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Picada de borrachudo é perigosa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A picada de borrachudo pode ser perigosa, pelo risco de transmissão da febre oropouche e da oncocercose, doenças que podem causar febre alta, dores articulares e musculares, meningite, lesões na pele e até cegueira. Contudo, essas complicações são raras.

As complicações mais frequentes das picadas de borrachudo são as reações alérgicas, a coceira e o inchaço que desaparecem espontaneamente dentro de poucos dias.

Sintomas de picadas de borrachudo

O borrachudo costuma picar durante o dia, principalmente no início da manhã e fim de tarde, e no local da picada você pode observar os seguintes sintomas:

  • Formação de um pequeno ponto com sangue,
  • Vermelhidão,
  • Coceira,
  • Inchaço,
  • Presença de um líquido transparente nas lesões.

O que fazer: O mais importante é tentar não coçar e não espremer o local da picada do borrachudo, o que evita uma pior reação inflamatória, formação de ferida ou até uma infecção local. Recomenda-se limpar cuidadosamente o local, manter sempre limpo, seco e hidratado. Para isso você pode usar pomadas neutras como a vaselina.

O mosquito borrachudo é mais comum nas zonas rurais, sobretudo nas regiões ribeirinhas da Amazônia. Porém, o inseto pode se proliferar facilmente nas cidades e causar surtos.

Entre as complicações e doenças causadas pela picada de borrachudo estão:

Reações alérgicas

A saliva do borrachudo é a responsável pela reação alérgica que começa no momento da picada. Ao efetuar a picada, a saliva anestesia a região e impede que o sangue coagule enquanto é sugado pelo mosquito.

Os sintomas da reação alérgica são coceira, vermelhidão, inchaço, saída de líquido fluido e transparente do local da picada. Dor intensa também pode estar presente. Estes sinais tendem a sumir espontaneamente entre dois e três dias quando a reação alérgica é leve.

O tratamento das reações alérgicas leves pode ser feito com pomadas de uso local como Polaramine®, Fenergan® Polaryn® aplicadas de 2 a 3 vezes ao dia, por 5 dias. Em algumas situações pode ser necessário os uso de comprimidos antialérgicos.

Em casos de reação alérgica intensa, a pessoa pode sentir: tontura, sensação de desmaio, confusão mental, inchaço do rosto e da boca, inchaço, vermelhidão e coceira intensos no local da picada e dificuldade de respirar. Se você perceber qualquer um destes sinais procure imediatamente atendimento em hospital de emergência.

Febre do oropouche

A febre do oropouche é causada por um vírus transmitido pela picada do borrachudo. A doença pode causar dor de cabeça, dor nas articulações e nos ossos, febre alta, sensibilidade à luz (fotofobia), meningite e inflamação no cérebro. Acredita-se que algumas doenças já instaladas ou a baixa imunidade favoreçam a chegada do vírus ao sistema nervoso central.

A febre do oropouche é muito comum na Amazônia, ficando atrás apenas da dengue na lista desse tipo de doenças.

O tratamento tem como objetivo apenas controlar os sinais e sintomas, uma vez que não existe um medicamento específico para tratar a doença. Porém, na grande maioria dos casos, a pessoa recupera-se totalmente e não fica com sequelas, mesmo nos quadros mais severos.

Oncocercose

Também conhecida como "cegueira dos rios", a oncocercose é causada por um parasita cilíndrico e alongado (Onchocerca volvulus) que se instala logo abaixo da pele. A transmissão ocorre pela picada do borrachudo, que pode estar infectado com larvas do Onchocerca.

Cerca de 1 ano depois da picada, o parasita começa a produzir minúsculos vermes (microfilárias) que se espalham pelo corpo, causando febre, lesões na pele e nódulos logo abaixo dela. Se chegarem ao olho, podem provocar perda temporária da visão ou cegueira permanente.

O tratamento da oncocercose é feito com um medicamento específico à base de Ivermectina que mata os parasitas. A medicação é administrada em doses únicas, com intervalos de 3 ou 6 meses entre elas.

Em caso de picada de borrachudo, siga os procedimentos indicados no início do artigo. Na presença de outros sintomas ou se a lesão não melhorar, procure um serviço de saúde imediatamente.

Leia também:

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Como devo tratar uma picada de aranha? Quais os sintomas e mordidas perigosas?

Estou grávida de 9 meses e há 20 dias fui picada por uma aranha marrom, pode prejudicar meu bebê?

Referências

ABAI. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

FIOCRUZ - Ministério da Saúde do Brasil.

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Tenho feridas na boca, o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem várias doenças e condições que causam ferida na boca.

Algumas são condições agudas, como pequenos traumas, aftas e infecção local, outras são relacionadas a doenças sistêmicas, como doenças autoimunes, reumáticas ou pode ainda representar um problema mais grave, como o câncer de boca.

Causas de ferida na boca
  • Aftas,
  • Herpes labial,
  • Estomatite,
  • Câncer de boca,
  • Doenças sistêmicas,
  • Leucoplasia e
  • Infecções.
Aftas

As aftas são feridas comumente encontradas na gengiva ou mucosa interna da boca. Trata-se de uma lesão de origem inflamatória, superficial, bastante dolorosa, de bordos elevados, coloração avermelhada com a região do centro mais pálida (esbranquiçada) e tamanhos variados.

Pode ser causada por pequenos traumas, mordeduras, consumo de alimentos ácidos, uso de medicamentos, infecções e viroses.

A afta não é contagiosa e costuma desaparecer espontaneamente. Pode surgir devido à falta de nutrientes na alimentação, baixa imunidade, estresse, infecções ou ainda doenças autoimunes.

Veja também: Quais são as principais causas de aftas e o que fazer para evitá-las?

Herpes labial

O herpes labial, outra doença comum na população, se apresenta inicialmente com coceira e sensação de queimação na região da boca, até que surgem as vesículas (pequenas bolhas), que se rompem no decorrer de poucos dias, dando lugar a uma ferida.

O lábio é a região mais acometida.

O herpes é altamente contagioso, principalmente na fase em que a lesão está liberando a secreção (líquido do interior das bolhas).

Leia também: Como controlar Herpes Labial?

Estomatite

A estomatite, é uma inflamação ou infecção na boca secundária a traumas, vírus ou fungos. Pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade, embora seja mais frequente em crianças, visto que estão mais expostos a essas situações, além disso, possui um sistema imunológico em amadurecimento.

As feridas e irritação na boca, melhoram espontaneamente após a cicatrização ou término do ciclo normal da virose.

Câncer de boca

As feridas na boca causadas pelo câncer de boca, se caracterizam pela dificuldade na cicatrização e normalmente aumentam de tamanho com o tempo. Ao contrário dos outros machucados na boca, o câncer bucal geralmente não provoca dor ou qualquer outro sintoma.

Também pode lhe interessar: Caroço no céu da boca: o que pode ser?

Doenças sistêmicas

Algumas doenças sistêmicas, como doenças reumáticas, hematológicas ou autoimunes, podem apresentar como um dos seus sinais e sintomas, as feridas ou machucados frequentes dentro da boca. Como o pênfigo, o lúpus, a Doença de Behçet, entre outras.

O pênfigo é uma doença autoimune que provoca lesões dolorosas na boca, podendo se manifestar também na pele. No início, surgem pequenas bolhas que rapidamente se rompem, transformando-se em feridas. A deglutição dos alimentos pode inclusive ser prejudicada, conforme o tamanho das lesões.

Veja também: O que é pênfigo?

Leucoplasia

A leucoplasia é uma ferida encontrada na região interna da boca, acometendo também a língua, de coloração esbranquiçada, associada ao tabagismo, mordeduras na parte interna da boca, ou problemas nas próteses dentárias.

Importante identificar essas feridas, porque uma porcentagem delas pode evoluir para o câncer de boca. Sendo assim, o quanto antes for detectado e tratado, evita uma evolução desfavorável.

As feridas costumam desaparecer quando o hábito de fumar é interrompido, ou a causa resolvida, seja ajuste de próteses ou tratamento das feridas por mordedura.

Infecções

Há ainda o "sapinho", ou candidíase na boca. Uma infecção causada pelo fungo Candida Albicans. Os sintomas são de lesões esbranquiçadas, amareladas ou mesmo avermelhadas, superficiais, na mucosa interna da boca.

As crianças, pessoas imunodeprimidas ou em uso de certos medicamentos, como corticoides e antibióticos, são mais propensos a essa infecção. Por isso devem ter ainda maior cuidado com a higiene bucal durante esse período.

Para detectar as doenças no início, principalmente o câncer bucal, é importante estar atento ao aparecimento de feridas na boca. Lembrando que o câncer geralmente não provoca dor, o que torna esse "autoexame" ainda mais decisivo no diagnóstico precoce da doença.

A presença de qualquer ferida suspeita na boca deve ser avaliada por um médico/a da família ou dentista especialista em estomatologia.

Saiba mais em:

Quais são os sintomas de câncer de boca?

O que é estomatite e quais as causas?

Bolhas na boca, quais as causas?

Dor pélvica na gravidez, o que pode ser?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Dor pélvica na gravidez é bastante comum (ocorre em cerca de 50% das gestantes) e pode ocorrer por diversos motivos, como por exemplo:

  • O aumento da produção do hormônio chamado relaxina, responsável em tornar os ligamentos e articulações da pelve mais elásticas, facilitando a passagem do bebê na hora do parto;
  • Postura física que se modifica com o avanço da gravidez e o peso do bebê, pressionando órgãos, músculos, ligamentos e articulações e ocasionando a dor;
  • Aumento dos gases intestinais;
  • Embora geralmente seja fisiológica (normal), a dor também pode ser devido a causas graves e que requerem intervenção cirúrgica imediata, tais como gestação ectópica, rotura uterina, endometriose, apendicite, etc, por isso sempre consulte seu ginecologista!

Leia também: O que é calcificação pélvica?

Há várias táticas que podem ser adotadas para combater a dor fisiológica na pelve, na virilha e no púbis:

  • Tenha cuidado ao realizar suas atividades diárias. Existem técnicas de fisioterapia que podem ajudar a manter a estabilidade da pelve em tarefas que causam dor, caminhar ou ficar em pé.
  • Pilates ou outros exercícios melhoram a estabilidade da pelve e das costas, sendo muito importante fortalecer os músculos da barriga e do assoalho pélvico.
  • Cintas de suporte são aconselhadas por vários especialistas, pois podem aliviar a dor e ser usada durante toda a gravidez.
  • Calcinhas altas e com costura reforçada no abdome aliviam o peso na bacia.
  • Sessões de massagem suave e fisioterapia podem aliviar o stress acumulado nas costas, bacia e pelve.
  • A acupuntura pode ser uma solução, mas é importante procurar um profissional especializado no tratamento de gestantes.
  • Se você tem dores quando está na cama e tenta se virar de um lado para o outro, pode se levantar usando a seguinte técnica: segure os joelhos, aproximando-os do peito; contraia os músculos do abdome e do assoalho pélvico e dê um impulso para a frente para se sentar. Essa técnica ajudará a manter a estabilidade da pelve.
  • Deve evitar deitar com as pernas esticadas e com a barriga virada para cima. Quando não tem outra solução, coloque um travesseio atrás das costas, perto da cintura e tente manter os joelhos dobrados. Descansar na banheira ou no sofá pode forçar essa posição e por isso outras posições confortáveis devem ser treinadas.  O mesmo se aplica se você for fazer uma massagem.
  • Quando caminhar, faça uma pequena curvatura com as costas e balance os braços, como se estivesse marchando. Esse movimento ajudará a fixar a pelve.
  • Não esqueça de fazer os exercícios de Kegel para o assoalho pélvico com regularidade, porque eles fortalecem a pelve.
  • Evite sempre que puder carregar peso ou mover objetos pesados. Mesmo o carrinho com compras pode prejudicar a situação. Quando for possível, recorra a um serviço de entregas ou peça ajuda para cumprir essa tarefa.
  • Descanse sempre que puder. Sentar em uma bola de ioga pode ajudar, assim como a posição de gato, com as mãos e joelhos no chão.
  • Evite fazer muito esforço físico. Você pode não sentir a consequência na hora, mas a dor pode surgir apenas no fim do dia.
  • Na hora de dormir, uma superfície fofa pode ajudar, por isso deite por cima de um cobertor macio.
  • Quando se vestir, fique sentada na hora de tirar e colocar a calça e a calcinha.
  • Aplicar uma bolsa de água quente pode ajudar a aliviar a dor.

Em caso de dor pélvica na gravidez, um médico (preferencialmente um ginecologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-la e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

HPV tem cura e quando pode levar ao câncer do útero?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Acredita-se que o HPV (papilomavírus humano) pode ter cura, ou não se desenvolver em todas as pessoas que tem o contato com o vírus. O organismo conseguiria combater o vírus antes de se estabelecer ou se multiplicar.

O que justificaria algumas pessoas que tem relação com outras já contaminadas, não terem o exame também positivo.

No entanto, não é o que acontece com a maioria. O vírus quando é transmitido, e sendo confirmada a sua presença, não existe mais a possibilidade de cura definitiva. Isso porque ainda não há medicamentos ou tratamentos capazes de eliminar o vírus por completo.

Ainda, quando a infecção se torna crônica, com multiplicação desordenada das células, aumenta o risco de evoluir para células precursoras de câncer. O câncer mais relacionado com a infecção por HPV é o câncer de colo de útero.

Dentro os 150 tipos conhecidos de HPV, apenas 12 deles estão comprovadamente associados ao câncer, seja ele de colo de útero ou de outros locais, como boca, ânus, pênis e vagina.

Tratamento do HPV

O tratamento, ou a "cura" do HPV é apenas temporária.

A destruição das verrugas é o principal objetivo do tratamento, que pode incluir o uso de medicamentos aplicados no local, cauterização ("queimar" a lesão), crioterapia (congelamento) ou remoção através de cirurgia.

A retirada das lesões, reduz as chances da mulher desenvolver um câncer de colo de útero, visto que a infecção por HPV é o principal fator de risco para essa doença.

Leia também: HPV tem cura definitiva?

Todo HPV vira câncer?

Não. Atualmente sabemos que existem tipos de HPV que estão mais relacionados ao risco de câncer, e outros menos.

Contudo, sabemos também que a maioria dos cânceres de colo uterino, são causados pelo HPV (99%). Os tipos de vírus considerados de alto risco são: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer cervical invasivo e mais de 90% das lesões intra epiteliais graves.

Os tipos de HPV considerados de baixo risco são: tipo 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81, e CP6108, encontrados geralmente em pacientes com verrugas genitais.

Veja também: Toda verruga é HPV?

Quando o HPV pode causar câncer de colo de útero?

O HPV pode causar câncer de colo de útero se o vírus em causa for específico para esta doença, já que das centenas de tipos de HPV, apenas cerca de 5% deles estão associados ao câncer de colo uterino, principalmente os tipos 16 e 18.

Também pode lhe interessar: HPV durante a gravidez: quais os riscos e como tratar?

O HPV é um vírus muito comum em pessoas sexualmente ativas, podendo estar presente em 70 a 80% dessa população. Geralmente, as infecções são passageiras.

A maior parte dos casos de câncer de colo de útero são desencadeados pelos HPV 16 e 18. A vacina, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, está disponível gratuitamente através do SUS para meninas entre 9 e 13 anos de idade, e meninos de 11 a 14 anos, que protege contra esses vírus, além de outros tipos de HPV (6 e 11) que provocam verrugas genitais.

Veja também: Como tomar a vacina contra HPV?

Quais são os fatores de risco para câncer de útero?

Além do HPV, existem outros fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença, tais como imunidade, fatores genéticos, comportamento sexual (número elevado de parceiros), tabagismo, idade acima dos 30 anos, vida sexual com início precoce, gestações, o uso de pílula anticoncepcional.

Como é feito o diagnóstico do HPV?

O diagnóstico é feito mais facilmente em homens (lesões geralmente visíveis na pele e órgãos sexuais). Em alguns casos deve ser feita uma anuscopia (geralmente em casos de relações sexuais anais) para observação das lesões.

Nas mulheres, porém, além das lesões em pele, vulva e ânus, podem ocorrer em todo o trato genital até alcançarem o colo do útero, portanto o diagnóstico só é possível através da colpocitologia oncótica, colposcopia ou anuscopia. Também podem ser realizados exames de biologia molecular (hibridização in situ, PCR e captura híbrida).

Veja também: O que é o exame de captura híbrida?

Quais são os sintomas do HPV?

O portador de HPV pode não ter nenhum sintoma, o que dificulta ainda mais e atrasa o seu diagnóstico, podendo transmitir para outras pessoas, sem intenção.

Quando presente, o sintoma mais comum é a presença de verrugas com aspecto de couve-flor na pele e/ou mucosas.

Se as alterações forem discretas, serão detectadas apenas em exames específicos. Se forem graves, pode ocorrer invasão de tecidos vizinhos com o surgimento de um tumor maligno como o câncer do colo uterino e do pênis.

Saiba mais em: HPV: o que é e como se transmite?

Recomendações para portadores de HPV
  • É preciso destacar que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;
  • Informe o (a) seu (sua) parceiro (a) se for portador (a) de HPV - ambos precisarão de tratamento;
  • O parto normal (vaginal) não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões ativas;
  • Mantenha suas consultas com ginecologista em dia, para melhor acompanhamento.

Em caso de suspeita de HPV, um médico clínico geral, dermatologista, urologista (homens) ou ginecologista (mulheres) deve ser consultado para avaliação e tratamento adequado, caso a caso.

Mesmo os tipos de HPV que causam câncer têm tratamento na maioria dos casos. Contudo, é importante que a doença seja diagnosticada precocemente para que as lesões pré-cancerígenas sejam tratadas antes de evoluírem para tumores malignos.

Leia também:

Qual é o tratamento para HPV?

Quais os sintomas de câncer no colo do útero?

O que é colpite e o que pode causar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Colpite é uma inflamação da mucosa que recobre o colo do útero e as paredes internas da vagina. Ela pode ser assintomática (sem sintomas) ou apresentar corrimento vaginal, odor, coceira e ardência.

A colpite pode ser causada por bactérias (Gardnerella vaginalis) - colpite bacteriana, fungos (Candida albicans) e protozoários (Trichomonas vaginalis), muitas vezes transmitidos através de relações sexuais sem preservativo.

A candidíase vulvovaginal é a principal causa de colpite causada por fungos. Estima-se que até 75% das mulheres tem pelo menos um caso de candidíase ao longo da vida. Os principais fatores de risco para desenvolver esse tipo de colpite incluem gravidez, uso de anticoncepcional hormonal, diabetes, uso de antibióticos e imunidade baixa.

Existe uma colpite bacteriana, denominada colpite inespecífica, mais comum na infância, cuja principal causa é a bactéria E. coli proveniente do intestino.

Que complicações a colpite pode causar?

Em caso de ausência de tratamento ou tratamento inadequado, a colpite pode causar endometriose, doença pélvica inflamatória (DIP), dor pélvica, infertilidade, gravidez ectópica ou problemas fetais caso ocorra durante a gestação.

Quais os sinais e sintomas de colpite?

A colpite pode não manifestar sintomas. Em outros casos, os sinais e sintomas podem incluir presença de corrimento vaginal branco e leitoso, esverdeado, marrom ou amarelado com odor desagradável, coceira e ardência na vagina.

A colpite bacteriana caracteriza-se pelo aparecimento de corrimento vaginal com cheiro desagradável, por vezes purulento, sangramento, coceira na vagina, inchaço e vermelhidão na vulva, dificuldade ou dor para urinar e dor durante as relações sexuais.

A colpite fúngica e parasitária provocam coceira vaginal, corrimento branco ou amarelado sem cheiro, queimação, ardência, dor ou desconforto para urinar, vontade urgente de urinar, inchaço na vulva e vermelhidão da mucosa vaginal.

Quais os tipos de colpite e como identificar? Colpite difusa

Caracteriza-se por pontilhado vermelho fino que cobre toda a mucosa vaginal e o colo uterino. Quanto maior o número de pontilhados, mais intensa e mais grave é a infecção.

Colpite focal

Provoca o aparecimento de pequenas áreas vermelhas arredondadas ou ovais, separadas do resto da mucosa, normalmente associada à colpite difusa.

Colpite aguda

Leva ao aparecimento de pontilhado vermelho com mucosa edemaciada (inchada).

Colpite crônica

Caracteriza-se por um pontilhado branco ao lado do vermelho.

Colpite por Trichomonas

É uma colpite difusa caracterizada por conteúdo vaginal esverdeado com bolhas gasosas.

Colpite por Candida

Colpite difusa ao lado de placas brancas.

Qual é o tratamento para colpite?

O tratamento da colpite é feito com administração de medicamentos orais e aplicação de cremes e pomadas vaginais. O tipo de medicação varia conforme o agente causador. A colpite bacteriana é tratada com antibióticos, a fúngica com antifúngicos e a parasitária com antibióticos e medicamento específico para o tipo de parasita.

A colpite é diagnosticada através do exame clínico e do exame preventivo. Esses exames devem ser realizados frequentemente por todas as mulheres sexualmente ativas. Caso você apresente algum sintoma de colpite, procure um/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral.

Para saber mais sobre colpite, você pode ler:

O que é e como tratar a colpite difusa? Tem cura?

Colpite tem cura? Qual o tratamento?

Referências

Centers for Disease Control and Prevention. CDC. Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2019. UpToDate®

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia. Guidelines Manual in the lower genital tract and colposcopy. FEBRASGO, 2018.

Primo, W.Q.S.P.; Corrêa, F.J.S.; Brasileiro, J.P.B. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. SBGO, 2017.

Gastrite enantematosa tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Gastrite é a inflamação da mucosa do estômago e pode ser curada. Contudo, é necessário mudança de alguns hábitos de vida e, algumas vezes, uso de medicamentos.

Alguns cuidados devem ser seguidos:

  • respeitar o horário e não "pular" refeições;
  • preferir pequenas refeições, 6x/dia, ao invés de grandes refeições, poucas vezes ao dia;
  • mastigar bem os alimentos;
  • dar preferência a frutas, verduras, carnes magras e evitar frituras, refrigerantes, bebidas com cafeína;
  • não fumar;
  • evitar bebidas alcóolicas;
  • evitar o uso de anti-inflamatórios sem prescrição médica.

Se houver infecção pela bactéria H. pylori, é necessária curso de tratamento com antibióticos, para sua erradicação. Na ausência de infecção, pode ser necessário tratamento com medicamentos, como inibidores de bomba protônica, como omeprazol, e/ou bloqueadores H2, como a ranitidina.

O seguimento deve ser feito com médico clínico ou gastroenterologista.

Leia também:

O que é gastrite enantematosa leve do antro?

5 alimentos que quem tem gastrite deve comer

Dor no pênis. O que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dor no pênis pode ser causadas por ereção prolongada, inflamações na glande ("cabeça do pênis") ou na próstata, presença de pequenas fissuras, doenças sexualmente transmissíveis, ou por traumas no pênis provocados durante a penetração, principalmente se os movimentos forem mais intensos.

Ereção prolongada

A ereção prolongada pode acarretar uma má oxigenação dos corpos cavernosos, que se enchem de sangue quando o pênis está ereto e são responsáveis pelo seu aumento de tamanho e volume.

A diminuição da chegada de oxigênio a essas estruturas pode resultar em dor no pênis se ele permanecer ereto por muito tempo.

Balanite

A inflamação da glande é chamada de balanite e pode ou não estar associada a uma infecção. A balanite normalmente está relacionada com micro-organismos infecciosos transmitidos através de relação sexual desprotegida.

A inflamação também pode ser causada por doenças de pele, alergias, traumas, má higiene ou ainda câncer de pênis.

Os principais sintomas da balanite são dor na cabeça do pênis, vermelhidão e aumento da temperatura local. Também pode haver inchaço e feridas na glande.

Quando há infecção, também podem estar presentes bolhas com pus, além de coceira e secreção com mau cheiro.

Prostatite

Outra causa de dor no pênis é a prostatite (inflamação na próstata), que também pode provocar dor no abdômen inferior, dor durante a ejaculação e dores na região do períneo, que fica entre os testículos e o ânus.

A ejaculação dolorosa é um dos principais sintomas de prostatite. A dor costuma surgir logo após a ejaculação e pode durar horas ou dias. Uma possível causa de prostatite são as doenças sexualmente transmissíveis, sobretudo em homens jovens.

Leia também:

O que é prostatite e quais os sintomas?

Dor na hora da ejaculação é normal? O que pode ser e o que fazer?

Doenças sexualmente transmissíveis

Doenças como Sífilis, Gonorreia ou infecção pela Clamídia costumam causar coceira e vermelhidão, mas também em alguns casos podem levar a quadro de dor local, ou pequenas fissuras.

 Em caso de dor no pênis, consulte um médico urologista para que a causa da dor seja devidamente identificada e tratada.

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Radiografia dos pulmões identificou ateromatose da aorta. É grave? O que fazer?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Ateromatose da aorta é uma doença caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede da artéria aorta, que diminui o seu calibre e como consequência reduz também a chegada de sangue aos tecidos irrigados por ela.

Trata-se de um processo difuso, que acomete simultaneamente várias artérias do corpo, inclusive a aorta.

Apesar do desenvolvimento da ateromatose ser lento e progressivo, a doença pode tornar-se grave se o processo não for interrompido, uma vez que a obstrução da artéria pode provocar a morte dos tecidos alimentados por ela.

Além disso, a ateromatose deixa a superfície interna da artéria irregular, o que facilita a coagulação sanguínea nesse local.

Esse coágulo pode se desprender e provocar uma trombose, levando ao entupimento agudo da artéria, com isquemia (sofrimento) ou necrose (morte) dos tecidos.

Infarto do miocárdio (ataque cardíaco), embolia pulmonar, acidente vascular cerebral ("derrame"), são algumas dessas consequências.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da ateromatose são:

  • Idade entre 50 e 70 anos;
  • Sexo masculino;
  • Dislipidemia (níveis elevados de colesterol e triglicerídeos);
  • Tabagismo;
  • Hipertensão arterial;
  • Sedentarismo;
  • História familiar.

É importante lembrar que para que os primeiros sintomas causados pela falta de sangue apareçam, é preciso que cerca de 75% do calibre da artéria seja obstruído. Portanto, quanto antes a ateromatose for diagnosticada, melhor o prognóstico.

O que se deve fazer, uma vez detectado o problema, é deter a doença para impedir as suas manifestações, através do controle dos fatores de risco, ou seja, deixando de fumar, mantendo o peso dentro da normalidade, controlando os níveis de colesterol e triglicerídeos, a hipertensão, o diabetes, entre outros.

O diagnóstico da ateromatose pode ser feito por qualquer médico/a e, normalmente deve ser acompanhado pelo/a médico/a angiologista ou cirurgião/ã vascular.