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Como é o tratamento para transtornos alimentares?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento dos transtornos alimentares depende do tipo de transtorno (bulimia, anorexia, obesidade, desnutrição, vigorexia) e das suas causas, que podem estar relacionadas com fatores psicológicos ou metabólicos.

Bulimia

O tratamento da bulimia envolve diferentes profissionais, nas áreas da psicologia, psiquiatria e nutrição. Pessoas com esse transtorno alimentar são tratadas com psicoterapia, em alguns casos pode ser necessário o uso de medicamentos antidepressivos e estabilizadores do humor.

Anorexia

O tratamento desse transtorno alimentar também é multidisciplinar, com médico psiquiatra, psicólogo e nutricionista. Em alguns casos de anorexia, a pessoa precisa ficar internada para que os alimentos sejam reintroduzidos gradualmente na dieta. O tratamento pode incluir psicoterapia, terapia familiar e quando necessário medicamentos.

Leia também: Anorexia tem cura? Qual o tratamento?

Obesidade

O tratamento da obesidade é feito com mudanças na dieta e atividade física. Alguns indivíduos podem precisar também acompanhamento psicológico. Casos de obesidade com IMC maior que 50 ou IMC maior que 40 e com complicações podem ter indicação de cirurgia de redução do estômago.

Saiba mais em: Não consigo emagrecer, o que devo fazer?

Desnutrição

O tratamento desse tipo de transtorno alimentar consiste em aumentar aos poucos a ingestão de carboidratos, proteínas, água e outros alimentos. A suplementação com proteínas, vitaminas e sais minerais muitas vezes é necessária.

A reintrodução gradual dos alimentos e o uso de suplementos devem ser acompanhados por médicos e nutricionistas.

Vigorexia

O tratamento pode incluir psicoterapia, medicamentos e acompanhamento com nutricionista e endocrinologista.

O objetivo do tratamento psicoterapêutico é ajudar a pessoa a aceitar o próprio corpo, combatendo a visão distorcida que ela tem do mesmo.

Alguns medicamentos antidepressivos podem ser usados para controlar a compulsão e a obsessão ou tratar casos de depressão associados à vigorexia.

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Fases do sono e o que acontece em cada uma delas
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As fases do sono dividem-se em 4 estágios e em cada um deles ocorre uma atividade diferente do sono. Quando ocorre algum distúrbio numa dessas fases, a qualidade do sono fica prejudicada, podendo trazer prejuízos à qualidade de vida da pessoa a curto, médio ou longo prazo.

Fase 1

A fase 1 do sono ocorre quando começamos a adormecer e ocupa cerca de 10% das horas que passamos dormindo. É a passagem do estado de vigília para o sono, quando o corpo liberta um hormônio chamado melatonina, responsável pela sensação de sonolência.

Fase 2

Na fase 2, a respiração e os batimentos cardíacos ficam mais lentos, a temperatura do corpo fica mais baixa e a musculatura relaxa. Esse estágio do sono representa aproximadamente 45% da noite e é nele que a pessoa começa a sonhar.

Fase 3

A fase do sono 3 é o estágio em que o organismo fica com o metabolismo mais lento, a respiração e os batimentos cardíacos ficam com um ritmo ainda mais baixo. Essa fase ocupa cerca de 25% do sono.

Fase 4 - REM / Sono profundo

A fase 4 é conhecida como a fase REM, sigla em inglês para Rapid Eye Movement, que em português significa "movimento rápido dos olhos". Trata-se do estágio do sono profundo, no qual permanecemos durante 20% da noite.

Na fase REM do sono, os sonhos são mais "reais" e ocorre liberação de adrenalina, com aumentos súbitos da pressão arterial e da frequência cardíaca.

Nas 3 primeiras fases do sono, os tecidos são restaurados, o corpo gasta menos energia, a massa muscular aumenta e ocorre liberação do hormônio de crescimento. Já na fase 4 (REM), as memórias e aquilo que a pessoa aprende de novo são consolidados.

Por isso, a fase do sono REM é essencial para a recuperação da mente, manutenção da memória, vigília e atenção.

Contudo, sempre que alguém está dormindo e acorda, volta automaticamente à primeira fase do sono, o que prejudica todo esse ciclo e pode interferir na qualidade de vida e da saúde do indivíduo.

O tratamento dos distúrbios do sono pode incluir a atuação de médicos neurologista, psiquiatra, pneumologista e otorrinolaringologista.

Saiba mais em:

Qual o tratamento para insônia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

tratamento para insônia é principalmente constituído por:

  • Higiene do sono;
  • Técnicas de relaxamento;
  • Terapia cognitivo-comportamental
  • Outros tipos de terapia
  • Uso de medicação.

Essa escolha será feita tendo em conta a causa identificada da insônia e o padrão de sono, trabalho e atividades diárias de cada indivíduo.

A higiene do sono consiste em alguns hábitos que devem ser evitados principalmente antes do horário de dormir e algumas mudanças no ambiente. Isso inclui evitar bebidas estimulantes, cafeína e álcool antes de dormir além de não fumar, especialmente no período noturno, praticar atividade física regularmente mas evitar nos momentos antes de dormir. A pessoa deve evitar deitar com fome, mas é recomendado não comer uma alimentação pesada durante à noite. Ir para a cama realmente quando estiver com sono, não se forçando para dormir. O ambiente do quarto deve ser calmo, tranquilo, longe de barulhos sonoros excessivos e de luminosidade, especialmente evitar assistir televisão na cama antes de dormir.

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Técnicas de relaxamento, yoga, tai chi chuan, massagens, aromoterapia, cromoterapia e algumas ervas medicinais podem ser usadas como forma de tratamento.

Os medicamentos sedativos e que induzem ao sono devem ser usados com muita precaução e apenas com indicação médica.

Saiba mais em:

Distúrbios do sono: Quais os principais tipos e como identificá-los?

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Quais são as fases do sono e o que acontece em cada uma delas?

Transtorno desintegrativo da infância: Quais os sintomas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas do transtorno desintegrativo da infância começam a se manifestar antes dos 10 anos de idade, após um período em que a criança apresentava um desenvolvimento normal, pelo menos até os 2 anos de vida. E sua característica marcante é a regressão evidente de habilidades já adquiridas. A criança parece "desaprender o que já havia aprendido."

Crianças com transtorno desintegrativo da infância apresentam um desenvolvimento normal até pelo menos os 2 anos de idade, comunicando-se por palavras, expressões e gestos; manifestando comportamentos apropriados para a idade e controle dos esfincteres, conforme esperado.

Contudo, antes de completar os 10 anos de idade, a criança manifesta uma perda significativa das habilidades adquiridas, em pelo menos duas das seguintes áreas:

  • Linguagem;
  • Habilidades sociais ou comportamento adaptativo;
  • Habilidades motoras;
  • Habilidades em realização de jogos e brincadeiras;
  • Controle esfincteriano
Sinais e sintomas
  • Prejuízos na comunicação, como: atraso ou ausência da fala, perda da capacidade de começar ou manter uma conversa, perda da capacidade de interpretar gestos, linguagem repetitiva, ausência de brincadeiras imaginárias variadas;
  • Prejuízos nas interações sociais, como: alterações no comportamento não-verbal, dificuldade em desenvolver relacionamentos, pouca abertura social e emocional, falta de resposta diante de tentativas de carinho, contato visual breve;
  • Prejuízos no comportamento, apresenta atividades e interesses repetitivos, restritos e estereotipados, incluindo alterações nas habilidades motoras;
  • Regressão em relação ao controle esfincteriano, a criança pode voltar a urinar na roupa ou na cama durante o sono, após já ter adquirido esse controle.
Tratamento

O tratamento do transtorno desintegrativo da infância é multidisciplinar e deve começar o quanto antes para favorecer a adaptação da criança e compensar as suas limitações. O objetivo principal será melhorar a linguagem, a comunicação e as habilidades sociais da criança, bem como reduzir os comportamentos inadequados.

Os tratamentos mais usados são os de abordagem psicológica, social e educacional.

O/A médico/a responsável pelo diagnóstico e tratamento do transtorno é o/a psiquiatra.

Saiba mais em: Transtorno desintegrativo da infância é grave?

Dor no peito: o que pode ser e o que fazer? Como saber se é Infarto?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no peito preocupa a todos, pelo medo de ser um sinal de infarto no coração (infarto agudo do miocárdio). E embora essa não seja a causa mais comum de dor torácica, é uma das causas que mais oferece risco de vida, por isso deve mesmo ser sempre investigada.

Hoje existem protocolos bem estruturados de atendimento nas emergências médicas, com excelentes resultados quando a doença é tratada a tempo.

Na suspeita de um infarto agudo do miocárdio, procure um serviço de emergência imediatamente.

Como saber se a dor no peito é infarto?

Os sintomas característicos de infarto agudo do miocárdio (IAM) são:

  • Dor ou desconforto no peito, de início súbito,
  • Localizada no lado esquerdo do peito (ou no meio do peito),
  • Tipo aperto, pressão ou desconforto, contínua,
  • A dor pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso (do mesmo lado),
  • Sintomas associados: Suor frio, tontura, náuseas, vômitos, fraqueza, mal-estar e falta de ar.

Vale ressaltar que portadores de diabetes podem não apresentar a dor no peito, mas apenas os sintomas de mal estar, suor frio, náuseas e vômitos. Por isso, em caso de diabetes, com esses sintomas, procure imediatamente um serviço de emergência para avaliação médica cardiológica.

Tipos de dores no peito

Na avaliação da dor no peito, a descrição da sua localização, pode auxiliar na pesquisa da causa desse problema. Entenda com a tabela abaixo, os principais diagnósticos, para cada tipo de dor torácica.

Tipos de dor O que pode ser?
Dor no peito à esquerda

Infarto agudo do coração, Dor muscular, Pneumonia, Asma, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Gases.

Dor no meio do peito Refluxo gástrico, Espasmo esofagiano, Infarto agudo do miocárdio, Pericardite, Endocardite, Derrame pericárdico, Dissecção de Aorta, Hérnia de hiato, Asma, Ansiedade, Gases.
Dor no peito à direita Dor muscular, Pneumonia, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Embolia, Pedras na vesícula, Gases.
Dor no peito que piora com a respiração profunda Pneumonia, Derrame pleural, Pneumotórax, Embolia pulmonar, Pericardite.
21 causas de dores no peito diferentes de infarto 1. Angina

A angina é considerada por alguns como o "princípio de infarto". De fato, a angina se caracteriza pela dor no meio do peito, tipo aperto, desconforto ou pressão, que pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso, e assim como no infarto, é causada pela falta de sangue em uma área do miocárdio (músculo do coração).

A grande diferença, é que a falta de sangue não é completa, a obstrução é parcial, portanto, o fluxo não é totalmente interrompido fazendo com que a dor dure menos de 15 a 20 minutos. A dor não é contínua, ela não dura mais de 20 minutos.

Quando a dor se mantém por mais de 20 minutos já caracteriza uma angina "instável" ou infarto.

No caso de angina, procure imediatamente um serviço de emergência médica. O tratamento é realizado com medicamentos sublinguais (para efeito mais rápido), com intuito de dilatar os vasos do coração, restituindo a circulação.

2. Endocardite

A endocardite é uma infecção no endocárdio (camada mais interna do coração). Os sintomas mais comuns são a febre, suor noturno, perda de peso, tosse e mal-estar.

Devido a tosse frequente, não é raro a presença de dor ou desconforto no peito. Entretanto não é um sintoma específico para essa doença. Contudo, por se tratar de uma doença grave com elevada taxa de mortalidade, deve entrar no grupo de causas possíveis a ser investigada.

O tratamento é feito com antibioticoterapia intravenoso, em ambiente hospitalar.

3. Pericardite

A pericardite é a infecção no pericárdio (uma espécie de "bolsa" que recobre o coração). A doença pode ser causada por uma infecção (bacteriana, fúngica ou viral), por trauma, uso crônico de medicamentos, doenças autoimunes ou pela presença de células neoplásicas (tumores).

Os sintomas característicos são a dor torácica no lado esquerdo do peito, que se irradia para o pescoço ou dorso, que melhora quando está sentado e piora quando se deita (decúbito dorsal).

O tratamento depende da gravidade do quadro e do agente causador dessa infecção. Sempre em ambiente hospitalar, pode ser tratado apenas com antibióticos venosos, ou associado a cirurgia.

4. Derrame pericárdico

O derrame pericárdico é o acúmulo de líquido no pericárdio. Os sintomas mais frequentes são a dor no peito do lado esquerdo, ou mais ao centro, tipo pressão ou aperto, associado a febre baixa, tosse e cansaço extremo.

O tratamento depende da causa do problema, do volume de líquido encontrado e do quadro clínico. Podendo ser conservador, com medicamentos, tratamento da causa e acompanhamento. Ou cirúrgico de urgência para os casos com falta de ar intensa e queda da pressão arterial.

5. Dissecção de aorta

A dissecção de aorta é uma emergência médica, uma das doenças que mais mata, se não tratada imediatamente. Chama-se dissecção, quando uma das camadas dos vasos se rompe, causando um extravasamento de sangue entre os folhetos do vaso.

Com o aumento da pressão entre essas paredes dos vasos, acontece uma ruptura do vaso, e sendo a aorta o maior vaso do corpo humano, o sangramento costuma ser fatal.

Os sintomas inicialmente são leves e inespecíficos, com dor entre os ombros, no meio do peito, sensação de peso no peito, dor no abdômen, fraqueza e ou mal-estar. O diagnóstico pode ser feito no exame clínico nos casos de aneurisma de grande volume na cavidade abdominal, ou por exames de imagem se for na região do tórax.

O tratamento é baseado no tamanho da dissecação, queixas e condições clínicas da pessoa.

6. Pneumonia

A pneumonia é a infecção do tecido pulmonar, geralmente decorrente de uma gripe mal curada. O principal sintoma é de dor no peito, em aperto ou pontadas, do lado acometido, que piora com a respiração profunda. Apresenta ainda, tosse produtiva, com secreção amarelada ou esverdeada, febre alta, falta de ar, fadiga e inapetência.

O tratamento é realizado com antibióticos. O médico da família, clínico geral ou pneumologista são os profissionais responsáveis pela confirmação desse diagnóstico e iniciar o devido tratamento.

7. Crise de asma (doenças crônicas do pulmão)

O processo de inflamação ou de fibrose encontrado nos problemas crônicos do pulmão, como a crise de asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), dificultam a passagem de ar devido ao edema, causando como sintomas: a dor no peito, ou desconforto tipo pressão, mais comum no meio do peito ou difusa, com dificuldade de respirar, sibilos ("chiado") e tosse seca.

A crise de asma pode evoluir para o óbito se não for devidamente tratada. O tratamento se baseia em medicamentos dilatadores para os brônquios, corticoides, nebulizações e oxigênio.

Na suspeita de crise de asma, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

8. Pneumotórax

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as pleuras do pulmão (membranas que recobrem os pulmões). O afastamento das pleuras, que costumam ser "coladas", causa dor intensa tipo pontadas ou "agulhadas", que piora muito com a respiração profunda.

O tratamento depende do volume de ar encontrado e do quadro clínico. Nos casos mais leves, de pequena quantidade de ar, o tratamento é tratar a causa do problema e acompanhamento. Mas nos casos de grande quantidade de ar, impedindo uma boa ventilação, a drenagem torácica deverá ser indicada.

9. Derrame pleural

O derrame pleural é o acúmulo de líquido entre as pleuras dos pulmões (membranas que recobrem os pulmões). Pode ser originado de traumas, infecções ou doenças autoimunes.

A separação das pleuras pelo líquido acumulado, causa dor no peito, no lado acometido, que piora com a respiração profunda. Pode haver também, febre, falta de ar e cansaço associados.

O tratamento depende da causa e do volume de líquido acumulado. No caso de comprometimento da respiração, está indicado drenagem torácica, para restabelecer a expansão dos pulmões, e possibilita coleta do material para análise.

10. Trauma

No trauma torácico, pode haver contusão ou fratura de costela(s). As fraturas resultam em dor intensa no local do trauma, dificuldade de respirar e de falar devido à dor, pôr 5 a 7 dias em média. O tratamento é repouso absoluto, para consolidação da lesão, e analgésicos potentes.

No trauma grave, com mais de 8 costelas fraturadas ("tórax instável"), a dificuldade respiratória pode evoluir para parada respiratória, o que pode ser fatal. Nesses casos o tratamento exige internação hospitalar, com monitorização, vigilância respiratória e quando necessário, intubação orotraqueal para assegurar uma boa oxigenação ao organismo, até sua consolidação.

11. Tuberculose pulmonar

A tuberculose pulmonar é uma doença endêmica no nosso país, altamente contagiosa, causada pela bactéria M. tuberculosis. Os sintomas típicos são de tosse seca ou produtiva, sudorese noturna, febre vespertina, cansaço e fraqueza.

A tosse é contínua, com duração de mais de 3 semanas, fato que acaba por desencadear a dor no peito, do lado comprometido, do tipo pressão ou pontadas.

O tratamento é baseado em medicamentos antibióticos específicos e orientações gerais. Esses medicamentos são oferecidos gratuitamente pelo Ministério da saúde, nos postos de saúde da cidade, aonde deve realizar também o acompanhamento solicitado pela equipe.

12. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma obstrução súbita de artérias do pulmão, impedindo o fluxo de sangue nessa região, com consequente isquemia ou infarto pulmonar. A causa mais comum é a formação de um coágulo nas veias da perna, que caem na circulação e chegam aos pulmões, aonde o calibre de veia é menor, impedindo a sua passagem.

É mais uma emergência médica, com alta taxa de mortalidade se não tratada dentro das primeiras horas.

O tratamento é realizado com medicamentos anticoagulantes, para dissolver esse coágulo (ou êmbolo), restabelecendo o mais rápido possível, o fluxo de sangue naquela região. Quanto antes for recanalizado o vaso, menor a chance de sequelas.

13. Excesso de gases

Os sintomas de dores no peito devido a excesso de gases, são dores do tipo cólica ou em "pontadas", mais intensas na região abaixo das costelas. Tem como principal característica, a melhora da dor com a mudança de posição e ou com a eliminação de gases.

As dores por excesso de gases costumam estar associadas ao sedentarismo, alimentação gordurosa ou consumo excessivo de bebidas gaseificadas, como os refrigerantes e a água com gás.

Para evitar a formação excessiva de gases, é importante manter hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação saudável e preferir o consumo de água e sucos naturais. O uso de chás naturais e massagem auxiliam na melhora dos sintomas.

Nos casos de dor refratária, podem ser utilizados os medicamentos à base de simeticona (dimeticona), capazes de unir as bolhas de gás e acelerar a sua eliminação.

14. Refluxo gástrico / azia

A doença do refluxo se caracteriza pelo retorno de uma parte do conteúdo do estômago para o esôfago, que origina a queimação no meio do peito, com sensação de peso ou "aperto" na região.

Isso acontece porque o conteúdo gástrico já foi misturado e contém uma quantidade de suco gástrico, um líquido ácido produzido no estômago para auxiliar a digestão dos alimentos.

Porém a parede do esôfago não é preparada para receber um conteúdo ácido, sendo assim, esse refluxo gera uma irritação na mucosa esofagiana, desencadeando os sintomas.

O refluxo é popularmente conhecido por azia.

Para reduzir o refluxo, é necessário comer mais vezes em menor quantidade, evitar beber líquidos junto com a comida, e evitar se deitar logo após as refeições.

O tratamento específico para cada caso, deverá ser definido por um médico gastroenterologista, após a identificação da causa do refluxo.

15. Espasmo esofagiano

Os distúrbios esofagianos alteram a sua motilidade, gerando contrações fortes, que chamamos de espasmos. A causa mais comum é a doença do refluxo, mas os espasmos podem ser desencadeados também por tabagismo, situações de estresse, alimentos ácidos, entre outros.

O sintoma de espasmo esofagiano é uma dor no meio do peito, tipo aperto ou pressão, de moderada a forte intensidade, intermitente, que piora após as refeições ou em situações de estresse importante ou crise de pânico.

O tratamento dependerá da causa do problema e da gravidade dos sintomas.

16. Tumor de esôfago

Nos casos de tumores, os sintomas são causados principalmente pela compressão de estruturas próximas. As queixas mais comuns são de dor no meio do peito, dificuldade de engolir, rouquidão e ou tosse.

Com a evolução da doença podem apresentar ainda, emagrecimento sem causa aparente, mal-estar, inapetência, febre baixa e sudorese.

Nesses casos, deve procurar seu médico da família e ou clínico geral para iniciar uma investigação ampla e assim possibilitar o tratamento mais indicado.

17. Gastrite

A gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago, causada por diversas situações, como o uso crônico de medicamentos anti-inflamatórios, alimentação inadequada, infecção pela H.Pylori ou estresse contínuo.

A inflamação origina os sintomas de dor no meio do peito, dor abdominal, náuseas, má digestão, falta de apetite e perda de peso nos casos mais avançados.

A dor típica da gastrite é uma dor em queimação, conhecida popularmente como azia, que piora após as refeições ou com jejum prolongado, no meio do peito.

O tratamento se baseia na orientação alimentar, redução de fatores de risco, como tabagismo e alcoolismo, e medicamentos que reduzem a acidez do estômago, para restabelecer a mucosa gástrica, os inibidores de bomba de prótons.

Nos casos de infecção pela bactéria H.Pylori, é necessário o uso de antibióticos

18. Hérnia de hiato

A hérnia de hiato é a passagem de parte do estômago para o tórax, através do diafragma, o que causa grande desconforto ou dor no meio do peito, do tipo aperto ou pressão.

O tratamento depende da gravidade, tamanho da hérnia e condições de saúde de cada pessoa. A doença é mais comum no idoso, e por isso as opções devem ser bem avaliadas. Uma opção é a orientação alimentar e acompanhamento. Nos casos que não melhoram ou com muitas queixas, pode ser indicada a cirurgia para a correção da hérnia.

19. Pedras na vesícula

A vesícula é o órgão responsável por armazenar a bile e liberar para o intestino na presença de alimentos, com o objetivo de auxiliar na digestão. A presença de pedras pequenas na vesícula não interfere nesse processo, pois são eliminadas junto com as fezes sem que a gente perceba.

No entanto, as pedras grande ficam impactadas no seu interior e causam dor tipo cólica, do lado direito do abdômen, que se irradia para a região torácica à direita, quando se contrai para enviar a bile para os intestinos.

Esse é o motivo da dor se agravar logo após as refeições, e principalmente nas refeições mais gordurosas, quando é necessário enviar maior quantidade de bile para a digestão.

O tratamento se inicia com orientações alimentares, mas pode evoluir para cirurgia nos casos de dor crônica, inflamação aguda ou complicações graves, como a pancreatite por cálculos biliares.

O mais adequado é que trate adequadamente com as orientações dietéticas, para evitar as complicações que podem ser fatais.

20. Crises de ansiedade

A dor no peito causada por ansiedade, costuma se localizar no meio do peito, do tipo aperto ou pressão, por vezes referida como "angústia no peito". Além disso, costuma estar associada a outros sintomas como: falta de ar, palpitação, formigamento no rosto ou nos braços, "bolo na garganta", pelo espasmo esofagiano, náuseas ou vômitos.

Isso acontece, porque durante uma crise de ansiedade ou pânico, o cérebro funciona da mesma maneira do que em uma situação de perigo real, preparando o organismo para a reação de fuga. Com isso aumenta os batimentos cardíacos, contrai a musculatura, aumenta a pressão arterial, reduz o calibre dos vasos, entre outras modificações, que originam todos esses sintomas.

No entanto, a única maneira de diferenciar com exatidão uma crise de ansiedade e o infarto do coração, é através do exame médico e exames complementares. Não existe um exame que confirme a ansiedade, trata-se de um diagnóstico de "exclusão".

No caso de dor no peito com os sintomas acima citados, o mais recomendado é que procure um atendimento médico de emergência, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento necessário.

21. Dor muscular

A dor muscular ou contratura muscular é uma das causas mais comuns de dor no peito. Pode ser decorrente de uso excessivo da musculatura, como em frequentadores assíduos de academia, por trauma, posturas ou movimentos repetidos, entre outras situações.

A dor muscular se caracteriza por piorar com o movimento e ou palpação, e melhorar com repouso e uso de medicamentos relaxantes musculares.

O tratamento irá depender da intensidade da dor, basta manter-se em repouso de 1 a 2 dias, ou associar o uso de anti-inflamatórios e analgésicos comuns.

Quando deve procurar uma emergência / urgência?

Em caso de dor no peito, procure atendimento médico com urgência se:

  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de sintomas como suor frio, mal-estar, dificuldade em respirar, batimentos cardíacos aumentados, náuseas e/ou vômitos;
  • A dor no peito se espalhar para mandíbula, braço esquerdo ou costas;
  • A dor no peito for forte e não melhorar após 20 minutos;
  • É portador de angina e o desconforto no peito se torna mais intenso subitamente ao praticar atividades leves ou dura mais tempo que o habitual;
  • Os sintomas de angina surgirem enquanto você estiver em repouso;
  • História prévia de ataque cardíaco ou embolia pulmonar;
  • Dor no peito associado a tosse com catarro verde e ou amarelado.
  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de dificuldade para respirar, especialmente após viagem longa, permanecer muito tempo sentado (a), acamado(a) ou imobilizado(a) por cirurgia, por exemplo.

Em caso de dor no peito, verifique a ocorrência de outros sinais e sintomas procure um serviço de urgência, visto que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte na população, e se iniciam com queixa de dor no peito.

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Qual é o tratamento para os transtornos de personalidade?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento para os transtornos de personalidade deve compreender:

  • Psicoterapia
  • Medicamentos
  • Terapia familiar e
  • Estilo de vida saudável.
Psicoterapia

O tratamento de escolha para os transtornos de personalidade é a psicoterapia cognitiva-comportamental. O tempo de duração é longo, podendo levar anos, e requer grande esforço por parte da pessoa e do terapeuta.

A psicoterapia é fundamental para o sucesso do tratamento dos transtornos de personalidade, pois ajuda o paciente a identificar a sua instabilidade e monitorá-la para mudar o padrão de comportamento e desenvolver o autocontrole.

No entanto, pessoas com transtornos de personalidade geralmente têm resistência em aceitar o tratamento psicoterápico, o que retarda e prejudica o tratamento.

Medicamentos

Os medicamentos usados no tratamento dos transtornos de personalidade servem para controlar depressões, psicoses, ansiedade, impulsividade, entre outros distúrbios.

Casos de transtornos borderlines (fronteiriços) e esquizotípicos podem ser tratados com neurolépticos, já que esses indivíduos muitas vezes manifestam paranoias, dificuldades de comunicação, alucinações, entre outros sintomas psicóticos.

Os indivíduos borderlines instáveis e os antissociais com dificuldade em controlar os impulsos podem se beneficiar do tratamento com medicamentos antidepressivos. O objetivo é controlar os impulsos suicidas, que apresentam alta prevalência nesses tipos de transtornos de personalidade.

Já os anticonvulsivantes podem ser usados para tratar os comportamentos impulsivos e automutiladores.

Terapia familiar

A terapia familiar representa um tratamento alternativo com foco na pessoa que possui o transtorno de personalidade, além de seus familiares e companheiros.

Uma vez compreendida a situação do paciente, as pessoas com quem convive conseguem auxiliá-lo na adesão do tratamento e nas orientações a ele recomendadas. Com isso a resposta ao tratamento tende a ser mais rápida e eficaz.

Estilo de vida saudável

O estilo de vida saudável comprovadamente ajuda muito no bem-estar e qualidade de vida das pessoas, seja para pessoas portadoras de transtornos físicos ou mentais.

Tanto portadores de doenças crônicas como hipertensão, diabetes ou reumatismo, quanto os portadores de transtornos de personalidade, se beneficiam de uma alimentação saudável, atividades físicas regulares, evitar hábitos ruins como tabagismo, alcoolismo ou drogas ilícitas. Por isso também faz parte do tratamento de transtornos de personalidade.

O/A psiquiatra é o/a especialista responsável pelo tratamento dos transtornos de personalidade.

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Como é o tratamento para vigorexia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento da vigorexia é multidisciplinar, podendo incluir nutricionista, psicólogo, psiquiatra e endocrinologista. Em geral, indivíduos com vigorexia normalmente não procuram tratamento, uma vez que os métodos terapêuticos provavelmente levarão à perda de massa muscular.

Se a pessoa estiver usando anabolizantes, o médico endocrinologista deve acompanhar o tratamento e sugerir a suspensão imediata dos esteroides.

O tratamento psicológico da vigorexia pode ser realizado através da terapia cognitivo-corporal. O objetivo é levar o indivíduo a aceitar o seu corpo como ele é, identificando a percepção distorcida que ele tem da sua própria imagem corporal, bem como os aspectos positivos da sua aparência física.

Também faz parte do tratamento psicológico confrontar os padrões corporais alcançáveis e inalcançáveis, encorajar comportamentos mais sadios e ajudar o paciente a enfrentar a sua aversão em expor o corpo.

Os comportamentos obsessivos relacionados com o exercício, a alimentação e a verificação constante do tamanho dos músculos devem ser inibidos.

Os medicamentos antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina podem ser úteis para minimizar a obsessão e a compulsão observada na vigorexia. Os antidepressivos também podem ser indicados em casos de depressão.

É importante frisar que o sucesso do tratamento da vigorexia depende muito de uma boa relação entre os profissionais envolvidos e o paciente.

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Transtorno de Estresse pós-traumático (TEPT), tem cura?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Estresse pós-traumático pode ter cura, embora o tratamento seja difícil e uma parte dos pacientes possam permanecer com sintomas por muitos anos, necessitando manter acompanhamento por tempo indeterminado.

Trata-se de um transtorno psicológico crônico, que ocorre após a exposição de eventos traumáticos graves, como participação em guerras; sofrer ou presenciar abusos e violências, seja sexual ou física; uma grande perda, como o falecimento de um familiar, entre outros.

Qual é o tratamento do estresse pós-traumático?

O tratamento deve ser realizado com:

  • Psicoterapia e
  • Medicamentos. Os Antidepressivos são os medicamentos de primeira escolha nesse caso, embora existam outras opções a serem associadas em casos mais graves.

Após 3 meses de tratamento, os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático tendem a se estabilizar. Porém, a doença poderá retornar se houver novamente uma situação traumática ou que seja semelhante àquela que originou o estresse.

Em geral, a psicoterapia, através da terapia cognitivo-comportamental, é a primeira opção de tratamento para o estresse pós-traumático. Contudo, a medicação tem papel importante, principalmente no início do tratamento, minimizando os sintomas e auxiliando na adesão ao tratamento psicológico.

A escolha do tipo de medicamento depende de vários fatores, como a condição de saúde do paciente, presença de outros transtornos psiquiátricos ou doenças, efeitos colaterais da medicação, entre outros.

Atualmente os medicamentos mais indicados nesses casos são os antidepressivos: Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina e a Venlafaxina.

Muitas vezes é necessário incluir mais de um tipo de medicamento, especialmente quando não há resposta à terapia com antidepressivos ou em casos muito graves. Nesses casos está indicado a associação de antipsicóticos em doses baixas. Esses medicamentos coadjuvantes também atuam no tratamento dos transtornos do sono (insônia, pesadelos, terror noturno),da ansiedade, agitação e sintomas de agressividade.

Nos casos mais graves, os antipsicóticos devem ser iniciados de imediato, devido aos riscos e prejuízos à saúde física e mental do paciente.

Os benzodiazepínicos (ansiolíticos) não são recomendados para tratar o transtorno. Além de não terem eficácia comprovada nesse tipo de situação, podem causar ansiedade e insônia pelo efeito rebote. Quando prescritos, deve-se dar preferência aos de meia-vida longa para evitar o efeito rebote e não prolongar o uso por mais de 4 semanas.

Mesmo com a remissão completa dos sintomas, deve-se manter o tratamento do estresse pós-traumático por algum tempo. Lembrando que a manifestação dos sintomas é cíclica e pode piorar se a pessoa ficar exposta a situações que lembrem o trauma.

Não há um tempo definido de tratamento. Cabe ao médico psiquiatra e ao psicoterapeuta avaliarem o caso, de maneira que os medicamentos sejam retirados gradualmente e o tratamento não seja interrompido abruptamente nem se prolongue por tempo demasiado, quando o paciente já não apresenta sintomas.