posto de saúde ou hospital nas proximidades, ligue para os serviços de socorro do SAMU (192) ou do Corpo de Bombeiros (193).

O que fazer em caso de queimadura de 1º grau?

As queimaduras de 1º grau atingem a camada mais superficial da pele (epiderme). O local fica vermelho, inchado e arde constantemente. Não provocam bolhas e a pele costuma descamar a seguir. As feridas costumam se resolver espontaneamente dentro de 3 a 6 dias e não deixam cicatrizes. Um exemplo de queimadura de 1º grau é a queimadura causada pelo sol.

Depois dos primeiros socorros, o tratamento de uma queimadura de 1º grau, em geral, deve ser feito da seguinte forma:

Primeira semana
  • Lave toda a área da queimadura com água corrente durante 5 minutos, 3 vezes ao dia, com sabão neutro ou sabonete de glicerina;
  • Evite exposição solar desde o primeiro dia da queimadura até a cicatrização completa da região;
  • Não precisa cobrir o local com curativos, a não ser que seja orientado pelo/a médico/a;
  • Podem ser indicados medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios ou cremes específicos para aplicar no local da queimadura.
Segunda semana

Aplique óleo mineral ou vaselina líquida a cada 12 horas, para manter a área hidratada e melhorar a coceira e a descamação.

Terceira semana em diante
  • Aplique filtro solar com fator de proteção 30 ou superior durante o dia;
  • Passe hidratante neutro na queimadura todas as noites, até que melhore completamente.
O que fazer em caso de queimadura de 2º grau?

As queimaduras de 2º grau atingem a camada mais profunda da pele (derme). Os sinais e sintomas incluem dor intensa, inchaço, vermelhidão e formação de bolhas. Após a cicatrização da queimadura, é comum que o local fique com manchas ou marcas. Em geral, são causadas por líquidos quentes.

A evolução da queimadura de 2º grau depende da profundidade e da extensão da lesão. As queimaduras mais superficiais podem alcançar a cura em cerca de 15 dias, podendo deixar cicatrizes discretas em alguns casos. As queimaduras de 2º grau mais profundas podem levar várias semanas para cicatrizar e deixar cicatrizes significativas.

Depois dos primeiros socorros, o tratamento de uma queimadura de 2º grau, em geral, deve ser feito da seguinte forma:

Primeira semana
  • Limpe a queimadura com água corrente e clorexidina e aplique creme de Sulfadiazina de Prata 1% (pequena quantidade), 1 vez ao dia, durante 7 dias;
  • Feche com curativo, gaze estéril e atadura ou esparadrapo;
  • Evite expor o curativo à sujeira e umidade;
  • Pode ser necessário reforço da vacina contra o tétano (dependendo da sua vacinação), além da prescrição de medicamentos antibióticos para prevenir infecções.

Procure atendimento médico se a queimadura estiver com mau cheiro ou com sinais de infecção (presença de pus ou mau cheiro).

Segunda semana
  • Aplique óleo mineral ou vaselina líquida a cada 12 horas, para hidratar a pele e amenizar a coceira e a descamação;
  • Evitar exposição solar até a cicatrização completa da região.
Terceira semana em diante
  • Aplique filtro solar com fator de proteção 30 ou maior, durante o dia;
  • Passe hidratante neutro no local todas as noites, até que a queimadura melhore completamente;
  • Vá ao médico para fazer uma reavaliação após 3 semanas.
O que fazer em caso de queimadura de 3º grau?

As queimaduras de 3º grau destroem totalmente a pele, atingindo pelos, glândulas, músculos, tendões e ossos. Os tecidos afetados morrem, formando uma ferida seca, esbranquiçada ou marrom. Uma vez que os nervos da pele afetada são destruídos, a dor não é tão intensa. Geralmente, as queimaduras de 3º grau são causadas por fogo, produtos químicos ou choque elétrico.

O tratamento nesses casos é complexo e deve ser feito em ambiente hospitalar. A primeira coisa a fazer é cobrir a pele com curativos feitos com medicamentos umectantes. Muitas vezes é necessário realizar uma cirurgia para retirar os tecidos mortos ou fazer um enxerto de pele.

O que não fazer em caso de queimadura?

Importante lembrar que além de saber o que fazer, também deve saber o que não fazer nessas situações, evitando piora da ferida e consequências indesejáveis:

  • Não passe manteiga, pasta de dente, borra de café, açúcar ou qualquer produto ou receita caseira na queimadura, pois só irão irritar ainda mais a pele queimada e podem facilmente infeccionar o local;
  • Não passe nenhuma pomada na queimadura. A pele queimada fica extremamente sensível e as pomadas lesionam ainda mais as células cutâneas, além do risco de infecção da região;
  • Não tente estourar ou drenar as bolhas causadas pela queimadura, pois o ferimento ficará exposto a instrumentos possivelmente contaminados e mais um fator de risco comum nos casos de infecção local. As bolhas aparecem nas queimaduras de 2º grau e funcionam como um curativo natural. Devem ser manuseadas apenas por um profissional especializado e nunca devem ser removidas;
  • A vítima não deve tirar a roupa que está usando, para evitar que as bolhas se estourem e que a pele queimada seja arrancada. O mais indicado é molhar a roupa e ficar assim até chegar ao pronto-socorro.

É importante lembrar que o tratamento das queimaduras pode variar, de acordo com a avaliação médica. Por exemplo, casos de feridas extensas, pacientes com sobrepeso ou com hiperidrose (sudorese excessiva) podem precisar trocar os curativos com mais frequência.

Ainda, no caso de pessoas alérgicas a sulfadiazina de prata, será necessário a troca de pomadas e antissépticos tópicos.

Portanto, o mais adequado é seguir os primeiros passos e manter o tratamento e acompanhamento conforme o/a médico/a clínico geral, médico/a da família ou dermatologista, orientarem.

Veja também:

Referências

SBQ- Sociedade Brasileira de Queimaduras.

Como saber se tenho meningite?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os principais sinais e sintomas da meningite, seja viral, bacteriana ou fúngica, incluem:

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas, vômitos;
  • Dor no pescoço, rigidez de nuca (dificuldade de encostar o queixo no peito);
  • Mal-estar;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Manchas roxas na pele (fase mais grave, geralmente na meningite meningocócica).

Os sintomas mais comuns e que costumam aparecer na fase inicial da doença são a dor de cabeça intensa, febre, náuseas e rigidez de nuca, embora nem sempre estão presentes ao mesmo tempo, o que dificulta um diagnóstico rápido.

As manchas arroxeadas surgem nas fases mais avançadas da meningite bacteriana e indicam que as bactérias estão circulando pelo corpo, e a sua disseminação pode levar ao processo grave de infecção generalizada (sepse).

Outros sintomas menos específicos, mas que podem estar presentes em casos de meningite são: dor de estômago, diarreia, fadiga, calafrios (especialmente em recém-nascidos e crianças), alterações do estado mental, agitação, fontanelas abauladas (bebês), dificuldade para se alimentar ou irritabilidade (crianças), respiração ofegante, cabeça e pescoço arqueados para trás.

Meningite é a inflamação ou infecção da meninge (em azul na imagem)

É importante lembrar que os sintomas dos 3 tipos de meningite são semelhantes. O que os diferencia é a intensidade e a rapidez com que o quadro evolui. Os tipos mais comuns são as meningites virais e as bacterianas.

As meningites virais manifestam sintomas mais brandos, parecidos com os de uma gripe. Esse tipo de meningite costuma apresentar melhora dos sintomas de forma espontânea, dentro de 2 semanas, sem sequelas ou complicações.

Já as meningites bacterianas são mais graves, devido à rápida e intensa evolução do quadro, podendo até levar à morte ou deixar sequelas se não forem tratadas a tempo. Daí a importância em procurar um médico logo que suspeite da doença. O diagnóstico e o tratamento precoce da meningite bacteriana são essenciais para evitar danos neurológicos permanentes.

O que é meningite?

A meningite é uma infecção das meninges, que são membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal.

Saiba mais em: O que é meningite?

O que causa meningite?

As causas mais comuns de meningite são as infecções virais. Essas infecções geralmente melhoram sem tratamento. Contudo, a meningite bacteriana é muito grave, podendo resultar em morte ou danos cerebrais, mesmo com tratamento.

Existem muitos tipos de vírus que podem causar meningite. Dentre eles estão:

  • Enterovírus: também podem causar doenças intestinais;
  • Vírus do herpes: são os mesmos vírus que podem causar herpes labial e herpes genital. No entanto, pessoas com esses tipos de herpes não têm mais chances de desenvolver meningite;
  • Vírus da caxumba;
  • HIV;
  • Vírus do Nilo Ocidental: vírus transmitido por picadas de mosquito.

A meningite também pode ser causada por irritação química, alergias a medicamentos, fungos, parasitas e tumores.

Como diagnosticar a meningite?

O diagnóstico da meningite é feito inicialmente pela história do paciente e exame clínico, sendo confirmado através da coleta de amostras de sangue e do líquido cefalorraquidiano, que é coletado através de uma punção na coluna lombar.

Esses exames permitem identificar o agente causador da meningite (vírus, bactéria, fungo) e direcionar o tratamento para aquele tipo específico de meningite.

Qual é o tratamento para meningite?

O tratamento da meningite bacteriana é feito com antibióticos, de acordo com o tipo de bactéria e à sensibilidade ao tratamento. Essas informações são obtidas pelos exames, algumas horas depois da realização dos mesmos. Porém, o tratamento nunca deve ser adiado pelos riscos ao paciente e pode ser alterado após os resultados dos exames.

As meningites virais não necessitam de antibióticos, apenas medicamentos analgésicos e antitérmicos para alívio dos sintomas. Na meningite causada por herpes, podem ser usados medicamentos antivirais.

O tratamento da meningite também pode incluir: administração de soro através da veia e medicamentos para controlar sintomas como inchaço cerebral, choque e convulsões.

Sem tratamento imediato, a meningite pode causar dano cerebral irreversível, perda de audição, hidrocefalia, isquemia distal, com necessidade de amputações de extremidades de membros, convulsões e morte.

Existe prevenção para meningite?

Sim. A prevenção de alguns tipos de meningite bacteriana pode ser feita com vacinas. Algumas já fazem parte do calendário vacinal, outras devem ser prescritas pelo médico assistente.

A vacina contra Haemophilus é administrada em crianças. As vacinas pneumocócica e meningocócica são administradas tanto em crianças quanto em adultos.

Entretanto, na suspeita de meningite, apenas o médico, através dos exames clínico e laboratoriais, poderá identificar o tipo de meningite e prescrever o tratamento mais adequado para o caso.

Em caso de suspeita de meningite, não se automedique e procure atendimento médico o mais rápido possível. "Tempo é cérebro".

Saiba mais em: Quais são os tipos de meningite?

Azia constante: qual é o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A azia não é uma doença propriamente dita, mas sim um sintoma que pode aparecer isoladamente e com muita frequência quando abusamos de alguns tipos de bebidas ou alimentos. Contudo, quando a azia é constante, ela pode ser sintoma de algumas doenças do aparelho digestivo.

A regra geral para o tratamento da azia é não ingerir aquilo que faz mal. A maioria das pessoas consegue identificar facilmente os alimentos e bebidas que causam azia, embora esses alimentos variem muito de pessoa para pessoa.

Outras recomendações importantes são: evite ficar muitas horas sem comer e, quando comer, evite quantidades muito grandes de alimentos na mesma refeição. Portanto, o ideal é comer várias vezes por dia e um pouco de cada vez, além de evitar deitar logo após as refeições.

Para tratar a azia, também é importante evitar: cigarro, bebidas alcoólicas, café, açúcar, alimentos ricos em açúcar, chimarrão, alimentos gordurosos, alimentos condimentados, frutas cítricas, tomate e derivados.

O tratamento da azia também pode incluir o uso de medicamentos, como inibidores de bombas de prótons (omeprazol, pantoprazol, etc), entre outros. O objetivo da medicação é diminuir a secreção de ácido estomacal e neutralizá-lo. Nos casos mais graves de azia, pode ser necessário realizar cirurgia para tratar a origem do refluxo.

O que é a azia?

A azia é um sintoma proveniente do esôfago e em alguns casos do estômago. A azia é sentida como uma queimação ou ardência que ocorre desde a região denominada epigástrio (“boca do estômago”), passando pelo região retroesternal (osso no meio do peito), região anterior do pescoço até a garganta.

Como surge a azia?

Para entendermos porque a azia ocorre, precisamos entender que o nosso estômago é recoberto por um tipo especial de mucosa capaz de suportar o pH baixo (muito ácido) que é normal para o estômago.

Só o estômago possui esse tipo de mucosa. O esôfago e as outras partes do aparelho digestivo não têm esse tipo de tecido e, portanto, não estão protegidos da acidez estomacal.

A principal causa da azia é o refluxo de material ácido proveniente do estômago para o esôfago e garganta. Em algumas situações, quando a acidez é muito grande ou a proteção estomacal é destruída, a azia é sentida no estômago.

A azia geralmente está associada aos quadros de refluxo gastroesofágico, gastrite e esofagite. Em casos menos frequentes, pode estar associada a casos de úlcera péptica e câncer de estômago ou esôfago.

Azia constante, o que fazer?

A azia constante é um sintoma bastante incômodo e que leva um grande número de pessoas a procurar ajuda médica. Consulte o médico para uma avaliação dos sintomas, em muitos casos é necessário seguir orientações dietéticas e fazer uso de medicamento por algum tempo.

Em casos em que os sintomas não melhoram com o tratamento convencional ou que apresentam sinais de alerta como sangramento, vômitos, perda de peso, está indicada a realização da endoscopia digestiva alta.

Procure um médico de família ou clínico geral para uma avaliação inicial caso apresente frequentemente azia. Em alguns casos pode ser necessário o acompanhamento também por um médico gastroenterologista.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos:

Um copo de água ou leite alivia a azia?

O que é hiperplasia linfoide reacional? Qual é o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Hiperplasia linfoide reacional é o aumento do número de linfócitos, células de defesa que fazem parte do sistema imunológico. Esse tipo de hiperplasia ocorre como forma de reação a micro-organismos invasores como bactérias e vírus, ou crescimento anormal de algum tecido no corpo.

A hiperplasia linfoide reacional geralmente está relacionada com uma resposta imunitária do organismo. O aumento do número de linfócitos pode ser causado por uma infecção recente local ou generalizada, ou ainda por doenças graves como leucemia e linfoma.

Os linfócitos são um tipo de glóbulo branco, células de defesa que se originam na medula óssea e se deslocam pelo corpo através da circulação sanguínea e linfática. A função do linfócito é proteger o organismo contra micro-organismos estranhos ao corpo.

Por isso, na presença de infecções, os linfócitos são produzidos e liberados em maior quantidade para combater os agentes invasores e impedir a proliferação dos mesmos.

A essa reação do sistema imunológico, com consequente aumento do número de linfócitos, dá-se o nome de hiperplasia linfoide reacional.

Quando a proliferação de linfócitos ocorre numa área específica, os linfonodos (gânglios linfáticos) ficam aumentados, dando origem às "ínguas". Saiba mais em: O que é linfonodomegalia e quais são as causas?

O tratamento da hiperplasia linfoide reacional depende da causa. Se o aumento do número de linfócitos for decorrente de uma infecção bacteriana, o tratamento é feito com antibióticos. Se for secundária a algum tipo de câncer, o tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

A proliferação dos linfócitos e o consequente inchaço dos linfonodos tendem a continuar até que a infecção ou a doença seja resolvida espontaneamente ou tratada com os medicamentos e meios específicos.

O aumento do número de linfócitos deve ser avaliado em conjunto com a história e a idade do paciente, o exame físico, a presença de outros sinais e sintomas, além do resultado do exame de outras células do sangue. Assim, o médico poderá determinar a causa da hiperplasia linfoide e indicar o tratamento mais adequado.

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Linfonodos aumentados pode ser câncer?

Nível de leucócitos alto pode indicar uma infecção grave?

Leucócitos baixos, o que pode ser?

Quais os benefícios e riscos da auto-hemoterapia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os supostos benefícios da auto-hemoterapia estão relacionados com o aumento do número de leucócitos (células de defesa). Através dessa elevação dos níveis de leucócitos, a auto-hemoterapia promete tratar várias doenças, desde a acne ao câncer, e até fazer emagrecer.

O método consiste na aplicação intramuscular de sangue retirado do próprio paciente, dentro de no máximo 30 minutos. Teoricamente, o sangue, ao ser aplicado no músculo, é reconhecido pelo organismo como sendo um corpo estranho, desencadeando uma resposta do sistema imunológico, somando a resposta já existente, aumentando a resposta imunológica desta pessoa.

Os macrófagos, um tipo específico de leucócitos, são importantes células de defesa do organismo, cuja função é "engolir" e destruir micro-organismos invasores, além de trabalhar em conjunto com outras células de defesa (linfócitos T e B).

Sabe-se que os macrófagos desencadeiam uma poderosa ação contra vírus, bactérias e até mesmo células cancerígenas.

Baseando-se nisso, os adeptos da auto-hemoterapia alegam que o método é capaz de curar várias doenças, que vão desde acne e úlcera do estômago ao câncer, passando por alcoolismo, diabetes, esclerose múltipla, hipertensão arterial, dores crônicas, obesidade, entre outras.

Contudo, não existem evidências científicas que comprovem esses benefícios, e ao contrário, profissionais médicos e farmacêuticos sinalizam dos riscos que essa técnica pode levar aos praticantes. 

Quais os riscos e efeitos colaterais da auto-hemoterapia?

O principal risco da auto-hemoterapia é o risco de infecção, que, em alguns casos, pode evoluir para infecção generalizada e provocar a morte do paciente.

Essa infecção pode ser causada por bactérias que estão na pele ou no próprio ambiente, que muitas vezes não tem as condições sanitárias adequadas.

O hematoma que se forma após a aplicação torna-se um meio de cultura de bactérias, onde elas se multiplicam e proliferam.

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a Anvisa e o Conselho Federal de Medicina não reconhecem a auto-hemoterapia como um método terapêutico, uma vez que não existem estudos científicos que comprovem a sua eficácia.

Para maiores informações sobre a auto-hemoterapia e os seus riscos, consulte um médico hematologista ou hemoterapeuta.

Existe alguma forma para estimular o crescimento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem formas de estimular o crescimento em crianças com baixa estatura, mas é importante lembrar que diversas doenças, físicas e psicológicas, influenciam no crescimento, e quanto antes for identificada e tratada, melhor será a resposta ao tratamento.

O tratamento varia conforme as causas do crescimento inadequado e pode incluir:

  • Correção e orientação de hábitos alimentares;
  • Atividade física;
  • Orientações de sono adequado;
  • Tratamento oral:
    • Medicamentos, Suplementos alimentares
    • Hormônio do crescimento (GH).

Os medicamentos e os suplementos são indicados apenas em casos de doenças ou carências nutricionais como causa de baixa estatura.

Já o hormônio do crescimento é utilizado em casos de deficiência hormonal ou para corrigir um atraso de desenvolvimento.

Quais alimentos ajudam no crescimento?

Os alimentos que auxiliam no crescimento são aqueles que são ricos em cálcio e proteínas. O cálcio é um mineral essencial para um crescimento saudável e para a resistência dos ossos. Já as proteínas são a matéria prima utilizada pelo organismo para a produção e crescimento dos músculos.

Alguns alimentos ricos em cálcio:

  • Leite, queijo;
  • Sementes de gergelim;
  • Salsa, espinafre, couve;
  • Sardinha;
  • Amêndoas;
  • Carne de caranguejo.

Alguns alimentos ricos em proteínas:

  • Carnes, aves, peixes;
  • Ovos (clara);
  • Queijo parmesão;
  • Soja;
  • Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, amendoim);
  • Amêndoas, castanhas, nozes.
Atividade física pode estimular o crescimento?

Sim. Os exercícios físicos, além de estimular a liberação de hormônio do crescimento, ajudam a evitar o sobrepeso e a obesidade, condições que atrapalham o desenvolvimento.

Crianças acima do peso crescem mais rápido e antes do tempo, porém param de crescer mais cedo, resultando em uma baixa estatura, ou uma estatura menor do que a esperada de acordo com as características familiares.

Dormir estimula o crescimento?

O sono é fundamental para o crescimento, pois é durante o sono que a maior parte do hormônio do crescimento é fabricado e liberado. Principalmente na fase do sono REM.

Logo que anoitece, a glândula hipófise, localizada no cérebro, aumenta a produção do hormônio do crescimento, que se espalha pelo corpo e estimula a produção de outro hormônio pelo fígado.

Este último hormônio atua na cartilagem que envolve os ossos, estimulando a produção de células que expandem os ossos.

O hormônio do crescimento também atua na quebra das células de gordura e na produção dos músculos.

É durante o sono que as pessoas crescem. Por isso, recomenda-se que crianças com até 2 anos de idade devam dormir 12 horas por noite, mesmo que não seja de forma contínua. A partir dos 2 anos até à adolescência, bastam 8 horas de sono por noite para garantir um bom crescimento.

Como é o tratamento com GH (hormônio do crescimento)?

O uso do hormônio de crescimento é indicado nos casos em que há uma deficiência deste hormônio. O tratamento é feito com injeções no tecido subcutâneo, logo abaixo da pele, através de canetas aplicadoras e praticamente não causam dor.

O hormônio de crescimento também pode ser usado em crianças quem não têm deficiência do hormônio em questão, mas que apresentem uma velocidade de crescimento muito baixa e todos as outras causas já foram excluídas pelo/a médico/a pediatra e/ou endocrinologista.

Nesses casos, se após 6 meses de tratamento com o hormônio, a criança apresenta melhora do crescimento, o tratamento deve ser fortemente considerado.

É possível estimular o crescimento em adultos?

Não, não é possível estimular o crescimento em adultos porque a cartilagem do osso já se fechou. Depois que as cartilagens se fecham, já não é possível crescer mais.

Isso ocorre, em média, por volta dos 18 anos, mas varia de acordo com um início mais precoce ou tardio da puberdade. Meninas chegam à puberdade mais cedo do que os meninos, por isso param de crescer antes, por volta dos 14 ou 15 anos.

Mesmo se um adulto tomar hormônio do crescimento, ele não irá crescer e poderá ainda estimular o aparecimento de tumores e acromegalia, uma doença que provoca um crescimento exagerado de nariz, queixo e orelhas.

Vitaminas para estimular o crescimento, faz mal?

Sim, as vitaminas em excesso podem fazer mal a saúde.

Um excesso de vitamina C, por exemplo, favorece a formação de cálculos renais. A vitamina A, pode causar problemas visuais e aumento da pressão dentro da cabeça. Vitamina D demais pode aumentar a concentração de cálcio no sangue, levando a sintomas de constipação, náuseas, além de diminuição do apetite e fraqueza.

Portanto, não use vitaminas ou suplementos sem um check-up, para evitar problemas de saúde futuros.

O principal objetivo de um tratamento para estimular o crescimento é identificar e tratar os fatores que estão interferindo no crescimento, e criar condições para que a criança aproveite todo o seu potencial genético.

O tratamento para estimular o crescimento é da responsabilidade do médico/a pediatra e ou endocrinologista.

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Referência:

SBP - Sociedade Brasileira de Pediatra (DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE ENDOCRINOLOGIA).