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Gripe H1N1: quais os sintomas, como se transmite e como tratar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A gripe H1N1, também conhecida como gripe Influenza tipo A ou gripe suína, é uma doença provocada por um vírus, o H1N1. Trata-se de um vírus da gripe que sofreu uma mutação. Apesar de manifestar sintomas semelhantes aos de uma gripe comum, a gripe H1N1 pode causar complicações muito graves que podem levar à morte.

Quais são os sintomas da gripe H1N1?

Os sintomas da gripe H1N1 começam a se manifestar depois de 3 a 5 dias que ocorreu o contágio. Contudo, a pessoa pode ser portadora do vírus e não apresentar sintomas e mesmo assim pode transmitir a doença. O vírus também pode ser transmitido durante o período de incubação, que é assintomático.

Os sintomas da gripe H1N1 são parecidos com os de uma gripe comum, podendo incluir febre acima de 38ºC de início súbito, tosse, dor de garganta, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, coriza e falta de apetite.

Em alguns casos, a pessoa pode apresentar diarreia e vômitos. Pessoas com asma apresentam uma exacerbação dos sintomas dessa doença.

Para evitar transmitir a doença, a pessoa com gripe H1N1 deve utilizar uma máscara cirúrgica.

Como ocorre a transmissão da gripe H1N1?

A forma de transmissão da gripe H1N1 é a mesma da gripe comum. O vírus é transmitido de pessoa para pessoa, através da inalação de gotículas de saliva ou secreção eliminadas por uma pessoa infectada ao tossir, falar ou espirrar.

A contaminação também pode ocorrer ao tocar a boca ou o nariz depois de ter tocado em alguma superfície contaminada pelo vírus H1N1.

Indivíduos adultos podem transmitir a gripe H1N1 por uma semana após o início dos sintomas. Já as crianças podem transmitir o vírus durante um período de 2 a 14 dias depois do aparecimento dos sintomas.

O vírus H1N1 pode sobreviver de duas a oito horas fora do corpo humano, na superfície de objetos infectados, por exemplo. Por isso, para diminuir os riscos de transmissão, recomenda-se lavar frequentemente as mãos.

A gripe H1N1 não é transmitida através da ingestão de carne de porco, pois as altas temperaturas a que a carne é submetida durante a sua preparação elimina completamente o vírus.

Como é feita a prevenção da gripe H1N1?

A prevenção da gripe H1N1 é feita sobretudo através da vacina. A vacina contra o H1N1 confere imunidade contra a doença nos períodos em que o vírus está mais circulante e diminui as chances do aparecimento das formas mais graves da gripe H1N1.

O organismo começa a produzir anticorpos contra o vírus H1N1 depois de duas a três semanas da pessoa ter tomado a vacina. Após a vacinação, a pessoa fica imune contra a gripe H1N1 durante um período de 6 meses a 1 ano. Os anticorpos atingem os seus níveis máximos depois de 4 a 6 semanas que ocorreu a vacinação.

Além da vacinação, algumas medidas ajudam a diminuir os riscos de transmissão da gripe H1N1, tais como:

  • Evitar o contato com pessoas infectadas;
  • Lavar frequentemente as mãos com água e sabão;
  • Evitar colocar as mãos no rosto e na boca;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal;
  • Quando necessário, usar uma máscara cirúrgica para prevenir o contágio;
  • Evitar ambientes fechados, sobretudo com aglomeração de pessoas.
Qual é o tratamento para a gripe H1N1?

O tratamento da gripe H1N1 é feito através de medicamentos para aliviar os sintomas, como a febre, hidratação, alimentação leve e repouso. O objetivo do tratamento é melhorar os sintomas e auxiliar a recuperação rápida do organismo.

Para evitar a transmissão da doença, recomenda-se que a pessoa permaneça em casa, evitando o contato com outras pessoas.

Se não for devidamente tratada, a gripe H1N1 pode causar complicações graves, como pneumonia, e até levar à morte.

Em caso de complicações graves, o tratamento é específico e pode requerer medidas intensivas de suporte.

Em caso de sintomas de gripe H1N1, consulte um médico de família ou um clínico geral.

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Vacina da gripe: quais as possíveis reações e efeitos colaterais?

Mau jeito nas costas: o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Se você deu um mau jeito nas costas e a sua coluna está travada, existem algumas medidas que podem ajudar:

  1. Aplique uma bolsa de gelo ou compressa gelada para aliviar, se estiver com dor intensa;
  2. Aplique uma bolsa quente ou compressa quente para aliviar a rigidez muscular, caso sinta que a coluna está muito travada ou rígida. O calor pode ajudar a desfazer os pontos de contratura;
  3. Evite ficar demasiado tempo deitado, tente continuar a realizar as tarefas diárias normalmente. A dor na coluna tende a diminuir ao se movimentar e tende a piorar. quando se fica muito tempo parado.;
  4. Faça alongamentos e exercícios para a coluna. Comece com pequenos exercícios, respeitando os limites do seu corpo, sem forçar, à medida que sentir que a musculatura está mais solta pode aumentar mais a intensidade.
  5. Faça massagem. A massagem relaxa a musculatura e ajuda a aliviar a dor e a tensão dos músculos.

Se a dor persistir mesmo com todos os cuidados recomendados, consulte um clínico geral ou médico de família. Em algumas situações pode ser necessário o uso de medicamentos anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, ou relaxantes musculares.

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Referências:

Back pain: In depth. National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases. https://www.niams.nih.gov/health-topics/back-pain/advanced. Accessed June 22, 2020.

Tudo o que você precisa saber sobre o Sistema Cardiovascular
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O nosso sistema cardiovascular ou circulatório tem como função distribuir oxigênio e nutrientes por todo o corpo. É formado pelo coração e vasos sanguíneos.

Vasos Sanguíneos

A rede de tubos que forma o sistema cardiovascular é chamada de vasos sanguíneos. Eles são classificados em três diferentes tipos: artérias, veias e capilares.

Artérias

De um modo geral, são as artérias os vasos responsáveis por conduzir o sangue do coração para as células do corpo. São formadas por três camadas de tecidos denominados túnicas. Suas paredes fortes e elásticas permitem que as artérias se contraiam e relaxem a cada batimento cardíaco e garantam que o sangue seja transportado a todos os tecidos sob pressão. É por meio da avaliação das artérias que verificamos a pressão arterial.

Estes vasos diminuem seu calibre na medida em que se afastam do coração. As arteríolas são ramos mais finos que se ramificam em capilares e constituem a porção final das artérias. São os capilares que se unem às vênulas, porção final das veias.

Veias

As veias são responsáveis pelo transporte de sangue das diferentes partes do corpo para o coração. A parede das veias é mais fina comparada à parede das artérias e a pressão no interior destes vasos também é menor. Deste modo, o retorno do sangue do corpo para o coração ocorre de forma mais lenta.

Estes vasos possuem válvulas que direcionam o sangue sempre para o coração. A maior parte das veias são responsáveis pela condução de sangue venoso que é rico em gás carbônico. Entretanto, as veias pulmonares transportam sangue arterial, rico em oxigênio dos pulmões para o coração.

Vasos Capilares

Os capilares são ramificações muito finas, microscópicas, das artérias que fazem a comunicação com as vênulas (porção final das veias). As paredes destes pequenos vasos são formadas por uma camada muito fina de células que possibilitam a troca de oxigênio, gás carbônico e nutrientes do sangue para a células e vice-versa.

Coração

O coração ou miocárdio se localiza na caixa torácica, alojado entre os pulmões. Funciona como uma bomba que impulsiona o sangue para o corpo inteiro através dos vasos sanguíneos.

Caracteriza-se por ser um órgão muscular oco constituído por 4 cavidades: duas cavidades superiores chamadas átrios e duas inferiores, os ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito por meio da válvula tricúspide. O átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo direito através da válvula mitral. Estas válvulas existem para impedir que o sangue retorne aos átrios após passar para os ventrículos. Não existe comunicação entre os átrios e nem entre os ventrículos.

O coração é envolvido externamente pelo saco pericárdico. Internamente, os átrios e os ventrículos são revestidos por uma membrana que se chama endocárdio.

Doenças do sistema cardiovascular

As patologias que afetam o coração ou os vasos sanguíneos decorrem de distúrbios quase sempre associados a obstrução arterial. A obstrução impede o fluxo normal de sangue, desencadeando problemas para nutrição e oxigenação das células, o que compromete o bom funcionamento dos órgãos.

As mais comuns são:

  • Infarto Agudo do Miocárdio;
  • Aterosclerose;
  • Angina do Peito;
  • Hipertensão Arterial.

Leia também: Quais são as principais doenças cardiovasculares e suas causas?

Fatores de risco para as doenças do sistema cardiovascular

Vários são os fatores de risco que podem favorecer o surgimento de doenças cardiovasculares. Os principais fatores estão associados com:

  • Predisposição genética;
  • Idade;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo:
  • Estresse;
  • Alimentação rica em gorduras;
  • Diabetes;
  • Níveis altos de colesterol total e ou frações.
Como manter a saúde do sistema cardiovascular?Praticar atividade física

A prática de atividade física para prevenir as doenças cardiovasculares deve ser efetuada por pelo menos 30 minutos, de 4 a 5 vezes por semana.

Controlar níveis de colesterol e triglicérides

O controle dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides evitam o acúmulo de gordura nas paredes das artérias (placas de ateromas) que propiciam a oclusão destes vasos. A adoção de uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos ajudam neste controle.

Controlar a pressão arterial

A hipertensão arterial é um importante fator de risco para o acidente vascular cerebral e o infarto do miocárdio. Controlar a pressão arterial por meio de atividade física e alimentação saudável e com pouco sal ajuda a evitar as doenças cardiovasculares.

Manutenção do peso corporal

Emagrecer a manter o peso corporal na faixa normal reduzem o risco de doenças cardiovasculares. A gordura que se acumula na região abdominal, aumenta o risco de pressão alta, colesterol elevado e diabetes, o que pode afetar o funcionamento dos vasos sanguíneos e do músculo cardíaco.

Não fumar

O fato de não ser tabagista é um hábito importante para a prevenção das doenças cardiovasculares. O fumo enrijece as paredes dos vasos sanguíneos e favorece a formação de coágulos. Além disso, pode reduzir o nível do bom colesterol (HDL) no sangue.

Evitar o estresse

O estresse provoca a redução do fluxo sanguíneo para o coração, irregularidades nos batimentos cardíacos e aumentam o risco para a formação de coágulos na circulação sanguínea. Gerenciar o estresse é uma forma importante de evitar doenças cardiovasculares.

Além de adotar as medidas de prevenção, é relevante estar atento a presença de dores no peito, falta de ar, fraqueza, inchaço nas pernas, tonturas, visão turva e palpitações. Estes sintomas podem variar de acordo com o órgão do sistema cardiovascular afetado.

Na presença de qualquer um destes sintomas, procure um/a médico/a de família, clínico geral ou cardiologista.

Veja também: Doenças cardiovasculares: quais os fatores de risco e como prevenir?

Zolpidem serve para ansiedade?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O zolpidem não serve para tratar a ansiedade, sendo indicado apenas para o tratamento de insônia. Porém, como a insônia pode aumentar o risco de problemas como depressão e ansiedade, o tratamento com zolpidem pode levar também à melhora dessas condições.

No entanto, existem outros medicamentos que têm efeito hipnótico (ou seja, que ajudam a dormir) e que também são ansiolíticos, como os benzodiazepínicos. Exemplos desses medicamentos são:

  • Clonazepam;
  • Bromazepam;
  • Diazepam.

Se notar que continua com muita ansiedade, mesmo resolvendo o problema do sono com o zolpidem, pode conversar com o médico para avaliar a possibilidade de usar um benzodiazepínico. O médico prescreverá por um período curto, pois o uso prolongado (acima de 14 dias) leva a efeitos como atolerância (perda do efeito) ou à dependência do medicamento.

Já o zolpidem pode ser usado por 3 a 12 meses sem serem desenvolvidos os efeitos indesejáveis dos benzodiazepínicos. Por isso, ele é especialmente útil nos casos de insônias que precisam detratamento mais longo (insônias transitórias ou crônicas). É possível que o médico tenha receitado o zolpidem por essas razões.

Leia também:

Referência:

Asnis GM, Thomas M, Margaret A Henderson MA. Pharmacotherapy Treatment Options for Insomnia: A Primer for Clinicians. Int J Mol Sci. 2015 Dec 30;17(1):50.

O que pode causar deficiência auditiva?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As principais causas de deficiência auditiva incluem desde exposição crônica a ruídos, envelhecimento, excesso de cera, infecções e inflamações no ouvido até mesmo tumores.

No entanto, algumas situações como uso de medicamentos traumas e mudanças na pressão atmosférica, entre outras situações também podem levar a deficiência auditiva.

A perda de audição pode ocorrer quando há alguma dificuldade na transmissão do som pelo canal auditivo ou quando ocorre deterioração das células nervosas que transmitem os sinais sonoros ao cérebro, localizadas no ouvido interno. Em alguns casos, a deficiência auditiva pode ter as duas causas.

A deficiência auditiva é a perda parcial ou total da capacidade de ouvir e pode ser leve, moderada, grave ou profunda.

Os sinais e sintomas da deficiência auditiva podem incluir zumbidos no ouvido, falar alto demais ou ainda pedir sempre para os outros falarem mais alto, ou repetirem o que acabaram de dizer.

O tratamento da deficiência auditiva depende do seu local de origem e da sua causa. Em algumas situações, pode ser necessário a realização de cirurgia ou outros procedimentos clínicos.

Quando a perda de audição afeta o ouvido interno, o deficit auditivo dificilmente é revertido, sendo necessário o uso de uma prótese auditiva.

O diagnóstico e tratamento da deficiência auditiva é da responsabilidade do médico otorrinolaringologista.

Saiba mais em:

Deficiência auditiva: Quais os sintomas e como tratar?

Otite pode causar surdez ou perda de audição?

Dor no peito é sintoma de ataque cardíaco?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no peito é o sintoma mais comum de um ataque cardíaco. A dor do infarto geralmente é: intensa, não melhora com o repouso e dura mais de 20 minutos, podendo irradiar do meio do peito para o braço (principalmente braço esquerdo), ombro, pescoço, mandíbula, abdômen ou costas. O ataque cardíaco também pode causar sensação de aperto, peso ou pressão no tórax.

Além da dor no peito, os sintomas do infarto do miocárdio podem incluir: ansiedade, tosse, sudorese fria, tontura, vertigem, náusea, vômito, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares, dificuldade para respirar, falta de ar e desmaio.

Contudo, algumas pessoas, principalmente idosos, diabéticos e mulheres, podem ter pouca ou nenhuma dor no peito. Nesses casos, o ataque cardíaco pode se manifestar apenas com quadro de sudorese fria, cansaço, mal-estar e fraqueza, dificultando o rápido diagnóstico. Devemos estar sempre atentos a essa possibilidade.

O que fazer se tiver sintomas de ataque cardíaco?

A primeira coisa a fazer na presença de sinais e sintomas de um ataque cardíaco é levar a pessoa para um hospital com urgência. Se não for possível, ligue para o número 192 para chamar uma ambulância. Enquanto aguarda pelo socorro:

  1. Peça para a pessoa se sentar ou deitar;
  2. Desaperte qualquer roupa apertada;
  3. Pergunte à pessoa se ela toma algum medicamento para dor no peito, como a nitroglicerina, e ajude-a a tomá-lo;
  4. Não deixe a pessoa sozinha, exceto para pedir ajuda, se necessário;
  5. Não espere para ver se os sintomas desaparecem;
  6. Não dê nada à pessoa por via oral, a menos que tenha sido prescrito um medicamento, como a nitroglicerina, para casos como esse de dor no peito.

No caso da pessoa estar inconsciente e não reagir, inicie a massagem cardíaca:

Coloque uma mão sobre a outra e faça 30 compressões fortes e ritmadas no meio do peito da vítima, usando o peso do próprio corpo para fazer a compressão (procure manter um ritmo de cerca de 100 a 120 compressões por minuto). Continue a massagem cardíaca até à chegada do socorro.

Veja também: Saiba como identificar um infarto cardíaco e conheça os sintomas

O que causa um infarto?

A maioria dos ataques cardíacos é causada por um coágulo de sangue que “entope” uma das artérias coronárias, que são responsáveis pela irrigação sanguínea do músculo do coração (miocárdio). Com a interrupção do fluxo sanguíneo, o coração sofre com a falta de oxigênio e as células cardíacas morrem.

A obstrução da artéria coronária também pode ser causada pela formação de uma placa de gordura, composta principalmente por colesterol, que se acumula nas paredes do vaso sanguíneo, obstruindo parcial ou totalmente a irrigação sanguínea do miocárdio. Essa falta de sangue leva a morte do músculo cardíaco, denominado "isquemia" do coração.

A falta de sangue e oxigenação adequadas no miocárdio, é a causa do sintoma de dor no peito. Por isso, se já tem a dor, já está havendo sofrimento do músculo, por isso a urgência em procurar atendimento médico.

Um ataque cardíaco é uma emergência médica. Quanto mais rápido a pessoa receber atendimento, menor será a extensão da lesão, com menos danos ao coração e maior a chance de sobreviver ao infarto.

Leia também: doenças cardiovasculares: quais os fatores de risco e como prevenir?

Disenteria: Quais as causas, os sintomas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A disenteria é uma inflamação intestinal (gastroenterite), causada principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados por bactérias. As bactérias mais relacionadas com a disenteria são a E.Coli e a Shigella.

A transmissão pode ocorrer também por objetos contaminados, como utensílios de cozinha e acessórios de banheiros ou pelo contato direto com outras pessoas contaminadas.

Por isso a doença é tão prevalente nas crianças e em países com saneamento básico precário.

Quais são os sintomas de disenteria?

Os sintomas da disenteria duram em média 7 a 10 dias, e incluem:

  • Diarreia líquida com presença de sangue ou muco;
  • Dor e cólicas abdominais;
  • Náuseas, vômitos;
  • Febre alta (temperatura axilar acima de 38,5º);
  • Falta de apetite;
  • Fraqueza.
Como é o tratamento da disenteria?

O tratamento da disenteria se baseia na boa hidratação, cuidado com a alimentação e quando preciso, pode ser acrescentado algum medicamento como os antibióticos, para caso de infecção.

1. Hidratação

A reposição de água é a medida mais importante para o tratamento de disenteria, evitando as complicações da diarreia, como a desidratação e a queda de sódio e potássio.

Para a reposição adequada, as unidades de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) oferecem de forma gratuita, o soro de reidratação, com as composições de água e eletrólitos adequados. A composição também pode ser encontrada nas farmácias.

No entanto, caso não seja possível adquirir essa reposição, pode fazer uso do soro caseiro.

Soro caseiro: Adicione 2 colheres (sopa) de açúcar e 1 colher (café) de sal em 1 litro de água filtrada ou fervida. Misture bem e beba 1 copo de 250 ml sempre após as evacuações.

2. Alimentação

A recomendação segundo o ministério da saúde, é para manter o aleitamento materno e manter a alimentação habitual para as crianças e os adultos. No entanto, deve evitar as comidas gordurosas, derivados de leite, embutidos, café e bebidas alcoólicas.

Procure se alimentar bem, e beber bastante líquido.

3. Reposição de zinco

A suplementação com zinco ajuda a diminuir o tempo de duração da diarreia e evita novos episódios . A dose recomendada é de 1 comprimido uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias.

4. Antibiótico

O antibiótico não deve ser usado de rotina, porque na maioria das vezes, a disenteria evolui com melhora espontânea. O uso desnecessário da medicação aumenta as chances de resistência das bactérias, além de causar efeitos colaterais inconvenientes.

Contudo, em algumas situações, o antibiótico deve ser usado desde o início, como nos casos de:

1. Mais de 7 dias de diarreia associada ou não a febre;

2. Mais de 6 evacuações líquidas ou pastosas por dia;

3. Pacientes com imunidade baixa, como aqueles que fazem uso de corticoides, quimioterapia ou imunossupressores e

4. Na presença de sangue nas fezes.

O antibiótico de escolha nessas situações são a Azitromicina ou a Ciprofloxacina. Cabe ao médico avaliar todos esses critérios para começar a medicação.

Sabendo que o tratamento da disenteria deve começar o quanto antes, devido aos riscos de desidratação grave e óbito, em especial nas crianças. Por isso, na suspeita de uma infecção intetsinal, como febre alta e sangue nas fezes, procure rapidamente um atendimento médico.

Diarreia é a mesma coisa que disenteria?

Não. A diarreia é a ou aumento da frequência de evacuações por dia (mais de 3 vezes ao dia), com consistência amolecida, associada a dor na barriga, cólica, náuseas e vômitos. A diarreia costuma ser causada por vírus e não bactérias, por isso o quadro é mais brando.

A disenteria é a presença de diarreia associada a sangue e/ou muco nas fezes e sintomas mais graves, como febre alta, falta de apetite, cólicas intensas e fraqueza.

Tem como prevenir uma disenteria?

Para prevenir a disenteria, é necessário ter cuidados adequados de higiene na preparação e no consumo de alimentos, sobretudo os que são comidos crus, como frutas e hortaliças.

A água usada para beber, cozinhar e lavar os alimentos deve ser tratada, fervida ou filtrada. Também é fundamental lavar bem as mãos antes de comer, ou antes, de preparar os alimentos e refeições.

Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados).

Mantenha a amamentação, porque o aleitamento materno aumenta a imunidade das crianças, inclusive contra as doenças diarreicas.

Mantenha bons hábitos de vida, para promover uma boa imunidade. Alimente-se bem, procure dormir bem, o organismo precisa descansar, pratique atividades físicas e se possível evite aborrecimentos e estresse.

Conheça as formas de fazer o soro caseiro no artigo: Como fazer soro caseiro?

Referências:

  • UpToDate - James P Nataro, et al. Pathogenic Escherichia coli associated with diarrhea. Jan 13, 2020.
  • UpToDate - Rabia Agha; Marcia B Goldberg. Shigella infection: Treatment and prevention in adults. Jun 09, 2019.
  • Ministério da saúde - Brasil.
Verdades e mitos sobre pneumonia
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem muitas dúvidas quanto à pneumonia e ditos populares, que podem confundir e atrapalhar no diagnóstico e tratamento da doença.

A pneumonia é uma doença muito comum, que pode deixar sequelas se não for tratada a tempo. Por isso é importante entender os sinais e sintomas da doença, aqueles que devem ser valorizados e os principais cuidados que devem ser seguidos.

Verdades sobre a pneumonia 1. A pneumonia pega.

Verdade. Alguns tipos de pneumonia podem ser transmitidos, principalmente nos casos de pneumonia viral, quando o germe é facilmente propagado pelo ar.

No entanto, é importante entender que transmitir o vírus, não quer dizer que a pessoa irá desenvolver também uma doença. Geralmente a transmissão desencadeia um episódio de gripe ou resfriado, a não ser que a imunidade da pessoa esteja comprometida.

2. Pneumonia pode não ter febre.

Verdade. Pessoas com baixa imunidade podem não ter febre, por não acelerar o metabolismo e produzir anticorpos suficientes para elevar a temperatura do corpo.

São exemplos de baixa imunidade, mulheres grávidas, idosos, crianças pequenas, portadores de doenças autoimunes, pacientes com HIV, uso crônico de imunossupressores ou corticoides.

3. Pneumonia tem tratamento.

Verdade. A pneumonia tem tratamento, e o tratamento deve ser direcionado ao agente causador da infecção.

A pneumonia pode ser causada por diferentes agentes, bactérias, vírus, fungos e parasitas. Para cada germe existem medicamentos mais apropriados. De acordo com as características da doença, história clínica e exames laboratoriais, o médico é capaz de suspeitar do provável agente e conduzir o tratamento.

Nos casos duvidosos ou mais graves, embora seja iniciado o tratamento da mesma forma, é solicitado exames para identificar o micro-organismo.

O tratamento pode ser domiciliar, nos casos mais leves, com orientações de alimentação, hidratação, cuidados gerais e o antibiótico oral. Nos casos mais graves, o tratamento deve ser realizado internado, com o antibiótico administrado pela veia.

4. Pneumonia tem cura.

Verdade. A pneumonia deve ser tratada corretamente e acompanhada de perto, visto que é uma doença comum e a medicação cura após eliminar o germe. Entretanto, pode evoluir com maior gravidade, inclusive com risco de morte, nos casos de baixa imunidade ou quando demora a iniciar o tratamento.

Sendo assim, nos casos de febre por mais de 48h, piora dos sintomas ou falta de ar intensa, é preciso retornar ao atendimento médico, para reavaliação.

5. O antibiótico é o principal tratamento para curar uma pneumonia.

Verdade. Sendo feito o correto diagnóstico e escolha do antibiótico direcionado para o germe que está causando a infecção, sim, o antibiótico é o principal tratamento e suficiente para atingir a cura.

A boa alimentação, hidratação e repouso, contribuem para a resposta mais rápida no combate à doença, ajudam a evitar maiores complicações, mas não são capazes eliminar o micro-organismo sem o antibiótico.

6. Existe pneumonia silenciosa?

Sim, verdade. Existe uma pneumonia que podemos chamar de "silenciosa" porque não apresenta os sinais e sintomas esperados para uma infecção pulmonar.

Isso pode acontecer em situações de imunidade extremamente baixa, como nos casos de tratamento para câncer (uso de quimioterapia), idosos acamados e pacientes com AIDS em estágio avançado.

As condições de baixa imunidade, não permitem que o organismo desenvolva os sinais e sintomas de defesa típicos, como a tosse, febre ou dor no peito, retardando o diagnóstico e tratamento.

Os sintomas costumam ser inespecíficos, como um desânimo, mal-estar, falta de apetite e apatia.

7. Tabagistas tem mais pneumonia.

Verdade. Fumantes tem duas vezes mais chance de desenvolver pneumonia quando entram em contato com vírus e bactérias, do que não fumantes. Porque o pulmão e as barreiras do organismo são danificados pelas substâncias contidas no cigarro, deixando o organismo mais enfraquecido e propenso às infecções pulmonares.

Não só para pneumonia, mas os tabagistas têm maior risco também de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer e doenças crônicas.

O tabagismo é uma doença, causada pela dependência da nicotina, portanto deve ser tratada por um médico pneumologista.

Mitos sobre a pneumonia 1. Existe "princípio de pneumonia".

Não. Mito. O termo "princípio de pneumonia" é um termo popularmente utilizado, porém não é aceito no meio médico porque o quadro de pneumonia significa uma infecção do trato respiratório.

Se existe uma infecção do tecido, o termo correto é a pneumonia. Não havendo a pneumonia, o termo designado deve o do local acometido, no caso de inflamação na traqueia, chama-se traqueíte, nos brônquios, bronquite, nos seios da face, sinusite, e sendo apenas resfriado, ou gripe, já possuem suas denominações.

2. Toda pneumonia tem os mesmos sintomas.

Não. É um Mito. Nem toda pneumonia é igual ou apresenta os mesmos sintomas. Sabemos que existem sintomas mais comuns, mas cada organismo pode responder de uma forma e com uma intensidade diferente.

A tosse é um desses exemplos, pois trata-se de um sintoma comum a quase todos os casos, que pode se apresentar como tosse seca ou tosse produtiva, com catarro amarelado ou esverdeado. Existem ainda casos de tosse com pequena quantidade de sangue, como na pneumonia tuberculosa.

A febre, costuma ser alta, mas em pessoas com baixa imunidade pode ser discreta ou nem aparecer. A dor no peito, varia com a condição física de cada pessoa. E o cansaço, pode ser descrito como "dor nas juntas", mal-estar, fadiga, ou nem ser notado.

Os sintomas podem variar também conforme as medicações em uso. Basta lembrar que muitas pessoas têm por hábito, fazer uso de "xaropes" para a tosse assim que começa uma tosse seca. Essas medicações além de não tratar, podem mascarar sinais e sintomas importantes para se detectar a doença mais rapidamente.

Motivo pelo qual os médicos pedem para não usar antitussígenos por conta própria.

3. A pneumonia começa com a gripe.

Mito. É verdade que na grande maioria das vezes a pneumonia é originada por vírus ou bactérias de um gripe mal curada, porém existem outras causas de pneumonia.

Uma delas é a pneumonia aspirativa, quando a pessoa tem uma alteração do nível de consciência, permitindo a entrada de substâncias tóxicas, geralmente vindas do estômago, para o pulmão. Isso costuma acontecer nas crises convulsivas, em pacientes com demência avançada e engasgos frequentes, casos de coma alcoólico ou doença neurodegenerativa.

Outra situação é a inalação de substância químicas como em uma situação de incêndio, chamada pneumonia química. Nesses casos não tem relação alguma com gripe ou resfriado.

Na suspeita de pneumonia, procure sempre um atendimento médico para avaliação.

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