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Tuberculose ganglionar tem cura? Como é o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, tuberculose ganglionar tem cura. O tratamento geralmente é feito com esquemas de até 4 medicamentos antibióticos, tomados por via oral: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, com uma duração mínima de 6 meses, podendo ser prolongado por até 12 meses, dependendo do caso.

Pacientes que nunca receberam qualquer tratamento para tuberculose ganglionar ou outra forma de tuberculose, ou que tomaram os remédios por menos de 30 dias, são tratados com o esquema 1, que inclui 3 antibióticos:

⇒ 1ª fase (2 meses): Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida.

⇒ 2ª fase (4 meses): Rifampicina + Isoniazida.

Se a evolução não for favorável, a segunda fase pode ser prolongada por mais 3 meses. Se o tratamento for feito corretamente, sem abandono, a chance de cura da tuberculose com o esquema 1 é de 98%.

Para pacientes que apresentam recidiva da tuberculose ganglionar após a cura com o esquema 1 ou que abandonaram o tratamento anteriormente, é indicado o esquema 1R (reforçado), com 4 antibióticos:

⇒ 1ª fase (2 meses): Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol.

⇒ 2ª fase (4 meses): Rifampicina + Isoniazida + Etambutol.

Quando os esquemas 1 e 1R não resultam, é adotado o esquema 3, que têm uma duração de 12 meses e também inclui 4 medicamentos:

⇒ 1ª fase (3 meses): Estreptomicina + Etionamida + Etambutol + Pirazinamida.

⇒ 2ª fase (9 meses): Etionamida + Etambutol.

A estreptomicina é o único medicamento administrado por injeção ou soro. Todos os outros antibióticos usados para tratar a tuberculose ganglionar são tomados por via oral.

A taxa de cura do esquema 3 varia entre 55% e 65%. Além dos medicamentos serem menos eficazes, os efeitos colaterais e a necessidade de ter que tomar injeções por 3 meses (estreptomicina) aumentam a taxa de abandono desse tratamento.

O tratamento da tuberculose é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Saiba mais em:

Tuberculose tem cura? Qual o tratamento?

Tuberculose ganglionar é contagiosa?

O que é tuberculose ganglionar e quais são os sinais e sintomas?

Qual é o tratamento para amebíase?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para amebíase é feito com uso de medicamentos anti-parasitários. O objetivo do tratamento é eliminar a invasão dos parasitas e acabar com o transporte intestinal dos mesmos. Pelo alto risco de tornar-se uma doença invasiva, a amebíase deve ser tratada mesmo na ausência de sintomas.

Os remédios usados para eliminar a ameba são o secnidazol, o metronidazol, o tinidazol e o teclozam.

A primeira opção de tratamento para as formas intestinais de amebíase é o secnidazol, nas doses de 2g para adultos (dose única) e, para crianças, 30 mg/kg/dia, sendo que a dose máxima não deve ultrapassar 2g por dia. O medicamento deve ser evitado no primeiro trimestre de gestação e na amamentação.

A segunda opção de tratamento para amebíase é o medicamento metronidazol. A dose para adultos é de 500 mg, 3 vezes ao dia, durante 5 dias. Para crianças, a dose indicada é de 35 mg/kg/dia, 3 vezes ao dia, durante 5 dias.

Nas formas graves de amebíase, geralmente usa-se o metronidazol, com doses para adultos de 750 mg, 3 vezes ao dia, durante 10 dias e, para crianças, 50 mg/kg/dia, durante 10 dias.

A terceira opção de tratamento medicamentoso para a amebíase intestinal é o tinidazol. A dose nesses casos, para adultos, é de 2g, uma vez ao dia, durante 2 dias. Nas formas extra-intestinais, recomenda-se 50 mg/kg/dia, durante 2 ou 3 dias. Para crianças, a dose recomendada é 50 mg/kg/dia.

A quarta e última opção de tratamento para amebíase é o medicamento teclozam, usado nas formas leves de amebíase ou naqueles casos em que não há manifestação de sintomas. A dose recomendada é de 1.500 mg por dia (dose única), divididas em 3 doses de 500 mg. Para crianças, recomenda-se 15 mg/kg/dia, por 5 dias.

Quando há abscesso no fígado, pode ser necessário aspirar o abscesso. A drenagem do abscesso feita por cirurgia aberta não é indicada, exceto nos casos graves, quando não é possível aceder ao abscesso para fazer a aspiração e quando não há resposta ao tratamento dentro de 4 dias.

O que é amebíase?

Amebíase é uma infecção intestinal causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, mais conhecido como ameba. O protozoário também pode invadir tecidos além dos intestinos, dando origem à forma extra-intestinal da doença.

A possibilidade da doença se tornar invasiva irá depender de certos fatores como idade, susceptibilidade genética e aspectos imunológicos.

Quais são os sintomas da amebíase?

Os sintomas da amebíase podem variar de uma leve diarreia até uma grave disenteria. A amebíase pode provocar diarreia com presença de sangue e muco nas fezes, febre e calafrios. Nos casos mais leves, a diarreia é leve e geralmente vem acompanhada apenas por desconforto abdominal. Contudo, ainda se observa sangue e muco nas fezes.

Nos casos mais graves, o parasita se dissemina pela circulação sanguínea, causando muitas vezes abscesso no fígado, nos pulmões ou no cérebro. Se não for devidamente diagnosticada e tratada a tempo, a amebíase pode levar à morte.

Como ocorre a transmissão da amebíase?

A transmissão da amebíase ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes com cistos maduros da ameba.

A falta de higiene pessoal e na manipulação e cuidados com os alimentos pode favorecer a disseminação dos cistos dentro de uma mesma família.

É importante lembrar que a pessoa infectada pode transmitir a amebíase, mesmo que não esteja manifestando sinais e sintomas.

O tempo decorrido entre a infecção e a manifestação dos sintomas varia entre duas e quatro semanas. Porém, há casos em que o período de incubação pode ser de dias, meses ou anos.

Como prevenir a amebíase?

A amebíase pode ser prevenida com condutas mínimas de higiene como:

  • Lavar bem as mãos com água e sabão, principalmente após as evacuações e antes de manipular alimentos;
  • Lavar adequadamente frutas e verduras;
  • Evitar beber água de fontes desconhecidas e sem o devido tratamento sanitário.

O/a médico/a de família ou o/a clínico/a geral podem fazer o diagnóstico e indicar o tratamento adequado.

Pílula do dia seguinte engorda?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não há estudos que comprovem que o uso da pílula do dia seguinte engorda. Portanto, a resposta é não. A pílula do dia seguinte não engorda.

Por ser administrada em dose única ou em duas doses, o primeiro comprimido nas primeiras 24 horas e o segundo, 48 horas após a relação sexual desprotegida, a pílula do dia seguinte é usada por um período muito curto de tempo para provocar o aumento do peso.

Entretanto, é possível que você se sinta inchada devido à dosagem alta de hormônio.

A pílula do dia seguinte pode causar sensação de inchaço

As pílulas do dia seguinte com alta dose de progesterona podem provocar a retenção de líquidos no corpo e causar a sensação de inchaço ou mesmo de ganho de peso. No entanto, este é um efeito passageiro que cessa espontaneamente, sem precisar usar qualquer medicamento e não tem relação com o aumento do peso corporal.

Se você se sentir inchada, aumente a ingestão de água para ajudar o corpo a eliminar os líquidos acumulados pelo uso da pílula do dia seguinte.

Efeitos colaterais da pílula do dia seguinte

Geralmente, a pílula do dia seguinte é bem tolerada pelo organismo. Algumas mulheres podem sentir alguns efeitos colaterais, dentre os quais os mais comuns são:

  • Náuseas e/ou vômitos,
  • Tontura,
  • Cansaço,
  • Dor de cabeça,
  • Diarreia,
  • Sangramento de escape e
  • Aumento da sensibilidade dos seios.

Lembre-se que pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como anticoncepcional de rotina e deve ser usada apenas uma vez a cada mês. Além disso, ela não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, o que indica uso de camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais.

Converse com o seu médico de família ou ginecologista para escolherem juntos o método contraceptivo mais adequado.

Para saber mais sobre a pílula do dia seguinte, você pode ler:

Como tomar a pílula do dia seguinte?

Como saber se a pílula do dia seguinte funcionou?

Pílula do dia seguinte dose única pode falhar?

Sangramento após tomar pílula do dia seguinte é normal? Por que ocorre?

Referência:

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Pressão 10x7: é normal ou baixa?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A pressão 10x7 se for acompanhada de sintomas pode ser considerada baixa. No entanto, se não causar sintomas e se for habitual, também pode ser considerada normal.

Uma situação bastante comum é a diminuição da pressão ao levantar-se após acordar/estar deitado ou ao abaixar para pegar algo do chão. Isso se chama hipotensão ortostática ou postural e pode causar tonturas e alterações da visão ao levantar rapidamente. Essa é uma situação completamente normal e que passa em alguns segundos.

Outra situação é os sintomas persistirem durante o dia. É provável que isso se deva ao fato da pressão permanecer baixa. Nesses casos, os sintomas são:

  • Tonturas;
  • Sensação de fraqueza;
  • Visão turva ou escurecida.

Se identificar que tem pressão 10x7 e que apresenta este tipo de sintomas ao longo do dia, é recomendo procurar o médico de família, um clínico geral ou um cardiologista para investigar o que pode estar causando o problema.

Você pode querer ler também:

Referências:

Thompson AD, Shea MJ. Hipotensão ortostática. Manuais MSD Edição para Profissionais.

Coutaz M, Iglesias K, Morisod J. Is there a risk of orthostatic hypotension associated with antihypertensive therapy in geriatric inpatients? European Geriatric Medicine. 2012; 3(1): 1-4.

Tratamento para a micose na virilha: pomadas para parar a coceira
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para aliviar a coceira intensa na virilha nos casos de micose, é preciso aplicar um produto antifúngico no local da infecção, seja pomada, creme, loção ou spray.

O produto trata a infecção e alivia os sintomas, mas é importante também, que a região esteja limpa e seca, para a ação efetiva do remédio e para evitar o retorno da micose.

Dependendo do tipo de micose e gravidade, além do produto local, pode ser preciso fazer tratamento oral com medicamentos antifúngicos. Cabe ao médico alergista ou dermatologista, avaliar caso a caso.

Tratamento de micose na virilha 1. Tópico

O tratamento da micose deve ser feito com pomadas antifúngicas, cremes, spray ou loção. As mais indicadas são:

  • Terbinafina®,
  • Cetoconazol®,
  • Miconazol® e
  • Clotrimazol®.

A medicação deve ser aplicada 2x ao dia, após limpar e secar bem o local, durante 15 a 30 dias, ou conforme a orientação médica.

Medicamentos à base de nistatina não apresentam boa resposta para as micoses de virilha. As pomadas com corticoides também devem ser evitadas, pois não ajudam no tratamento e podem mascarar sinais e sintomas importantes para a avaliação médica.

2. Medicamentos orais

Os medicamentos orais estão indicados em conjunto com as pomadas, nos casos de:

  • Micose muito extensa, que chega a região da barriga ou glúteos;
  • Casos que não respondem ao tratamento com pomadas por mais de 2 semanas;
  • Pessoas com baixa imunidade.

Os medicamentos mais indicados são: Terbinafina®, Itraconazol® ou Fluconazol®.

As dosagens e tempo de uso são avaliados de maneira individual.

3. Cuidados gerais
  • Higiene local,
  • Secar bem as regiões de dobra após o banho (axilas, virilhas e dedos dos pés),
  • Manter essas regiões secas, com troca de roupa constante ou uso de talco líquido se preciso (como para os casos de sudorese excessiva),
  • Evitar roupas com tecidos quentes ou material sintéticos, que impedem a transpiração normal da pele,
  • Evitar roupas apertadas,
  • Evitar andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas,
  • Trocar logo as roupas molhadas,
  • Não compartilhar toalhas, roupas ou escovas de cabelo,
  • Evitar calçados fechados por períodos prolongados.

Os cuidados gerais são fundamentais para resolver a micose e para evitar recidivas.

Sintomas de micose na virilha

A infecção fúngica na virilha, denominada tinea cruris, ou simplesmente micose na virilha, se apresenta principalmente com placas avermelhadas, bolhas, descamação, coceira intensa e a vermelhidão pode se espalhar até região inferior do abdômen e glúteos, nos casos mais graves.

Contudo, existem outras causas de vermelhidão na virilha que se assemelham à micose, mas tem uma origem diferente. Essas situações devem ser identificadas, porque o tratamento com antifúngicos pode piorar o problema.

Outras causas de vermelhidão na virilha Alergia

A alergia na região da virilha se apresenta com placas avermelhadas e pequenos pontos vermelhos com coceira intensa, causada por calor excessivo, uso de roupas sintéticas ou uso de diversos produtos de higiene e de beleza irritativos à pele daquela pessoa.

O tratamento se baseia em afastar a produto alergeno inicialmente e pomada antialérgica. Na maioria das vezes é suficiente, mas se a reação alérgica permanecer, pode ser preciso acrescentar um antialérgico em comprimido, como o hixizine®.

Assadura

A assadura é um tipo de dermatite de contato, causada pela fricção da pele contra outra área do corpo ou contra a roupa. Se apresenta com vermelhidão, coceira e ardência local.

O tratamento é basicamente evitar esse contato. A proteção da pele deve ser feita com uso de roupas mais largas e leves, ou com o uso de pomadas e hidratantes que protegem a pele.

O uso de bepantol® e vaselina sólida são os produtos mais indicados para acelerar a cicatrização e evitar novas assaduras.

Dermatites

As dermatites geralmente se caracterizam pela presença de placa avermelhada, com descamação mais grosseira, pele oleosa e coceira. São reações que pioram com o calor, especialmente no verão, quando as temperaturas estão constantemente mais altas.

O tratamento da dermatite é feito com pomadas de corticoides, sempre pelo menor tempo possível, hidratação diária e cuidadosa, além do cuidado com roupas adequadas e confortáveis, para evitar a irritação da pele.

O que pode causar micose na virilha?

A micose na virilha pode ser causada por suor excessivo, uso inadequado de roupas, roupas sintéticas, quentes e apertadas por períodos prolongados.

Pode ocorrer pela contaminação direta do fungo através de roupas, toalhas ou buchas higiênicas compartilhadas, pelo contato sexual com pessoas contaminadas ou pela autocontaminação, quando existe uma infecção fúngica no corpo, nos pés ou unhas e acaba com o manuseio e coceira, levando o fungo para outros locais.

Existem também fatores de risco, que aumentam as chances dessa fungo conseguir vencer o sistema de defesa da pessoa, e se proliferar, desencadeando a infecção. A baixa imunidade é o principal fator, outros fatores são o sexo masculino, diabetes, HIV, estresse, obesidade, pratica intensa de esportes e maus hábitos de higiene.

Para maiores esclarecimentos, procure um(a) médico(a) dermatologista para melhor avaliação e conduta para o seu caso.

Leia também: Que tipos de micose existem?

Quais os sintomas da menopausa precoce?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O primeiro sintoma da menopausa precoce é a menstruação irregular antes dos 40 anos de idade, com ciclos menstruais mais curtos ou mais longos, ou ainda ausência de menstruação. Depois, os sinais e sintomas são os mesmos da menopausa natural, podendo incluir ondas de calor, transpiração noturna, insônia, irritabilidade, alterações de humor, falta de concentração, diminuição da libido, dor durante as relações e secura vaginal. Há casos em que a mulher perde o interesse pelas coisas e pode até entrar em depressão.

A menopausa precoce, também conhecida como falência ovariana prematura, além de impedir a gravidez, pode aumentar as chances de doenças cardiovasculares, como derrame (AVC) e infarto, bem como aumentar o risco de osteoporose e envelhecimento precoce.

Essas complicações da menopausa precoce são devidas à diminuição da produção dos hormônios femininos estrógeno e progesterona, que tem ação protetora sobre os ossos e o sistema cardiovascular.

O diagnóstico da menopausa precoce é confirmado por exames de dosagem hormonal que pode ser realizada semanalmente. O ultrassom também pode ser necessário para analisar o tamanho dos ovários, que ficam menores.

Quais as possíveis complicações da menopausa precoce?

Como a falência ovariana prematura diminui os níveis de alguns hormônios, a menopausa precoce pode causar:

Ansiedade e depressão: alterações hormonais causadas por falência ovariana prematura podem contribuir para a ansiedade ou causar depressão;

Síndrome do olho seco e doença da superfície ocular: Algumas mulheres com menopausa precoce têm algum desses problemas oculares. Ambos podem causar desconforto e visão turva. Se não forem tratadas, essas condições podem causar danos permanentes nos olhos.

Doença cardíaca: níveis mais baixos de estrógeno podem afetar os músculos ao redor das artérias e aumentar o acúmulo de colesterol na parede dos vasos. Esses fatores aumentam o risco de aterosclerose (endurecimento das artérias).

Infertilidade: ocorre devido ao mau funcionamento dos ovários, que não produzem óvulos adequadamente.

Hipotireoidismo: A tireoide é uma glândula que produz hormônios que controlam o metabolismo e o nível de energia do corpo. Baixos níveis de hormônios da tireoide podem afetar o metabolismo e causar falta de energia, lentidão mental, entre outros sintomas.

Osteoporose: O hormônio estrógeno ajuda a manter ossos fortes. Sem estrogênio suficiente, mulheres com menopausa precoce tem um risco maior de desenvolver osteoporose, uma doença óssea que deixa os ossos fracos e frágeis, aumentando o risco de fraturas.

O que é a menopausa precoce?

A menopausa precoce ocorre quando os ovários da mulher param de funcionar normalmente antes dos 40 anos de idade. Como resultado, a mulher deixa de menstruar e não pode mais engravidar. Nas mulheres com falência ovariana prematura, a infertilidade e os períodos irregulares têm início antes dos 40 anos. Às vezes, podem começar mesmo na adolescência.

Quais as causas da menopausa precoce? Cirurgia de retirada dos ovários

A remoção de ambos os ovários faz com que a menopausa ocorra imediatamente. Se a mulher tiver 50 anos ou menos, pode-se tentar deixar um ovário ou parte dele, se possível, o que pode impedir a menopausa precoce.

Quimioterapia

Alguns tipos de quimioterapia podem danificar os ovários e causar menopausa precoce. A menopausa pode ocorrer imediatamente ou meses após o tratamento.

O risco de menopausa precoce devido à quimioterapia depende do tipo e da quantidade do medicamento quimioterápico utilizado. Além disso, quanto mais jovem for a mulher, menor é a probabilidade dela ter menopausa precoce por causa da quimioterapia.

Radioterapia

Receber radioterapia na região pélvica também pode danificar os ovários. Em alguns casos, os ovários podem curar-se e começar a funcionar novamente. Porém, se a mulher receber grandes doses de radiação, o dano pode ser permanente.

Terapia hormonal

A terapia hormonal usada para tratar câncer de mama e de útero pode causar menopausa precoce.

Outras causas de menopausa precoce
  • Hipotireoidismo autoimune;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Insuficiência renal;
  • Endometriose;
  • Tabagismo.

Porém, cerca de 90% dos casos de menopausa precoce não tem uma causa exata conhecida. Pesquisas demonstraram que a falência ovariana prematura está relacionada a problemas nos folículos. Os folículos são pequenos sacos nos ovários, onde os óvulos crescem e amadurecem. Os problemas nos folículos ovarianos surgem quando eles param de funcionar mais cedo do que o normal ou não funcionam adequadamente.

Na maioria dos casos, a causa do problema folicular é desconhecida. No entanto, às vezes pode ser causado por:

  • Doenças genéticas como a síndrome do X frágil e a síndrome de Turner;
  • Pequena quantidade de folículos;
  • Doenças autoimunes, incluindo tireoidite e doença de Addison;
  • Quimioterapia ou radioterapia;
  • Distúrbios metabólicos;
  • Toxinas, como fumaça de cigarro, produtos químicos e pesticidas.
Quais os fatores de risco da menopausa precoce?

Certos fatores podem aumentar o risco de uma mulher ter menopausa precoce, tais como:

História familiar: mulheres que têm mãe ou irmã com falência ovariana prematura têm maior probabilidade de ter menopausa precoce.

Genética: algumas mudanças nos genes observadas em doenças genéticas aumentam os riscos de falência ovariana primária, como síndrome do X frágil ou síndrome de Turner.

Doenças: doenças auto-imunes e infecções virais.

Idade: Mulheres com idades entre 35 e 40 anos têm mais chances de ter menopausa precoce.

Qual é o tratamento para menopausa precoce?

Não existe um tratamento ou medicamento capaz de restaurar o funcionamento normal dos ovários. Contudo, existem tratamentos para alguns dos sintomas da menopausa precoce. Também existem maneiras de reduzir os riscos à saúde e tratar as possíveis complicações.

Terapia de reposição hormonal

Para evitar os efeitos colaterais e sintomas da baixa produção de hormônios, é indicada a reposição hormonal, desde que a mulher não apresente nenhuma contraindicação ao tratamento.

A reposição hormonal é contraindicada para pacientes sedentárias, com câncer ou que já tiveram a doença, história na família de infartos precoces ou ainda que tenham níveis elevados de colesterol e triglicerídeos.

A terapia de reposição hormonal substitui o estrogênio e outros hormônios que os ovários não estejam produzindo. A terapia com hormônios melhora a vida sexual da mulher e reduz o risco de doenças cardíacas e osteoporose.

Estrogênio vaginal

Mesmo quando a terapia hormonal é contraindicada, podem ser usadas pequenas quantidades de estrogênio dentro e ao redor da vagina para aliviar a secura. Esses hormônios são vendidos sob a forma de creme, gel, comprimido e anel.

Exercícios e dieta adequada

Quando a terapia de reposição hormonal é contraindicada, o tratamento da menopausa precoce deve ser feito através da prática de atividade física (caminhar, pedalar, exercícios de fortalecimento muscular), alimentação balanceada e ingestão de alimentos ricos em cálcio para diminuir os riscos de osteoporose.

Antidepressivos

No caso da mulher não poder tomar hormônios, poderão ser prescritos outros tipos de medicamentos para aliviar as ondas de calor, como alguns antidepressivos. Devido aos seus efeitos químicos, eles são eficazes contra as ondas de calor, mesmo se a paciente não tiver depressão.

Lubrificantes ou umectantes

Esses produtos podem ajudar a tornar as relações mais confortáveis em caso de secura vaginal. Os lubrificantes indicados são aqueles à base de água.

Fertilização in vitro

Mulheres com falência ovariana prematura que desejam engravidar podem considerar a fertilização in vitro.

Atividade física regular e manutenção do peso corporal

Exercitar-se regularmente e controlar o peso pode reduzir o risco de osteoporose e doenças cardiovasculares como derrame cerebral e infarto. Além disso, os exercícios regulares podem ajudar com as mudanças de humor, as insônias e as ondas de calor suaves.

Tratamentos de doenças relacionadas

Se houver uma condição ou doenças relacionadas à falência ovariana prematura, é importante tratá-las adequadamente. O tratamento podem incluir medicamentos e hormônios.

É fundamental que a paciente realize o tratamento da menopausa precoce para prevenir todas as possíveis complicações, inclusive a secura vaginal, causada pela falta de estrogênio e progesterona.

Por isso, mulheres com idade inferior a 40 anos e que ficam mais de 4 meses ser ter período menstrual podem estar com os primeiros sintomas da menopausa precoce e devem procurar um médico ginecologista.

Saiba mais em: Posso estar entrando na menopausa?

O que é sinusite e quais as causas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sinusite é uma inflamação da mucosa que recobre os seios paranasais, que são cavidades ósseas localizadas ao redor do nariz, na região frontal (testa) e entre os olhos.

A sinusite pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou reação alérgica. Algumas condições facilitam o desenvolvimento da sinusite, como o desvio de septo nasal, rinite, asma, bronquite, amigdalite, faringite, gripe ou resfriados.

Nadar ou mergulhar a cabeça na água pode permitir a entrada de água e bactérias para os seios da face, causando irritação e infecção, resultando na sinusite. Até mesmo infecções dentárias podem se alastrar pelos seios da face e infectá-los diretamente, causando sinusite.

Seios Paranasais

Existem 2 tipos de sinusite: aguda e crônica. A sinusite aguda é uma inflamação recente dos seios paranasais, geralmente uma complicação de um resfriado. Já a sinusite crônica é a inflamação dos seios da face que dura meses ou anos.

Como ocorre a sinusite?

Dentro dos seios paranasais é produzido um muco, que é escoado para o nariz através de pequenos túneis. Quando esses túneis ficam obstruídos por secreção, inchaço da mucosa ou outra causa qualquer, os seios da face perdem a comunicação com o nariz, ficando selados e sem ventilação.

Assim, o muco produzido pela mucosa fica acumulado, o que facilita a proliferação de bactérias, dando origem à sinusite.

Por isso, as causas mais comuns de sinusite são os distúrbios que provocam edema, ou inchaço da mucosa, como rinite alérgica e infecções respiratórias causadas por vírus. 

Quais são os sintomas da sinusite?

A sinusite tem como principais sintomas a dor e a sensação de peso no rosto (região frontal). Além desses sinais e sintomas, dependendo da causa, pode haver febre, espirros, coriza, nariz entupido, entre outras manifestações.

Quando a sinusite é causada por bactérias, a pessoa pode apresentar também mau hálito, diminuição do apetite e cansaço. Nesses casos, a secreção nasal pode inclusive vir acompanhada de pus.

Saiba mais em: Quais são os sintomas da sinusite crônica?

Como tratar a sinusite?

O tratamento da sinusite depende da sua causa e do tipo de sinusite (aguda ou crônica).

Em geral são indicados:

  • Medidas gerais, de limpeza e manutenção de ambiente higienizado;
  • Medicamentos tópicos, como spray nasal com antialérgicos e corticoides;
  • Vacinas;
  • Medicamentos orais, como antialérgicos, antifúngicos e corticoides;
  • Cirurgia.

A sinusite aguda melhora espontaneamente em alguns dias, enquanto que na sinusite crônica os cuidados são maiores e o tratamento muitas vezes tem como objetivo apenas controlar os sintomas.

Leia também: 

Qual é o tratamento para sinusite bacteriana?

Sinusite tem cura?

Além dos medicamentos, é importante ter alguns cuidados com o ambiente para evitar alergias e irritação das vias respiratórias. Tais medidas incluem evitar fumaça de cigarro e outros poluentes, manter o quarto bem arejado, limpar e aspirar pó frequentemente, usar capa protetora no colchão e no travesseiro, evitar exposição ao frio, cheiros irritantes e evitar o consumo de alimentos com corantes artificiais.

O diagnóstico e tratamento da sinusite é da responsabilidade do médico otorrinolaringologista.

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Sinusite crônica tem cura? Qual é o tratamento?

Será que a sinusite pode causar paralisia facial?

Qual o tratamento para fimose?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

O tratamento para fimose deve ser feito por um médico urologista. A simples redução manual do prepúcio pode ser suficiente para corrigir a fimose, desde que seja feita por um profissional especializado para evitar complicações.

A posterior aplicação de gelo pode ajudar no processo, porém, se houver inchaço, pode ser necessário aplicar pomadas à base de corticoides para controlar a inflamação e facilitar posteriormente a redução.

O procedimento cirúrgico (postectomia ou circuncisão) consiste na retirada parcial ou completa do prepúcio, com a aproximação das margens da pele à borda mucosa restante do prepúcio. O ideal é que seja realizado entre 7 e 10 anos de idade.

A criança sai no mesmo dia do hospital e, em cerca de quatro dias, pode retomar as atividades normais, mas os exercícios físicos devem ser evitados durante três semanas aproximadamente.

Cirurgia para Fimose:

Em adultos, a circuncisão é efetuada sob anestesia local, com o anestésico sendo injetado na base do pênis, logo abaixo da pele. A dor da injeção não é maior nem menor do que em outra parte do corpo. Apesar do medo da agulha, os que se submetem ao procedimento o toleram muito bem.

O tempo de duração da cirurgia é de cerca de 30 minutos. A operação consiste na remoção da porção prepucial que está aderida à glande ou estreitada, ou do excesso de prepúcio, quando necessário. Geralmente são necessários de 10 a 20 pontos cirúrgicos para reparar a ferida. Um curativo simples é feito e o indivíduo pode ir para casa logo a seguir.

Pós-operatório:

A dor no pós-operatório é moderada e controlada por analgésicos. As ereções penianas nessa fase não costumam causar problemas. Inchaço e hematomas penianos são comuns, mas cedem em poucos dias.

O paciente precisa ficar em repouso relativo por 1 a 3 dias. Após esse período, já pode dirigir automóveis ou realizar trabalhos que não exija maiores esforços físicos. Cerca de 15 dias depois da cirurgia já é possível praticar esportes. Relações sexuais só estão liberadas, em média, após 30 dias.

Os pontos cirúrgicos são absorvidos pelo corpo e não precisam ser retirados. Os curativos são simples e não requerem maiores cuidados. É comum haver uma discreta redução da sensibilidade da glande, mas raramente isso afeta a qualidade do ato sexual.

Leia também: Cirurgia de fimose causa aumento ou perda de sensibilidade na glande? Existem apenas algumas indicações médicas para a circuncisão:

  • Fimose verdadeira – é aquela que se apresenta como uma cicatriz esbranquiçada e é rara antes dos cinco anos de idade;
  • Bálano-postites recorrentes – episódios recorrentes de eritema e inflamação prepucial, às vezes, com corrimento purulento, que não respondem ao tratamento com compressas mornas, e antibioticoterapia local ou sistêmica. Indicada após os dois anos de idade ou em crianças com controle esfincteriano diurno;
  • Infecções recorrentes do trato urinário – a menor incidência de infecção do trato urinário (ITU) em lactentes masculinos circuncidados sugere que é possível uma infecção ascendente a partir do prepúcio. A postectomia pode ser oportuna nos casos de ITU recorrente e em anormalidade do trato urinário, anatômico, ou naqueles com disfunção vésico-esfincteriana, que fazem cateterismo uretral intermitente limpo. Um estudo multicêntrico, examinando pacientes com refluxo vésico-ureteral e história pré-natal de hidronefrose, refere uma diferença estatística importante em 63% dos meninos não circuncidados com refluxo e ITU, comparados com 19% dos circuncidados, ambos os grupos em quimioprofilaxia. Estes achados sugerem que a remoção do prepúcio pode proteger contra as ITU nos meninos com refluxo e, possivelmente, também em alguns casos de anomalias obstrutivas;
  • O adolescente que ainda não conseguir expor completamente sua glande pode ter uma masturbação dolorosa e dificuldades da penetração no início da atividade sexual.

Em caso de suspeita de fimose, um médico (preferencialmente um urologista), deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese e exame físico, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento.