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Tenho dores de cabeça, tonturas e apagões o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dores de cabeça, tontura e apagões, são sintomas que podem representar diversas doenças físicas e também algumas emocionais, sendo assim, para iniciar a investigação e definir a causa do seu problema, deve procurar um médico clínico geral ou um neurologista.

Os problemas cardiovasculares representam as causas mais frequentes para essas queixas, e podemos citar como as principais: o Pico hipertensivo, "Entupimento" das artérias carótidas e Hipotensão postural.

O pico hipertensivo, ou seja, o aumento súbito da pressão arterial, leva a uma redução do fluxo cerebral, resultando nesses sintomas. Pode ser decorrente do uso incorreto das medicações, ou mesmo, o atraso no diagnóstico de hipertensão arterial.

O "entupimento" das artérias carótidas, se caracteriza pela obstrução do fluxo devido ao acúmulo de gordura nesses vasos, e por ser a principal artéria nutridora do cérebro, quando o fluxo está obstruído, mesmo que parcialmente, diminui o aporte de sangue e oxigênio para esse órgão, resultando nos sintomas descritos.

A hipotensão postural, se caracteriza por uma diminuição da pressão arterial de maneira abrupta, reduzindo o volume de sangue para o cérebro, devido a ação da gravidade, e com menor fluxo sanguíneo cerebral, como as situação acima, acaba por ocasionar esses sintomas.

Saiba mais no link: O que é hipotensão arterial e quais os sintomas?

Entretanto, outras situações podem causar esses mesmos sintomas, como Gravidez, Enxaqueca, Epilepsia, Sinusite, Labirintite, Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), Desidratação, Jejum prolongado (hipoglicemia), Crise de ansiedade, Crise de pânico, e muitas outras.

Portanto, dependendo da sua história clínica e exame físico, caberá ao médico elaborar as hipóteses diagnósticas, pedir os exames complementares e dar as devidas orientações, para cada caso.

Leia também: Qual o tratamento e prevenção para hipertensão arterial?

Quem tem trombofilia pode engravidar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, quem tem trombofilia pode engravidar, apenas é preciso um cuidado ainda maior durante o pré-natal, com algumas medidas preventivas, visando reduzir os riscos de complicações inerentes a essa condição.

A trombofilia deve estar devidamente diagnosticada e o acompanhamento da gravidez deve ser feito por um médico obstetra com conhecimento desse tipo de problema.

Para prevenir complicações gestacionais relacionadas com a trombofilia, são indicados:

  • Medicamentos anticoagulantes. A heparina é o mais utilizado, principalmente a heparina de baixo peso molecular, que é bastante segura para ser usada na gravidez;
  • Acompanhamento pré-natal rigoroso;
  • Beber muita água, para evitar desidratação, fator de risco para trombose;
  • Evitar sedentarismo, sempre que autorizado pelo médico assistente, deve manter alguma atividade física;
  • Cuidados na alimentação, manter o peso adequado;
  • Evitar roupas apertadas e viagens prolongadas.

A partir do 3º trimestre de gravidez, é importante verificar continuamente a saúde e a vitalidade do feto através de diferentes exames.

Veja também: Quais os riscos da trombofilia na gravidez?; Existem exames para detectar trombofilia durante a gravidez?

Durante o parto, seja normal ou por cesárea, os cuidados com a estabilidade do estado geral da mulher e do bebê devem ser redobrados. O uso de heparina já pode ser reiniciado logo após o parto, cerca de 6 a 8 horas depois.

É importante lembrar que o puerpério (período de 40 a 50 dias após o parto) é a fase que traz maiores riscos para a mulher com trombofilia, pois aumenta a chance dela desenvolver uma trombose. Por esse motivo, a heparina deve ser mantida durante todo esse período e o acompanhamento médico e de exames de sangue, regulares.

O médico ginecologista poderá orientar e esclarecer maiores dúvidas sobre uma gravidez com trombofilia. O mais importante é manter um pré-natal adequado para que sua gestação seja agradável e segura.

Pode lhe interessar também: Quais os riscos da trombofilia na gravidez?

Tenho diarreia verde, o que posso fazer? Quais são as causas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A principal medida para tratar uma diarreia, é procurar manter uma alimentação próxima do seu habitual, sem restrições de alimentos, evitando apenas comida gordurosa, frituras ou com grande quantidade de açúcar, e beber pelo menos 2 litros de água por dia.

Isso para garantir uma nutrição e hidratação adequadas. Em paralelo, é preciso investigar a causa da diarreia, que pode ser normal, se for esporádica e ocorrer após uma alimentação com grande quantidade de alimentos verdes e saladas.

Contudo, se a diarreia verde for recorrente ou vier acompanhada de outros sintomas como febre, dores na barriga e mal-estar, não é considerado normal. As causas mais comuns são: gastroenterite, alergias alimentares, doenças inflamatórias do intestino, ou ainda, pelo uso de medicamentos.

Saiba um pouco mais sobre as principais causas e o que fazer, nesse artigo.

Diarreia verde por consumo aumentado de alimentos verde-escuro

A alimentação rica em saladas, verduras e legumes, favorecem o equilíbrio do trânsito intestinal, evitando constipação e a diarreia. Mas se o consumo for excessivo, especialmente de folhas cruas, de cor verde-escuro, como agrião, alface, rúcula, espinafre e couve, por exemplo, pode, resultar em fezes amolecidas e até diarreia.

Tratamento: Nesse caso, recomenda-se variar mais a alimentação, inserindo carboidratos, proteínas e, sempre que possível, solicitar a avaliação de um profissional nutricionista, para orientar uma alimentação adequada ao seu organismo e estilo de vida.

Diarreia verde por gastroenterite

As doenças infecciosas, conhecidas por gastroenterite, causam inflamação e irritação na mucosa do intestino, dificultando a absorção de água e nutrientes, com isso dá origem a diarreia. Certos casos estão mais relacionados com a diarreia esverdeada como a salmonelose e a giardíase, mas qualquer infecção pode se apresentar com quadro de diarreia esverdeada.

Além da diarreia, a infecção intestinal causa dores abdominais, falta de apetite, vômitos e febre.

Tratamento: Se observar um desses sintomas, procure um atendimento médico para dar início ao tratamento correto, com uso de antibióticos e as demais orientações que forem necessárias.

Diarreia verde por doenças inflamatórias intestinais

As principais doenças que causam inflamação na mucosa do intestino, e dificuldade no processo de digestão, são a doença de Crohn, as intolerâncias alimentares, síndrome do intestino irritável e a doença celíaca. Mas nesse caso, acompanhado a diarreia, existem outros sintomas, dependendo da doença, como cólica, falta de apetite e perda de peso.

Tratamento: O tratamento para cada uma dessas doenças é específico, podendo incluir corticoides e imunossupressores. O médico gastroenterologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos casos.

Diarreia verde por uso de medicamentos

Medicamentos como os antibióticos e suplemento de ferro oral, podem ter a diarreia verde como um efeito colateral. O que não traz preocupação, é apenas a eliminação do composto do produto.

Tratamento: Nesse caso, é importante ingerir bastante água e alimentar-se bem, para evitar a desidratação e a desnutrição, especialmente em crianças. Após o término do tratamento, se a diarreia ou a coloração anormal permanecerem, procure um médico para avaliação mais detalhada.

Se nenhuma dessas condições se aplicam ao seu caso, deve consultar o médico clínico geral, médico de família ou procurar diretamente o gastroenterologista para uma avaliação mais detalhada.

Conheça mais sobre esse assunto nos seguintes artigos:

Cocô verde em crianças ou adultos, o que pode ser?

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Referências:

  • FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia
  • Anna Nowak-Węgrzyn, et al.; Food protein-induced enterocolitis syndrome (FPIES). UpToDate. Apr 10, 2019.
  • Michael Auerbach, et al.; Treatment of iron deficiency anemia in adults. UpToDate. Oct 07, 2020.
Joanete tem cura? Qual o melhor tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, joanete tem cura e o melhor e único tratamento definitivo para o problema é a cirurgia. Se a joanete for diagnosticada logo no início, é possível prevenir a sua evolução trocando os calçados. Porém, se a deformidade já for grande e causar muita dor, o tratamento cirúrgico é a única solução.

No início dos sintomas da joanete, o uso de sapatos bem ajustados ao pé, confortáveis, de preferência baixos e com as pontas lisas, para evitar o atrito, pode ajudar a aliviar a dor.

O uso de órteses corretivas pode ajudar a conter a evolução da joanete, mas ainda assim não é suficiente para resolver o problema.

Se com essas medidas a dor não desaparecer, é necessário realizar a cirurgia para corrigir definitivamente a deformidade.

É importante salientar que, na maioria dos casos, a cirurgia só é indicada quando a joanete provoca dor. A operação apenas para fins estéticos é contraindicada.

A intensidade da dor varia muito de pessoa para pessoa. Algumas pessoas apresentam apenas um pequeno desvio, com incômodo e dor durante as atividades diárias, enquanto outras possuem grandes joanetes que causam mais sintomas.

Como é a cirurgia de joanete?

A cirurgia de correção da joanete é feita através de técnicas minimamente invasivas, da seguinte forma:

1. São feitos pequenos "furos" com cerca de 3 mm no local da joanete;

2. Introduz-se uma broca de dentista modificada nesses orifícios;

3. O médico corrige as deformidades com a broca.

A cirurgia é realizada com anestesia local e sedação. No pós-operatório, não há necessidade de usar gesso. Apenas fitas adesivas, enfaixamento e calçado adequado.

O paciente recebe alta do hospital no mesmo dia e pode sair andando sobre o pé operado, porém com carga parcial.

Existe algum tratamento caseiro para joanete?

Os "tratamentos caseiros" para joanete consistem em evitar sapatos de salto alto e bico fino, além de ficar descalço ou usar chinelo sempre que possível. Essas medidas podem ajudar a prevenir o agravamento da joanete e aliviar as dores.

O uso de espaçadores para melhorar o posicionamento dos dedos, protetores de calos e palmilhas também auxiliam no alívio da dor, mas não são suficientes para prevenir ou corrigir a deformidade.

A dor causada pela joanete se agrava com o uso de calçado inadequado, o que inclui a forma e o tamanho dos sapatos utilizados. O pouco espaço para a saliência da joanete dentro do calçado provoca atrito, inflamação e, em alguns casos, feridas.

A cirurgia é a única forma de tratar a joanete definitivamente.

O que é a joanete e quais as suas causas?

A joanete, conhecida pelos médicos como Hállux Valgus, é o desvio do dedão (hálux) para fora (valgo), que deixa uma protuberância óssea dolorosa na parte interna do pé.

O desalinhamento entre os ossos, os ligamentos e os tendões leva a um aumento progressivo da deformidade, que vai piorando com o passar dos anos.

A joanete afeta principalmente as mulheres e tem como principais causas fatores genéticos e uso de sapatos de salto alto e bico fino.

Por isso, a melhor forma de prevenir a joanete é usar sempre calçados confortáveis e adequados.

O tratamento da joanete é da responsabilidade do médico ortopedista, especialista em tornozelo e pé.

Como prevenir a trombose venosa profunda?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

A prevenção da TVP é essencial nos pacientes com elevado risco, notadamente aqueles com trombofilias ou que foram submetidos recentemente a cirurgias. Nas trombofilias, a prevenção deve ser realizada através de anticoagulantes até ao fim da vida.

Nos casos de pacientes submetidos à cirurgia, indica-se, no pós-operatório imediato, o uso de meias compressivas e baixas doses de heparina, caso o paciente precise ficar acamado. O ideal é que todos os pacientes recém operados levantem-se e andem o quanto antes.

O simples fato de dar alguns passos durante o dia já diminui bastante o risco de TVP. Nas longas viagens, indica-se que o indivíduo levante-se a cada duas horas e ande um pouco. Evitar bebidas alcoólicas e manter-se bem hidratado também é importante.

Em resumo:

  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas e de remédios para dormir quando for obrigado a permanecer sentado por muito tempo;
  • Use roupas e calçados folgados e confortáveis;
  • Aproveite todos os pretextos para mudar de posição ou movimentar-se durante as viagens;
  • Faça exercícios de rotação, flexão e extensão com as pernas e os pés enquanto estiver viajando;
  • Comece a caminhar tão logo as condições físicas permitam depois de uma cirurgia, dos períodos de imobilidade prolongada em virtude de problemas de saúde ou de muitas horas de viagem ;
  • Use meias elásticas;
  • Beba muito líquido para evitar a desidratação;
  • Faça caminhadas diárias;
  • Em situações que seja necessário a longa permanência sentado(a), movimente os pés como se estivesse utilizando uma máquina de costura;
  • Quando estiver em pé parado, mova-se discretamente como se estivesse andando sem sair do lugar;
  • Antes das viagens de longa permanência, fale com seu médico sobre a possibilidade de usar alguma medicação preventiva;
  • Quando estiver acamado, faça movimentos com os pés e as pernas.
  • Evite fumar;
  • Mantenha-se no peso ideal para a sua altura;
  • Use meias elásticas, caso os seus tornozelos apresentem inchaço frequentemente;
  • Se for submetido a algum tipo de procedimento cirúrgico, ou internamento clínico prolongado, solicite do seu médico uma conduta profilática (química e/ou mecânica), para reduzir os riscos de desenvolver a doença tromboembólica;
  • Se for necessária a utilização de hormônios, ou se você já foi acometido de trombose, ou ainda se existe história familiar de TVP, consulte regularmente seu médico;
  • Não se automedique. Procure imediatamente assistência médica se suspeitar que desenvolveu um trombo;

Em caso de suspeita de trombose venosa profunda, um médico deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

O que pode causar um AVC?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é causado por uma interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro. Essa interrupção pode ser provocada pelo entupimento de uma artéria cerebral (AVC isquêmico) ou rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro (AVC hemorrágico).

Grande parte dos casos de AVC é isquêmico. Esse tipo de acidente vascular cerebral pode acontecer de duas formas:

1) O coágulo pode se formar numa pequena artéria cerebral e entupir completamente a mesma, resultando num AVC trombótico, ou

2) Um coágulo formado numa outra parte do cérebro ou do corpo pode se desprender e se deslocar para o cérebro, bloqueando uma artéria mais estreita e provocando um AVC embólico.

AVC hemorrágico em exame de imagem; em vermelho (esq) e esbranquiçado (dir). Quais os fatores de risco do AVC?

Alguns fatores que aumentam os riscos de AVC incluem hipertensão arterial, diabetes, histórico de AVC na família, idade avançada, doenças cardíacas, colesterol e/ou triglicérides alto, uso de anticoncepcionais, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, obesidade e sedentarismo.

Quanto mais fatores de risco a pessoa apresentar, maior é o risco de sofrer um AVC. Alguns desses fatores, como genética, idade e sexo, não são controláveis. 

Para prevenir um AVC, é importante controlar os fatores de risco possíveis, monitorando regularmente os níveis de colesterol e triglicerídeos, o diabetes, a pressão arterial, o peso, manter atividade física regular, evitar o consumo de álcool e tabaco, bem como manter a alimentação balanceada e saudável.

Para maiores informações, consulte um médico clínico geral, médico de família ou neurologista.

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Íngua na axila: o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Íngua na axila pode ter muitas causas. A presença de um nódulo ou caroço na axila pode ser sinal de inchaço dos gânglios linfáticos (linfonodos), infecções ou cistos.

Os gânglios linfáticos são pequenos órgãos de defesa localizados em várias partes do corpo, como axilas, virilha e pescoço. Os linfonodos atuam como filtros que podem reter micro-organismos invasores (vírus, fungos, bactérias) ou células cancerígenas. Quando isso acontece, os gânglios aumentam de tamanho, dando origem à íngua, que pode ser sentida sob a forma de um caroço ou nódulo na axila.

Existem diversas doenças e condições que podem deixar os linfonodos aumentados e causar íngua na axila. Dentre elas estão:

  • Infecção no braço ou na mama;
  • Infecções sistêmicas, como mononucleose, AIDS ou herpes;
  • Câncer, como linfoma e câncer de mama.

A presença de cistos ou abscessos subcutâneos também podem produzir ínguas grandes e dolorosas na axila. Podem ser causados por depilação com lâmina e uso de antitranspirantes (não desodorantes). Esses nódulos ocorrem com mais frequência em adolescentes, quando começam a se depilar.

A presença de íngua na axila pode ser causada ainda por:

  • Doença da arranhadura do gato;
  • Lipomas (tumores gordurosos benignos);
  • Uso de certos medicamentos ou vacinas.

O tratamento da íngua na axila depende da causa. No caso das mulheres, o caroço pode ser sinal de câncer de mama, o que requer atenção especial e uma avaliação imediata por um médico.

Uma vez que a presença de caroços ou nódulos na axila pode indicar a presença de doenças graves, é altamente recomendável que na presença de ínguas nesse local, seja consultado um médico clínico geral ou médico de família para que a causa seja devidamente diagnosticada e tratada.

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O que é mononucleose infecciosa (doença do beijo) e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Mononucleose infecciosa é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), transmitido através da saliva, motivo pelo qual é também conhecida como "doença do beijo". O seu modo de transmissão explica também porque a mononucleose acomete sobretudo pessoas dos 15 aos 25 anos de idade.

O vírus provoca diversas alterações no corpo, as principais se referem ao aumento dos gânglios linfáticos e faringite dolorosa com formação de placas purulentas nas amígdalas. Menos comumente também pode atingir o baço, o fígado e raramente também pode acometer o sistema nervoso.

Quais são os sintomas da mononucleose?

A mononucleose pode ser assintomática. Quando presentes, os sinais e sintomas começam a se manifestar entre a 4ª e a 8ª semana depois do contágio, podendo incluir: febre alta, cansaço, náuseas, tosse, presença de nódulos no pescoço, dores musculares e articulares, dor de cabeça, aumento de tamanho do fígado e do baço, erupções vermelhas na pele, faringites e amigdalites.

A mononucleose costuma passar despercebida quando adquirida na infância, já que menos de 10% das crianças infectadas apresentam sintomas.

É importante a diferenciação da mononucleose-doença da síndrome da mononucleose, que é causada por outros micro-organismos e doenças, porém leva a sintomas muito similares. Entre as causas de síndrome da mononucleose incluem-se o HIV, citomegalovírus, linfomas e toxoplasmose.

Mononucleose na gravidez é perigoso?

A mononucleose não costuma causar maiores problemas quando adquirida durante a gravidez. Não existem evidências quanto ao aumento do risco de má formação fetal, aborto ou parto prematuro.

Como é feito o diagnóstico da mononucleose?

O diagnóstico da mononucleose é realizado mediante o quadro clínico e confirmado através de análises de sangue. O hemograma costuma revelar aumento de leucócitos, aumento de enzimas hepáticas, se houver hepatomegalia, e a sorologia apresenta anticorpos IgM, que confirma o diagnóstico.

Qual é o tratamento para mononucleose?

Não existe um tratamento específico para a mononucleose infecciosa. Os medicamentos usados visam apenas controlar os sintomas, como febre, dores, náuseas, amigdalites e faringites. Geralmente, a mononucleose resolve-se espontaneamente em poucas semanas.

Há casos de mononucleose em que o tratamento pode incluir o uso de corticoides para reduzir o inchaço das amígdalas, que pode atrapalhar a respiração. O uso desses medicamentos também é indicado no tratamento da anemia hemolítica e redução dos níveis de plaquetas.

Pessoas que apresentam aumento de tamanho do baço devem permanecer em repouso devido ao risco de ruptura do baço. A atividade física nesses casos deve ser evitada por pelo menos 4 semanas.

Existe alguma vacina contra mononucleose?

Não existe vacina contra a mononucleose. Porém, quem adquire a doença fica imune até ao fim da vida.

Quais as possíveis complicações da mononucleose causar?

Embora a mononucleose não seja fatal, a doença pode causar complicações como anemia hemolítica, meningite, inflamação no cérebro (encefalite), ruptura do baço, infecção crônica pelo vírus Epstein-Barr, entre outras.

As complicações da mononucleose são raras.

Na presença de sintomas de mononucleose, consulte um médico clínico geral ou médico de família.