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Tomei injeção anticoncepcional e tive relação no outro dia. Corro o risco de engravidar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, o risco de engravidar é pequeno, mas existe. O tempo de início do efeito da injeção anticoncepcional irá depender de quando começou o seu uso.

Caso tenha iniciado a injeção anticoncepcional até 7 dias após o primeiro dia da menstruação, já está protegida logo a seguir, e o risco de gravidez é mínimo, portanto já poderá ter relação logo após a aplicação.

Contudo, caso tenha tomado a injeção anticoncepcional após 7 dias passados do primeiro dia da menstruação, só poderá ter relação após sete dias da aplicação da injeção, já que a proteção contra gravidez só é garantida após esse período.

Nesse caso está recomendado o uso de um método de barreira, como a camisinha por pelo menos 7 dias após a aplicação da injeção.

Essa recomendação é válida tanto para anticoncepcionais injetáveis mensais (Perlutan®, Ciclovular®, Mesigyna®), quanto para os injetáveis trimestrais (Depo-provera®, Contracep®).

Troquei da pílula para a injeção anticoncepcional, corro o risco de engravidar?

Se estava em uso de algum outro contraceptivo hormonal oral de maneira correta e trocou pela injeção, a proteção se inicia imediatamente e não é necessário o uso de nenhum outro método de apoio, o risco de gravidez é mínimo.

Caso tenha dúvida sobre gravidez é possível realizar um teste de gravidez ao se confirmar o atraso menstrual. Ao contrário do que comumente se pensa os anticoncepcionais não alteram o resultado.

Consulte o seu médico ginecologista ou médico de família caso apresente mais dúvidas.

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Referência

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Feridas na região íntima
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A presença de feridas na região íntima, seja na virilha, vulva ou vagina pode ter diferentes causas. Feridas, cortes e machucados leves podem ser causados por situações cotidianas como depilação, relação sexual, uso de tampões ou coletores menstruais.

A presença de fissuras vaginais também pode ocorrer devido a oscilações hormonais, e diminuição da lubrificação vaginal. Na menopausa, por exemplo, a queda dos níveis de estrogênio podem causar secura vaginal, fazendo com que lesões na região genital possam tornar-se mais frequentes, inclusive após o ato sexual.

Algumas medidas de cuidados importantes para a resolução e cicatrização dos ferimentos, em qualquer situação, são:

  • Lavar a área com água morna uma ou duas vezes por dia;
  • Evitar usar sabonetes perfumados, pois isso pode afetar o delicado equilíbrio do pH da sua vagina;
  • Após o banho secar a região íntima com cuidado, vista-se quando estiver totalmente seca;
  • Usar roupas íntimas de algodão e roupas leves e soltas até curar;
  • Evite relações sexuais durante o tratamento, se tiver relações use preservativo.

Lesões leves na região genital podem melhorar com o decorrer do tempo sem a necessidade de um tratamento específico. As escoriações causadas pelo ato sexual costumam ser leves e melhoram espontaneamente.

Quando se usa cremes ou pomadas para tratar feridas na região íntima?

O uso de pomadas ou cremes pode estar indicado, dependendo da causa do ferimento na região íntima. Algumas condições que podem levar ao uso de cremes e pomadas são:

Foliculite

A inflamação e infecção em pelos da região íntima, chamada de foliculite, causada pela depilação, pode melhorar apenas com a higiene habitual e realização de compressas mornas no local.

Nas infecções de origem bacteriana, o uso de pomadas contendo antibióticos pode ajudar, algumas pomadas comumente utilizadas são clindamicina, Nebacetin, Mupirocina, entre outras.

Leia mais em: Existe algum tratamento para foliculite?

Secura vaginal

Em situações em que a ferida na região íntima é causada por secura vaginal o uso de cremes lubrificantes pode causar alivio e prevenir o aparecimento de lesões. Em mulheres após a menopausa que apresentam atrofia genital, o uso de cremes contendo estrógenos, como o Estriol, é eficaz em aliviar os sintomas.

Candidíase

Já quando as feridas têm origem em infecções fúngicas como é o caso da candidíase vulvovaginal o tratamento pode ser feito com cremes vaginais que contém antifúngicos como o miconazol, a nistatina e o clotrimazol.

Reações alérgicas e dermatite

Uma situação muito frequente é a ocorrência de reações alérgicas na região da vulva e da vagina, que pode ser provocada por cosméticos, produtos de depilação ou mesmo alguns tecidos que causam vermelhidão, coceira e desconforto levando a um quadro de dermatite.

Nessa situação é essencial evitar o produto causador de alergias e hidratar bem a pele. Em situações de dermatites mais extensas o uso de pomadas contendo corticoides pode estar indicado.

Doenças crônicas da pele

Algumas doenças podem afetar a pele da vulva e períneo, causando lesões e escoriações, como:

  • Psoríase;
  • Líquen plano;
  • Líquen escleroso;
  • Eczema.

Nessa situação um médico deve ser consultado para implementar o melhor tratamento, que também pode envolver o uso de cremes contendo corticoesteroides ou outras substâncias.

Quando devo procurar um médico?

Em muitos casos pequenos cortes ou ferimentos melhoram em alguns dias se forem tomados cuidados de higiene locais. Entretanto, em algumas situações, é importante procurar um médico para uma avaliação. Consulte um médico de família ou ginecologista, se apresentar:

  • Feridas que sangram em grande quantidade;
  • Dor intensa na região genital;
  • Feridas de grandes dimensões, profundas ou numerosas;
  • Feridas com pus;
  • Feridas com bordas ásperas;
  • Corrimento abundante;
  • Apresentar uma ferida ulcerada e indolor;
  • Ferimentos que pioram no decorrer dos dias;
  • Preocupação excessiva com a ferida.

Também pode ser do seu interesse:

Forte odor e queimor na vagina, o que pode ser?

Pomadas para feridas nas partes íntimas: qual devo usar?

Referências

FEBRASGO - Manual de Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia. 2010.

A pílula do dia seguinte faz efeito depois de 2 dias?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. Mesmo usada após 2 dias da relação sexual, a pílula do dia seguinte faz efeito.

A pílula do dia seguinte é eficaz quando usada até 3 dias (72 horas) após a relação sexual desprotegida. Quanto mais cedo ela for usada, maior será sua eficácia.

A pílula do dia seguinte é indicada para mulheres que apresentaram falhas no método contraceptivo habitual (esqueceu de tomar a pílula ou injeção, camisinha estourou) ou tiveram relação sexual desprotegida durante o período fértil ou em situações de estupro.

Ela é considera uma contracepção de emergência e não deve ser tomada como método contraceptivo de rotina.

Se a mulher deseja evitar gravidez é recomendado procurar o/a médico ginecologista, clínico/a geral ou médico/a de família para indicar um método contraceptivo de longa duração. 

Tenho feridas na boca, o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem várias doenças e condições que causam ferida na boca.

Algumas são condições agudas, como pequenos traumas, aftas e infecção local, outras são relacionadas a doenças sistêmicas, como doenças autoimunes, reumáticas ou pode ainda representar um problema mais grave, como o câncer de boca.

Causas de ferida na boca
  • Aftas,
  • Herpes labial,
  • Estomatite,
  • Câncer de boca,
  • Doenças sistêmicas,
  • Leucoplasia e
  • Infecções.
Aftas

As aftas são feridas comumente encontradas na gengiva ou mucosa interna da boca. Trata-se de uma lesão de origem inflamatória, superficial, bastante dolorosa, de bordos elevados, coloração avermelhada com a região do centro mais pálida (esbranquiçada) e tamanhos variados.

Pode ser causada por pequenos traumas, mordeduras, consumo de alimentos ácidos, uso de medicamentos, infecções e viroses.

A afta não é contagiosa e costuma desaparecer espontaneamente. Pode surgir devido à falta de nutrientes na alimentação, baixa imunidade, estresse, infecções ou ainda doenças autoimunes.

Veja também: Quais são as principais causas de aftas e o que fazer para evitá-las?

Herpes labial

O herpes labial, outra doença comum na população, se apresenta inicialmente com coceira e sensação de queimação na região da boca, até que surgem as vesículas (pequenas bolhas), que se rompem no decorrer de poucos dias, dando lugar a uma ferida.

O lábio é a região mais acometida.

O herpes é altamente contagioso, principalmente na fase em que a lesão está liberando a secreção (líquido do interior das bolhas).

Leia também: Como controlar Herpes Labial?

Estomatite

A estomatite, é uma inflamação ou infecção na boca secundária a traumas, vírus ou fungos. Pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade, embora seja mais frequente em crianças, visto que estão mais expostos a essas situações, além disso, possui um sistema imunológico em amadurecimento.

As feridas e irritação na boca, melhoram espontaneamente após a cicatrização ou término do ciclo normal da virose.

Câncer de boca

As feridas na boca causadas pelo câncer de boca, se caracterizam pela dificuldade na cicatrização e normalmente aumentam de tamanho com o tempo. Ao contrário dos outros machucados na boca, o câncer bucal geralmente não provoca dor ou qualquer outro sintoma.

Também pode lhe interessar: Caroço no céu da boca: o que pode ser?

Doenças sistêmicas

Algumas doenças sistêmicas, como doenças reumáticas, hematológicas ou autoimunes, podem apresentar como um dos seus sinais e sintomas, as feridas ou machucados frequentes dentro da boca. Como o pênfigo, o lúpus, a Doença de Behçet, entre outras.

O pênfigo é uma doença autoimune que provoca lesões dolorosas na boca, podendo se manifestar também na pele. No início, surgem pequenas bolhas que rapidamente se rompem, transformando-se em feridas. A deglutição dos alimentos pode inclusive ser prejudicada, conforme o tamanho das lesões.

Veja também: O que é pênfigo?

Leucoplasia

A leucoplasia é uma ferida encontrada na região interna da boca, acometendo também a língua, de coloração esbranquiçada, associada ao tabagismo, mordeduras na parte interna da boca, ou problemas nas próteses dentárias.

Importante identificar essas feridas, porque uma porcentagem delas pode evoluir para o câncer de boca. Sendo assim, o quanto antes for detectado e tratado, evita uma evolução desfavorável.

As feridas costumam desaparecer quando o hábito de fumar é interrompido, ou a causa resolvida, seja ajuste de próteses ou tratamento das feridas por mordedura.

Infecções

Há ainda o "sapinho", ou candidíase na boca. Uma infecção causada pelo fungo Candida Albicans. Os sintomas são de lesões esbranquiçadas, amareladas ou mesmo avermelhadas, superficiais, na mucosa interna da boca.

As crianças, pessoas imunodeprimidas ou em uso de certos medicamentos, como corticoides e antibióticos, são mais propensos a essa infecção. Por isso devem ter ainda maior cuidado com a higiene bucal durante esse período.

Para detectar as doenças no início, principalmente o câncer bucal, é importante estar atento ao aparecimento de feridas na boca. Lembrando que o câncer geralmente não provoca dor, o que torna esse "autoexame" ainda mais decisivo no diagnóstico precoce da doença.

A presença de qualquer ferida suspeita na boca deve ser avaliada por um médico/a da família ou dentista especialista em estomatologia.

Saiba mais em:

Quais são os sintomas de câncer de boca?

O que é estomatite e quais as causas?

Bolhas na boca, quais as causas?

É possível engravidar sem ter menstruação?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Engravidar sem ter menstruação pode acontecer no período pós parto. Nessa fase, devido aos hormônios da amamentação, a mulher pode ficar um período longo sem menstruar e a primeira ovulação após o parto ocorrerá antes da primeira menstruação e, dessa forma, a mulher pode engravidar sem ter menstruação.

Fora dessa situação específica é muito improvável que a mulher engravide sem ter menstruação. Se ela não está menstruando, é quase certo que não esteja ovulando, entrou na menopausa ou está com alguma irregularidade menstrual que precisa ser investigada. A mulher que ovula e libera um óvulo por mês irá menstruar se esse óvulo não for fecundado.

Quando a mulher fica sem menstruação durante mais de 12 meses consecutivos, é provável que ela esteja na menopausa e já não tenha a capacidade de engravidar, pois deixou de ovular.

O ciclo menstrual, em geral, dura cerca de 28 a 30 dias, mas pode variar de 21 a 36 dias, sendo que o tempo de duração do sangramento é em torno de 4 dias. Pequenas variações nesses períodos são normais e aceitáveis. 

No entanto, se essas variações ultrapassarem os limites daquilo que é considerado normal para a mulher, pode ser um caso de irregularidade menstrual, com diversas causas. Algumas delas são: alterações nos mecanismos que regulam o ciclo menstrual, medicamentos hormonais, gravidez, endometriose, miomas uterinos, síndrome dos ovários policísticos, entre outras.

A ausência de menstruação ou irregularidades no ciclo menstrual podem ser avaliadas pelo/a médico/a ginecologista.

Dor pélvica na gravidez, o que pode ser?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Dor pélvica na gravidez é bastante comum (ocorre em cerca de 50% das gestantes) e pode ocorrer por diversos motivos, como por exemplo:

  • O aumento da produção do hormônio chamado relaxina, responsável em tornar os ligamentos e articulações da pelve mais elásticas, facilitando a passagem do bebê na hora do parto;
  • Postura física que se modifica com o avanço da gravidez e o peso do bebê, pressionando órgãos, músculos, ligamentos e articulações e ocasionando a dor;
  • Aumento dos gases intestinais;
  • Embora geralmente seja fisiológica (normal), a dor também pode ser devido a causas graves e que requerem intervenção cirúrgica imediata, tais como gestação ectópica, rotura uterina, endometriose, apendicite, etc, por isso sempre consulte seu ginecologista!

Leia também: O que é calcificação pélvica?

Há várias táticas que podem ser adotadas para combater a dor fisiológica na pelve, na virilha e no púbis:

  • Tenha cuidado ao realizar suas atividades diárias. Existem técnicas de fisioterapia que podem ajudar a manter a estabilidade da pelve em tarefas que causam dor, caminhar ou ficar em pé.
  • Pilates ou outros exercícios melhoram a estabilidade da pelve e das costas, sendo muito importante fortalecer os músculos da barriga e do assoalho pélvico.
  • Cintas de suporte são aconselhadas por vários especialistas, pois podem aliviar a dor e ser usada durante toda a gravidez.
  • Calcinhas altas e com costura reforçada no abdome aliviam o peso na bacia.
  • Sessões de massagem suave e fisioterapia podem aliviar o stress acumulado nas costas, bacia e pelve.
  • A acupuntura pode ser uma solução, mas é importante procurar um profissional especializado no tratamento de gestantes.
  • Se você tem dores quando está na cama e tenta se virar de um lado para o outro, pode se levantar usando a seguinte técnica: segure os joelhos, aproximando-os do peito; contraia os músculos do abdome e do assoalho pélvico e dê um impulso para a frente para se sentar. Essa técnica ajudará a manter a estabilidade da pelve.
  • Deve evitar deitar com as pernas esticadas e com a barriga virada para cima. Quando não tem outra solução, coloque um travesseio atrás das costas, perto da cintura e tente manter os joelhos dobrados. Descansar na banheira ou no sofá pode forçar essa posição e por isso outras posições confortáveis devem ser treinadas.  O mesmo se aplica se você for fazer uma massagem.
  • Quando caminhar, faça uma pequena curvatura com as costas e balance os braços, como se estivesse marchando. Esse movimento ajudará a fixar a pelve.
  • Não esqueça de fazer os exercícios de Kegel para o assoalho pélvico com regularidade, porque eles fortalecem a pelve.
  • Evite sempre que puder carregar peso ou mover objetos pesados. Mesmo o carrinho com compras pode prejudicar a situação. Quando for possível, recorra a um serviço de entregas ou peça ajuda para cumprir essa tarefa.
  • Descanse sempre que puder. Sentar em uma bola de ioga pode ajudar, assim como a posição de gato, com as mãos e joelhos no chão.
  • Evite fazer muito esforço físico. Você pode não sentir a consequência na hora, mas a dor pode surgir apenas no fim do dia.
  • Na hora de dormir, uma superfície fofa pode ajudar, por isso deite por cima de um cobertor macio.
  • Quando se vestir, fique sentada na hora de tirar e colocar a calça e a calcinha.
  • Aplicar uma bolsa de água quente pode ajudar a aliviar a dor.

Em caso de dor pélvica na gravidez, um médico (preferencialmente um ginecologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-la e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

HPV tem cura e quando pode levar ao câncer do útero?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Acredita-se que o HPV (papilomavírus humano) pode ter cura, ou não se desenvolver em todas as pessoas que tem o contato com o vírus. O organismo conseguiria combater o vírus antes de se estabelecer ou se multiplicar.

O que justificaria algumas pessoas que tem relação com outras já contaminadas, não terem o exame também positivo.

No entanto, não é o que acontece com a maioria. O vírus quando é transmitido, e sendo confirmada a sua presença, não existe mais a possibilidade de cura definitiva. Isso porque ainda não há medicamentos ou tratamentos capazes de eliminar o vírus por completo.

Ainda, quando a infecção se torna crônica, com multiplicação desordenada das células, aumenta o risco de evoluir para células precursoras de câncer. O câncer mais relacionado com a infecção por HPV é o câncer de colo de útero.

Dentro os 150 tipos conhecidos de HPV, apenas 12 deles estão comprovadamente associados ao câncer, seja ele de colo de útero ou de outros locais, como boca, ânus, pênis e vagina.

Tratamento do HPV

O tratamento, ou a "cura" do HPV é apenas temporária.

A destruição das verrugas é o principal objetivo do tratamento, que pode incluir o uso de medicamentos aplicados no local, cauterização ("queimar" a lesão), crioterapia (congelamento) ou remoção através de cirurgia.

A retirada das lesões, reduz as chances da mulher desenvolver um câncer de colo de útero, visto que a infecção por HPV é o principal fator de risco para essa doença.

Leia também: HPV tem cura definitiva?

Todo HPV vira câncer?

Não. Atualmente sabemos que existem tipos de HPV que estão mais relacionados ao risco de câncer, e outros menos.

Contudo, sabemos também que a maioria dos cânceres de colo uterino, são causados pelo HPV (99%). Os tipos de vírus considerados de alto risco são: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer cervical invasivo e mais de 90% das lesões intra epiteliais graves.

Os tipos de HPV considerados de baixo risco são: tipo 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81, e CP6108, encontrados geralmente em pacientes com verrugas genitais.

Veja também: Toda verruga é HPV?

Quando o HPV pode causar câncer de colo de útero?

O HPV pode causar câncer de colo de útero se o vírus em causa for específico para esta doença, já que das centenas de tipos de HPV, apenas cerca de 5% deles estão associados ao câncer de colo uterino, principalmente os tipos 16 e 18.

Também pode lhe interessar: HPV durante a gravidez: quais os riscos e como tratar?

O HPV é um vírus muito comum em pessoas sexualmente ativas, podendo estar presente em 70 a 80% dessa população. Geralmente, as infecções são passageiras.

A maior parte dos casos de câncer de colo de útero são desencadeados pelos HPV 16 e 18. A vacina, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, está disponível gratuitamente através do SUS para meninas entre 9 e 13 anos de idade, e meninos de 11 a 14 anos, que protege contra esses vírus, além de outros tipos de HPV (6 e 11) que provocam verrugas genitais.

Veja também: Como tomar a vacina contra HPV?

Quais são os fatores de risco para câncer de útero?

Além do HPV, existem outros fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença, tais como imunidade, fatores genéticos, comportamento sexual (número elevado de parceiros), tabagismo, idade acima dos 30 anos, vida sexual com início precoce, gestações, o uso de pílula anticoncepcional.

Como é feito o diagnóstico do HPV?

O diagnóstico é feito mais facilmente em homens (lesões geralmente visíveis na pele e órgãos sexuais). Em alguns casos deve ser feita uma anuscopia (geralmente em casos de relações sexuais anais) para observação das lesões.

Nas mulheres, porém, além das lesões em pele, vulva e ânus, podem ocorrer em todo o trato genital até alcançarem o colo do útero, portanto o diagnóstico só é possível através da colpocitologia oncótica, colposcopia ou anuscopia. Também podem ser realizados exames de biologia molecular (hibridização in situ, PCR e captura híbrida).

Veja também: O que é o exame de captura híbrida?

Quais são os sintomas do HPV?

O portador de HPV pode não ter nenhum sintoma, o que dificulta ainda mais e atrasa o seu diagnóstico, podendo transmitir para outras pessoas, sem intenção.

Quando presente, o sintoma mais comum é a presença de verrugas com aspecto de couve-flor na pele e/ou mucosas.

Se as alterações forem discretas, serão detectadas apenas em exames específicos. Se forem graves, pode ocorrer invasão de tecidos vizinhos com o surgimento de um tumor maligno como o câncer do colo uterino e do pênis.

Saiba mais em: HPV: o que é e como se transmite?

Recomendações para portadores de HPV
  • É preciso destacar que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;
  • Informe o (a) seu (sua) parceiro (a) se for portador (a) de HPV - ambos precisarão de tratamento;
  • O parto normal (vaginal) não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões ativas;
  • Mantenha suas consultas com ginecologista em dia, para melhor acompanhamento.

Em caso de suspeita de HPV, um médico clínico geral, dermatologista, urologista (homens) ou ginecologista (mulheres) deve ser consultado para avaliação e tratamento adequado, caso a caso.

Mesmo os tipos de HPV que causam câncer têm tratamento na maioria dos casos. Contudo, é importante que a doença seja diagnosticada precocemente para que as lesões pré-cancerígenas sejam tratadas antes de evoluírem para tumores malignos.

Leia também:

Qual é o tratamento para HPV?

Quais os sintomas de câncer no colo do útero?

Tomei meu anticoncepcional bem certinho e não desceu...
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Tomou a pílula certinho não pode estar grávida e a menstruação não desceu porque não iria descer mesmo (efeito do anticoncepcional) ou não desceu porque você não deixou (pílula do dia seguinte).