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Plaquetas altas e baixas: o que pode ser e quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Plaquetas altas é uma condição chamada plaquetose ou trombocitose, enquanto um quadro de plaquetas baixas é denominado plaquetopenia ou trombocitopenia.

A contagem normal de plaquetas no sangue varia entre 150.000 e 400.000 por microlitro de sangue, podendo variar um pouco entre os laboratórios.

Para detectar se as plaquetas estão altas ou baixas basta realizar um exame de hemograma. As plaquetas são avaliadas inicialmente nesse exame. Se for preciso um estudo mais específico de reação das plaquetas poderá ser pedido posteriormente.

O que são plaquetas?

As plaquetas, também chamadas como trombócitos, são células sanguíneas produzidas na medula óssea, juntamente com os outros tipos de células do sangue. A medula óssea é um tecido esponjoso localizado dentro dos ossos, sobretudo nos ossos grandes.

As plaquetas participam do processo de coagulação sanguínea. Quando há um sangramento, as plaquetas se unem, formando um coágulo (trombo) que controla a perda de sangue no local.

Plaquetas altas

As plaquetas são consideradas altas, quando sua contagem tem valor igual ou superior a 400.000. O aumento de plaquetas é chamado trombocitose ou plaquetose. Isso significa que o corpo está produzindo mais plaquetas do que o esperado, e isso pode ser prejudicial para o organismo.

Quais as causas de plaquetas altas?

As plaquetas aumentadas podem ter várias causas. Dentre elas estão:

  • Anemia hemolítica;
  • Deficiência de ferro;
  • Infecções, grandes cirurgias ou traumatismos;
  • Doenças inflamatórias ou infecciosas, como distúrbios do tecido conjuntivo;
  • Doença inflamatória intestinal;
  • Tuberculose;
  • Câncer;
  • Uso de certos medicamentos;
  • Neoplasia mieloproliferativa (doença da medula óssea);
  • Retirada do baço.

Algumas condições podem deixar as plaquetas elevadas durante um curto período, como observado na recuperação de uma doença ou agressão, por exemplo:

  • Recuperação de perda de sangue grave por trauma/acidente;
  • Recuperação de uma contagem muito baixa de plaquetas causada pelo uso excessivo de álcool, falta de vitamina B12 ou folato (vitamina B9);
  • Inflamação ou Infecção aguda (sepse);
  • Resposta à atividade física extenuante.
Quais os sintomas de plaquetas altas?

Os sinais e sintomas de plaquetas altas estão associados à formação de coágulos sanguíneos e sangramentos. Situações que se refletem com sinais de fraqueza, dores de cabeça, tontura, dor no peito e formigamento nas mãos e nos pés, dependendo da localização desses coágulos.

Além disso, estudos apontam para o aumento das plaquetas como primeiro sinal de um câncer, em cerca de 35% dos casos, principalmente se o câncer for de origem pulmonar, gastrointestinal, mama, ovário ou hematológico, como o linfoma.

Coágulos sanguíneos

Os coágulos sanguíneos ou trombos, geralmente se alojam nos pequenos vasos do cérebro, extremidades de mãos e pés. Contudo, podem obstruir qualquer outra parte do corpo, inclusive no coração e nos intestinos.

Coágulos sanguíneos no cérebro podem causar sintomas como dor de cabeça contínua e tontura. Nos casos mais graves, acidente vascular cerebral (AVC).

Quando os coágulos se formam nos pequenos vasos sanguíneos das mãos e dos pés, podem causar dormência, vermelhidão, dor intensa ardente e latejante, pelo menor fluxo sanguíneo, com queixas referidas principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.

Sangramentos

O sangramento geralmente ocorre quando as plaquetas estão muito altas, com uma contagem superior a 1 milhão de plaquetas por microlitro de sangue, ou quando existem plaquetas defeituosas. Os sinais e sintomas nesses casos incluem sangramentos nasais, hematomas, sangramento da boca ou gengivas ou sangue nas fezes.

Embora o sangramento esteja mais frequentemente associado a plaquetas baixas, também pode ocorrer em pessoas com uma contagem de plaquetas altas.

Outra causa de sangramento em pessoas com plaquetas altas é uma condição chamada Doença de von Willebrand, que afeta o processo de coagulação do sangue.

Durante a gravidez, os coágulos encontrados na placenta podem causar aborto espontâneo ou problemas no crescimento e no desenvolvimento fetal.

Mulheres que apresentam plaquetas altas ou baixas e tomam pílulas anticoncepcionais têm um risco maior de desenvolver coágulos sanguíneos.

Contudo, não é apenas uma contagem de plaquetas alta que pode levar à formação de trombos. O desenvolvimento de coágulos também está relacionado a outras condições e fatores, como idade avançada, história anterior de coágulos sanguíneos, diabetes, hipertensão arterial (pressão alta) e tabagismo.

Qual é o tratamento para plaquetas altas?

Depende da causa dessa trombocitose.

Achado acidental, com demais exames normais e ausência de sinais ou sintomas, não precisam de tratamento, desde que a condição permaneça estável. Apenas manter acompanhamento, conforme orientação médica.

Em outros casos, a aspirina pode ajudar quanto ao risco de formação de coágulos sanguíneos, uma vez que a aspirina “afina” o sangue. No entanto, o uso do medicamento só deve ser feito com prescrição médica, após avaliação de riscos, pois pode originar sangramentos.

A aspirina é receitada para a maioria das mulheres grávidas que apresentam uma contagem de plaquetas aumentada, pois não há risco elevado de efeitos colaterais para o feto.

Algumas pessoas com plaquetas elevadas podem precisar de medicamentos ou procedimentos médicos para baixar a contagem de plaquetas.

Medicamentos

Os medicamentos para baixar as plaquetas altas no sangue são indicados em casos de:

  • Histórico de coágulos sanguíneos ou sangramentos;
  • Presença de fatores de risco de doença cardíaca, como níveis elevados de colesterol no sangue, pressão alta ou diabetes;
  • Idade superior a 60 anos;
  • Contagem de plaquetas acima de 1 milhão.

Dentre os medicamentos usados para diminuir a contagem de plaquetas no sangue, estão: hidroxiureia®, anagrelida® e interferon alfa®.

Plasmaférese

A plasmaférese é um procedimento usado para reduzir rapidamente as plaquetas no sangue. Contudo, só está indicado em situações de emergência, como casos de AVC.

Plaquetas baixas

As plaquetas são consideradas baixas, quando a contagem apresenta valores inferiores a 150.000. Se o nível de plaquetas estiver abaixo de 50.000, o risco de sangramento é ainda maior, mesmo em atividades leves e diárias. Uma contagem de plaquetas abaixo do normal é chamada trombocitopenia ou plaquetopenia.

Quais as causas de plaquetas baixas?

Existem duas causas principais para uma diminuição do número de plaquetas no sangue: Produção insuficiente de plaquetas pela medula óssea, ou destruição das plaquetas pelo próprio organismo.

Produção insuficiente de plaquetas

A medula óssea pode não produzir plaquetas suficientes nas seguintes doenças e condições:

  • Aplasia de medula;
  • Câncer de medula óssea, como leucemia;
  • Cirrose hepática;
  • Deficiência de vitaminas (B9 e B12);
  • Infecções da medula óssea;
  • Síndrome mielodisplásica (doença em que a medula óssea não produz células sanguíneas suficientes ou as produz com defeito);
  • Câncer;
  • Tratamento com quimioterapia.
Destruição das plaquetas

O exame de plaquetas pode apresentar uma contagem com valores baixos se as plaquetas estiverem sendo destruídas na circulação sanguínea, no baço ou no fígado. Isso pode ocorrer nas seguintes condições:

  • Infecções ou viroses, como dengue e zika;
  • Uso de medicamentos, como anticoagulantes;
  • Aumento do baço devido outras doenças como esquistossomose, hepatite, malária, mononucleose, entre outras;
  • Doenças autoimunes, como a purpura trombocitopenica idiopática (PTI) e lúpus eritematoso sistêmico;
  • Desordem que causa a formação de coágulos como a CIVD (coagulação intravascular disseminada);
  • Tratamentos contra o câncer com radioterapia ou quimioterapia.
Quais os sintomas de plaquetas baixas?

Uma pessoa com as plaquetas baixas pode não manifestar sintomas ou apresentar:

  • Sangramentos na boca e na gengiva;
  • Hematomas;
  • Sangramento nasal;
  • Erupção cutânea (aparecimento de pequenas manchas vermelhas na pele chamadas petéquias).

Outros sintomas de plaquetas baixas dependem da causa.

As hemorragias são a principal complicação das plaquetas baixas, podendo ocorrer inclusive no cérebro ou no trato digestivo.

Qual é o tratamento para plaquetas baixas?

O tratamento para plaquetas baixas consiste primeiro em tratar a causa base, se esta for diagnosticada, por isso depende da causa do problema.

Pessoas com plaquetas baixas que não apresentam sinais e sintomas não precisam de tratamento, desde que a condição permaneça estável e em acompanhamento.

Os casos mais graves podem precisar de tratamento mais específico ou até transfusão de plaquetas, para interromper ou prevenir sangramentos.

O médico que solicitou o exame de plaquetas é o responsável pela interpretação dos resultados e indicar o tratamento mais adequado ou encaminhar para um especialista, de acordo com cada caso.

É normal sair catarro pelo olho?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

É normal sair um pouco de secreção do olho, principalmente durante a manhã ou caso o olho esteja um pouco irritado. Esta secreção pode se assemelhar a catarro por ser amarela e pegajosa.

Este catarro que sai do olho é uma mistura da secreção normal do olho com pequenos restos celulares e detritos que se acumulam no decorrer do dia.

Quando em excesso, persistente e/ou associado a outros sintomas como dor e sensação de areia nos olhos, pode também ser sinal de conjuntivite.

O ideal é que, caso apresente secreção ocular semelhante a catarro, limpe o olho com uma gaze limpa imersa em soro fisiológico ou água filtrada fria. O frio reduz a irritação ocular e diminui a secreção.

Consulte um oftalmologista caso suspeite de conjuntivite ou se a secreção ocular for excessiva.

O que é o soluço e quais são as suas causas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O soluço é uma contração vigorosa e involuntária do diafragma, o músculo responsável pela inspiração e que separa o tórax do abdômen. Esse espasmo do diafragma faz com que o ar entre nos pulmões a uma velocidade muito maior que o normal, seguido pelo fechamento súbito da glote que produz o som característico do soluço.

Contudo, a causa do soluço ainda não é totalmente conhecida. Sabe-se que o mecanismo está relacionado com um reflexo que envolve o nervo frênico, que inerva o diafragma, o nervo vago, que inerva boa parte do aparelho digestivo, e as conexões desses nervos no sistema nervoso central.

As situações mais comuns que podem provocar soluço incluem estresse, comer ou beber demais, fumar, mascar chicletes, alteração no nervo do diafragma, uso de medicamentos (anestésicos, corticoides, ansiolíticos) e refluxo gastroesofágico.

Porém, o soluço também pode ter origem em alterações metabólicas causadas por alcoolismo ou diabetes não controlado, além de doenças do sistema nervoso central como meningite ou tumores.

Os soluços podem ser classificados em 3 tipos: episódicos, persistentes e intratáveis. Os episódicos podem ocorrer quando a pessoa come demais (hiperdistensão do estômago), ingere bebidas com gás, engole ar ao mascar chicletes ou fumar, ou quando é submetida a uma insuflação gástrica durante uma endoscopia.

Já os soluços persistentes e intratáveis podem causar desnutrição, emagrecimento, insônia, cansaço e estresse, interferindo negativamente na qualidade de vida do indivíduo. Esses tipos de soluço ocorrem principalmente em homens idosos com doenças associadas.

Saiba mais em: Soluço constante, o que pode ser?

Ainda não foi encontrada nenhuma função fisiológica para o soluço. Acredita-se que os soluços do bebê, enquanto ainda está no útero materno, sejam um tipo de exercício respiratório.

Veja também: Soluço constante em bebê é normal? O que pode ser e o que fazer?

O soluço episódico desaparece espontaneamente e não precisa de nenhum tipo de avaliação ou tratamento. Contudo, soluços que persistem por mais de 48 horas precisam ser investigados. Se houver alguma doença associada, o tratamento é direcionado para a doença.

Existem algumas técnicas que podem ajudar a parar o soluço, como prender a respiração, soprar contra uma resistência, beber água gelada, ou ainda manipular o diafragma pressionando as coxas sobre o abdômen ou apoiando o tórax contra uma superfície.

Veja aqui qual é a melhor forma de parar o soluço.

Soluços persistentes ou intratáveis podem ser tratados com medicamentos, hipnose e acupuntura.

Em caso de soluço persistente por mais de 48 horas, consulte um médico de família ou um clínico geral para investigar as possíveis causas do soluço.

Também pode lhe interessar: Remédios podem causar soluços?

Tipos de fezes: o que o cocô revela sobre a sua saúde?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Observar os tipos de fezes e a sua consistência – forma de fita, em pedaços ou esfarelando, se são grossas ou compridas – pode ajudar você a entender como está a sua saúde gastrointestinal.

Os tipos de fezes indicam se o seu intestino está funcionando de forma lenta ou acelerada, se você está ingerido pouca quantidade de fibras e/ou água na alimentação, presença de carboidratos, gases e gordura.

1. Fezes em fita

Fezes finas e compridas semelhantes à uma fita podem ser um sinal de síndrome do intestino irritável ou de câncer do cólon, especialmente se vierem acompanhadas de sangramento.

No caso da síndrome do intestino irritável, os movimentos intestinais se alteram e o intestino passa a produzir muito muco. Por este motivo, as fezes tomam o formato de fitas semelhantes a serpentina.

As fezes finas e estreitas também podem ser um sinal de câncer de cólon. Entretanto, não é preciso assustar-se de imediato. Além do formato em fita, outros sintomas como coceira anal, sangue nas fezes e perda de peso inexplicável precisam estar associados.

Se você observa que suas fezes têm formato de fita, procure o/a médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista.

2. Fezes em pedaços ou esfarelando

Fezes separadas em pedaços, moles, de bordas bem definidas e fácil evacuação são comuns em pessoas que evacuam de 2 a 3 vezes ao dia, o que geralmente ocorre após a ingestão de grandes refeições.

Nestes casos, este tipo de fezes não necessariamente indicam irregularidade e são consideradas normais.

Entretanto, se as bordas do cocô não forem regulares e bem definidas e se boiarem podem indicar que seu intestino está funcionando de forma muito acelerada e que há gases em excesso no intestino. Além disso, pode indicar a presença de gorduras e carboidratos nas fezes.

Fezes em pedaços podem ser consideradas um tipo de diarreia, entretanto ajustes na alimentação podem normalizar o funcionamento intestinal e o formato das fezes.

O/a médico/a de família e o/a nutricionista são profissionais mais indicados para diagnosticar a causa das fezes em pedaços ou esfarelando e para orientar o melhor tratamento.

3. Fezes líquidas

Evacuações com fezes líquidas e sem nenhum pedaço sólido são chamadas diarreia. Estas evacuações podem ser acompanhadas de dor abdominal (dor de barriga), normalmente em cólicas, e podem provocar desidratação.

As diarreias são bastante comuns em crianças e idosos e são sintomas de doenças como:

Intolerância à lactose

A intolerância à lactose é definida pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, um tipo de açúcar presente no leite e laticínios. Ocorre devido à deficiência de uma enzima digestiva chamada lactase.

Diarreia, cólicas, náuseas, flatulência (aumento na eliminação de gases) e distensão abdominal (inchaço no abdome) são os sintomas principais da intolerância à lactose.

O tratamento consiste na administração suplementos de lactase e em evitar leite e derivados, a exemplo do queijo e das manteigas. É importante consultar seu/sua médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista para o tratamento adequado.

Infecções intestinais

Infecções gastrointestinais provocadas por vírus ou bactérias tem como sintoma principal a diarreia. Pode ocorrer também náuseas, vômitos e dor abdominal.

Estes sintomas se manifestam como uma tentativa do organismo de eliminar o vírus ou a bactéria que está causando a infecção.

O tratamento das infecções intestinais consiste em repouso, aumento da ingestão de água ou soro caseiro e alimentação de fácil digestão como arroz, sopas, frutas sem casca. Nos casos de infecção bacteriana, pode ser indicado o uso de antibióticos.

Veja: Quais os sintomas de infecção intestinal?

O que posso fazer em casa para melhorar a diarreia?

Em casos de episódios repetidos de diarreia é indicado utilizar o soro caseiro. A preparação ajuda a melhorar o quadro diarreico e prevenir e/ou reduzir a desidratação. Receita de soro caseiro:

  • 1 copo de água filtrada ou mineral
  • 2 colheres rasas de sopa de açúcar (equivalente a 20 gramas)
  • 1 colher de chá de sal (equivalente a 3,5 gramas)

Atente para a medidas corretas durante o preparo do soro caseiro. Após o preparo, o soro caseiro tem validade de 24 horas e deve ser ingerido em pequenas quantidades.

Veja: Diarreia: o que fazer?

4. Fezes pastosas ou semi-líquidas

Fezes pastosas ou semi-líquidas com alguns pedaços moles misturados indicam que o funcionamento do seu intestino está muito acelerado. Este tipo de fezes é considerado diarreia.

O tempo reduzido de formação das fezes compromete a absorção pelo organismo de nutrientes e água e por este motivo se tornam pastosas ou semi-líquidas.

A ingestão de fibras na alimentação ajuda a regularizar o funcionamento intestinal e a melhorar a consistência das fezes.

5. Fezes com bolas agrupadas

As fezes com bolas agrupadas têm formato cilíndrico, porém são duras, de difícil eliminação e com bolas agrupadas que podem se soltar. Este tipo de cocô é o mais difícil e doloroso de ser eliminado, uma vez que é muito endurecido.

Além disso, são fezes grandes demais ou muito grossas que podem ser maiores do que o canal anal. Normalmente ocorre em pessoas com:

Prisão de ventre crônica

É caracterizada pela persistente dificuldade de evacuar e pela frequência inferior a 3 evacuações por semana. Além disso, a pessoa faz grande esforço para evacuar e se sente incapaz de esvaziar o intestino completamente.

As fezes são duras e de difícil eliminação. As causas mais comuns de prisão de ventre são o sedentarismo, dieta pobre em fibras e consumo de proteína animal em excesso.

A adoção de uma alimentação com alto teor de fibras (legumes, cereais integrais, frutas e verduras), aumento da ingestão de líquidos (em torno de 2 litros ao dia) e a prática de atividade física costumam trazer bons resultados para quem sofre de prisão de ventre.

Atraso ou retenção na evacuação

O hábito de não atender à necessidade de evacuar, quando ela ocorre, pode comprometer o funcionamento regular dos intestinos. Este hábito promove evacuação com bolas agrupadas, volumosas e de difícil excreção.

Para evitar que isto ocorra é importante não atrasar ou reter a evacuação e ir ao banheiro sempre que sentir vontade.

Fissura anal

A fissura ou úlcera anal consiste em uma laceração (rachadura) na região do ânus. Fezes volumosas, endurecidas e esforço ao evacuar são os sintomas principais de fissura anal. Pode ainda ocorrer sangramento durante ou após as evacuações.

O tratamento consiste na administração de medicamentos emolientes, que tornam as fezes mais macias e fáceis de eliminar, pomadas e banhos de assento.

Hemorroidas

Hemorroidas consistem na presença de veias dilatadas e tortuosas na região inferior do reto e ânus.

O esforço repetitivo durante as evacuações, o trabalho pesado com esforço constante, gravidez e prisão de ventre são as causas mais comuns para o desenvolvimento de hemorroidas.

Pode ocorrer presença de nódulo na região anal, sangramento ao evacuar, prurido (coceira anal), dificuldade e dor ao evacuar, dor ao sentar ou andar, presença de secreção esbranquiçada nas fezes.

O tratamento consiste no uso de medicamento para dor, pomadas emolientes e banhos de assento. Em alguns casos é necessário a remoção cirúrgica da hemorroida.

A regulação intestinal para pessoas que eliminam fezes com bolas agrupadas é feita com a adoção de uma alimentação saudável, especialmente rica em fibras e cereais integrais, que estimule o bom funcionamento do intestino.

Pode ser necessário a realização de exames de sangue e/ou fezes, uso de probióticos e medicamentos com orientação nutricional e do/a médico de família, gastroenterologista ou proctologista.

6. Fezes em bolinhas

Cocô em bolinhas separadas, pequenas, duras e difíceis de sair podem indicar:

  • Alterações na flora intestinal (ausência de bactérias boas);
  • Deficiência de fibras na alimentação.

A ausência das bactérias boas e das fibras na sua alimentação reduzem a retenção de água nos intestinos. Isto faz com que a fezes fiquem duras, ressecadas, provoquem dor ao evacuar e podem levar ao sangramento anal.

Nestes casos, se recomenda:

  • aumentar a ingestão de fibras: adotar uma alimentação equilibrada rica em frutas, verduras e cereais integrais;
  • ingerir bastante água: para evitar que as fezes fiquem ressecadas pelo aumento da ingestão da quantidade de fibras.
7. Fezes amareladas

As fezes amareladas são bastante comuns e podem ser um sinal de diversos problemas diferentes de saúde. É importante que você perceba também o formato e o cheiro das fezes quando elas apresentam a cor amarelada. Isto pode facilitar o diagnóstico feito pelo/a médico/a.

Uma alimentação rica em gordura, infeções intestinais, problemas no fígado, pâncreas e vesícula, giardíase (verminose) doença celíaca e uso de medicamentos são algumas das causas das fezes amareladas.

Se, junto com as fezes amareladas, você sentir febre, dor de cabeça, perda de peso, dor abdominal, sangue nas fezes ou barriga inchada, é importante buscar o/a clínico/a geral, médico/a de família ou gastroenterologista para efetuar um tratamento adequado.

8. Vermes nas fezes

A presença de vermes nas fezes é um sinal claro de infecção por parasitas. Quando não há vermes visíveis, atente para outros sintomas de infecções por estes parasitas como:

  • Barriga inchada;
  • Dor abdominal;
  • Gases em excesso;
  • Diarreia alternada com constipação (prisão de ventre);
  • Coceira no ânus;
  • Cansaço sem razão aparente.

Leia também:

Quais os sintomas de vermes no corpo?

Alimentos fibrosos e ricos em celulose como feijão, milho e vegetais são digeridos com mais dificuldade e podem, algumas vezes, ser encontrados nas fezes.

Atente se há perda de muitos pedaços de alimentos no cocô e se há diarreia constante e perda de peso.

Como devem ser as fezes normais?

O cocô normal tem uma consistência mole e macia com um formato definido semelhante a uma salsicha. A superfície pode ser lisa ou conter algumas rachaduras. Pode também se apresentar em pedaços moles.

Estes diferentes aspectos da superfície das fezes não indicam necessariamente que há alterações, uma vez que seu formato depende dos alimentos que você ingere.

A fezes normais não provocam dor ao evacuar e o ideal é que se evacue diariamente, embora a frequência da eliminação de fezes varie de acordo com a idade e hábitos de vida.

Esteja atento as suas fezes

A maior parte das alterações na consistência das fezes indica problemas na alimentação que são facilmente tratados. No entanto, observar as fezes pode ajudar a diagnosticar mais precocemente algumas doenças gastrointestinais.

Observar as fezes diariamente é um hábito que ajuda a acompanhar a sua saúde gastrointestinal e é muito útil para o diagnóstico de doenças do sistema digestivo.

Se você apresentar alterações como diarreia, dor abdominal e sangramentos que duram mais de três dias, busque um serviço de saúde para atendimento médico.

Leia também:

Quais as causas mais comuns de diarreia?

O que é colo uterino com conteudo hemático no seu interior?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Significa que foi observado a presença de sangue ("conteúdo hemático") no colo do útero.

A presença de sangue no colo do útero pode ser encontrada no exame preventivo e representar diversas situações, como:

  • Traumas, pode ocorrer pequenos traumas na região vaginal, até mesmo acidental durante a coleta do exame preventivo;
  • Fragilidade capilar,
  • Doenças inflamatórias ou infecciosas como vaginose bacteriana e
  • Câncer de colo de útero.

Portanto deve sempre ser melhor investigado. Converse com seu ginecologista, que poderá interpretar o resultado do exame por completo e definir a conduta adequada para este caso.

Exame de preventivo ou Papanicolau

O exame Papanicolau, é o principal exame de rastreio para a prevenção ou diagnóstico precoce de câncer do colo do útero, entretanto esse exame pode diagnosticar também doenças inflamatórias, infecciosas, além das lesões tumorais.

As alterações celulares com alto risco de evoluir para câncer devem ser ressecadas para estadiamento e definição do tratamento completo. As doenças inflamatórias e infecciosas recebem tratamento a base de medicamentos.

Saiba mais no link: Qual o tratamento para vaginose?

Qualquer uma dessas situações podem levar a presença de conteúdo hemático no colo do útero, porém, embora não seja obrigatoriamente um sinal de câncer, é um sinal de alerta, o que exige uma investigação minuciosa.

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Quais as causas da hipertensão arterial?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) ocorre por diversas causas.

A maioria dos casos de hipertensão arterial são chamadas essencial ou primária, situação em que ainda não tem uma causa definida e respondem a 95% dos casos. Embora não se saiba exatamente a sua causa, sabe-se que se origina de múltiplos fatores, sendo os principais fatores de risco bem estabelecidos.

Fatores de risco para desenvolver hipertensão arterial

Afrodescendência

Os negros apresentam maior incidência de hipertensão arterial essencial e o início mais precoce. Além disso, apresentam maior frequência de complicações e gravidade ao longo dos anos.

Genética: história familiar

Quanto mais pessoas portadoras de pressão alta na família, maiores são as chances de também desenvolver a doença.

Consumo de sal

O consumo de mais de 6 gramas de sal por dia aumenta o risco de desenvolver hipertensão arterial. O sal aumenta a pressão arterial por induzir duas alterações nos vasos sanguíneos: aumenta o volume de líquidos dentro dos vasos e age diretamente nas paredes das artérias, causando uma constrição das mesmas (diminuição do diâmetro).

Essas alterações na parede dos vasos sanguíneos provoca um aumento da resistência (pressão) à passagem do sangue e uma menor capacidade de vasodilatação.

Obesidade

Pessoas obesas, com IMC (índice de massa corporal) maior ou igual a 30, têm até 6 vezes mais chance de desenvolver pressão alta. A circunferência abdominal, medida na linha do umbigo, também é um fator de risco, ou seja, quanto maior a barriga, maior o risco de HAS.

Consumo de álcool

O consumo diário de duas ou mais doses de álcool (dois copos de vinho ou de cerveja) aumenta em duas vezes o risco de hipertensão arterial. Quanto maior o volume de bebida alcoólica ingerida, maior o risco.

Idade

Ao longo dos anos, os vasos sanguíneos vão passando por um processo chamado arteriosclerose, em que a parede das artérias se torna mais rígida, fazendo com que as mesmas percam a elasticidade e a capacidade de se acomodar com as variações da pressão.

A hipertensão do idoso é tipicamente sistólica, isto é, a pressão máxima (pressão sistólica) fica alta e a pressão mínima (pressão diastólica) permanece normal ou um pouco mais baixa.

Colesterol elevado

Aumenta o depósito de gordura nas artérias, um processo chamado de aterosclerose, que leva a redução do calibre do vaso, com consequente aumento da hipertensão arterial.

Sedentarismo

A prática regular de exercícios físicos, diminui os níveis circulantes de adrenalina (que causa constrição das artérias) e aumenta a liberação de endorfinas e óxido nítrico, que causam vasodilatação, o que é excelente na prevenção da doença. O sedentarismo também contribui para o sobrepeso e aumento do colesterol.

Tabagismo

O cigarro provoca um aumento imediato da pressão arterial pela ação vasoconstritora da nicotina, além de acelerar o mecanismo da arteriosclerose, tornando os vasos duros e rígidos. O fumo passivo também é fator de risco para hipertensão arterial.

Anticoncepcionais orais

A pílula anticoncepcional geralmente aumenta discretamente a pressão arterial, porém, há mulheres, principalmente fumantes com mais de 25 anos de idade, que podem desenvolver franca hipertensão ao tomar a pílula.

Quais as causas da hipertensão arterial secundária?

Diferentemente da hipertensão essencial, em que há fatores de risco identificados mas sem uma causa claramente estabelecida, a hipertensão secundária tem uma causa bem definida.

A hipertensão arterial secundária ocorre em cerca de 5% dos casos e dentre as doenças que originam a hipertensão secundária podemos citar como principais:

Insuficiência renal crônica

Uma das principais causas de hipertensão secundária. Quando os rins começam a falhar, o corpo começa a ter dificuldade em excretar o excesso de sal e líquidos consumidos, o que provoca um aumento da pressão arterial.

Cerca de 85% dos pacientes com insuficiência renal crônica têm hipertensão. É importante lembrar que o contrário também pode ocorrer, isto é, a pressão alta levar à insuficiência renal.

Glomerulonefrite

Os glomérulos possuem os filtros que "limpam" o sangue. Glomerulonefrite é caracterizada pela inflamação dos glomérulos. Existem várias doenças que provocam glomerulonefrite e quase todas apresentam hipertensão como parte dos sintomas.

Rins policísticos

Os cistos expandidos nos rins, aumentam a liberação do hormônio renina, que causa uma maior absorção de sódio nos túbulos renais e aumenta, por consequência, o risco de hipertensão.

Indivíduos com rins policísticos podem desenvolver hipertensão mesmo quando não apresentam ainda alterações detectáveis da função renal.

Estenose da artéria renal

Estenose é um estreitamento de uma artéria. A estenose da artéria renal reduz o aporte sanguíneo para o rim. Como a pressão sanguínea que chega ao rim está muito baixa, o rim reage como se houvesse pressão baixa em todo o corpo, retendo mais sal e líquidos para compensar essa falsa hipotensão.

Feocromocitoma

É um tumor maligno da glândula supra-renal, que produz adrenalina. A hipertensão pode ser causada por este excesso de adrenalina.

Aldosteronismo primário

Normalmente é causado por um tumor benigno da supra-renal ou por um crescimento anormal da glândula. Leva à hipertensão devido ao aumento da produção do hormônio aldosterona, que atua no rim aumentando a absorção de sódio nos túbulos renais.

Síndrome de Cushing

Doença causada por corticoides em excesso no organismo, tanto por aumento da sua produção pela glândula supra-renal como por ingestão de corticoides sintéticos em excesso para tratamento de algumas doenças.

Apneia obstrutiva do sono

Ocorre sobretudo em obesos e caracteriza-se por períodos de apneia (interrupção da respiração) durante o sono. Metade dos pacientes apresenta hipertensão que costuma estar mais elevada no período da manhã, ao contrário do que ocorre em outras causas de hipertensão.

Outras causas de hipertensão arterial secundária:
  • Aterosclerose, hiperplasia fibromuscular, poliarterite nodosa;
  • Aumento de pressão intracraniana, quadriplegia, porfiria aguda, disautonomia familiar;
  • Acromegalia, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, uso de hormônios exógenos;
  • Uso de drogas imunossupressoras, intoxicação por metais pesados;
  • Cirurgias, hipoglicemia, queimaduras, abstinência alcoólica, pós-parada cardíaca, peri operatório;
  • Gestação - Hipertensão gestacional;
  • Insuficiência aórtica, fístula arteriovenosa, tireotoxicose, doença Paget e beribéri (hipertensão sistólica).
O que é a hipertensão arterial?

A pressão alta é definida como o aumento crônico da pressão sanguínea, com valor igual ou superior a 140/90 mmHg (em indivíduos adultos, de até 74 anos, sem comorbidades como diabetes ou insuficiência renal).

Os valores da pressão arterial seguem a seguinte classificação:

  • Pressão arterial normal: valores menores ou iguais a 120/80 mmHg;
  • Pré-hipertensão: valores entre 121/81 – 139/89 mmHg;
  • Hipertensão grau I: valores entre 140/90 – 159/99 mmHg;
  • Hipertensão grau II: valores iguais ou maiores que 160/100 mmHg.
Quais as complicações da hipertensão arterial?

A pressão alta constitui um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. É responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabetes, 50% dos casos de insuficiência renal terminal.

10 Recomendações para controlar a hipertensão arterial

1. Meça a pressão pelo menos uma vez por ano; 2. Pratique atividades físicas todos os dias, ou pelo menos 40 minutos, cinco vezes na semana; 3. Mantenha o peso ideal, evite a obesidade; 4. Adote alimentação saudável: pouco sal, evite comidas gordurosas ou frituras e dê preferência a frutas, verduras e legumes; 5. Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba; 6. Pare de fumar; 7. Nunca pare o tratamento, é para a vida toda. Faça-o corretamente, nos horários certos; 8. Sempre siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde; 9. Durma oito horas todas as noites, verifique se a qualidade do seu sono é boa; 10. Evite o estresse. Reserve tempo para a família, os amigos e o lazer. Garanta pelo menos uma hora por dia, todos os dias, para fazer algo que realmente gosta.

Em caso de suspeita de hipertensão arterial, um médico, preferencialmente um cardiologista, deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, se esse é o diagnóstico correto, além de orientar e prescrever o melhor tratamento, para cada caso.

Hipertrofia Coluna de Bertin e bifidez renal tem que operar?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

A hipertrofia na Coluna de Bertin é uma variação anatômica e geralmente não está associada a nenhum problema. A bifidez renal é uma alteração anatômica que pode estar associada a estenose do ureter (obstrução do fluxo de urina) e aumento da incidência de infecção urinária. Operar ou não operar tudo vai depender do grau de alteração e das consequências dessas alterações.

Quais os efeitos colaterais da sibutramina?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os efeitos colaterais da sibutramina são:

  • Boca seca;
  • Prisão de ventre;
  • Dor de cabeça;
  • Agitação psicomotora, nervosismo, ansiedade, delírio;
  • Sudorese (transpiração);
  • Alterações do sono, por exemplo, insônia;
  • Aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca;
  • Náusea;
  • Alteração do paladar.

Os efeitos colaterais da sibutramina geralmente são transitórios. Todavia, se os efeitos colaterais forem persistentes ou com uma intensidade que interfira nas atividades diárias, a pessoa deve falar com o/a médico/a sobre a possibilidade de ajustar a dosagem ou até mesmo suspender o uso do medicamento.

A sibutramina é um medicamento usado para tratar a obesidade pois reduz a fome e aumenta a sensação de saciedade. 

O seu uso deve ser orientado e acompanhado pelo/a /a médico/a clínico/a geral ou endocrinologista.