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Varizes podem causar trombose?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As varizes aumentam o risco trombose, isto porque o fluxo sanguíneo fica mais lento dentro das veias dilatadas, o que favorece a formação de coágulos. Essa formação de coágulos sanguíneos no interior das veias é chamada de trombose venosa.

Além das varizes outras situações aumentam o risco de trombose venosa, entre elas:

  • Gravidez;
  • Uso de contraceptivos orais;
  • Obesidade;
  • Neoplasias;
  • Traumatismo;
  • Estados de hipercoagulabilidade;
  • Idade avançada.

Veja também os artigos O que é trombose venosa profunda?; Veias saltadas é normal?

As varizes podem causa sintomas como: inchaço, dor, sensação de peso nas pernas, manchas na pele, atrofia da pele da perna, coceira e descamação. Além disso, se não tratadas podem levar a outras complicações como erisipela e ocorrência de úlceras varicosas.

Caso possua varizes que estejam causando alguns dos sintomas descritos acima procure um médico de família ou clínico geral para uma avaliação.

Em casos mais graves pode ser necessário o acompanhamento por um médico angiologista ou um cirurgião vascular, quando há necessidade de realizar procedimentos cirúrgicos.

Leia também:

Referências

  • BASTOS, F.R.; GANDRA, M.; FÉLIX, M.T. Varizes pélvicas. Flebología y linfología - lecturas vasculares, 15:p 905-910, 2010.
  • CORRÊA, M.P.; BIANCHINI, L.; SALEH, J, N.; NOEL, R.S.; BALERSKI, J.C. Pelvic congestion syndrome and embolization of pelvic varicose veins. Vasc Bras., 18(e20190061):p. 1-7, 2019.
Meu filho tem 12 anos e nunca deixou de fazer xixi na cama, o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Existem muitas formas de ajudar as crianças e adolescentes que ainda urinam na cama à noite. Algumas medidas que não incluem o uso de fármacos e costumam ser recomendadas são:

  • Evitar ingestão excessiva de líquidos a noite e de alimentos diuréticos, como café e coca-cola.
  • Estimular e parabenizar as noites que a criança não urina na cama, reforçar positivamente esse comportamento, pode-se mesmo recompensá-la. 
  • Não punir quando a criança urinar. Evitar fazer críticas destrutivas e que diminuam ainda mais a auto-estima da criança.
  • Pode-se estimular a criança a fazer junto com os pais um calendário em que se anota, dia a dia, as noites em que urinou ou não urinou na cama.
  • Estimular a criança a urinar antes de dormir.
  • Acordar a criança à noite em horários pré-definidos e estimulá-la a ir ao banheiro urinar. Com o decorrer do tempo, acordá-la cada vez mais tarde, até que ela possa passar a noite toda sem urinar.

A causa da enurese, que é a perda de urina involuntária durante a noite, costuma ser multifatorial e pode estar atrelada a alterações funcionais da bexiga, distúrbios do sono e fatores emocionais, além disso sabe-se que crianças filhas de mães ou pais que também tiveram enurese na infância tem maior chance de também apresentar os sintomas.

Espera-se que a resolução espontânea aconteça em 99% dos casos até os 15 anos de idade. Apenas 1% das crianças com enurese tornam-se adultos com o mesmo problema. Contudo, orienta-se que os pais devam procurar ajuda profissional por conta dos danos psíquicos e sociais à criança, que pode ficar insegura e com a auto-estima abalada por conta do problema.

É muito importante que a família apoie a criança com enurese e compreenda a enurese como um problema de saúde e não apenas como birra da criança. Uma avaliação médica também é importante para descartar possíveis causas orgânicas e doenças que podem levar à perda involuntária de urina como: infecção urinária, mal formações urológicas, doença renal, disfunções neurológicas, diabetes, constipação e encoprese, entre outras.

Em relação ao tratamento na maioria das vezes não são necessárias medidas agressivas por conta dos sintomas serem transitórios.

Procure ajuda profissional, médicos de família e pediatras podem fazer uma avaliação e já iniciar uma abordagem. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos e o médico pode orientar o uso do alarme.

Hoje sabe-se que os tratamentos que incluem várias medidas combinadas são aqueles que mais levam à melhora dos sintomas.

Em algumas situações o acompanhamento da criança por um psicólogo pode ajudá-la com aspectos emocionais que podem ser causa ou consequência da enurese noturna. 

O que é cisto de Baker?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O cisto de Baker ou cisto poplíteo é o acúmulo de líquido articular (sinovial) na região posterior do joelho. O líquido sinovial acumula-se nas bainhas dos tendões e nas bursas da articulação, localizadas atrás do joelho.

O líquido sinovial normalmente circula entrando e saindo das bursas do joelho, através de um sistema de válvulas que são responsáveis por controlar a quantidade de líquido articular que entra e sai dessas bolsas.

Porém, há casos em que o joelho produz uma quantidade de líquido sinovial exacerbada (sinovite), o que leva ao acúmulo de líquido na bursa e ao consequente aparecimento do cisto de Baker.

Quais as causas do cisto de Baker?

Nos adultos, o aparecimento do cisto de Baker normalmente está relacionado com patologias intra-articulares do joelho, como lesões nas estruturas internas do joelho (menisco, ligamentos, cartilagem), que levam ao aumento da produção ou extravasamento do líquido sinovial.

Como identificar o cisto de Baker?

O cisto de Baker surge como uma saliência atrás do joelho que não provoca dor, tornando-se mais nítido quando o joelho está estendido. Embora possa provocar um pequeno desconforto ou rigidez, geralmente não provoca sintomas. Quando presentes, os sintomas geralmente estão relacionados com a compressão das estruturas da parte posterior do joelho.

Dependendo do tamanho do cisto, pode causar dor ou desconforto na região posterior do joelho ao agachar ou após atividade física.

Pode ocorrer ainda uma diminuição dos limites de movimento provocada pela dor ou pelo tamanho do cisto de Baker. Há casos em que pode haver travamento, bloqueio, dor ou outros sintomas de desgaste patelar.

Em algumas situações, o cisto pode se romper e desencadear um inchaço na panturrilha, causando dor intensa e deixando a área vermelha e mais quente, com sintomas semelhantes aos da trombose venosa profunda (TVP).

Como é feito o diagnóstico do cisto de Baker?

O diagnóstico do cisto de Baker é feito através da anamnese e do exame físico, durante o qual o médico irá procurar por um caroço mole na parte de trás do joelho. No caso do cisto ser pequeno, comparar o joelho afetado ao joelho normal pode ser útil.

A confirmação do diagnóstico geralmente é feita por meio de exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. A ressonância pode identificar também a causa primária que levou ao cisto.

A aplicação de luz no cisto (transiluminação) pode indicar que o mesmo está repleto de líquido. Se o caroço aumentar rapidamente ou se ocorrer dor noturna, dor forte ou febre, mais exames são necessários para garantir que não existem outros tipos de tumor.

Qual é o tratamento para cisto de Baker?

O tratamento inicial do cisto de Baker pode incluir o uso de medicamentos anti-inflamatórios, redução da atividade física, aplicação de gelo e acompanhamento regular.

No entanto, o tratamento do cisto de Baker normalmente é voltado para a causa, ou seja, para a lesão interna do joelho. Muitas vezes, os pacientes apresentam melhora após a artroscopia para tratamento das lesões intra-articulares. Também é comum o cisto de Baker desaparecer espontaneamente.

A cirurgia para remover o cisto de Baker raramente é indicada, a não ser que o cisto seja muito grande ou doloroso.

Em caso de suspeita de cisto de Baker, um médico clínico geral, médico de família ou ortopedista deverá ser consultado para confirmar o diagnóstico e orientar quanto ao tratamento mais adequado.

AIDS tem cura?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

AIDS não tem cura, pois ainda não existe um tratamento capaz de eliminar completamente o vírus HIV do organismo. Atualmente, os tratamentos disponíveis são capazes de retardar a manifestação da doença, otimizar a qualidade de vida e melhorar significativamente a sobrevida do paciente.

A AIDS é provocada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), que ataca os linfócitos T-CD4, células responsáveis pela defesa do organismo, mais conhecidos como glóbulos brancos.

Os medicamentos antivirais atuais são bastante eficazes e conseguem eliminar boa parte do vírus presente na circulação dos indivíduos HIV positivos, ao ponto do exame de sangue indicar "carga viral indetectável" e manter a doença em controle.

Muitos estudos têm sido feitos para descobrir a cura da AIDS e, com a ampliação de novas tecnologias, as esperanças aumentam.

Qual o tratamento para retocolite ulcerativa?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

O tratamento da retocolite ulcerativa tem como objetivo tirar o paciente da crise e mantê-lo em remissão. O tratamento farmacológico é geralmente efetivo no controle da doença.

Para a forma clássica, são usadas sulfas e seus derivados. Se estes medicamentos não apresentarem bons resultados, podem ser usados corticoides, que agem com rapidez e eficácia, porém, devem ser retirados depois da melhora clínica, no período de manutenção. A prescrição de antibióticos é fundamental nos casos de megacólon tóxico. 

Após a retirada da crise, o tratamento de manutenção deve ser contínuo, para o resto da vida, com aminossalicilatos orais e/ou mesalamina tópica em doses progressivamente menores, até que apareçam sinais clínicos de recidiva. Nesse momento, a dose mínima foi descoberta para aquele paciente.

Deve-se também seguir uma dieta rígida; rica em fibras nos casos em que há constipação; pobre em frutas e vegetais frescos, cafeína e carboidratos não absorvíveis nos casos que cursam com cólicas abdominais e diarreias, reposição de ferro para pacientes com perdas sanguíneas relevantes e reposição de ácido fólico quando o paciente está fazendo uso de sulfassalazina.

O tratamento cirúrgico é definitivo, mas agressivo e indicado apenas para os casos que não respondem ao tratamento farmacológico, megacólon tóxico, perfuração intestinal, hemorragia incontrolável, complicações incontroláveis do tratamento medicamentoso e displasia de alto grau confirmada, displasia associada a lesão de massa (DALM) ou câncer.

Vale ressaltar que sempre um médico, preferencialmente um gastroenterologista, neste caso, deve ser consultado antes de iniciar qualquer tipo de tratamento por conta própria.

Síndrome de cushing tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A síndrome de Cushing pode ter cura a depender da causa.

O tratamento da síndrome de Cushing pode incluir radiação, remédios para baixar o nível do cortisol sanguíneo e cirurgia. O tratamento é capaz de reverter a maioria dos sintomas. Leia também:

A cirurgia pode ser necessária para retirar uma ou as duas glândulas supra-renais ou crescimentos anormais da glândula pituitária.

As medicações evitam a produção excessiva do cortisol.

A radiação pode matar as células com crescimentos anormais.

Outros tratamentos poderão ser feitos conjuntamente à medida do desenvolvimento de outras comorbidades como diabetes, hipertensão, etc.

Algumas pessoas podem curar com o tratamento, porém outras terão que tomar medicamentos para sempre.

O/a médico/a endocrinologista é responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento do/a paciente com Síndrome de Cushing.

Ao fazer necessidades sai sangue, posso estar com câncer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Não necessariamente, o sangramento nas fezes pode ter diversas causas, tumores não são a única causa de sangramento. Existem causas benignas como fissuras anais ou hemorroidas e causas de maior gravidade como câncer de cólon. Além dessas também podem ser citadas a Doença diverticular, a angiodisplasia ou mesmo a Doença de Crohn.

Para definir o motivo do sangramento retal é importante avaliar a quantidade e o aspecto do sangramento. Geralmente o sangramento em pequena quantidade, de uma coloração mais viva, que é notado no papel higiênico se deve a causas como hemorroidas ou fissuras anais. Tumores retais também podem causar esse tipo de sangramento.

Já quando o sangramento é mais intenso e abundante pode tratar-se de câncer, de angiodisplasias, doença diverticular ou doença inflamatória intestinal.

Quando as fezes apresentam sangue digerido, ou seja, de coloração bem escura e odor fétido geralmente a causa se deve a afecções do tubo digestivo em porções mais altas como esôfago, estômago ou duodeno.

O diagnóstico das doenças que podem causar esse tipo de sangramento depende da história clínica, do exame físico e muitas vezes de exames complementares como a colonoscopia, exame que visualiza o interior do cólon.

Caso esteja apresentando sangramento retal consulte o seu médico de família ou clínico geral para uma avaliação e diagnóstico preciso.

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Qual o tratamento para celulite infecciosa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento para celulite infecciosa consiste principalmente em:

  1. Colher culturas da ferida;
  2. Iniciar rapidamente a administração de antibióticos, oral ou venoso;

E quando necessário incluir ainda medicamentos:

  1. Anti-inflamatórios;
  2. Analgésicos;
  3. Compressas mornas e
  4. Drenagem cirúrgica quando necessário (embora seja raro).

É preconizado que seja colhido material (secreção) da celulite, para análise de cultura e pesquisa dos germes encontrados naquela região, e depois disso dever ser iniciado imediatamente o tratamento com antibióticos padrão. Mesmo que após o resultado da cultura colhida seja necessário modificar o tratamento.

Isso porque o maior risco de um processo de celulite infecciosa, é a evolução para um quadro grave de infecção generalizada, conhecido por sepse, com elevada taxa de mortalidade.

Os antibióticos padrão, utilizados de início atualmente, foram determinados por base em grandes estudos de infectologia e dermatologia. Aonde viram que alguns germes são mais frequentes, inclusive em determinadas regiões do corpo.

Por fim, os fatores que deverão determinar a via de administração do antibiótico, se oral ou venosa, são: a gravidade do quadro, a extensão da lesão, presença de comorbidades, como imunossupressão, Hipertensão ou diabetes e possibilidades de cuidados em domicílio. Nos casos mais graves, de febre alta, área muito extensa, ou pacientes com comorbidades que aumentem o risco de evolução ruim, está indicado internação e antibióticos por via endovenosa.

Podemos citar como opções de antibióticos mais utilizados em casos de celulite:

  • Oxacilina;
  • Cefalosporina de primeira geração (cefalotina);
  • Sulfametoxazol-trimetoprim;
  • Clindamicina;
  • Vancomicina;
  • Teicoplanina.

Em adultos alérgicos à penicilina e/ou cefalosporinas, as alternativas são a clindamicina, vancomicina ou teicoplanina.

Nas celulites infecciosas causadas por S. aureus resistentes à oxacilina, adquiridos na comunidade, pode ser usado sulfametoxazol-trimetoprim ou clindamicina.

A celulite infecciosa é uma doença grave, não contagiosa, que pode provocar o óbito do paciente devido ao risco de infecção generalizada (sepse).

O tratamento da celulite infecciosa deve ser feito, preferencialmente, por um/a médico/a dermatologista ou infectologista.

Leia também: O que é celulite infecciosa? É contagiosa?