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Que exames podem ser feitos para detectar o uso de drogas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem 3 exames que podem ser feitos para detectar o uso de drogas: exame de sangue, exame de urina e materiais biológicos (cabelo, saliva, unhas e pelos) sendo o teste de cabelo o mais amplamente utilizado. Os exames toxicológicos servem para rastrear o uso de qualquer droga psicoativa, como maconha, cocaína, ecstasy, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas entre outras.

Exame de Urina para Detectar o Uso de Drogas

As drogas normalmente são metabolizadas pelo fígado e eliminadas através da urina, daí ser possível a detecção por este meio.

Porém, a amostra de urina geralmente só é capaz de identificar o uso recente de drogas e não permite distinguir o usuário ocasional do dependente ou que faz uso abusivo das drogas.

O período que as substâncias podem ser detectadas pelo exame de urina varia conforme a frequência e a intensidade de uso, podendo ir de poucas horas a cerca de 10 dias.

maconha e a cocaína são detectáveis por períodos mais longos, enquanto que o álcool só pode ser rastreado se tiver sido usado nas últimas horas, pois é metabolizado e eliminado mais rapidamente.

Contudo, a concentração exata da droga na urina não é apresentada. O resultado diz apenas "positivo" ou "negativo". A quantificação da droga só é feita quando solicitada, em locais especializados.

Quanto tempo depois de usar droga ela pode ser detectada na urina?
  • Anfetamina: 48 hs;
  • Metanfetamina: 48 hs;
  • Barbitúricos:
    • Ação curta: 24 hs;
    • Ação intermediária: 48-72 hs;
    • Ação prolongada: 7 dias ou mais;
  • Benzodiazepínicos: 3 dias;
  • Cocaína: 2-3 dias;
  • Metadona: 3 dias;
  • Codeína/morfina: 48 horas;
  • Maconha:
    • Uso único: 3 dias;
    • Uso moderado: 4 dias;
    • Uso diário: 10 dias;
    • Uso crônico: 21-27 dias;
  • Metaquoalona: 7 dias ou mais;
  • Fenciclidina (PCP): 8 dias.
Exame de Sangue para Detectar o Uso de Drogas

O exame de sangue detecta a presença direta da droga no sangue. Portanto, só é capaz de identificar drogas que foram usadas muito recentemente, há poucas horas.

Teste de material biológico para Detectar o Uso de Drogas

A análise baseia-se no fato de que quando uma pessoa usa droga, parte da substância é transportada pelo sangue para outros tecidos, como no couro cabeludo e deposita-se no bulbo do fio de cabelo.

Cada tipo de material biológico permite o apontamento dessas substâncias por mais ou menos tempo; por exemplo, o fio do cabelo com aproximadamente 4 cm, pode detectar presença de substâncias psicoativas em até 90 dias após o consumo; já quando o material estudado são pelos, a substância pode ser detectada até 180 dias após o seu uso.

Cabelos quimicamente tratados ou tingidos não alteram o resultado pois a parte analisada é a parte interna do fio. Já uso de apliques podem atrapalhar o teste.

São poucos os laboratórios com permissão para realização desses exames no Brasil.

É importante lembrar que os exames toxicológicos só podem ser realizados com autorização por escrito da pessoa em causa ou em condições de urgência médica.

Como identificar o transtorno opositor desafiador (TOD)?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sinais e sintomas do transtorno opositor desafiador (TOD) são comportamentos antissociais e desafiadores, sendo os mais marcantes: a rebeldia, a teimosia e a recusa em obedecer os adultos.

O transtorno de oposição desafiante ou transtorno desafiador opositivo, como também é conhecido, é um distúrbio frequentemente observado em crianças e adolescentes. Caracteriza-se por perturbações e conflitos com os outros, comportamentos antissociais, dificuldade em seguir regras, normas morais e autoridades, e dificuldades em socialização.

Crianças com transtorno desafiador opositivo são persistentemente desobedientes, solitários e hostis, desafiando constantemente os pais, os professores e outras figuras de autoridades.

São comuns também a dificuldade em controlar as emoções, muitas vezes com explosões de fúria, agressões verbais, hostilidades e desejos de vingança.

Os primeiros sinais do transtorno opositivo desafiador normalmente se manifestam na idade pré-escolar, sendo menos frequente porém possível, durante a adolescência.

Apesar desses comportamentos serem considerados normais em um ou outro momento da infância e adolescência, no transtorno opositivo desafiador essas atitudes são constantes e excessivas quando comparadas com as outras crianças.

Crianças e adolescentes com TOD desafiam as regras morais e sociais e também tendem a perturbar deliberadamente quem as rodeiam. Podem se manifestar em apenas um ou em vários ambientes, como escola, casa, casa de familiares e amigos, entre outros.

Quanto mais cedo for diagnosticado e tratado, maiores as chances de cura ou resposta satisfatória, além de evitar que o quadro se torne mais grave na idade adulta.

Saiba mais em:

Transtorno opositor desafiador (TOD) tem cura? Como é o tratamento?

Quais as causas do transtorno opositor desafiador (TOD)?

Como identificar os transtornos de ansiedade e qual o médico que trata?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas dos transtornos de ansiedade variam conforme o tipo de transtorno. São 4 tipos principais: transtorno do pânico, transtorno de ansiedade social (fobia social), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de ansiedade generalizada.

É preciso diferenciar entre cada um destes no momento do diagnóstico para que possa ser orientada a terapêutica adequada.

1. Se for transtorno do pânico

Os sintomas desse transtorno de ansiedade geralmente ocorrem em locais abertos (agorafobia), especialmente quando a pessoa está sozinha.

Suas principais manifestações incluem sensação de sufocação (geralmente acompanhada de sensação de morte iminente), aumento da frequência cardíaca e respiratória, tontura, aumento da transpiração, tremores, sensação de perda do controle ou de "estar enlouquecendo" e ainda distúrbios gastrointestinais.

Os sintomas do transtorno do pânico são marcados por ataques agudos de intensa ansiedade, que começam repentinamente em qualquer tipo de ambiente. O tempo de duração de uma crise pode ser de até meia hora.

A pessoa que tem esse transtorno de ansiedade acaba por ter a qualidade de vida muito prejudicada, pois o medo de ter novos ataques gera ansiedade e medo.

Mais da metade das pessoas com ataques de pânico também apresentam sintomas de transtorno depressivo e a maioria delas é composta por mulheres.

2. Se for transtorno de ansiedade social (fobia social)

Os sintomas do transtorno de ansiedade social se manifestam quando a pessoa está em contato com os outros, especialmente estranhos. Os sinais e sintomas podem incluir tremores, transpiração excessiva, vermelhidão no rosto, dificuldade de concentração (não consegue lembrar-se de algumas coisas), palpitações, tontura e sensação de desmaio.

O transtorno de ansiedade social, também chamado de fobia social, tem como principal sintoma o medo exagerado e frequente de situações nas quais o indivíduo tem que desempenhar alguma tarefa em frente a outras pessoas ou tem que enfrentar alguma situação social.

Pessoas que sofrem do transtorno de ansiedade social têm muito medo de passar por situações humilhantes ou embaraçosas em público devido ao medo de rejeição, ou desaprovação.

A ansiedade gerada por situações sociais, torna essas pessoas muito críticas e rígidas em relação a elas mesmas, prejudicando inclusive a sua maneira de comunicar.

3. Se for transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

Os sinais e sintomas desse tipo de transtorno de ansiedade caracterizam-se por obsessões, ideias obsessivas, compulsões ou rituais. As ideias obsessivas e as obsessões muitas vezes estão relacionadas com sexo, religião, dúvidas ou contaminação das mãos, ou objetos.

Muitas vezes, as compulsões estão relacionadas com rituais de limpeza, verificação da luz ou trinco da porta e contagens.

Por vezes o paciente toma dezenas de banhos no mesmo dia, de acordo com um esquema pré-estabelecido, lava as mãos toda vez que encosta em certo tipo de objeto, entre outros rituais.

Tais pessoas acreditam que fazer esses rituais impedem o acontecimento de algo trágico, como a morte de um familiar, por exemplo. Ou então, se não realizam a tarefa, ficam ansiosas.

Em geral, esse tipo de transtorno de ansiedade começa a se manifestar na fase final da adolescência, embora também ocorra em crianças.

4. Se for transtorno de ansiedade generalizada

O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a expectativa ou apreensão exagerada, ou mórbida. A pessoa passa a maior parte do tempo excessivamente preocupada com alguma coisa e não consegue se controlar. A ansiedade é excessiva e não condiz com a realidade.

O paciente também experimenta sintomas de inquietude, cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia, aumento da transpiração, angústia, aumento dos batimentos cardíacos, falta de ar, medo, entre outros sintomas.

Para ser diagnosticado, os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada devem estar presentes há pelo menos 6 meses.

Vale lembrar que a ansiedade, por si só, é uma reação natural do organismo para preparar o corpo para determinadas situações (“luta” ou “fuga”). Ela só é patológica quando prejudica a vida da pessoa e provoca sofrimento intenso.

Em caso de suspeita de transtorno de ansiedade, um médico (preferencialmente o psiquiatra) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

Dificuldade de concentração: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dificuldade de concentração e memorização no trabalho, na leitura ou nos estudos, pode ser sintoma de síndrome de burnout (estresse excessivo), transtorno do déficit de atenção, com ou sem hiperatividade (TDA/TDAH), que afeta adultos e crianças, ou ainda depressão.

Síndrome de Burnout

A síndrome de burnout (do inglês "burn" = queima e "out" = exterior) é caracterizada pelo esgotamento físico e mental de um indivíduo, diretamente relacionado a problemas com o trabalho, ou atividade laboral.

Sintomas

Além da dificuldade concentração, a síndrome de burnout pode causar os seguintes sinais e sintomas:

  • Fadiga e cansaço constante;
  • Distúrbios do sono;
  • Dores musculares;
  • Dores de cabeça;
  • Irritabilidade, Negativismo;
  • Esquecimentos;
  • Falta de atenção para suas necessidades básicas;
  • Isolamento;
  • Falta de iniciativa.
Causas
  • Problemas de relacionamento com colegas de trabalho, clientes e chefes;
  • Falta de cooperação entre os colegas;
  • Falta de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal;
  • Falta de autonomia.
Tratamento

O tratamento da síndrome de burnout é feito com psicoterapia e adoção de medidas para melhorar a qualidade de vida, prevenir e controlar o estresse e melhorar a saúde física, como:

  • Dormir bem;
  • Ter uma boa alimentação;
  • Praticar atividades físicas regulares;
  • Incluir hobbies / atividades de lazer com regularidade;
  • Manter e cultivar o interesse pela vida social.
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Outro problema que pode causar dificuldade de concentração e afetar a memória é o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

O TDAH é uma doença neurológica que afeta adultos e crianças e caracteriza-se por falta de atenção, inquietude e impulsividade. Grande parte dos casos surge na infância, podendo acompanhar a pessoa por toda a vida.

Sintomas
  • Adultos:

    • Distração;
    • Dificuldade para realizar tarefas diárias;
    • Problemas de relacionamento;
    • Isolamento, que pode levar à depressão;
    • Hábito em adiar tarefas difíceis de executar;
    • Mau gerenciamento do tempo;
    • Falta de organização.
  • Crianças:
    • Falta de atenção (vivem "no mundo da lua");
    • Dificuldade no aprendizado;
    • Hiperatividade;
    • Impulsividade;
    • Inquietação;
    • Dificuldade de concentração.
Causas

Indivíduos com déficit de atenção apresentam alterações na região do cérebro responsável pelo controle dos impulsos, atenção, memória, organização, planejamento e autocontrole.

Tratamento

Não existe cura para o TDAH, mas é possível controlar a doença através de medicamentos, orientação para os pais e professores, técnicas específicas ensinadas ao paciente e psicoterapia (Terapia Cognitivo Comportamental).

Leia também: O que é TDAH e como é diagnosticado?

Depressão

Já a depressão é uma doença neurológica que se caracteriza por tristeza intensa, constante ou intermitente, que interfere nas atividades de vida diárias.

Suas causas são variadas, desde herança genética, traumas emocionais ou uso de drogas e medicamentos.

Sintomas

A depressão pode causar sinais e sintomas como:

  • Tristeza profunda e duradoura;
  • Falta de interesse, Apatia, Desânimo;
  • Falta de vontade de realizar tarefas;
  • Pessimismo;
  • Dificuldade de concentração;
  • Ansiedade;
  • Sono irregular;
  • Cansaço diurno;
  • Dores de cabeça;
  • Episódios de falta de ar;
  • Alterações no trânsito intestinal;
  • Taquicardia, entre outras.
Tratamento

O tratamento da depressão inclui medicamentos antidepressivos, psicoterapia, mudanças no estilo de vida e prática regular de exercícios físicos.

Em caso de dificuldade de concentração, consulte um médico neurologista ou psiquiatra para que o diagnóstico seja confirmado e receba um tratamento adequado.

Também pode lhe interessar:

Qual tempo máximo para uso de Fluoxetina?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não há um tempo máximo para uso da Fluoxetina. Em geral, o tempo de tratamento é determinado pelo/a médico/a de acordo com o diagnóstico do/a paciente, a tolerância medicamentosa, presença de efeitos adversos e história pessoal.

A fluoxetina é um antidepressivo que trata a depressão, ansiedade, bulimia nervosa, transtorno compulsivo obsessivo, entre outros.

Devido às características da medicação e sua atividade metabólica, a fluoxetina pode demorar várias semanas para demonstrar um efeito adequado no tratamento. Por isso, é indicado que a medicação seja tomada como prescrito e de forma contínua, sem interrupções.

Leia também:

Quais os efeitos colaterais da fluoxetina?

Fluoxetina emagrece ou engorda?

A pessoa que está tomando fluoxetina deve ser acompanhada com consultas frequentes ao/à psiquiatra, médico/a de família ou clínico/a geral para avaliar o efeito terapêutico da medicação, os efeitos adversos e a continuidade do uso. 

Me sinto fraca, sem ânimo, palpitações e acordo com corpo trêmulo, isso é sintoma de que?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Muitas doenças podem causar esses sintomas (doenças simples e doenças não muito simples); são sintomas muito genéricos e sugerem uma doença que debilita o seu organismo. A causa mais comum é Depressão (é meu primeiro palpite), mas pode ser anemia. O ideal é que você procure um médico para poder ser examinada e obter o diagnóstico e tratamento.

Quais os tipos de transtorno de personalidade e suas características?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os transtornos de personalidade são muitos e estão constantemente sendo reavaliados e reclassificados. Alguns grupos dividem em 10 tipos, outros em 8, uma tendência mais atual está classificando os tipos em apenas em 6 grupos: esquizotípica, limítrofe, antissocial, narcisista, esquiva e obsessivo-compulsiva.

No entanto, existe uma classificação geral em que todos concordam, que são 3 grandes grupos:

Grupo A: Incluindo os tipos paranoides, esquizoides e esquizotípicos. Esses indivíduos são os considerados "excêntricos" e "esquisitos".

Grupo B: Os casos de antissociais, fronteiriços, histriônicos, borderline e narcisísticos. Essas pessoas têm personalidades dramáticas, emotivas e volúveis.

Grupo C: E por fim, os tipos dependentes, os evitativos e os obsessivo-compulsivos. São consideradas personalidades ansiosas e com tendência para o medo.

Falando um pouco sobre cada tipo de personalidade, lembrando que muitas vezes elas se sobrepõem, podemos destacar alguns sinais e sintomas mais pertinentes a cada tipo.

1. Grupo A: Esquizotípica, limítrofe Transtorno da Personalidade Paranóide

São desconfiados e suspeitam dos outros, interpretando as intenções de terceiros como maldosas. Acham que estão sendo explorados, maltratados ou enganados, pois têm dúvidas infundadas sobre a lealdade ou confiabilidade de outras pessoas.

A relutância do indivíduo em confiar nos outros também é devida a um medo sem fundamento de que possam usar informações contra ele.

Há interpretações de significados ocultos em observações e acontecimentos sem maldade, que parecem ser humilhantes ou ameaçadores para a pessoa.

É comum guardarem rancores, sendo implacáveis com qualquer tipo de insulto ou deslizes. Reagem com raiva ou atacando rapidamente quando interpretam qualquer tipo de ataque ao seu caráter ou reputação, ainda que a situação pareça inofensiva e sem más intenções aos olhos de terceiros.

Também desconfiam com frequência da fidelidade do seu cônjuge ou parceiro.

Transtorno da Personalidade Esquizóide

Caracteriza-se pela pouca expressão de emoções e pelo distanciamento das relações sociais, sem desejos de terem relações mais íntimas ou mesmo terem uma família.

São pessoas que preferem realizar atividades sozinhas e poucas vezes sentem prazer naquilo que fazem. Não costumam ter amigos próximos, a não ser os seus parentes de 1º grau.

Elogios ou críticas não afetam pessoas com transtorno de personalidade esquizoide, que demonstram distanciamento, frieza e pouca abertura afetiva.

Transtorno da Personalidade Esquizotípica

Esse transtorno de personalidade prejudica as relações sociais e interpessoais, uma vez que provoca grande desconforto e pouca capacidade para se ter relações íntimas.

São pessoas que apresentam distorções na cognição ou percepção, comportamento ou aparência excêntrica, crenças bizarras ou ainda pensamentos fantasiosos que interferem no comportamento, tornando-o desajustado ao seu meio cultural.

Podem ter ainda ilusões, discurso bizarro, desconfiança e manifestar pouco afeto. Apresentam uma enorme ansiedade social, que permanece mesmo depois de familiarizar-se com as pessoas. Essa relutância em se socializar normalmente está relacionada a medos paranóides e não a uma visão negativa deles mesmos.

2. Grupo B: Antissociais, fronteiriços, narcisísticos, borderline e histriônicos Transtorno da Personalidade Antissocial

Caracteriza-se pela falta de respeito e à violação dos direitos dos outros. Esses indivíduos não conseguem se adequar às regras da sociedade, nomeadamente às leis, cometendo atos ilícitos repetidamente.

A irritabilidade e a agressividade são características marcantes, com tendência para brigas ou agressões físicas. Também desrespeitam de forma irresponsável a segurança pessoal e alheia.

Têm tendência para enganar, mentir, usar nome falso ou aproveitar-se de terceiros para conseguirem prazer ou vantagens pessoais. Quando fazem mal a alguém não apresentam remorso, agindo com indiferença ou justificando o ato.

São pessoas irresponsáveis e por isso fracassam constantemente nos trabalhos ou no cumprimento dos deveres financeiros.

Transtorno da Personalidade Narcisista

Os narcisistas manifestam comportamentos ou fantasias de grandeza, com necessidade excessiva de serem admirados.

São pessoas com ideias grandiosas acerca delas mesmas, consideram-se importantes e querem ser reconhecidos, exagerando as suas realizações e talentos.

O transtorno de personalidade narcisista caracteriza-se também por fantasias de sucesso, inteligência, poder e beleza ilimitados ou ainda um amor ideal.

Os narcisistas acreditam que são especiais e únicos e que somente podem ser compreendidos ou devem associar-se a pessoas ou entidades diferenciadas. Manifestam arrogância e insolência nos seus atos e comportamentos.

Também são presunçosos, ou seja, esperam receber tratamentos favoráveis e especiais a si próprios ou uma obediência quase instantânea naquilo que querem.

Nos relacionamentos pessoais são exploradores, tirando vantagem sobre os outros para alcançarem seus objetivos. Também demonstram falta de empatia, ou seja, não se identificam com os sentimentos dos outros ou não reconhecem as necessidades alheias.

É comum sentirem inveja dos outros ao acharem que os outros sentem inveja deles.

Transtorno da Personalidade Borderline

Pessoas com transtorno da personalidade borderline são instáveis nos relacionamentos pessoais, na autoimagem e na afetividade. São muito impulsivos e fazem grandes esforços para evitar serem abandonados, seja na realidade ou na imaginação.

Os relacionamentos pessoais são intensos e pouco estáveis, alternando períodos de idealização e desvalorização.

Indivíduos borderline possuem perturbações de identidade, com muita instabilidade e resistência na autoimagem ou no seu próprio "eu".

A impulsividade normalmente é voltada para áreas que podem ser potencialmente prejudiciais à própria pessoa.

É comum haver gestos, comportamentos ou ameaças frequentes de suicídio ou ainda comportamentos automutilantes.

São instáveis na afetividade por terem um humor muito reativo. Também apresentam sentimentos de vazio crônicos, além de dificuldade de controlar a raiva, que costuma ser intensa ou inadequada.

Leia também: Quais os sintomas do transtorno de personalidade borderline?

Transtorno da Personalidade Histriônica

Apresentam emotividade exagerada e buscam constantemente a atenção dos outros. Quando não são o centro das atenções, sentem desconforto.

O comportamento em relação aos outros é frequentemente inadequado, muitas vezes sedutor ou provocante sexualmente, usando constantemente a beleza e o corpo para chamar a atenção.

Os discursos de pessoas com transtorno de personalidade histriônica são muito impressionistas, mas com falta de detalhes. Esses pacientes são dramáticos, teatrais e expressam-se emocionalmente de forma exagerada.

Também são facilmente influenciáveis pelos outros ou pelas situações, além de considerarem os relacionamentos mais próximos do que na verdade são.

3. Grupo C: Dependentes, evitativos e obsessivo-compulsivos Transtorno da Personalidade Dependente

Pessoas com esse transtorno têm uma necessidade excessiva de serem cuidadas em todos os aspectos, levando a um comportamento submisso e com medo de separação. Precisam que os outros assumam o controle sobre as áreas mais importantes da sua vida.

Quando estão sozinhos sentem-se desamparados e desconfortáveis, pois acreditam serem incapazes de cuidar deles próprios. Apresentam preocupações e medos irrealistas de serem abandonados e ficarem desamparados.

Esses indivíduos apresentam dificuldade em tomar decisões do cotidiano e precisam sempre de muitos conselhos e orientações de terceiros.

Possuem dificuldade em manifestar opiniões ou posições que discordem dos outros, devido ao receio de perderem a aprovação ou o apoio.

Por terem pouca autoconfiança, dificilmente têm iniciativa de começar projetos ou realizar alguma coisa sozinhos. Não lhes falta vontade, motivação ou energia, mas julgam-se incapazes.

Pode oferecer-se para fazer coisas extremas e desagradáveis, somente para receber apoio e carinho.

Pessoas com esse tipo de transtorno de personalidade buscam rapidamente um novo relacionamento quando uma relação íntima é interrompida, à procura de amparo e carinho.

Transtorno da Personalidade Esquiva

São inibidos socialmente, com sentimentos de inadequação e excessiva sensibilidade a avaliações negativas. Por isso, evitam atividades que tenham contato direto com outras pessoas, por medo de serem criticados ou desaprovados.

Dificilmente se envolvem com alguém antes de ter a certeza de que o outro a estima. São reservados nas relações afetivas devido ao medo de serem ridicularizados ou passarem vergonha.

Indivíduos com esse tipo de transtorno de personalidade acreditam que são socialmente ineptos, sem qualidades pessoais ou inferiores.

O medo excessivo de passar vergonha também os deixa extremamente relutantes em começar novas atividades ou assumir riscos.

Leia também: Qual é o tratamento para o transtorno da personalidade esquiva?; Como identificar alguém com transtorno da personalidade esquiva?

Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva

Os obsessivos-compulsivos apresentam preocupação exagerada com organização, são perfeccionistas. Essas pessoas ficam tão preocupadas com pormenores, listas, regras, ordem, organização ou horários, que perdem o objetivo principal das suas tarefas.

O perfeccionismo atrapalha a realização das tarefas dos indivíduos com esse tipo de transtorno de personalidade. São pessoas extremamente dedicadas ao trabalho e à produtividade, deixando de lado o convívio social, o lazer e os amigos.

Os obsessivos-compulsivos são muito conscienciosos, escrupulosos e inflexíveis em assuntos morais, éticos ou de valores, além de serem rígidos e teimosos.

Têm tendência em guardar objetos que já não servem para nada, ainda que não tenham ligação emocional com os mesmos.

São relutantes em trabalhar em equipe e delegar tarefas, exceto nos casos em que as coisas são feitas exatamente como querem.

Também veem o dinheiro como algo que deve ser guardado para uma emergência e por isso gastam sempre o mínimo possível, tanto com eles próprios como com os outros.

Relembrando que existem ainda indivíduos com transtornos mistos de personalidade, com características de diferentes tipos e transtornos de personalidade.

O/A médico/a psiquiatra é o/a especialista indicado/a para diagnosticar e orientar o tratamento dos transtornos de personalidade.

Saiba mais em:

Quais são os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se por uma preocupação e apreensão intensas, difíceis de controlar, que duram mais de 6 meses. Os sintomas podem ser físicos e psicológicos, como irritabilidade, angústia, agitação, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, medo, entre outros. Quem sofre do transtorno apresenta uma ansiedade excessiva, desproporcional à realidade, o que causa muito sofrimento.

Para que o distúrbio seja identificado como transtorno de ansiedade generalizada, a pessoa tem que apresentar, durante um período mínimo de 6 meses consecutivos, pelo menos 3 dos seguintes sintomas:

  • Sintomas físicos: agitação, cansaço, tensão muscular, taquicardia ("batedeira"), transpiração, dor de cabeça, falta de ar, aumento da pressão arterial, insônia, náuseas, vômitos, diarreia;
  • Sintomas mentais: angústia, irritabilidade, dificuldade de concentração, medo, preocupação excessiva.

É importante lembrar que a ansiedade é uma reação natural do organismo que prepara o indivíduo para enfrentar algumas situações. Ficar ansioso antes de dar uma palestra ou fazer um exame importante, por exemplo, é normal.

A ansiedade é considerada uma doença quando causa sofrimento intenso e interfere negativamente em todas as áreas da vida da pessoa. A ansiedade constante e crônica também pode desencadear ataques de pânico.

O que é o transtorno de ansiedade generalizada?

O transtorno de ansiedade generalizada é um distúrbio mental em que uma pessoa geralmente está preocupada ou ansiosa com muitas coisas e acha difícil controlar essa ansiedade.

A causa do transtorno de ansiedade generalizada é desconhecida. É possível que o transtorno esteja relacionado com fatores genéticos e estresse, sendo as mulheres mais afetadas que os homens.

O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a presença constante de preocupação ou tensão por pelo menos 6 meses, mesmo quando há pouca ou nenhuma razão específica. As preocupações parecem flutuar de um problema para outro. Os problemas podem envolver família, relacionamento interpessoal, trabalho, dinheiro e saúde.

Mesmo sabendo que suas preocupações ou medos são exagerados, uma pessoa com transtorno de ansiedade generalizada tem dificuldade em controlá-los.

Qual é o tratamento para o transtorno de ansiedade generalizada?

O tratamento do transtorno de ansiedade generalizada pode ser feito com medicamentos ansiolíticos e antidepressivos associados à psicoterapia.

Medicamentos

Certos medicamentos, geralmente usados para tratar a depressão, podem ser úteis no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada. Os antidepressivos previnem os sintomas ou diminuem a intensidade dos mesmos.

Também são usados medicamentos ansiolíticos e sedativos. Essas medicações podem ser utilizadas quando as manifestações se tornam muito graves ou quando a pessoa está prestes a se expor a algo que sempre desencadeia os sintomas.

Psicoterapia

Muitos tipos de psicoterapia podem ser usados no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada. Porém, uma das formas de psicoterapia mais usada e eficaz é a terapia cognitivo-comportamental. A terapia pode ajudar a pessoa a entender a relação entre seus pensamentos, comportamentos e sintomas, auxiliando no controle e na diminuição da ansiedade.

Durante a terapia cognitivo-comportamental, a pessoa pode aprender a:

  • Entender e controlar visões distorcidas dos fatores estressantes da vida, como o comportamento de outras pessoas ou acontecimentos;
  • Reconhecer e substituir os pensamentos que causam pânico para ajudar a pessoa a se sentir mais no controle;
  • Gerenciar o estresse e relaxar quando surgirem os sintomas;
  • Evitar pensar que problemas menores se tornarão problemas terríveis.

Além dos medicamentos e da psicoterapia, algumas medidas podem ajudar a diminuir os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada, tais como:

  • Reduzir o consumo de cafeína;
  • Evitar o consumo de drogas ilícitas ou beber grandes quantidades de álcool;
  • Praticar atividade física regularmente e descansar o suficiente;
  • Participar de grupos de apoio.

O estresse causado pelo transtorno de ansiedade generalizada pode ser aliviado ao ingressar em um grupo de apoio. Compartilhar com outras pessoas que têm experiências e problemas em comum pode ajudar a pessoa a não se sentir sozinha. A participação nesses grupos não substitui os medicamentos ou a psicoterapia, mas pode ser uma ajuda adicional.

O prognóstico de uma pessoa com transtorno de ansiedade generalizada depende da gravidade do distúrbio. Em alguns casos, o transtorno é crônico e difícil de tratar. No entanto, a maioria dos pacientes melhora com medicamentos e psicoterapia.

O/a médico/a psiquiatra ou o/a médico/a de família são responsáveis por avaliar o caso, definir o tratamento mais adequado e encaminhar a pessoa para dar início às sessões de psicoterapia.

Saiba mais em: Quais os sintomas dos transtornos de ansiedade?