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Acetato de hidrocortisona (creme dermatológico): quais as indicações e como usar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O acetato de hidrocortisona é um medicamento corticosteroide indicado para o tratamento de doenças alérgicas e inflamatórias que afetam a pele como: dermatites, eczemas (processos alérgicos de pele), picadas de insetos, vermelhidão provocada pelo sol e queimaduras de primeiro grau.

Como usar acetato de hidrocortisona (creme dermatológico)?

Antes de iniciar o uso de acetato de hidrocortisona é importante consultar o/a médico/a. Se este creme dermatológico for mesmo indicado para o seu caso, aplique uma camada fina da medicação sobre a lesão de pele efetuando uma leve fricção.

Utilize o creme apenas pelo tempo estipulado pelo médico.

Crianças com idade inferior 4 anos e bebês não devem ter o tratamento com acetato de hidrocortisona prolongado por mais de 3 semanas, especialmente nas áreas do corpo que ficam cobertas por fraldas.

Contraindicações ao acetato de hidrocortisona

Acetato de hidrocortisona não deve ser usado nos seguintes casos:

  • Alergia à hidrocortisona ou outros componentes da fórmula;
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Pessoas com lesões decorrentes de sífilis ou tuberculose na área da pele a ser tratada;
  • Portadores de doenças provocadas por vírus como catapora e herpes zoster;
  • Rosácea;
  • Dermatite perioral;
  • Reações após a aplicação de vacinas na região a ser tratada.
Efeitos colaterais de acetato de hidrocortisona
Reações adversas comuns

As reações adversas mais comuns são:

  • Prurido (coceira);
  • Ardor;
  • Eritema (vermelhidão);
  • Vesiculação (formação de bolhas).
Efeitos colaterais por uso em áreas extensas do corpo ou por períodos prolongados

Quando utilizado em áreas corporais extensas ou por períodos prolongados de mais de 4 semanas podem ocorrer os seguintes sintomas locais:

  • Atrofia da pele;
  • Telangiectasia (dilatação dos capilares ou de pequenos vasos presentes em determinada região do corpo);
  • Estrias;
  • Alterações de pele semelhantes à acne.
Reações adversas raras
  • Foliculite (reação inflamatória dos folículos pilosos);
  • Dermatite perioral (inflamação da pele na área em torno da boca);
  • Hipertricose (crescimento de pelos em excesso);
  • Reações alérgicas de pele.
Reações adversas em recém-nascidos
  • Fissura labial.

Bebês de mães tratadas com corticoides aplicados em áreas extensas do corpo ou por períodos prolongados durante a gestação ou amamentação possuem risco aumentado de desenvolver fissura labial. Estas mulheres devem informar sobre este tratamento ao seu médico ou médica.

Cuidados quanto ao uso de acetato de hidrocortisona
  • Em casos de doenças cutâneas infecciosas, causadas por bactérias e/ou por fungos, é necessário o uso de terapia específica adicional. Procure seu médico.
  • Informe ao/à médico/a qualquer alteração na pele durante o tratamento, Ressecamento excessivo da pele durante, manchas, coceira ou lesões.
  • Não aplique acetato de hidrocortisona nos olhos. O medicamento não é indicado para uso oftálmico. Quando for aplicar o creme dermatológico no rosto, tome cuidado para que este não entre em contato com os olhos.
  • O desenvolvimento de glaucoma pode ser uma complicação do uso prolongado de acetato de hidrocortisona, especialmente quando aplicado em áreas extensas por período prolongado, ou aplicação sobre a pele ao redor dos olhos.

Não utilize acetato de hidrocortisona sem indicação e orientação médica. Siga as recomendações médicas quanto à aplicação e duração do tratamento e comunique-se quando observas efeitos colaterais.

Quais são os sintomas de pressão baixa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas mais comuns de pressão baixa (hipotensão) incluem:

  • visão turva,
  • fraqueza,
  • vertigem,
  • tonturas,
  • náuseas ou vômitos,
  • sudorese fria,
  • sonolência e
  • confusão mental.

Isso acontece porque quando a pressão fica muito abaixo da habitual para o organismo, a circulação sanguínea e devida oxigenação para os órgãos passa a ser insuficiente, resultando nos sintomas citados acima.

A pressão arterial normal geralmente se encontra entre 90/60 mmHg ("9 por 6") e 120/80 mmHg ("12 por 8"). Considera-se hipotensão quando a pressão arterial sistólica está abaixo de 120 mmHg e a diastólica abaixo de 80 mmHg, com presença de sintomas. Embora para muitas pessoas, uma pressão bem abaixo desses valores é suficiente para uma boa vascularização, portanto não apresenta sintomas e será considerada normal.

Quais as causas de pressão baixa?

A hipotensão grave pode ser causada por perda súbita de sangue (choque), infecção grave, infarto ou reação alérgica intensa (anafilaxia).

A hipotensão ortostática é causada por uma mudança repentina na posição do corpo. Na maioria dos casos, isso acontece quando a pessoa está deitada e fica rapidamente de pé. A hipotensão nesses casos dura apenas alguns segundos ou minutos. Quando ocorre após as refeições, é chamado de hipotensão ortostática pós-prandial. Geralmente afeta idosos, hipertensos e portadores de doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson.

Um outro tipo de hipotensão é a hipotensão neural mediada, que afeta mais frequentemente adultos jovens e crianças. Nesse caso, a pressão cai, quando a pessoa se mantém de pé por períodos muito prolongados.

A hipotensão também pode ter como causa, o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de certos medicamentos, como ansiolíticos, alguns antidepressivos, diuréticos, medicações para doenças cardíacas (incluindo as usadas para tratar pressão alta), medicamentos para cirurgia e analgésicos potentes.

Outras causas de pressão baixa são as alterações do sistema nervoso autônomo, decorrentes de doenças crônicas, como o diabetes, alterações no ritmo cardíaco (arritmias), insuficiência cardíaca e doenças neurodegenerativas.

O que fazer em caso de pressão baixa?

Em caso de sintomas de pressão baixa, sente-se ou deite-se imediatamente. Se for possível se deitar, em seguida estique as pernas e levante os pés acima do nível do coração.

Procure não ficar sozinho. Em geral os sintomas desaparecem rapidamente quando o fluxo sanguíneo cerebral é restabelecido.

No caso de alguma doença mais grave ocasionando os sintomas, será preciso procurar um serviço de emergência para avaliação. Vale lembrar que os sintomas de hipotensão podem ser os primeiros sintomas de um acidente vascular cerebral, ou infarto agudo do miocárdio.

O que fazer em caso de hipotensão grave?

A hipotensão grave causada por choque é uma emergência médica. Nesses casos, pode ser necessário realizar transfusão de sangue e usar medicamentos para aumentar a pressão sanguínea e melhorar a força do coração.

O que fazer em caso de hipotensão ortostática?

O tratamento da hipotensão ortostática pode incluir:

  • Alteração na dose ou suspensão do medicamento que pode estar influenciando na queda da pressão;
  • Aumentar a ingesta de líquidos;
  • Usar meias de média compressão ou cinta abdominal para ajudar na circulação sanguínea;
  • Procurar se levantar mais devagar, inclinar o corpo para frente também pode ajudar.
O que fazer em caso de hipotensão neural mediada?

Pessoas com hipotensão neural mediada devem evitar ficar em pé por períodos prolongados, aumentar a ingestão de líquidos e a quantidade de sal na dieta, conforme orientação médica. Em casos graves, podem ser necessários medicamentos.

Quais remédios são indicados para pressão baixa?

Os remédios usados para tratar a pressão baixa aumentam ligeiramente a pressão arterial, aliviando os sintomas e prevenindo complicações, como quedas.

Dentre os medicamentos usados em casos de pressão baixa estão a epinefrina®, o metilsulfato de amezínio®, a midodrina®, a norfenefrina®, a foledrina® e a oxilofrina®. Essas medicações servem para aumentar o retorno de sangue para o coração, estimulando os batimentos cardíacos.

Outros remédios utilizados no tratamento da pressão baixa, sobretudo em casos de hipotensão ortostática, incluem:

  • Fludrocortisona: esse remédio age sobre os rins e evita a perda de água e sal, aumentando o volume de sangue que, pode sua vez, eleva a pressão arterial;
  • Di-hidroergotamina: é um remédio que provoca contração dos vasos sanguíneos, contribuindo com o retorno do sangue para o coração quando a pessoa se levanta;
  • Eritropoietina: trata-se de um medicamento que estimula a maturação das hemácias (glóbulos vermelhos) na medula óssea. Essas células transportam o oxigênio no sangue, reduzindo os sintomas em casos de hipotensão ortostática grave.

Contudo, vale lembrar que qualquer remédio para pressão baixa pode causar efeitos colaterais, como pressão alta. Por isso, recomenda-se que o tratamento inicial da hipotensão seja realizado com medidas não medicamentosas, deixando a medicação para casos específicos, em que os sintomas não podem ser amenizados com outras formas de terapia.

Pressão baixa pode matar?

Sim, a pressão baixa pode matar. Quando a pressão arterial cai de forma repentina e intensa pode haver falta de oxigênio em órgãos vitais, como coração e cérebro. Esse tipo de hipotensão pode ser fatal se a pessoa não receber tratamento imediatamente.

A pressão arterial baixa também pode ser perigosa em algumas situações. A vertigem, a tontura e a fraqueza podem causar quedas, com risco de traumatismos e fraturas.

Se a pressão baixa provocar desmaio ou vier acompanhada de outros sinais e sintomas, como fezes escuras ou marrom, dor no peito, vertigem, tontura, febre, batimento cardíaco irregular e dificuldade respiratória, pode sinalizar um episódio de sangramento. Nesse caso procure imediatamente atendimento médico de urgência.

Deficiência auditiva: Quais os sintomas e como tratar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os principais sinais e sintomas da deficiência auditiva incluem zumbido, chiado ou estalos no ouvido, ouvir rádio ou televisão com volume muito alto, falar muito alto, sensação de ouvido entupido, pedir constantemente para as outras pessoas falarem mais alto ou repetirem o que foi dito, além de não conseguir ou ter dificuldade em acompanhar conversas.

Na infância, a deficiência auditiva pode ter como sintomas o atraso no desenvolvimento da linguagem e do aprendizado, além de falta de atenção.

A deficiência auditiva é a redução ou a perda da capacidade de ouvir os sons, podendo ser classificada em leve, moderada, grave e profunda.

O tratamento da deficiência auditiva pode ser feito por meio de reconstrução cirúrgica, uso de aparelhos auditivos e prótese coclear.

Uma das formas mais eficazes de tratar a surdez é através do implante de uma prótese coclear. A cóclea é um órgão responsável pela captação dos sons e a prótese substitui essa função, permitindo que o paciente volte a ouvir, falar e se comunicar normalmente.

Leia também: O que pode causar deficiência auditiva?

Como prevenir a deficiência auditiva?

⇒ Não usar cotonetes ou qualquer outro objeto para tirar cera do ouvido ou tentar limpá-lo. A cera protege o ouvido e não é considerada sujeira. Contudo, quando for necessário limpar o ouvido, deve-se fazê-lo suavemente usando algodão ou um pano limpo;

⇒ Evitar estar frequentemente em ambientes com ruídos ou sons muito altos. Quando for necessário, recomenda-se utilizar equipamentos especiais para proteger a audição.

⇒ Evitar utilizar fones de ouvido durante mais de uma hora sem interrupção;

⇒ Evitar ouvir música com volume muito elevado.

Na presença de algum sintoma de deficiência auditiva, procure um médico otorrinolaringologista para receber um diagnóstico e tratamento adequados.

Dor torácica: o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dor torácica é um incômodo ou uma dor sentida à frente do corpo, entre o pescoço e a parte superior do abdômen, ou seja, no peito ou tórax. Por isso, dor torácica, dor no peito e dor no tórax são diferentes formas de dizer a mesma coisa.

Muitas pessoas que experimentam uma dor no peito têm medo que seja um ataque cardíaco. No entanto, a dor torácica pode ter muitas causas. Algumas não são perigosas para a saúde, enquanto outras são graves e, em alguns casos, podem pôr a vida em risco.

Qualquer órgão ou tecido no peito pode ser a fonte da dor no tórax, incluindo coração, pulmões, esôfago, músculos, costelas, tendões ou nervos. A dor torácica também pode se espalhar para o peito a partir do pescoço, do abdômen ou das costas.

Quais as possíveis causas de dor torácica? Problemas cardiovasculares que podem causar dor torácica

Angina ou ataque cardíaco (infarto): O sintoma mais comum é a dor no peito que pode ser sentida como dor opressiva, forte pressão ou dor constritiva. A dor torácica pode irradiar para o braço, ombro, mandíbula ou costas.

Ruptura da parede da aorta: a artéria aorta é um grande vaso sanguíneo que transporta o sangue do coração para o resto do corpo. A ruptura da parede da aorta causa dor súbita e intensa no peito e na parte superior das costas.

Pericardite: é a inflamação do saco de tecido fibroso que envolve o coração, o pericárdio. A pericardite causa dor no meio do tórax.

Problemas pulmonares que podem causar dor torácica
  • Coágulo de sangue no pulmão (embolia pulmonar);
  • Colapso do pulmão (pneumotórax);
  • Pneumonia: causa dor no peito aguda, que geralmente piora ao tossir ou respirar fundo;
  • Inflamação da pleura (tecido fibroso que reveste os pulmões): pode causar dor torácica, que geralmente piora quando a pessoa tosse ou respira fundo.
Problemas do sistema digestivo que podem causar dor torácica
  • Espasmos ou estreitamento do esôfago (órgão em forma de tubo que transporta alimentos da boca para o estômago);
  • Cálculos biliares: causam dor que piora após uma refeição, geralmente uma refeição gordurosa;
  • Acidez gástrica ou refluxo gastroesofágico;
  • Úlcera gástrica ou gastrite: causa dor em queimação quando o estômago está vazio e melhora depois de comer.
Outras causas de dor torácica
  • Ataque de pânico e outros transtornos de ansiedade: a dor torácica geralmente vem acompanhada de respiração rápida, tremor das mãos, sudorese e sensação de ansiedade;
  • Inflamação na junção das costelas ao osso esterno (costocondrite), localizado no centro do tórax;
  • Herpes zoster, popularmente chamado de “cobreiro”: causa dor aguda que se estende do peito às costas, além de formigamento e erupções cutâneas. Os sintomas ocorrem apenas do lado direito ou esquerdo do corpo, e apresentam uma localização em faixa, segundo o trajeto do nervo;
  • Inflamação dos músculos e tendões entre as costelas.
O que fazer em caso de dor torácica?

Procure atendimento médico com urgência se a dor torácica for sintoma de infarto, angina ou embolia pulmonar. Nesses casos, a dor no peito tem características diferentes, de acordo com as causas, e vem acompanhada de outros sinais e sintomas.

Os sintomas de infarto incluem:

  • Dor torácica que começa de repente, acompanhada de sensação de pressão ou esmagamento no peito;
  • A dor no peito pode irradiar para a mandíbula, braço esquerdo ou meio das costas, entre as escápulas (omoplatas);
  • Dor no peito acompanhada de náusea, tontura, transpiração, aumento da frequência cardíaca (coração acelerado) e dificuldade respiratória;

Pessoas que sabem que têm angina devem procurar um serviço de urgência se:

  • O desconforto no peito se torna mais intenso de repente, durar mais que o normal ou ocorrer após uma atividade leve;
  • Os sintomas de angina podem ocorrer enquanto a pessoa está em repouso ou após atividade física ou fortes emoções (angina instável ou angina estável).

A embolia pulmonar também precisa de atendimento médico urgente. A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo de sangue (trombo) chega aos pulmões.

Nesses casos, a pessoa poderá sentir dor no peito súbita e aguda, com dificuldade para respirar, principalmente após uma longa viagem, permanecer tempo prolongado na cama ou ficar muito tempo sem se movimentar.

Se além desses sintomas, uma perna estiver inchada ou mais inchada que a outra, pode ser um coágulo sanguíneo, que se desprendeu parcialmente do vaso sanguíneo e chegou aos pulmões, podendo causar embolia pulmonar.

Para os demais casos, procure atendimento médico se tiver dor torácica que dura mais de 3 dias ou se a dor no peito vier acompanhada de febre, tosse com catarro verde amarelado ou dificuldade para engolir.

Enxaqueca: como aliviar a dor de cabeça?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para aliviar a dor de cabeça da enxaqueca, recomenda-se:

  • Tomar medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios logo que surjam os primeiros sintomas de uma crise,
  • Beber água para evitar a desidratação (sobretudo se houver vômitos),
  • Repouso em ambiente calmo e escuro,
  • Medicamentos para náuseas e vômitos, se for o caso, também ajudam na melhora mais rápida dos sintomas.

Os remédios indicados para aliviar a dor de cabeça incluem paracetamol®, ibuprofeno®, naproxeno® ou ácido acetilsalicílico®, sobretudo quando a enxaqueca é leve.

No entanto, é importante lembrar que tomar medicamentos para dor por mais de 3 dias por semana pode causar dor de cabeça por uso abusivo de medicamentos. Esse tipo de dor, causada pelo consumo excessivo de analgésicos, deve ser tratada por um especialista, neurologista ou cefaliatra (médico que trata cefaleias).

Além disso, tomar muito paracetamol, ibuprofeno ou ácido acetilsalicílico, podem causar danos no fígado, estômago ou nos rins.

Para casos mais graves ou refratários aos analgésicos comuns, existem outras opções, como os triptanos sob a forma de comprimidos, sprays nasais, supositórios ou injeções e mais recentemente, a inclusão da aplicação de toxina botulínica tipo A (Botox®), nos casos de cefaleia tensional refratária.

Como curar enxaqueca?

A enxaqueca não tem cura. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e prevenir as crises, evitando ou alterando os fatores que desencadeiam as enxaquecas.

Mudanças no estilo de vida ajudam bastante a reduzir as crises, tais como:

  • Melhorar a qualidade do sono, dormir o suficiente e sempre que possível mantendo uma rotina de horários;
  • Melhorar os hábitos alimentares, incluindo não pular refeições e evitar alimentos que desencadeiam as crises;
  • Evitar ou aprender a controlar o estresse;
  • Perder peso, quando necessário.
O que é enxaqueca e quais são os sintomas?

Enxaqueca é um tipo de dor de cabeça com sinais e sintomas bem característicos. São eles:

  • Dor intensa, tipo latejante ou pulsátil,
  • Unilateral (podendo se espalhar após algum tempo),
  • Piora com a luz ou barulhos,
  • Associada a náuseas e vômitos,
  • História familiar presente (mãe, pai ou irmãos com enxaqueca).

Outros sintomas neurológicos da enxaqueca incluem bocejos, dificuldade de concentração, dificuldade para encontrar palavras, tontura, fraqueza, dormência e formigamento.

Os sintomas duram em média 6 a 8 horas, podendo chegar a 3 dias de dor contínua, o que chamamos de "crise enxaquecosa". Situação que acaba por levar o paciente a um serviço de emergência, para tratamento mais efetivo.

Quais as causas da enxaqueca?

A enxaqueca é causada por uma atividade anormal do cérebro, que pode ser desencadeada por muitos fatores. No entanto, o conjunto exato dos fatores que provocam enxaqueca é desconhecido e variam de pessoa para pessoa.

Acredita-se que a crise começa no cérebro e envolve vias nervosas e químicas, causando dilatação dos vasos sanguíneos. Essas alterações afetam o fluxo sanguíneo no cérebro e nos tecidos ao redor.

Em geral, a enxaqueca se inicia na infância ou adolescência. A primeira crise após os 30 anos de idade fala contra o diagnóstico de enxaqueca. A doença é mais frequência em mulheres e está relacionada com história familiar de dores de cabeça.

Uma crise de enxaqueca pode ser desencadeada por:

  • Jejum ou Pular refeições;
  • Abstinência de cafeína;
  • Alterações hormonais durante o ciclo menstrual ou devido ao uso de pílula anticoncepcional;
  • Alterações nos padrões de sono, como não dormir o suficiente;
  • Consumo de bebidas alcoólicas;
  • Exercício extenuante ou outro estresse físico;
  • Barulhos intensos ou luzes brilhantes;
  • Cheiros e perfumes;
  • Tabagismo ou exposição à fumaça do cigarro;
  • Estresse e ansiedade.

Certos alimentos também podem causar enxaqueca. Os mais comuns são:

  • Chocolate;
  • Laticínios, especialmente queijos amarelos;
  • Produtos com glutamato monossódico;
  • Alimentos que contêm tiramina, como vinho tinto, queijo curado, peixe defumado, fígado de galinha, figo e algumas leguminosas;
  • Carnes que contenham nitratos (bacon, salsicha, salame, carnes curadas);
  • Amendoim, nozes, amêndoas, avelãs;
  • Alimentos processados, fermentados ou marinados.
Qual a diferença de enxaqueca com aura e sem aura?

Existe um sinal que antecede a dor de cabeça, conhecido por aura, porém nem todos os portadores de enxaqueca percebem esse sinal. Os casos em que a aura é evidentes, representam as enxaquecas "com aura". Quando a enxaqueca já se inicia com a dor, é definida por enxaqueca "sem aura".

Portanto, a aura é um grupo de sintomas neurológicos que são considerados um sinal de alerta de que uma enxaqueca está se aproximando.

A aura mais comum é a aura visual, com alterações na visão como:

  • Pontos de cegueira temporária ou manchas coloridas;
  • Visão turva;
  • Dor nos olhos;
  • Ver estrelas, linhas em zigue zague ou luzes piscando;
  • Visão em túnel (ver apenas objetos mais próximos do centro do campo de visão).

Porém, pode haver outros tipos de aura, como dor de estômago, tontura, mal-estar. O paciente com o tempo passa a reconhecer a sua aura, o que auxilia muito no seu tratamento.

O tratamento nesse momento de aura, possibilita a interrupção da irritação neuronal e muitas vezes o impedimento da crise de dor.

O médico neurologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da enxaqueca.

Leia também:

Enxaqueca menstrual: remédios e medidas caseiras para aliviar a dor

Qual é o tratamento da enxaqueca?

Referência

ABN. Academia Brasileira de Neurologia.

Qual o tratamento para dislipidemia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para dislipidemia inclui principalmente uma terapia nutricional e a reorientação de alguns hábitos alimentares:

  • Redução de ingestão de alimentos gordurosos, principalmente alimentos de origem animal como carne vermelha, manteiga, leite integral, queijos amarelos, etc;
  • Restringir o uso de óleo de dendê e óleo de coco;
  • Evitar o uso de margarina, gordura hidrogenada e gorduras industriais;
  • Evitar alimentos fritos;
  • Evitar produtos embutidos e conservados como salsicha, presunto, hambúrguer, etc;
  • Dar preferência aos alimentos cozidos a vapor ou grelhados;
  • Aumentar ingestão de cereais integrais, frutas, vegetais e legumes frescos;
  • Comer castanhas, nozes, amêndoas, etc;
  • Parar de fumar;
  • Controlar e/ou reduzir o peso a depender da pessoa;
  • Praticar atividades físicas regulares.

Em alguns casos, o médico pode optar por acrescentar alguma medicação específica para combater a dislipidemia. Essas medicações devem ser usadas apenas com indicação médica, no período orientado e sempre utilizada com acompanhamento nas consultas e com exames laboratoriais.

A dislipidemia é um problema de saúde que pode vir associado com outras doenças como diabetes, hipotireoidismo, insuficiência renal, síndrome nefrótica, obesidade, alcoolismo e uso de medicações. Ela precisa ser tratada na sua globalidade e considerando o perfil de cada paciente.

Polipose adenomatosa familiar: distúrbio hereditário
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Polipose adenomatosa familiar é uma doença genética que provoca o desenvolvimento de pólipos adenomatosos (lesões pré-cancerosas), sobretudo no intestino grosso. Trata-se de um distúrbio hereditário, ou seja, transmitido de pais para filhos, que aumenta muito as chances de desenvolver câncer colorretal.

Pais e mães que não têm polipose adenomatosa familiar, mas são portadores do gene, também podem transmitir a doença aos filhos. Se o pai ou a mãe tiver o distúrbio, o filho terá 50% de chances de desenvolver polipose adenomatosa e transmiti-la aos filhos.

Os pólipos adenomatosos geralmente começam a aparecer durante a puberdade. Sem tratamento, a grande maioria dos pacientes terá câncer colorretal antes dos 40 anos.

No início, a polipose adenomatosa familiar não manifesta sintomas. Há pacientes que chegam a ter centenas de pólipos no intestino grosso sem apresentar nenhuma manifestação.

Se não forem tratados, os pólipos se multiplicam e aumentam de tamanho gradualmente. À medida que a doença progride, podem ocorrer diarreia, presença de sangue e muco nas fezes, dores abdominais, anemia e perda de peso. Esses sintomas podem indicar a presença de câncer no intestino.

O tratamento da polipose adenomatosa familiar é feito através da remoção cirúrgica do intestino grosso. A cirurgia é a única forma de prevenir o câncer colorretal.

Contudo, a polipose adenomatosa familiar não tem cura, uma vez que a doença é genética. Mesmo após a cirurgia, a pessoa continua com a mutação que causa a doença.

Além do intestino grosso, os pólipos também podem se desenvolver no estômago e na porção inicial do intestino delgado, com necessidade de acompanhamento com exames de endoscopia. A doença também pode afetar pele, cérebro, ossos, dentes e tireoide.

Devido à ausência de sintomas iniciais, é muito importante que pessoas pertencentes a famílias de risco façam o teste genético e o exame de colonoscopia ainda na puberdade para detectar e tratar a doença precocemente. O diagnóstico e tratamento precoces podem prevenir o desenvolvimento de câncer colorretal.

O médico proctologista é especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da polipose adenomatosa familiar.

Tenho pré-diabetes? Saiba os sintomas e valores de glicose
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A pré-diabetes é o aumento das taxas de glicose no sangue, sem atingir os níveis que definem a doença diabetes.

Os valores normais da glicemia em jejum são de 60 a 99 mg/dl. Para a confirmação de diabetes, entre outras análises, a glicemia deve estar acima de 125 mg/dl. Sendo assim, quando a glicemia está entre 100 e 125 mg/dl, é considerada uma fase "pré-diabética".

Embora não caracterize a doença diabetes, a pré-diabetes também é bastante perigosa para a saúde, pois aumenta os riscos de doenças cardíacas, vasculares e neurológicas, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC). Além do risco de mais de 30% dos casos evoluírem para a diabetes, dentro de 5 anos.

Por esses motivos, na suspeita da pré-diabetes, ou assim que for feito o seu diagnóstico, é fundamental que procure um médico especialista, nesse caso o endocrinologista, para avaliação e início do tratamento para seu controle.

Como confirmar a pré-diabetes?

Existem critérios bem definidos para cada uma das condições, através dos exames de sangue: glicemia de jejum de 8h, o teste de tolerância oral a glicose 75 (TTOG 75) e o exame de hemoglobina glicosilada (HbA1c).

A glicemia de jejum deve ser realizada com pelo menos 8h de jejum, e com uma dieta habitual. Não deve ser feito qualquer dieta ou mudança de hábitos alimentares dias antes, para não prejudicar ou mascarar um resultado.

O teste de tolerância oral a glicose, é um dos principais exames para o diagnóstico da pré-diabetes. Nesse teste o paciente recebe uma dose de glicose (75 g) por via oral, e após duas horas é colhido novo exame de sangue para avaliação da glicemia.

E a hemoglobina glicosilada é uma medida de avaliação da glicose nos últimos 2 a 3 meses, a partir da amostra de sangue. Por isso é o teste mais fidedigno para o acompanhamento e ajuste de tratamento nos pacientes diabéticos.

Os valores que definem cada uma das condições estão descritos na tabela abaixo:

Exames de sangue Normal Pré-diabetes Diabetes
Glicemia de jejum 60 a 99 mg/dl 100 a 125 mg/dl > 125 mg/dl
TTOG 75 < 140 mg/dl 140 a 199 mg/dl > 200 mg/dl
HbA1c > ou = 5,6% 5,7 a 6,4% > ou = 6,5 %

Existem grupos que já consideram a glicose de jejum a partir de 99 mg/dl um sinal de pré-diabetes, por isso qualquer valor acima de 100 mg/dl já configura um quadro de pré-diabetes e deve ser iniciado um tratamento específico, caso a caso.

Sintomas da pré-diabetes

A pré-diabetes pode não apresentar qualquer sintoma por anos. Por isso, todos os casos de alto risco para diabetes, devem realizar exames de sangue periodicamente, possibilitando a identificação precoce da doença.

Os sintomas que podem estar presentes são semelhantes aos sintomas de diabetes, de forma mais branda. São eles:

  • Emagrecimento (sem causa aparente),
  • Fome a todo momento,
  • Muita sede,
  • Aumento da frequência de urina,
  • Cansaço, fadiga,
  • Alterações na visão (visão "borrada").
Fatores de risco para a pré-diabetes

É importante conhecer os fatores que aumentam o risco de desenvolver diabetes e pré-diabetes, para que sempre que possível, se previna da doença.

Os principais são: história familiar de diabetes, obesidade, hipertensão arterial, falta de atividade física, distúrbios de sono, principalmente a privação de sono, tabagismo, doenças do pâncreas, peso superior a 4 kg ao nascimento, ser mulher e ter mais de 45 anos.

Tratamento da pré-diabetes

O tratamento correto reduz as chances de complicações cardiovasculares e cerebrovasculares, as doenças mais comuns da nossa população.

1. Orientação nutricional

A dieta é a parte mais importante do tratamento, especialmente na diabetes tipo 2, situação em que o pâncreas produz a insulina, mas não é suficiente para aquele organismo.

2. Atividade física regular

A atividade física por pelo menos 30 minutos por dia, por 5 dias na semana, ajuda o organismo a eliminar a gordura e o açúcar em excesso no sangue. Ainda, promove uma melhor circulação sanguínea e hábitos alimentares.

3. Mudança de hábitos de vida

Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e eliminar vícios como o uso de cigarro, são medidas fundamentais para evitar a evolução da doença.

4. Medicamentos

Os casos com risco mais elevado de evoluir com diabetes ou múltiplos fatores de risco para doença cardiovascular, devem iniciar a medicação em conjunto. O remédio mais usado é a metformina®.

Como saber se já tenho Diabetes?

Para confirmar a diabetes os valores do exame de sangue devem ser:

  • Glicemia de jejum (8 horas) - acima de 125 mg/dl
  • Teste de tolerância oral a glicose a 75 mg - acima de 199 mg/dl
  • Hemoglobina glicosilada - acima de 6,4%

Além disso, é preciso que o exame seja feito com o jejum indicado, de no mínimo 8 horas e mantendo a alimentação normal. Evitar dietas ou mudanças de hábitos na véspera do exame, para não alterar o exame e retardar um diagnóstico correto.

O exame clínico faz parte da avaliação e confirmação da doença. E toda essa avaliação pode ser feita pelo médico assistente, ou pelo médico especialista, no caso, o endocrinologista.

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