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Melena (fezes escuras): o que é? Quais são as causas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A melena se caracteriza por fezes escuras, normalmente de consistência pastosa, com aspecto brilhante, semelhante à borra de café ou petróleo e com odor fétido muito forte.

Trata-se de um sinal típico de hemorragia digestiva alta, ou seja, sinal de sangramento no trato gastrointestinal alto (esôfago, estômago ou intestino delgado).

A aparência deste sangramento se dá pelo fato de a hemorragia ocorrer no início do trato digestivo e passar por todo o processo de digestão antes de ser eliminado nas fezes.

Por isso, a melena só é observada nos casos de sangramento moderado ou grave. Quando o sangramento é pequeno, acaba por ser absorvido durante todo o trajeto, ou é tão discreta que se torna imperceptível a olho nu, sendo necessário um exame de laboratório para essa pesquisa, o teste de sangue oculto nas fezes.

Quais são as causas da melena?

Em geral, a melena é consequência de hemorragias no estômago ou duodeno. São várias as doenças que podem levar a essa agressão e consequente sangramento, como as doenças citadas abaixo.

  • Gastrite aguda,
  • Úlcera gástrica,
  • Úlcera duodenal,
  • Esofagite de refluxo,
  • Varizes de esôfago,
  • Câncer,
  • Abuso de medicamentos, especialmente, quando ingeridos em jejum (anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos).
Melena tem tratamento?

Sim. O principal objetivo do tratamento da melena é detectar rapidamente a causa da hemorragia para interromper o sangramento.

Nos casos mais leves, por exemplo, sangramento de varizes esofágicas ou úlcera pequena, é possível tratar por meio de endoscopia digestiva alta, inserindo balão esofágico, que comprime das varizes, ou suturando (costurando) a úlcera.

Nos casos mais graves ou de instabilidade clínica, pode ser necessário um procedimento cirúrgico de urgência, entretanto são casos mais raros.

Existe prevenção para a melena?

Prevenir a melena implica em prevenir as hemorragias digestivas altas. Para isto é necessário:

  • Evitar a automedicação, especialmente, com menor uso de anti-inflamatórios;
  • Buscar ajuda médica rapidamente se observar a presença de melena, dor, desconforto ou vômitos constantes;
  • Evitar hábitos como o tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Se houver indicação médica para uso de anti-inflamatório por tempo prolongado, avaliar a necessidade de fazer uso de um antiácido associado;
  • Higienizar verduras, frutas e legumes com hipoclorito de sódio para evitar bactérias;
  • Alimentar-se adequadamente, evitar o jejum.

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Fiquei menstruada duas vezes e continuo com sintomas de TPM. É normal? O que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Menstruar duas vezes no mesmo mês é relativamente comum e não significa propriamente que haja algum problema de saúde. Além disso, o uso de anticoncepcionais hormonais, por exemplo, pode provocar pequenos escapes que podem ser confundidos com menstruação.

O fato de você ainda estar com os seios inchados e o peso não ter voltado ao normal pode estar relacionado com as variações hormonais que ocorrem no período menstrual, que nesse mês ficou desregulado.

As irregularidades menstruais normalmente só devem ser motivo de preocupação se o sangramento durar muitos dias ou se essas irregularidades se repetirem com frequência.

Algumas situações que podem fazer a mulher menstruar duas vezes no mesmo mês:

  • Estresse e alterações emocionais;
  • Uso de alguns medicamentos;
  • Anticoncepcionais;
  • Ovários policísticos;
  • Mioma, pólipos ou câncer;
  • Distúrbios da coagulação;
  • Distúrbios da tireoide;
  • Endometriose;
  • Distúrbios hipofisários;
  • Gravidez.

A presença de sangramentos excessivos e frequentes ao longo do ciclo menstrual deve ser avaliado por um médico de família, clínico geral ou ginecologista.

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Alopecia tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Janyele Sales
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Medicina de Família e Comunidade

Em muitos casos a alopecia pode ter curar, contudo em outro o tratamento pode ser muito difícil e com pouco resultado. A eficácia do tratamento e a forma como será realizado dependerá do tipo de alopecia (queda de cabelo). 

Os tipos mais comuns de alopecia e seus respectivos tratamentos são:

  • Alopecia cicatricial: o tratamento pode ser realizado através do uso de medicamentos tópicos como tetraciclina e corticoesteroides;
  • Alopecia areata: O tratamento pode incluir pomadas ou aplicações intralesionais de corticoesteroides, em casos muito graves pode-se ainda usar medicamentos de ação sistêmica, como corticoides e imunomoduladores. Eventualmente ao se afastar a situação de estresse que pode ter desencadeado a queda de cabelo, as lesões melhoram e o cabelo volta a crescer.
  • Alopecia mecânica (por tração): Evitar situações de tração física ou estresse ao couro cabeludo que podem levar à queda de cabelo;
  • Queda de cabelo devido a doenças infecciosas: Nesse caso o tratamento se volta para a doença infecciosa que está a causar a queda de cabelo, com o controle da doença os cabelos voltam a nascer espontaneamente;
  • Queda de cabelo de causas sistêmicas: Em geral, tratando-se as causas, os cabelos crescem novamente;
  • Alopécia androgenética: Em relação ao tratamento da alopécia androgenética podem ser usados medicamentos como o minoxidil ou a finasterida. Na alopécia androgenética que acometem mulheres alguns medicamentos de modulação hormonal como anticoncepcionais orais ou espironolactonas Algumas opções cirúrgicas também podem ser tentadas como transplantes de folículos, retalhos de couro cabeludo, embora ainda careçam de comprovação cientifica de sua eficácia.

Em caso de alopécia consulte um clínico geral ou médico de família para uma avaliação inicial, em muitos casos pode ser necessário o encaminhamento a  um médico dermatologista.

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O que é hiperplasia nodular focal? Como é o tratamento?
Dra. Janyele Sales
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Medicina de Família e Comunidade

Hiperplasia nodular focal é um tumor benigno do fígado. Trata-se de um aumento do número de células do fígado que dão origem a nódulos focais. O nódulo geralmente é único e pode medir até 5 cm. Em alguns caso, a hiperplasia nodular focal pode ocorrer em simultâneo com o hemangioma, o tumor benigno mais comum do fígado (a hiperplasia nodular é o 2º mais comum).

A grande maioria dos casos de hiperplasia nodular focal ocorre em mulheres entre os 30 e os 50 anos. A gravidez e o uso de anticoncepcional oral não estão relacionados com o aparecimento da hiperplasia nodular, mas podem favorecer o crescimento do tumor.

Por isso, o tratamento da hiperplasia nodular focal pode ser feito com a suspensão do anticoncepcional oral.

A cirurgia para retirar os nódulos raramente é necessária, mas pode ser indicada se houver um crescimento exagerado dos mesmos ou em caso de incerteza quanto ao diagnóstico.

A hiperplasia nodular focal normalmente não causa sintomas. O nódulo geralmente é detectado por acaso, durante a realização de algum exame de imagem.

Contudo, dependendo do tamanho do tumor, pode haver dor na "boca do estômago" e inchaço do fígado verificado através da palpação.

É importante lembrar que a hiperplasia nodular focal é um tumor benigno, sem chances de evoluir para câncer. O tratamento é da responsabilidade do médico hepatologista.

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Referência

CBRDI. Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

O que é tétano e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O tétano é uma doença infecciosa grave, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. Essa bactéria está presente no solo, na terra, no esterco, no pó, nas fezes humanas e na superfície de objetos, sendo extremamente resistente.

A Clostridium tetani penetra no organismo através de ferimentos ou lesões na pele, geralmente perfurantes, e não é transmitida de pessoa para pessoa.

Quando contamina ferimentos, a bactéria torna-se capaz de produzir a toxina, que atua sobre terminais nervosos e provoca as fortes contrações musculares que caracterizam o tétano.

No caso do tétano neonatal, a contaminação ocorre através do coto do cordão umbilical do recém-nascido e o sistema nervoso do bebê é afetado.

Quais são os sintomas do tétano?

Geralmente, os primeiros sinais e sintomas do tétano surgem alguns dias após a infecção pela Clostridium tetani. Os sintomas podem incluir: dificuldade de abrir a boca, dificuldade para engolir e contratura dos músculos do pescoço (rigidez na nuca).

Na maioria dos casos, o quadro evolui para contraturas musculares generalizadas, que podem comprometer o músculo diafragma e provocar a morte do paciente por insuficiência respiratória.

Também são observadas crises de contraturas geralmente desencadeadas por estímulos luminosos, sonoros ou manipulação do paciente.

O tétano neonatal provoca dores fortes e contrações que fazem o bebê chorar muito e tenha dificuldade para mamar.

Qual é o tratamento para o tétano?

O tratamento do tétano é realizado em ambiente hospitalar em regime de internação, é feita uma limpeza profunda e imediata do ferimento, com administração de antibiótico (penicilina) para combate a bactéria e de imunoglobulina antitetânica ou soro antitetânico.

Também são utilizados sedativos de forma a promover o relaxamento muscular, impedindo os espasmos musculares e as contraturas dolorosas. São realizadas ainda medidas gerais de suporte.

Em caso de ferimento, é preciso ter tomado 3 doses da vacina, sendo que a última deve ter sido tomada há menos de 10 anos.

Como prevenir o tétano?

Para prevenir o tétano, é muito importante manter níveis adequados de anticorpos contra a doença no corpo, o que só é possível através da vacinação. Vale lembrar que pessoas que já adquiriram tétano não ficam imunes contra a doença. Por isso, a vacina é fundamental.

Para prevenir o tétano neonatal, a mulher já deve ter tomado pelo menos duas doses da vacina antes do parto. Se a última dose foi há mais de 5 anos, é indicado tomar um reforço.

O esquema de vacinação contra o tétano consiste de 3 doses da vacina, aos 2, 4 e 6 meses de idade. O primeiro reforço é feito através da vacina tríplice viral, aos 15 meses, e o outro é feito entre os 4 e os 6 anos de idade. Depois, os reforços devem ser feitos a cada 10 anos.

O infectologista é o médico responsável pelo diagnóstico e tratamento do tétano.

Tenho 17 anos e desde pequeno tenho muito prepúcio. É normal? Preciso operar?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Se há um excesso de pele e você precisa sempre estar fazendo algo para driblar seus defeitos anatômicos é sinal de que precisa consultar um urologista para que ele te examine e decida se há ou não necessidade de cirurgia.

Pediatra aplicou benzetacil, deve continuar tomando amoxilina?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento de escolha indicado para Escarlatina é exatamente a Penicilina (Benzetacil®), ou a Amoxacilina®, ou, em casos de alergia a essa substância, a Eritromicina®, porém não é habitual o uso de dois deles ao mesmo tempo.

Inclusive porque, os medicamentos são depurados e eliminados pelo fígado e rim, oferecendo uma sobrecarga a esses órgãos, quando é feito o uso excessivo e desnecessário de medicamentos.

Por outro lado, dependendo da gravidade do caso ou experiência médica, pode ser realizado um tratamento concomitante das medicações, e manter a amoxacilina® até o fim do curso planejado, a fim de evitar a resistência aos antibióticos.

Portanto, o mais adequado é que faça contato com seu pediatra assistente, para que esclareça qual o tratamento por ele planejado, oferecendo o melhor tratamento ao seu filho.

Vale ressaltar, que a doença é altamente contagiosa, por isso as crianças com quadro de escarlatina devem ser afastados de ambientes escolares e lugares fechados, pelo menos por mais 24h após o início da antibioticoterapia, quando não transmite mais a doença.

Para mais informações, procure seu pediatra ou médico da família.

Fenda palatina: Quais as causas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A fenda palatina é causada por um defeito na união entre os lados direito e esquerdo do lábio e do céu da boca (palato), que ocorre no início do desenvolvimento do embrião. A não-junção das duas partes que formam o lábio e o palato deixa uma abertura entre elas, dando origem à fissura palatina.

É provável que as causas para essa má formação esteja relacionada a fatores genéticos e ambientais. Gestantes que consomem bebidas alcoólicas, fumam ou tomam certos tipos de medicação como corticoides e anticonvulsivantes, têm mais chances de terem filhos com fenda palatina, sobretudo se houver predisposição genética e o consumo for durante os primeiros 3 meses de gravidez.

A fenda palatina ou lábio leporino, como também é conhecida, é a mais comum das malformações de face presentes ao nascimento. A ocorrência é de 1 caso em cada 650 crianças que nascem.

Tratamento Cirurgia

A fenda palatina é corrigida através de cirurgia. O tratamento cirúrgico inclui a correção da fissura, a reconstituição do lábio superior e o reposicionamento do nariz.

A primeira cirurgia normalmente é feita nos primeiros 3 meses de vida da criança e a segunda quando o bebê tem cerca de 18 meses. O fechamento do céu da boca (palato) é realizado na segunda intervenção cirúrgica.

Porém, o número de cirurgias pode variar de acordo com a idade, o crescimento e as partes do rosto que precisam ser tratadas (nariz, lábios, céu da boca).

As cirurgias de correção da fenda palatina garantem a integridade dos ossos, as funções dos músculos da boca e da face, além de prevenir a voz anasalada e problemas respiratórios.

Fonoaudiologia e odontologia

A fonoaudiologia acompanha o desenvolvimento da fala, uma vez que a fissura palatina prejudica a vocalização dos sons. Já o tratamento odontológico irá cuidar de toda a parte dentária, com atuação de dentistas de diferentes especialidades.

O tratamento multidisciplinar da fenda palatina é fundamental para evitar problemas respiratórios, infecções, má nutrição e um desenvolvimento inadequado da estrutura dentária.

Para uma reabilitação completa, é crucial que o tratamento não fique apenas limitado às cirurgias. Os outros tratamentos e atendimentos são essenciais, já que ao longo de todo o tratamento é observado o crescimento dos ossos craniofaciais para evitar deformações.

Em média, o tempo total de duração do tratamento da fenda palatina dura até os 16 a 20 anos de idade. O abandono do tratamento pode trazer graves sequelas.

A fenda palatina pode ser detectada por exames de imagem a partir da 14ª semana de gestação. No entanto, o diagnóstico definitivo é dado pelo médico pediatra após o nascimento.

Vale informar que tramita na Câmara dos deputados, um projeto de lei, que incluiria as pessoas com fissura palatina que não tenham passado por cirurgia reparadora, ou com sequelas apesar do tratamento, como portadoras de deficiência e, com objetivo de auxiliar nos custos e tempo disponível para uma reabilitação adequada, além de possibilitar os mesmos direitos e garantias estabelecidos pela legislação vigente. Fique atento e pergunte ao seu médico sobre o assunto.

Saiba mais em:

O que é lábio leporino e quais são as causas?

Qual é o tratamento para quem tem lábio leporino?