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Falta de ar pode indicar alguma doença grave?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, falta de ar pode indicar uma doença grave, como o infarto, uma arritmia cardíaca, doenças pulmonares, embolia, entre outras. Situações que precisam ser avaliadas e tratadas imediatamente.

Pode indicar também situações menos graves, mas que da mesma forma, precisam ser avaliadas e tratadas o quanto antes, para evitar que evoluam com piora, como é o caso da crise de asma, pneumonia, agravamento de enfisema pulmonar e hipertensão pulmonar.

Contudo, por ser um sintoma inespecífico, pode ser encontrado em situações que não oferecem riscos, podendo ser avaliadas pelo médico da família ou clínico geral, durante uma consulta médica ambulatorial, como a hérnia de hiato, anemia, ambiente muito poluído, queda de pressão, ou crise de ansiedade.

Doenças graves que causam faltam de ar

Podemos destacar como doenças graves, que causam falta de ar e precisam de avaliação e tratamento com urgência, o infarto agudo do miocárdio (IAM), arritmia cardíaca, edema agudo de pulmão (EAP), embolia pulmonar e síndrome coronariana (angina).

A obstrução da via aérea por um objeto ou alimento e doenças virais que causam edema na garganta, como crupe e epiglotite também são causas de dificuldade respiratória grave, que exige atendimento de urgência.

Geralmente a falta de ar começa subitamente, tem uma piora progressiva apesar de se sentar, tentar se acalmar ou respirar fundo. E pode ter história de engasgo ou febre, que ajudam no diagnóstico.

1. Infarto agudo do miocárdio (IAM)

O infarto agudo do miocárdio, se caracteriza pela falta de sangue e com isso, oxigênio, em alguma parte do músculo cardíaco, geralmente devido a um coágulo que impede essa passagem. A falta de oxigênio no músculo causa a dor intensa no peito, que não melhora com analgésico comuns, mudança de posição ou repouso.

Outros sintomas comuns são a falta de ar, suor frio, dor no peito, enjoo e vômitos.

Uma pessoa sabidamente hipertenso, cardiopata ou diabético, que apresente esses sintomas, deve ser levado a uma emergência, imediatamente para descartar essa possibilidade, devido ao alto risco de morte no caso de infarto.

2. Arritmia cardíaca

A arritmia é o descompasso do coração. Por algum motivo o ritmo do coração é alterado e passa a ficar irregular, prejudicando o bombeamento do sangue para o resto do corpo.

Os sintomas mais comuns são de falta de ar, batimentos cardíacos acelerados, sensação de "bolo na garganta", dificuldade em engolir, suor excessivo, náuseas, tontura, dor no peito (como algo apertando), ansiedade, vômitos e perda da consciência.

O tratamento dependendo da gravidade e do tempo de início da arritmia, mas sempre deverá ser rápido e em ambiente hospitalar. Pode ser indicado tratamento com medicamento para regular o batimento cardíaco, medicamento venoso ou choque elétrico de urgência, nos casos mais graves.

3. Edema agudo de pulmão (EAP)

O edema agudo é o acúmulo de líquido dentro dos pulmões, que ocorre pela insuficiência cardíaca grave. Quando o coração está tão fraco, que não consegue mais bombear o sangue, acumulando esse líquido nos pulmões.

No EAP é comum a presença de falta de ar associada a tosse com secreção rosa, saindo pela boca, devido a esse acúmulo de líquido. É uma emergência médica, que deve ser tratada imediatamente, e mesmo com o tratamento adequado, a taxa de mortalidade é bastante alta.

4. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar geralmente é causada por um coágulo sanguíneo que se desprende de um vaso da perna e chega ao pulmão. Doença grave, potencialmente fatal e portanto, requer atenção médica imediata.

Os sintomas são de falta de ar súbita, dor no peito, que não melhora com analgésicos, pode haver dor e edema na perna, tosse seca, chiado e dor no peito. Nos casos mais graves, suor frio, taquicardia, pele com coloração azulada e perda da consciência.

O tratamento é feito com anticoagulantes por via endovenosa e monitoramento cardíaco e pulmonar. Alguns casos pode ser necessário intubação orotraqueal, para manter a respiração e oxigenação do corpo, adequadas.

5. Síndrome coronariana

A doença arterial coronariana, também conhecida como angina, ocorre devido ao estreitamento, obstrução ou endurecimento das artérias coronárias, responsáveis pela irrigação sanguínea do coração. Essa condição provoca uma diminuição do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, podendo causar infarto.

Por isso, por vezes é chamada de "princípio de infarto". Realmente é o estágio inicial, que se não for tratado, om a liberação desse entupimento, evolui com o infarto agudo do coração.

A doença arterial coronariana só manifesta sintomas quando o fluxo de sangue para o coração diminui o bastante para causar sofrimento ou morte do músculo cardíaco (infarto). São eles, a falta de ar, dor no peito, que podem irradiar para braço e mandíbula, suor excessivo, náuseas, vômitos, palidez e batimentos cardíacos acelerados.

O tratamento é feito com medicamentos que dilatam os vasos obstruídos, possibilitando o retorno do fluxo de sangue.

6. Garupa ou crupe

Garupa ou crupe é uma doença respiratória causada por vírus, mais comum em crianças de 6 meses até 3 anos. Geralmente começa com sintomas de um resfriado, que piora gradativamente. A dificuldade respiratória e a falta de ar podem ser provocadas pela tosse frequente, principalmente à noite.

Os sintomas são de falta de ar, tosse alta com som estridente, semelhante a um latido, febre, congestão e corrimento nasal.

Na ausência de sinais de gravidade procure acalmar a criança, hidratar aos poucos e umidificar o ambiente, para dissolver o muco presente nas vias aéreas. Importante também manter a cabeça mais elevada, com travesseiros, ou em crianças menores de 1 ano, sentar ao colo para ajudar na respiração.

Porém no caso de sinais de falta de ar grave, com grande esforço para respirar, deve ser feito em serviço de emergência.

7. Epiglotite

Epiglotite é uma inflamação da epiglote, o tecido que cobre a traqueia. A inflamação deixa a epiglote inchada, o que pode dificultar ou interromper a respiração. Trata-se de uma doença potencialmente fatal que requer atenção médica imediata.

Os sintomas são de falta de ar, dificuldade para respirar e engolir, febre, dor de garganta, pele com coloração azulada, sons estranhos durante a respiração e rouquidão.

Na suspeita de epiglotite, procure um serviço de emergência médica imediatamente.

Problemas emocionais que causam falta de ar1. Ansiedade e ataque de pânico

A falta de ar também pode ser causada por fatores emocionais, como ansiedade e ataque de pânico. Apesar de serem transtornos psíquicos, provocam sintomas físicos e mentais.

Os sintomas são de medo, pavor, falta de ar, dor no peito, palpitações (batimentos cardíacos fortes), tontura, boca seca, bolo na garganta, respiração ofegante, náusea, suor frio e tremores.

O tratamento durante a crise é com medicamento ansiolítico, de preferência por via sublingual, para melhora rápida dos sintomas, como por exemplo, o clonazepam®. Após a crise, é fundamental procurar um médico psiquiatra para o tratamento definitivo, evitando novas crises.

Leia também: Síndrome do pânico tem cura? Qual é o tratamento?

2. Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout, atualmente muito conhecida, é caracterizado pelo esgotamento físico e mental, relacionados às atividades de trabalho.

Os sintomas são de cansaço extremo, exaustão, sensação de falta de ar, ansiedade, fraqueza no corpo todo, indisposição, desânimo, tontura e alterações de humor e dificuldade de dormir.

O tratamento é feito sobretudo com psicoterapia, em conjunto com medicamentos e mudanças nas condições de trabalho. O médico psiquiatra é o responsável por iniciar o tratamento e acompanhar junto com a equipe de psicoterapia.

Saiba mais sobre o assunto no artigo: O que é síndrome de burnout e quais são os sintomas?

Problemas menos graves que causam falta de ar

A falta de ar pode ainda estar relacionada a um bloqueio da passagem de ar pelo nariz, pela boca ou pela garganta. Isso pode ocorrer pela presença de um objeto ou alimento, inchaço nas cordas vocais, entre outras causas. Relacionamos as mais comuns a seguir.

1. Crise de asma

A asma é uma doença crônica, caraterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, causando falta de ar principalmente à noite, chiado, sensação de aperto no peito e tosse seca.

A doença pode ser classificada em leve, moderada e grave, o que define o melhor tratamento para cada caso. Nos casos leves não está indicado tratamento diário, mas nos graves pode ser preciso o uso de medicamentos preventivos diariamente.

No entanto, em situações de virose, infecção ou emoção forte, mesmo na asma leve, pode haver uma piora dos sintomas, com falta de ar importante, diminuição da oxigenação no corpo, o que leva a risco de morte, se não tratado rapidamente.

O tratamento nas crises é feito com nebulização, ou medicamentos por via inalatória (bombinha), de broncodilatadores, como o aerolin®, associado a oxigênio e corticoides. As dosagens e frequência do uso, varia de acordo com a gravidade, porém em média, deve ser feito a cada 6 horas.

2. Pneumonia

A pneumonia é uma infecção pulmonar que pode causar inflamação e acúmulo de líquido no pulmão. Os sintomas são de falta de ar, tosse com catarro, febre, dor no peito, pode haver chiados, calafrios, suor excessivo, dor muscular, falta de apetite e cansaço.

A doença deve ser tratada o quanto antes com antibioticoterapia, oral ou via endovenosa, hidratação e antitérmico no caso de febre alta.

3. Bronquiolite

A bronquiolite é uma infecção respiratória causada principalmente por vírus. A doença pode parecer um resfriado comum no início, mas em alguns dias evolui com piora do quadro. Os sintomas mais comuns são de falta de ar, tosse, respiração ofegante e chiado no peito.

O tratamento é bastante semelhante à asma, com nebulização com broncodilatadores, para ajudar na abertura dos alvéolos pulmonares, oxigênio e corticoide, pela potente ação anti-inflamatória.

4. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

Trata-se de um grupo de doenças que prejudicam a função dos pulmões. O enfisema pulmonar, geralmente causado por anos de tabagismo, está nesta categoria de doenças.

Os sintomas são de falta de ar, chiado no peito, tosse persistente, aumento da produção de catarro, diminuição dos níveis de oxigênio levando a cansaço constante e aperto no peito.

O tratamento primordial é parar de fumar. Fisioterapia, medicamentos inalatórios e corticoides de baixa dosagem costumam ajudar nos sintomas, embora nos casos mais avançados seja preciso o uso contínuo de oxigênio, para melhor qualidade de vida. Já não há tratamento efetivo nessa fase.

5. Hipertensão pulmonar

A hipertensão pulmonar ocorre quando há um aumento da pressão das artérias e veias pulmonares. As causas mais comuns são a embolia pulmonar, doença cardíaca e a DPOC causada pelo tabagismo.

Os sintomas são de falta de ar, dor no peito, cansaço e dificuldade para praticar atividade física, sem uma causa aparente.

O tratamento é por meio de medicamentos que melhoram a circulação do sangue naquela região, e tratamento específico para a causa do problema. Os medicamentos mais usados são os anticoagulantes, anti-hipertensivos, diuréticos e oxigênio.

Para os casos mais graves, ou que não respondem ao tratamento inicial, está indicado o transplante cardíaco ou transplante pulmonar.

6. Doença cardíaca congênita

A doença cardíaca congênita se caracteriza por problemas e defeitos na estrutura e na função do coração, presentes desde o nascimento.

Os sintomas são de falta de ar, dificuldade para respirar e alteração do ritmo cardíaco. O tratamento varia de acordo com a doença, podendo ser indicado cirurgia ou apenas o controle com medicamentos.

A falta de ar pode ter ainda como causas a anemia, exposição a grandes altitudes ou temperaturas extremas, baixa qualidade do ar devido à poluição atmosférica, comum em locais próximos a indústrias e exercício físico muito intenso.

Por isso, é preciso procurar um médico de família ou clínico geral, para pesquisar as possíveis causas, solicitar os exames complementares e com o diagnóstico, planejar o tratamento.

Quando procurar uma emergência?

Se a falta de ar vier associada a um ou mais dos sintoma relacionados abaixo, é sinal de gravidade, portanto é preciso procurar atendimento médico com urgência:

  • Febre alta com calafrios;
  • Suor frio e palidez;
  • Dor ou sensação de aperto no peito;
  • Dor no peito que irradia para braço esquerdo ou mandíbula;
  • Dor intensa, de início súbito e endurecimento da panturrilha;
  • Esforço respiratório com chiado no peito;
  • Tosse forte, rouca ou estridente;
  • Dificuldade para respirar na posição deitada;
  • Necessidade constante de se sentar devido à falta de ar;
  • Grande esforço para respirar, repuxamento dos músculos do pescoço;
  • Dificuldade de engolir, ou no caso de crianças, "babando" muito;
  • Sinais de desidratação (urinar pouco, boca seca e língua seca);
  • Pontas dos dedos ou lábios azulados;
  • Irritabilidade extrema, confusão mental;
  • Desmaio.

Na dúvida não perca tempo, procure uma emergência. O médico saberá indicar o melhor caminho e tratamento para cada caso.

Leia também:

Saiba como identificar um infarto cardíaco e conheça os sintomas

O que fazer no caso de dor no peito?

Características de Dor no Peito que pode ser muito grave
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os tipos de dor no peito que indicam gravidade, são a dor em aperto, com um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Duração maior do que 20 minutos
  • Irradiação para o braço esquerdo, mandíbula ou para as costas
  • Início súbito associado a falta de ar
  • Febre alta e/ou dificuldade de respirar
  • Suor frio, náuseas e mal-estar (especialmente em pessoas diabéticas).

As doenças que causam dor no peito e oferecem risco imediato, estão geralmente relacionadas à problemas no coração, como o infarto ou problemas pulmonares.

Portanto, se apresentar um tipo de dor que preocupe, como as citadas acima, especialmente se já for portador de outras doenças como pressão alta (hipertensão) e diabetes, procure imediatamente um serviço de urgência médica.

Causas de dor no peito que precisam de atendimento de urgência 1. Infarto (ataque cardíaco)

A dor no peito causada por infarto tem início súbito, é contínua (dura mais de 20 minutos) e localiza-se no lado esquerdo ou no meio do peito.

A dor caracteriza-se pela sensação de pressão ou aperto no peito, podendo irradiar para braço (geralmente esquerdo), pescoço, mandíbula ou costas. Há pessoas que referem como um "desconforto" no peito.

Os sintomas associados ao infarto são a falta de ar, suor frio, tonturas, náuseas, vômitos, fraqueza e sensação de mal-estar. Na suspeita de um infarto do coração procure uma emergência imediatamente ou chame uma ambulância através do número 192.

Recomendações enquanto aguarda atendimento médico:

  • Não ficar sozinho, pedir ajuda;
  • Desapertar as roupas;
  • Não fazer esforço;
  • Esperar pelo socorro num lugar arejado;
  • Respirar profundamente.
2. Angina

A dor no peito da angina é semelhante à dor do infarto, tipo aperto ou pressão, localizada no meio do peito, que pode irradiar para braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou costas. Contudo, a dor não dura menos de 20 minutos e melhora com o repouso.

Embora não seja tão grave como um infarto, a angina é um sinal de que não está chegando sangue suficiente no coração e pode evoluir para o infarto a qualquer momento.

Por isso, no caso de angina, a pessoa também deve dirigir-se imediatamente a um hospital.

3. Pericardite

Trata-se de uma infecção do pericárdio, uma membrana de tecido fibroso que envolve o coração. Provoca dor no peito do lado esquerdo, que irradia para pescoço ou costas, com melhora na posição sentada e piora quando a pessoa se deita.

Outros sintomas que podem estar presentes são a dificuldade para respirar, piora da dor quando respira fundo, muito cansaço, febre e tosse.

4. Miocardite

A miocardite é uma inflamação no músculo do coração, que pode ocorrer, por exemplo, após uma virose ou doença infecciosa. Trata-se de uma complicação cardíaca grave.

Os sintomas são de dor no peito, cansaço extremo e dificuldade de respirar.

5. Pneumonia

A pneumonia é uma infecção pulmonar. O principal sintoma da pneumonia é a dor no peito, que pode ser em aperto ou pontadas que piora ao respirar fundo.

A dor também pode se localizar em um dos lados, à direita ou à esquerda do tórax, conforme o local afetado pela doença.

Outros sintomas comuns da pneumonia incluem tosse com catarro amarelado ou esverdeado, febre, falta de ar, fadiga e perda de apetite.

O tratamento da pneumonia deve ser feito com antibióticos, para isso precisa de uma receita médica controlada.

6. Pneumotórax

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as duas membranas que revestem os pulmões, as pleuras. O principal sintoma é a dor intensa no peito, apenas de lado, no pulmão acometido pelo pneumotórax, tipo pontada ou agulhada, que piora com a respiração profunda.

Dependendo da causa e da rapidez que o pneumotórax se instala, pode causar dificuldade respiratória e insuficiência respiratória.

7. Dissecção de aorta

A dissecção da aorta acontece quando as camadas do vaso se descolam, formando um hematoma entre elas, que enfraquece o vaso e causa os sintomas de dor no meio do peito, sensação de aperto no peito, dor entre os ombros, dor abdominal, fraqueza e mal-estar.

Se a artéria continuar com o sangramento, pode romper o vaso e levar a uma hemorragia grave. Por isso, na suspeita de dissecação de aorta, é importante procurar um serviço de urgência imediatamente.

8. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar (TEP), ocorre quando um coágulo de sangue obstrui uma artéria do pulmão, interrompendo o fluxo sanguíneo no local. Além de dor no peito, a embolia pulmonar causa falta de ar súbita, tosse com ou sem sangue na secreção, chiado no peito, palpitação e aumento da frequência respiratória.

9. Câncer de pulmão

Os principais sintomas do câncer de pulmão são a dor no peito e a tosse crônica com expectoração purulenta ou sanguinolenta. Também é comum haver apenas desconforto no peito e rouquidão.

Com a evolução da doença, a pessoa pode apresentar febre, perda de peso, fraqueza, aumento do fígado, dor de cabeça, náuseas e vômitos.

Por vezes, a doença é silenciosa, descoberta ao acaso, sem qualquer sintoma, especialmente nos estágios iniciais.

10. Tumor de esôfago

Pode causar dor no meio do peito, dificuldade para engolir, rouquidão e tosse, devido a sua localização. À medida que a doença evolui, apresenta perda de peso, mal-estar, falta de apetite, febre e aumento da transpiração.

Quanto antes for diagnosticado, maiores as chances de cura da doença.

O que fazer em caso de dor no peito?

Procure atendimento médico com urgência se a dor no peito for intensa, durar mais de 20 minutos e irradiar para mandíbula, braço esquerdo, dorso ou se a dor vier acompanhada de algum dos seguintes sinais e sintomas:

  • Suor frio;
  • Mal-estar;
  • Dificuldade para respirar;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Tosse com sangue ou com catarro (verde ou amarelado).

A dor no peito pode ser sintoma de condições e doenças graves, que necessitam de atendimento urgente devido ao risco de morte. Procure imediatamente um serviço de urgência na presença de algum desses sinais e sintomas.

Qual exame detecta nervo ciático inflamado?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A inflamação do nervo ciático é geralmente identificada através do exame físico e dos sintomas apresentados. O exame físico serve para verificar se os reflexos e a força dos músculos estimulados pelo nervo estão afetados.

Em algumas situações específicas, o médico pode ainda pedir outros exames, como ressonância magnética, tomografia ou eletromiografia.

Se quiser saber mais sobre a dor no nervo ciático, leia também:

Referência:

Moley PJ. Ciática - Diagnóstico. Manual MSD

Dor neuropática: saiba os sintomas e tratamentos
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor neuropática, ou dor neurogênica, é uma dor crônica que se caracteriza pela sensibilidade alterada. Como, por exemplo, um maço de algodão desencadear uma dor forte em queimação.

Isso ocorre porque a dor neuropática tem como origem o comprometimento de um (ou mais) nervo(s). Danificados, esses nervos transmitem uma mensagem alterada ao cérebro e assim o estímulo não é compreendido de forma correta.

A essa alteração da sensibilidade damos o nome de alodinia.

Sintomas da dor neuropática

Os sintomas podem ser constantes, quando nunca param de incomodar, ou intermitente, quando a dor vai e volta. Além da alodinia, a dor neuropática tem como características:

  • Dor espontânea ou iniciada após um estímulo (toque, frio ou movimento)
  • Dor descrita como: queimação, choque, agulhadas, dormência ou formigamento
  • Distúrbios do sono
  • Distúrbios de humor
Tratamento da dor neuropática

As possibilidades de tratamento atualmente são muitas, e variam de acordo com o tipo da dor, a localização e preferência da equipe médica.

Na grande maioria das vezes os medicamentos são suficientes para melhorar os sintomas. Os mais indicados são os antidepressivos, analgésicos potentes e anticonvulsivantes, como a amitriptilina, carbamazepina, topiramato e gabapentina. É também possível aplicar medicamentos diretamente na pele (tópicos) em creme ou adesivos (emplastros), porém parecem aliviar apenas parcialmente a dor.

Os procedimentos médicos são indicados nos casos de compressão do nervo ou para a dor que não melhora com os medicamentos. Por exemplo, na síndrome do túnel do carpo e na hérnia de disco. Os procedimentos utilizados são a aplicação de toxina botulínica tipo A, bloqueio cirúrgico do nervo comprometido ou cirurgia para descomprimir um nervo.

O tratamento com fisioterapia e/ou terapia ocupacional são essenciais para as pessoas com dor neuropática para promover alívio dos sintomas, manter o movimento da parte dolorida do corpo, evitando assim a atrofia da musculatura, já que a dor faz com que a pessoa movimente menos aquele local.

Como aliviar os sintomas?

Para aliviar os sintomas é importante controlar a causa do problema. Na diabetes, o controle do açúcar alivia os sintomas, sem que seja preciso fazer uso de mais algum remédio.

Na dor por compressão do nervo, é indicado repouso, analgésicos ou relaxante muscular e fisioterapia ou terapia ocupacional. Nas terapias, pode ser indicado material externo, como as órteses, que mantém aquela articulação paralisada e na posição correta, promovendo o alivio da dor.

Práticas de relaxamento, meditação e yoga, também apresentam importante alívio dos sintomas de dor crônica.

Que médico devo procurar? Como é feito o diagnóstico?

O médico especialista em dor neuropática é o neurologista. No caso de dor crônica (dor que dura mais de 3 meses), não demore procurar um especialista, porque embora a dor não seja uma doença visível, tem complicações graves, psicológicas e físicas, que podem ser evitadas com o tratamento correto.

O diagnóstico é feito com base no exame médico e exame neurológico, além de exames complementares.

Os exames mais solicitados são: exames de sangue, com análise de vitaminas, função renal e hepática, exame de imagem (ressonância magnética) e os estudos de condução dos nervos, a eletroneuromiogrfia (ENMG).

Causas de dor neuropática

As causas mais comuns de dor neuropática são:

  • Compressão de nervo: Síndrome do túnel do carpo, hérnia de disco;
  • Trauma
  • Diabetes mellitus
  • Alcoolismo
  • Infecção: HIV, herpes zoster, pós-zika e chikungunya
  • Carência de vitaminas (complexo de vitamina B)
  • Pós quimioterapia (tratamento de câncer)
  • Genética (doenças hereditárias - ex.: Charcot-Marie-Tooth)
A fibromialgia é uma dor neuropática?

Não. A fibromialgia é uma doença crônica, caracterizada por dor muscular generalizada, associada a sono não reparador, distúrbios de humor e dificuldade de memória, sem causa ainda conhecida. O tratamento pode ser feito com reumatologista ou neurologista.

A dor neuropática é o comprometimento de um ou mais nervos, que levam uma resposta anormal para o cérebro. Com isso desencadeiam um distúrbio na sensibilidade.

Referência:

  • ABN - Academia Brasileira de Neurologia
  • Lilian Hennemann-Krause et al.; Systemic drug therapy for neuropathic pain. Revista Dor. Rev. dor vol.17 supl.1 São Paulo 2016.
O que é DPOC e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

DPOC é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Nessa doença, as vias aéreas que levam ar para os pulmões tornam-se estreitas, dificultando o fluxo de ar e progressivamente dificultando a respiração. Com o tempo, o oxigênio no sangue torna-se insuficiente, havendo um excesso de dióxido de carbono e começa a surgir os sintomas e a falta de ar.

No início da doença, a pessoa não apresenta nenhum sintoma ou, quando apresenta, são suaves. Contudo, com a progressão da doença, os sintomas podem surgir e se agravar.

Os principais sintomas da DPOC são: tosse com catarro, pieria (chiado ao respirar), falta de ar aos mínimos esforços e até em repouso, cansaço e dor de cabeça pela manhã.

Apesar de permanecer estável por um certo tempo, a DPOC piora progressivamente, podendo causar diversas complicações, como crises que se caracterizam pela exacerbação dos sintomas e levam a pessoa a procurar atendimento médico.

A DPOC também aumenta os riscos de infecções respiratórias, podendo ainda levar à insuficiência respiratória crônica. Neste último caso, a pessoa pode precisar utilizar oxigênio ou ventiladores mecânicos para manter a respiração.

A DPOC pode se tornar incapacitante, deixando a pessoa inválida para trabalhar e executar as suas tarefas diárias. Além disso, a doença tem como complicação a morte precoce.

Quais são os fatores de risco da DPOC?

A principal causa da DPOC é o tabagismo, responsável por até 90% dos casos. O risco é maior para aqueles que fumam ou já fumaram 20 cigarros ou mais por dia.

A DPOC também pode ser causada pela exposição contínua e frequente a gases, poeira ou produtos químicos.

Em casos mais raros, a DPOC tem origem em fatores hereditários.

DPOC tem cura? Como é o tratamento?

A DPOC é uma doença progressiva e não tem cura. Porém, trata-se de uma doença que se pode prevenir e tem tratamento.

O tratamento da DPOC inclui o uso de medicamentos broncodilatadores, corticoides e antibióticos, vacinação contra a gripe e pneumonia, uso de oxigênio, fisioterapia respiratória e mudanças no estilo de vida.

Os objetivos do tratamento são amenizar os sintomas e diminuir as crises, de maneira que a pessoa permaneça o mais ativa possível, além de retardar a evolução da doença.

Interrupção do tabagismo

A primeira medida a ser tomada é parar de fumar. A interrupção do tabagismo pode alterar a evolução natural da DPOC.

Medicamentos

Quanto aos medicamentos, os broncodilatadores são a base do tratamento da DPOC. Nas fases mais avançadas da DPOC, os broncodilatadores são utilizados em conjunto com corticoides.

Vacinas

As vacinas contra a gripe e pneumonia servem para prevenir infecções respiratórias, enquanto que os antibióticos são usados nas infecções respiratórias bacterianas.

Oxigenoterapia

Quando as concentrações de oxigênio no sangue estão baixas, é indicada a oxigenoterapia.

Fisioterapia

A reabilitação respiratória consiste de treino dos músculos respiratórios, prática de exercícios aeróbios e exercícios específicos de fortalecimento muscular.

Para ajudar a retardar a evolução da DPOC e auxiliar na adaptação aos sintomas, recomenda-se manter um estilo de vida ativo.

O/a médico/a pneumologista é especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da DPOC.

O que é decorticação pulmonar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Decorticação pulmonar é uma cirurgia que envolve a retirada de tecidos infectados que contêm pus da cavidade torácica. Geralmente também é retirada parte da pleura, que é o tecido que faz o revestimento dos pulmões.

É uma cirurgia indicada quando ocorre a formação de um empiema, que é a infecção e acúmulo de pus no espaço entre o revestimento pulmonar e a parede torácica.

A decorticação pulmonar pode ser feita por toracoscopia ou por cirurgia aberta:

  • Toracoscopia: é um procedimento cirúrgico onde são feitos pequenos furos no tórax e inclui a utilização de vídeo para visualização do espaço pleural.
  • Cirurgia aberta: é um procedimento mais invasivo e implica um tempo de recuperação maior, por isso costuma ser realizada apenas em casos mais graves.

Ao fim da cirurgia de decorticação é colocado um dreno, por onde saem as secreções residuais. A alta hospitalar pode ocorrer após 2 a 3 dias, se a cirurgia for por vídeo, ou após 3 a 5 dias, se a cirurgia tiver sido aberta.

Referências bibliográficas:

Shabir Bhimji. Decortication Technique. Medscape. 2022

Peeira R. R. et al. Derrame pleural parapneumônico: aspectos clínico-cirúrgicos e revisão da literatura. Rev Med Minas Gerais 2014

Qual o melhor xarope para garganta inflamada?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Não existem xaropes para aliviar a garganta inflamada (exceto se a causa for a tosse).

No entanto, “xaropes” à base de própolis e/ou gengibre, como o Propomel, são alternativas naturais que ajudam a aliviar a inflamação na garganta em muitos casos.

Também é possível preparar um xarope caseiro, misturando:

  • Mel;
  • Própolis (20 gotas para cada colher de mel);
  • Gengibre ralado (1 colher de café para cada colher de mel) — dica: rale o gengibre congelado.

Se a inflamação da garganta persistir, existirem pontos brancos, dificuldade para engolir ou febre, pode haver infecção na garganta. Nesse caso, é necessário procurar um médico. Ele irá identificar a causa e indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir o uso de um antibiótico.

Leia também:

Referências:

Wijesundara NM, Sekhon-Loodu S, Rupasinghe HV. Phytochemical-rich medicinal plant extracts suppress bacterial antigens-induced inflammation in human tonsil epithelial cells. PeerJ. 2017; 5:e3469.

Governa P, Cusi MG, Borgonetti V, Sforcin JM, Terrosi C, Baini G, Miraldi E, Biagi M. Beyond the Biological Effect of a Chemically Characterized Poplar Propolis: Antibacterial and Antiviral Activity and Comparison with Flurbiprofen in Cytokines Release by LPS-Stimulated Human Mononuclear Cells. Biomedicines. 2019; 7(4): 73.

Como aliviar a dor de dente insuportável?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Algumas medidas que podem ser feitas em casa para aliviar a dor insuportável são:

  1. Use fio dental ou escova de dentes com cerdas macias para limpar restos de alimentos e outros resíduos.
  2. Bocheche água morna.
  3. Aplique gelo ou compressa gelada na gengiva próximo ao dente que dói ou no rosto na região do dente dolorido.
  4. Mastigue um cravo da índia, pois o cravo possui propriedades analgésicas.
  5. Tome um analgésico como o paracetamol, caso não tenha nenhuma contra indicação ao uso.

Lembre-se de procurar um médico dentista mesmo após a dor ter passado, pois a causa da dor deve ser diagnosticada e tratada rapidamente, para impedir que o problema piore. Cáries não tratadas podem, por exemplo, evoluir para uma lesão do interior do dente ou mesmo para um abcesso, exigindo tratamentos mais complexos.

Referências:

Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine: “Ethnomedicinal Plants Used by Traditional Healers to Treat Oral Health Problems in Cameroon.”