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Autismo tem cura?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento e é considerado uma doença crônica, ou seja, sem cura até o momento.

De maneira geral, o tratamento tem 4 objetivos:

  • Estimular o desenvolvimento social e a comunicação;
  • Melhorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas;
  • Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado;
  • Ajudar as famílias a lidarem com o autismo.

O autismo é um transtorno que nunca desaparece completamente, porém, com os cuidados adequado, o indivíduo se torna cada vez mais adaptado à sociedade.

O tratamento envolve diversos profissionais: pediatria, psiquiatria, psicólogo, fonoaudiólogo, pedagogo e terapeuta ocupacional, e é fundamental o papel dos familiares.

Em 2010, falou-se pela primeira vez em cura do autismo, a partir de uma pesquisa científica feita na Universidade da Califórnia, em que se conseguiu "curar" um neurônio "autista" em laboratório. Contudo, apesar de trazer esperança às famílias de pacientes autistas, ainda não há aplicabilidade clínica até o momento e muitas pesquisas ainda devem ser feitas para poder se falar na cura do autismo.

O que é autismo e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento que começa na primeira infância, ou seja, antes dos 3 anos de idade. O transtorno do espectro autista tem como principal sintoma a dificuldade de interação social e comunicação.

Existem diferentes tipos de autismo, com vários graus de intensidade. Há autistas com formas graves do transtorno, com deficiência intelectual e agressividade, sem possibilidade de estabelecer contato interpessoal, e formas mais leves, em que a inteligência e a fala são normais.

A maioria das crianças com autismo é parecida com as outras crianças. Porém, apresentam comportamentos diferentes, com atividades incomuns e algumas vezes incompreensíveis.

Crianças com as formas menos graves de autismo falam e demonstram capacidade intelectual, mas apresentam perturbações ao nível social e comportamental.

O autismo infantil é mais frequente em meninos e os seus primeiros sinais podem surgir já nos primeiros meses de vida da criança. Contudo, o transtorno raramente é diagnosticado precocemente.

Normalmente, o problema é detectado quando os sintomas tornam-se mais evidentes, o que geralmente ocorre entre os 2 e os 3 anos de idade. Uma vez que o transtorno é global, ou seja, afeta o indivíduo como um todo, muitas vezes é confundido com outros tipos de distúrbios psíquicos.

Quais são os sintomas do autismo?

Os sintomas do autismo geralmente estão presentes antes dos 3 anos de idade, mas são mais evidentes entre os 2 e os 6 anos. Alguns sinais que podem levar à suspeita de autismo, de acordo com a idade da criança:

  • 12 meses: a criança não emite sons nem balbucia e não realiza gestos como apontar ou acenar;
  • 16 meses: a criança não pronuncia palavras simples;
  • 24 meses: a criança não forma frases com duas palavras.

A perda de capacidades de linguagem ou de socialização, em qualquer idade, também é um sinal de alerta para o autismo. Vale ressaltar que a presença de alguma dessas características não implica necessariamente que a criança tenha autismo. Porém, se estiverem presentes, é importante proceder a uma investigação com uma equipe multidisciplinar, que pode envolver neurologista, pediatra, psicólogo, entre outros especialistas.

Pessoas autistas são difíceis de estabelecer relacionamentos, têm dificuldade no domínio da linguagem, daí os problemas de comunicação, e apresentam padrões de comportamento repetitivos.

Existem vários sinais que caracterizam o indivíduo autista. Pessoas com autismo apresentam pelo menos metade dos seguintes sintomas:

  • Dificuldade de relacionamento interpessoal;
  • Pouco ou nenhum contato visual com outras pessoas;
  • Riso inadequado;
  • Busca pelo isolamento social (preferência pela solidão);
  • Fixação visual em objetos;
  • Aparente insensibilidade à dor;
  • Rotação repetitiva de objetos;
  • Hiper ou inatividade;
  • Ecolalia (repetição de palavras ou frases);
  • Recusa de demonstrações de carinho (colo, abraços);
  • Não respondem pelo nome;
  • Dificuldade de expressar necessidades;
  • Dificuldade de aprendizado;
  • Repetição desnecessária de assuntos;
  • Dificuldade de mudança na rotina;
  • Não tem consciência de situações de perigo;
  • Acessos de raiva;
  • Desorganização sensorial.

Os sinais e sintomas do autismo infantil podem incluir ainda convulsões (cerca de 20% das crianças autistas têm epilepsia), transtornos do sono e alimentares, ansiedade e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)

Contudo, vale ressaltar que muitas vezes o autista domina a linguagem, consegue se comunicar e tem uma inteligência normal ou até acima da média. Essas pessoas apresentam menos dificuldade em interagir socialmente e podem ter uma vida praticamente normal.

Como é feito o diagnóstico do autismo?

Para o diagnóstico do autismo, são considerados distúrbios em três áreas, com início dos sintomas antes dos três anos de idade:

1. Comprometimento da interação social; 2. Comportamento e interesses restritos e repetitivos; 3. Comprometimento da comunicação verbal e não-verbal.

Quais as causas do autismo?

O autismo não possui uma causa definida, mas sabe-se que o transtorno é provocado por anomalias no funcionamento e na estrutura do cérebro. Fatores hereditários também podem estar associados ao aparecimento do autismo.

Crianças com determinadas síndromes genéticas, rubéola congênita, esclerose tuberosa, entre outras doenças, podem ter mais chances de desenvolver autismo.

O autismo também pode estar associado a fatores relacionados com a gestação ou com o parto, além de infecções virais, alterações metabólicas e exposição a metais pesados.

Autismo tem cura? Como é o tratamento?

O autismo não tem cura. Porém, com o tratamento adequado e as devidas medidas educacionais e comportamentais, é possível diminuir os comportamentos mais estranhos e oferecer uma maior autonomia ao paciente.

Muitas vezes são usados medicamentos antidepressivos, antipsicóticos ou medicação específica para tratar a hiperatividade.

O autismo é uma doença crônica e o tratamento deve ser instituído assim que seja feito o diagnóstico. O tratamento deve ser multidisciplinar e individual, baseado no grau de comprometimento de cada paciente.

O diagnóstico e tratamento podem ser conduzidos por médico psiquiatra, em associação com outros especialistas, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo.

Hemoglobina glicada, o que é?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A hemoglobina glicada (HbA1c) é uma forma de hemoglobina, resultado da reação entre a glicose do sangue e a proteína hemoglobina. Sendo assim, quanto mais açúcar temos no sangue, maior será a formação de HbA1c.

A hemoglobina ligada ao açúcar, tem uma vida média de 90 dias, por isso os seus valores representam a média de glicemia, dos últimos 3 meses. O que justifica por vezes, uma diferença entre esse exame e o exame de glicemia de jejum.

A glicemia de jejum avalia o nível de açúcar no sangue exatamente daquele momento que colheu a amostra de sangue no laboratório. Dependendo de quantas horas de jejum e da última refeição do paciente, esse valor pode ser alto, baixo ou normal. Já os valores de HbA1c não se alteram.

Por isso não é raro um exame de glicemia ser normal, ou baixa, e a hemoglobina glicada alta nos casos de diabetes mal controlado. Isso significa que os últimos meses foram de açúcar alto no sangue, apesar daquele momento a glicemia estar normal ou baixa.

Para que serve o exame de hemoglobina glicada?

A principal função da HbA1c é auxiliar no diagnóstico e acompanhamento da diabetes.

Como os valores demonstram a média de açúcar no sangue, esse valor é mais fidedigno principalmente na análise do controle da diabetes.

Se os resultados da HbA1c e a glicemia de jejum forem muito diferentes, o mais indicado é repetir o exame com a orientação de manter os hábitos de vida e de alimentação antes de coletar o exame de sangue.

Quais são os valores de referência da hemoglobina glicada?

Para fazer o exame de hemoglobina glicada, não é necessário estar em jejum. O exame é feito através da coleta de uma pequena amostra de sangue.

Para diagnóstico do diabetes, os valores de referência são:

  • Valores menores que 5,7%: ausência de diabetes;
  • Valores entre 5,7% e 6,4%: diagnóstico de pré-diabetes;
  • Valores maiores ou iguais a 6,5%: diabetes.

Para o controle do diabetes, os valores de referência são:

  • Valores entre 4 e 6%: controle adequado;
  • Valores entre 6 e 7%: controle moderado da diabetes;
  • Valores maiores de 7%: diabetes mal controlada.

Os valores abaixo de 7% indicam um menor risco de complicações vasculares, enquanto valores superiores a 7%, além de indicar uma descompensação da doença, elevam consideravelmente os riscos de complicações da diabetes.

Quando dosar a hemoglobina glicada?

No acompanhamento do diabetes, com a doença sob controle, o exame deve ser repetido a cada 6 meses, mas nos casos de controle inadequado ou em ajustes de doses, é medida a cada 3 meses.

O rastreio de diabetes em pessoas com baixo risco para a doença, pode ser feito uma vez ao ano.

Para diagnóstico e tratamento do diabetes, é necessário procurar um médico clínico geral, médico de família ou endocrinologista.

Existem tipos de sangue incompatíveis?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, há tipos de sangue incompatíveis, especialmente quando se trata de transfusões sanguíneas, e de gestação. Para receber uma transfusão é preciso analisar os tipos sanguíneos do receptor e do doador, para evitar uma reação do organismo que pode ser fatal.

Os tipos sanguíneos são determinados pela presença de antígenos na superfície dos glóbulos vermelhos. Os sistemas ABO e o sistema Rh são os principais a ser determinados. De acordo com o sistema ABO, são formados os tipos sanguíneos: A, B, AB e O. O Sistema Rh divide os tipos sanguíneos em Rh positivo, quando o antígeno está presente ou negativo, quando ausente.

A avaliação para transfusão e para a gestação serão abordadas com mais detalhes a seguir.

Tipos de sangue incompatíveis para uma transfusão
  • Tipo A - Os indivíduos com sangue A não podem receber sangue do tipo B nem do tipo AB, pois o antígeno B presente nessa hemácia vai causar uma reação e produção de anticorpos contra ele; poderá receber apenas dos tipos sanguíneos, A ou O.
  • Tipo B - Pessoas com sangue tipo B não podem receber do tipo A nem do AB, porque não reconehce os antígenos tipo A. Então só podem receber transfusões de tipo B ou O;
  • Tipo AB - Indivíduos com sangue tipo AB, podem receber transfusões de qualquer tipo sanguíneo, sendo por isso considerados o receptor universal.
  • Tipo O - Já pessoas com tipo sanguíneo O, só podem receber deles mesmo, qualquer outro tipo de sangue, A, B ou AB podem desencadear reação inclusive pode ser fatal. Em contrapartida, pode doar para todos os tipos, conhecido portanto, como doador universal.

Indivíduos com sangue Rh negativo só podem receber transfusões de Rh negativo, salvo raras exceções. Já indivíduos com Rh positivo podem receber transfusões de Rh positivo ou negativo.

Complementando a informação acima, então, o doador universal é o tipo O negativo, e o receptor universal, o tipo AB positivo.

Tipos de sangue incompatíveis para ter filhos

A importância maior é determinar o fator RH dos pais. Porque quando a mãe é RH negativo e pai RH positivo, o bebê tem grande chance de ser RH positivo. Com isso, durante a gestação e principalmente após o parto, libera volume maior de sangue para a corrente sanguínea da mãe.

Depois do primeiro parto de um bebê Rh positivo, ou da transfusão acidental de sangue Rh positivo, o sangue da mãe cria anticorpos anti-Rh+. Durante a segunda gravidez, esses anticorpos podem atravessar a placenta e uma doença chamada eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do recém-nascido.

A doença pode causar anemia, mal formação fetal, problemas cardiológicos e até a morte do bebê. No entanto, hoje já existem tratamentos para esta condição, e mães com Rh negativo, com pesquisa positiva para esses anticorpos. O mais indicado é administrar na gestante, imunoglobulina anti-D (RhoGAM®) algumas semanas antes do parto ou nas primeiras 72 horas após o parto, de forma a impedir a formação dos anticorpos que poderiam criar complicações nas gestações seguintes.

A pesquisa do tipo sanguíneo (ABO e Rh), além da pesquisa de coombs indireto (se Rh negativo), deve ser feita no pré-natal de toda a gestante.

Para maiores informações, consulte o seu obstetra ou clínico geral.

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Referência:

ABHH - Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.

Quais são os valores de referência da hemoglobina glicada?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Os valores de referência para hemoglobina glicada dependem do paciente e do motivo pelo qual o médico o solicitou.

Para o diagnóstico de diabetes, consideram-se valores acima de 6,5%, confirmados em outra ocasião. Indivíduos com valores entre 5,7% e 6,4% são considerados de alto risco para o desenvolvimento de diabetes.

Para indivíduos já com diagnóstico de diabetes, a hemoglobina glicada pode ser utilizada para o seguimento do controle da doença, refletindo a média das glicemias nos últimos três meses. O valor de hemoglobina glicada mantido abaixo de 7% (método HPLC) protege contra o surgimento e a progressão das complicações microvasculares do diabetes (sequelas oculares e renais) e da neuropatia. Todavia, tendo em conta que a glicemia e os problemas vasculares têm uma correlação contínua, para uma boa parte dos pacientes é importante tentar alcançar o valor mais próximo da normalidade. No entanto deve se procurar não aumentar o número de episódios de hipoglicemia repetidos. O controle muito rígido pode não ser benéfico em todos os pacientes. Indivíduos com longa duração do diabetes, e/ou que tenham mantido mau controle glicêmico por longos períodos, assim como como aqueles que apresentam complicações crônicas já instaladas (alteração ocular, renal, aterosclerose, neuropatia), podem ter alvos de HbA1C menos rígidos (até 8%). 

O diagnóstico e seguimento do diabetes deve ser feito por médico clínico geral ou endocrinologista.

Hemoglobina na urina é grave? O que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Hemoglobina na urina (hemoglobinúria) pode ser consequência potencialmente grave de diversas condições. Contudo, as causas mais frequentes de hemoglobina positiva na urina são pouco graves e tratáveis, como infecção urinária e cálculos renais.

O que significa hemoglobina na urina?

A hemoglobina é um pigmento presente nas hemácias (glóbulos vermelhas), células que constituem o sangue. Em algumas doenças, pode ocorrer a passagem da hemoglobina para a urina.

A presença de hemácias na urina (hematúria) pode ser a causa da hemoglobinúria, essa situação ocorre principalmente em quadros de:

  • Infecção urinária (cistite, pielonefrite),
  • Prostatites ou hiperplasia da próstata,
  • Cálculos renais,
  • Cistos renais,
  • Distúrbios glomerulares,
  • Tumores do trato urinário.

No entanto, é possível também haver situações em que há hemoglobina na urina sem a presença de hemácias, ou seja, uma hemoglobinúria sem hematúria.

Essa situação acontece quando alguma condição leva a um processo excessivo de hemólise, ou seja, ruptura das hemácias do sangue, algo que ocorre em doenças e condições como: a malária, hemoglobinúria paroxística noturna, queimaduras, vasculites e reações a transfusão sanguínea.

Como entender a hemoglobina no exame de urina?

O principal sinal de hemoglobinúria é a alteração na coloração da urina, que se torna avermelhada, mas também é possível que a hemoglobinúria não cause nenhuma mudança na cor na urina, quando isso ocorre só é possível o diagnóstico através de um exame de urina.

O exame de urina tipo 1, ou EAS, pode detectar esse pigmento na urina, mesmo que a pessoa não esteja a apresentar nenhum sintoma.

No exame de urina a presença da hemoglobina geralmente é descrita com cruzes (+), quanto mais cruzes maior a quantidade de hemoglobina na urina. Quando há uma quantidade muito pequena pode aparecer descrito o termo "traços de hemoglobina".

Outras causas de hemoglobinúria

Há outras possíveis causas de hemoglobinúria, que são várias e estão listadas a seguir:

  • Glomerulonefrite aguda;
  • Queimaduras extensas;
  • Malária;
  • Doenças hematológicas, como hemoglobinúria paroxística noturna, em que a hemoglobinúria ocorre à noite; púrpura trombocitopênica trombótica (TTP); anemia falciforme;
  • Síndrome hemolítico-urêmica, doença infecciosa causada por um tipo de bactéria Escherichia coli;
  • Pielonefrite;
  • Reação transfusional;
  • Tuberculose do trato urinário;
  • Envenenamento por chumbo.

O tratamento da hemoglobinúria irá depender da sua causa, podendo ser necessária uma avaliação de urgência, além disso, dependendo da gravidade e da causa da hemoglobinúria, pode ser necessária internação hospitalar.

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O que fazer em caso de plaquetas baixas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A plaquetopenia, como chamamos as plaquetas baixas no sangue, devem ser tratadas conforme a sua causa. Situações como a gravidez, ou durante uma virose, a queda das plaquetas são temporários, por isso não existe um tratamento específico, mas devem seguir orientações, como evitar traumas e aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina K.

Entretanto, nos casos graves, pode ser preciso uma transfusão de plaquetas de urgência. Importante frisar ainda, que existem indivíduos saudáveis, que apresentam níveis discretamente baixos de plaquetas (usualmente próximos a 100.000/mm³), sem causar prejuízo à sua saúde. Nestes casos, nada deve ser feito, além de acompanhar com exames periódicos.

O hematologista é o médico capacitado para identificar a doença a ser tratada, dar início ao tratamento mais adequado e demais recomendações nos casos de plaquetopenia. Entenda um pouco mais cada etapa deste tratamento, a seguir.

1. Identificar a causa

Essa etapa é a mais importante, porque enquanto houver uma doença impedindo a formação ou destruindo as plaquetas existentes, a doença não será controlada.

2. Transfusão de plaquetas

Nos casos mais graves, de sangramento abundante e risco de vida, será indicado transfusão de plaquetas, que duram em média 3 dias. Havendo necessidade, a transfusão poderá ser repetida.

3. Medicamentos
  • Corticoides — são utilizados para aumentar a contagem de plaquetas, mas também com duração reduzida, geralmente indicado no tratamento da Púrpura Trombocitopênica Idiopática ou PTI;
  • Azatioprina — imunossupressor, diminui a produção de anticorpos pelo organismo sendo utilizado também nos casos de PTI;
  • Imunoglobulina endovenosa — indicada em situações de maior gravidade, como PTI refratária, infecção generalizada.
4. Alimentação

Não existem alimentos que aumentem a quantidade de plaquetas no sangue, entretanto, alimentos ricos em vitamina K são essenciais para a formação de fatores de coagulação, que contribuem para o controle de sangramento. Portanto, nesse caso, o consumo de alimentos ricos nessa vitamina pode ser benéfico.

Alimentos ricos em vitamina K: vegetais verde-escuros, como espinafre, couve, acelga, brócolis, agrião, ainda, fígado e ovos.

5. Cuidados gerais Escovar os dentes com cuidado

Usar escovas de dentes macias, adequadas e evitar movimentos grosseiros durante a escovação, além de não usar fio dental, são recomendações úteis para evitar sangramento oral.

Evitar bebidas alcoólicas e medicamentos sem orientação médica

As bebidas alcoólicas e medicamentos que interferem na coagulação, como anticoagulantes, anti-inflamatórios e alguns analgésicos, devem ser evitados, para não comprometer ainda mais a coagulação.

Evitar atividades físicas e atividades de lazer perigosas

Situações perigosas como atividades físicas de autodefesa, artes marciais, bicicleta ou alpinismo, devem ser desencorajadas, enquanto o problema não é resolvido, devido ao risco de ferimentos que exijam uma coagulação adequada.

Atenção com objetos cortantes

Ter atenção redobrada quando manusear objetos cortantes, como faca, tesoura ou lâminas.

Comprimir os ferimentos

Caso ocorra um corte ou ferimento com sangramento, é importante fazer uma compressão do local, por tempo prolongado, para auxiliar nessa coagulação e reduzir a perda de sangue.

Nos casos de cortes profundos ou sangramento volumoso, procure imediatamente um serviço de urgência, para evitar complicações mais graves.

O que é plaquetopenia, ou trombocitopenia?

Trombocitopenia ou plaquetopenia, é o nome dado ao caso de plaquetas baixas no sangue. O valor normal, com pequenas variações entre laboratórios, é de 150.000 a 400.000 plaquetas por mm³. Valores abaixo de 150.000 é considerado plaquetopenia ou trombocitopenia.

As plaquetas são células do sangue, que participam ativamente da coagulação. Portanto, valores abaixo de 150.000/mm³, aumentam o risco de sangramento. Por isso a necessidade de investigar a causar, iniciar quanto antes o seu tratamento, para evitar complicações maiores.

As principais complicações são os sangramentos gástricos e intra cerebrais (AVC hemorrágico).

Causas de plaquetopenia

A diminuição das plaquetas no sangue podem ser causadas de 2 formas, pela diminuição da sua produção, nas doenças da medula óssea, local onde as plaquetas são produzidas, ou pela destruição mais rápida das células existentes, como nos casos de viroses, doenças autoimunes, tratamento quimioterápico ou medicamentos.

As causas mais comuns são: trombocitopênica imune (PTI), infecções virais e bacterianas, uso de certos medicamentos, gravidez, doença do fígado, doenças do baço e doenças da medula óssea (órgão responsável pela sua produção).

Para cada uma das situações, existe um tratamento específico a ser indicado. O hematologista é o responsável por essa avaliação e tratamento.

Sintomas de plaquetopenia

Os sintomas de plaquetopenia, na maioria das vezes, aparecem apenas nos casos mais graves, quando as plaquetas estão abaixo de 50.000/mm³, como:

  • Petéquias (pequenos pontinhos avermelhados no corpo);
  • Sangramento gengival ao escovar os dentes ou passar fio dental;
  • Sangramento vaginal abundante ou fora do período menstrual;
  • Sangramento na urina ou nas fezes;
  • Sangramento espontâneo pelo nariz e
  • Dificuldade de coagulação em pequenos ferimentos.

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Qual é o perigo de ter plaquetas baixas?

Referência:

ABHH - Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular.

Quais são os sintomas de plaquetas baixas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas de plaquetopenia ou trombocitopenia (plaquetas baixas) dependem do quão baixas estão as plaquetas. Considera-se plaquetopenia quando as plaquetas estão abaixo de 150.000/mm³.

Os sinais mais comuns das plaquetas baixas são os sangramentos na pele e nas mucosas, que ocorrem espontaneamente quando o número de plaquetas estão abaixo de 30.000/mm³. Nesses casos, pode haver:

  • Pequenos pontinhos avermelhados no corpo (petéquias ou hemorragias puntiformes);
  • Sangramentos pelas gengivas (gengivorragia);
  • Sangramento menstrual abundante;
  • Sangramento na urina ou nas fezes;
  • Sangramento de maior intensidade quando ocorre um ferimento;
  • Sangramento pelo nariz (epistaxe).

A plaquetopenia pode ser leve (plaquetas entre 100.000 a 150.000/mm³), moderada (plaquetas entre 50.000 e 99.000/mm³) e grave (plaquetas abaixo de 50.000/mm³).

Porém, algumas pessoas podem apresentar valores de plaquetas entre 100.000 e 150.000/mm³ sem isso ser classificado como um quadro de plaquetopenia. Isso significa que, para alguns indivíduos, pode ser normal ter as plaquetas baixas.

As plaquetas são células produzidas na medula óssea, que possuem a propriedade de coagular o sangue e de ajudar que uma ferida pare de sangrar.

É importante frisar que as plaquetas não são as únicas envolvidas da cascata de coagulação. Sendo assim, outras doenças podem levar a sangramentos, sem ocorrer alteração na contagem das plaquetas.

Plaquetas baixas: o que pode ser?

O número de plaquetas pode estar baixo devido à queda da produção de plaquetas na medula óssea, destruição das plaquetas por anticorpos ou acúmulo e destruição das plaquetas no baço.

As principais causas de plaquetopenia incluem: púrpura trombocitopênica imune (PTI), infecções virais e bacterianas, uso de certos medicamentos, gravidez, doença crônica do fígado, aumento de tamanho do baço, doenças das plaquetas e doenças da medula óssea.

O tratamento para a plaquetopenia pode ou não ser necessário, conforme as suas causas e com o número de plaquetas encontrado no sangue.

Também é importante observar a evolução da contagem das plaquetas por um período, pois há variações consideradas normais. Porém, contagem baixa de plaquetas persistente deve ser melhor investigada por um clínico geral ou hematologista.

Leia também:

Referência

SBHH. Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.

Quais são os valores de referência do Beta-hCG?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Os valores de referência do Beta-hCG são os seguintes (podem variar de acordo com o método e os reagentes utilizados):

Em homens e mulheres não grávidas, saudáveis o resultado é NEGATIVO.

Para o diagnóstico de gravidez:

                • De 5 a 50mU/ml: indeterminado                 • Acima de 50mU/ml, mulher saudável: POSITIVO

A gonadotrofina coriônica humana (hCG), é uma glicoproteína hormonal sintetizada nas células trofoblásticas sinciciais, com a função de manter o corpo lúteo no primeiro trimestre da gestação, quando a placenta assume a função de produção de progesterona. A molécula de hCG é composta por unidades, alfa e beta, sendo que a subunidade beta é específica para a gravidez. A pesquisa de Beta-hCG pode ser feita no sangue ou na urina quando há suspeita de gravidez (normal ou ectópica), aborto, doença trofoblástica gestacional e no caso de tumores germinativos (ovarianos e testiculares).

Comentários
  • O paciente deve fazer jejum de 4 horas antes da coleta do exame e pode ser realizado no dia da provável menstruação. No caso da urina, deve-se colher preferencialmente a primeira urina da manhã, que contém maior concentração de hCG;
  • O diagnóstico da gravidez não deve se basear somente no resultado do exame laboratorial, mas sim na correlação do resultado do teste com os sinais e sintomas clínicos. Um resultado negativo não deve ser considerado para excluir a possibilidade de gravidez - sugere-se realizar um novo teste em amostra colhida após 7 dias;
  • Quando o resultado for indeterminado, atenção especial na evolução, com repetição após 72 horas;
  • O diagnóstico de gravidez pode ser feito a partir do 2º dia de atraso menstrual e na gravidez normal a concentração dobra a cada 2 dias da 2ª à 5ª semana de evolução;
  • Determinações seriadas podem ser usadas na suspeita de gravidez anormal, quando o ritmo de elevação na concentração de HCG é menor do que o esperado ou mesmo podendo diminuir, em casos de aborto ou gravidez ectópica;
  • A pesquisa na urina é usada como método de triagem, pois seus resultados são qualitativos e o limiar de detecção é menor do que no sangue;
  • Amostras de pacientes com doenças trofoblásticas como coriocarcinoma ou mola hidatiforme que secretam hCG, podem produzir resultados positivos na ausência de gravidez;
  • Baixas concentrações de hCG podem ocorrer em mulheres saudáveis não grávidas;
  • Resultados falso-positivos podem ocorrer, raramente, em amostras que contenham concentrações elevadas de LH (menopausa). Portanto, resultados positivos em mulheres com mais de 45 anos devem ser interpretados com cautela.

A interpretação dos resultados do exame deve ser realizada pelo médico que o solicitou, em conjunto com a história e o exame clínico. Para maiores informações, procure um médico clínico geral ou preferencialmente um ginecologista.

Corrimento marrom pode ser gravidez?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. O corrimento marrom, associado a menstruação atrasada, pode ser um sinal de gravidez. Isso ocorre porque no momento em que o embrião se implanta na parede interna do útero, pode romper alguns pequenos vasos, causando um sangramento, chamado sangramento de nidação.

O sangramento de nidação tem como características principais: pequeno volume, quase imperceptível em algumas mulheres, de coloração amarronzada ou rosada, com duração de no máximo 2 a 3 dias.

Um corrimento marrom volumoso ou com duração maior que 3 dias não deve ter relação com a gravidez. Nesse caso devem ser pesquisadas outras causas como: sangramento de escape, infecções ou tumores. Para identificar a causa correta e tratamento, procure um ginecologista.

Como confirmar a gravidez?

Para confirmar ou descartar uma gravidez, basta realizar o teste de farmácia e/ou teste de sangue com a dosagem do hormônio Beta HCG, de preferência após 7 dias de atraso menstrual.

Esses são os primeiros exames que apontam para a gravidez. Depois é importante avaliar o local aonde o embrião foi implantado e a possibilidade da gravidez evoluir satisfatoriamente, com a ultrassonografia e demais avaliações médicas.

Causas de corrimento marrom

Existem diversas outras causas para o aparecimento de um corrimento marrom na mulher. As mais comuns são:

  • Uso de anticoncepcionais (sangramento de escape),
  • Infecção urinária,
  • Candidíase,
  • Vaginose bacteriana,
  • Doença sexualmente transmissível,
  • Traumas,
  • Aborto e o
  • Câncer.

Com a avaliação das queixas e exame clínico, é provável que o médico defina as possibilidades para esse corrimento.

Corrimento marrom na gravidez

No caso de gravidez, além da sangramento de nidação, existem outros sintomas, como o atraso menstrual, enjoo pela manhã, maior sensibilidade nas mamas e sonolência. No exame clínico, o ginecologista é capaz de observar outros sinais como amolecimento do colo do útero e coloração da vulva alterada.

Entretanto, até 30% das grávidas podem ter algum tipo de sangramento no início da gestação, e cerca de metade deles são indicativos de aborto, por isso é tão importante informar ao médico sobre qualquer um evento de sangramento.

Corrimento marrom com uso de anticoncepcionais

Chamado de sangramento de escape, o corrimento marrom ou menstruação escura, em pouca quantidade ou fora do período menstrual aguardado, é comum em mulheres que recorrem a anticoncepcionais hormonais.

Corrimento marrom na infecção vaginal

No caso de infecções, a mulher apresenta além do corrimento, queixas de ardência local, ardência e dor ao urinar, incômodo durante as relações, o corrimento tem mau cheiro e pode haver irritação na mucosa da vagina. Na candidíase é comum a presença de secreção esbranquiçada e coceira intensa.

Neste caso é preciso iniciar o tratamento com antibióticos ou antifúngicos o quanto antes, para evitar complicações de saúde como a dificuldade para engravidar. O ginecologista deverá avaliar o melhor tratamento, caso a caso.

Corrimento marrom nos casos de tumor ou câncer

Nos casos de tumor benigno ou câncer, a tumoração pode ou não ser visualizada ao exame clínico e ginecológico, porém pode ter como primeiro sintoma, a presença de pequenos sangramentos ou corrimento escuro. Os sintomas associados são de queixa de falta de apetite e perda de peso. A dor não costuma estar presente nos estágios iniciais da doença.

O que pode causar sangramento na gravidez?

Uma das causas de sangramento nas primeiras semanas de gravidez é o aumento da irrigação sanguínea do útero, facilitando esses episódios, embora na maioria das vezes não seja sinal de alarme.

Os sangramentos que ocorrem depois dos primeiros meses de gestação, já preocupam, porque podem sinalizar um problema grave.

Causas de sangramento na primeira metade da gestação
  • Sangramento de nidação, pequeno sangramento marrom, devido à penetração do embrião na parede do útero;
  • Gravidez ectópica, quando a gestação acontece fora do útero, o local mais comum é a trompa (ou tuba), por isso recebe o nome de gravidez tubária;
  • Gestação molar, uma espécie de tumor da placenta que simula uma gestação, mas sem embrião;
  • Aborto, ou início de abortamento.
Causas de sangramento na segunda metade da gestação

Na segunda metade pode ser sinal de descolamento prematuro da placenta, ruptura do útero, placenta prévia, vasa prévia ou ainda início de trabalho de parto prematuro.

Outras causas de sangramento durante a gravidez incluem alterações hormonais, relação sexual, presença de pólipo uterino, candidíase, tricomoníase, herpes genital, entre outras.

Portanto, sempre que ocorrer sangramento ou corrimento, de qualquer cor ou tipo, procure imediatamente um ginecologista para avaliação.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos:

Referências:

UpToDate. Patient education: Vaginal discharge in women (The Basics). Sep 28, 2020

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Corrimento marrom na gravidez é normal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O corrimento marrom na gravidez pode ser normal ou não, depende.

Um corrimento com essa coloração (considerando marrom escuro ou avermelhado) geralmente indica que há sangue em sua composição. As causas do corrimento marrom podem variar conforme o tempo de gravidez.

Nas primeiras semanas de gravidez, o corrimento marrom poder ter origem em causas fisiológicas como implantação do embrião, aumento da sensibilidade do colo do útero. Entretanto, o aborto e a ameaça de aborto também são causas que devem ser consideradas na primeira metade da gestação.

Já na segunda metade outras condições de maior gravidade podem levar a ocorrência de sangramento e aparecimento de corrimento de cor marrom, como o descolamento prematuro de placenta ou a placenta prévia.

Corrimento marrom na primeira metade da gravidez (até 20 semanas)

No início da gravidez, pode ocorrer corrimento marrom devido a pequenos sangramentos causado por motivos frequentemente normais e fisiológicas, como:

Implantação do embrião na parede uterina: pode levar a um pequeno sangramento no período em que deveria vir a menstruação. O corrimento pode ficar rosado ou marrom durante alguns dias e depois voltar ao normal

Vagina mais sensível a sangramentos: a modificação nos vasos sanguíneos do colo do útero e das paredes vaginais durante a gravidez pode predispor a sangramento em situações corriqueiras como exames ginecológicos ou relações sexuais.

Durante a gestação, há também uma maior susceptibilidade de infecções vaginais, o que também pode causar corrimentos.

Nestes casos, o sangramento é similar ao que ocorre em uma menstruação, porém em menor quantidade e duração do fluxo.

Contudo, sangramentos no primeiro trimestre também podem indicar situações muito mais graves, tais como:

  • Aborto (ou ameaça de aborto, que ocorre em até 25% de todas as gestações). O aborto corresponde a interrupção da gestação 20 semanas antes de 20 semanas de gravidez. Pode se iniciar com um sangramento em pequena quantidade, que se torna progressivamente mais intenso acompanhado de cólicas menstruais.
  • Gestação ectópica: ocorre quando o embrião se implanta fora da cavidade uterina, como trompas ou ovários. Pode causar sangramento irregular em pequena ou grande quantidade, além de dor abdominal.
Corrimento marrom na segunda metade da gravidez ( a partir de 20 semanas)

Além dos sangramentos "normais", decorrentes de lesões mecânicas da parede vaginal e das infecções vaginais, o corrimento marrom pode indicar o inicio de sangramento que podem ocorrer em condições de maior gravidade e que demandam atenção imediata, tais como:

  • Descolamento prematuro de placenta: ocorre em gestações mais avançadas com 20 semanas ou mais. Significa que a placenta se separou do útero, enquanto deveria permanecer grudada até o fim da gestação. Este processo causa sangramento intenso.
  • Placenta prévia: ocorre quando a placenta fica inserida na porção inferior do útero, enquanto em uma situação normal deveria estar em uma posição mais superior. A placenta prévia causa um sangramento intermitente, que pode levar ao aparecimento de um corrimento marrom. Como a placenta muda de lugar durante a gestação e se torna fixa apenas a partir da 28º semana, após este período se ela se mantém em uma posição mais inferior no útero já pode ser chamada de placenta prévia.

Sempre que ocorrerem corrimentos ou sangramentos durante a gestação, ainda que geralmente comuns, um médico ginecologista deve ser consultado imediatamente para avaliação e tratamento adequado.

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Corrimento marrom, o que pode ser?

Referências bibliográficas:

Overview of the etiology and evaluation of vaginal bleeding in pregnancy. Uptodate. 2021.

Corrimento marrom, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O corrimento marrom pode ser causado por diversos motivos. O tempo em que o sangue menstrual fica retido no interior da vagina pode causar alterações na sua composição, fazendo o sangue ficar escuro e ao ser misturado com as secreções vaginais e do colo do útero levam a formação de um corrimento de cor marrom.

Outra situação que causa corrimento marrom muito frequentemente são as infecções vaginais de causa bacteriana (corrimento geralmente amarelado, mas pode ser marrom-claro na vaginose bacteriana). Vulvovaginite podem ser também a causa de corrimento marrom, principalmente nos períodos que antecedem e são posteriores a menstruação.

O que causa corrimento marrom escuro?

Quando o corrimento vaginal é marrom escuro, geralmente adquire esta cor por ter sangue em sua composição. Isto pode indicar feridas sangrantes no colo do útero, nas paredes vaginais, nas tubas uterinas ou ser proveniente da própria parede uterina (alteração menstrual).

Normalmente, o corrimento vaginal adquire a cor marrom devido à presença de sangue coagulado na sua composição. Esses restos de sangue podem ter como causas resquícios do período menstrual, traumatismos, infecções, presença de corpo estranho, câncer, atrofia vaginal, gravidez ectópica (gravidez fora do útero), entre outras.

O que causa corrimento marrom como borra de café?

A menstruação em borra de café, verificada no final do período, também pode ter coloração marrom. Trata-se da mudança de cor do sangue, que oxida devido ao tempo que fica retido no útero até ser expelido, o que altera a sua cor.

O corrimento marrom deixa de ser considerado “normal”, ou seja, fisiológico, se persistir por vários dias ou vier acompanhado de mau cheiro.

Corrimento marrom nas infecções, alergias e outras doenças

Nos casos de infecção bacteriana vaginal, normalmente outros sinais e sintomas acompanham o corrimento marrom, como: ardência, cheiro forte e desagradável, inchaço, prurido (coceira) ou vermelhidão.

O corrimento vaginal marrom também pode ser decorrente de doença inflamatória pélvica (DIP), muito mais grave, que pode necessitar de internação hospitalar para tratamento. Outras doenças como câncer do colo do útero, câncer de endométrio, pólipos ou miomas uterinos, endometrite também podem causar corrimento marrom.

Alergias e irritação

Grande parte dos corrimentos crônicos são causados por preservativos. O látex das camisinhas pode provocar alergia em algumas mulheres, o que vai desregular o pH vaginal e criar um ambiente propício à proliferação de bactérias que causam a vaginose bacteriana.

Produtos de higiene íntima (duchas vaginais) também são agentes que provocam irritação. Duchas podem levar à destruição das bactérias benéficas (flora vaginal normal — bacilos de Doderlein) que impedem a proliferação de bactérias causadoras de doenças como as da vaginose.

O uso de sabonetes, lubrificantes e cremes vaginais sem indicação do médico é outro fator que pode explicar corrimentos recorrentes.

Corrimento marrom após relações sexuais

O corrimento marrom escuro geralmente indica sangramento em algum local do aparelho reprodutor. O sangramento pode ser oriundo da própria parede vaginal ou do colo do útero, como consequência de relações sexuais intensas ou repetidas.

Corrimento marrom na gravidez

Nas primeiras 12 semanas de gestação, algumas mulheres podem apresentar secreção vaginal marrom. Esse pequeno sangramento pode se originar da implantação do embrião na parede uterina (nidação). Neste caso o sangramento é semelhante à menstruação, mas em pequena quantidade, de coloração mais clara e dura poucos dias.

A vagina e o colo do útero também ficam mais sensíveis durante a gravidez, podendo sangrar mais facilmente durante relações sexuais ou exames ginecológicos. Além disso, aumenta a chance de infecções nesse período.

Sempre que ocorrerem corrimentos ou sangramentos durante a gestação, ainda que geralmente comuns, um ginecologista deve ser consultado imediatamente.

O corrimento também pode significar algo mais grave, como:

  • Perda sanguínea decorrente de gravidez ectópica com rotura de tuba uterina (acompanhada de fortes dores abdominais em cólica)
  • Aborto (ou ameaça de aborto)
  • Placenta prévia
  • Descolamento prematuro de placenta
  • Rotura de vasa prévia

Para maiores esclarecimentos, consulte um ginecologista ou médico de família para receber diagnóstico e tratamento adequados.

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